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Geração Z e o Mercado de Trabalho

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Juventude, Trabalho e Práticas Organizacionais
A geração Z é caracterizada por jovens nascidos no final da década de 90 que estão começando a inserir-se no mercado de trabalho. É conhecida por ser realista, consciente do meio político, questionadora, motivada por valores, empreendedora, de curiosidade ilimitada e conectada com o mundo e tecnologia. Esses jovens encaram o trabalho como forma de crescimento profissional e pessoal. Sua visão ao entrar no mercado de trabalho é de um ambiente que proponha desafios constantes, tenha impacto positivo no mundo e uma visão de mundo similar à sua: conectada, aberta a diálogo, rápida e globalizada.
Hodiernamente, para se conseguir um trabalho é preciso ser multifuncional, ser dominante de várias áreas de conhecimento, conhecedor de outras línguas, proativo e criativo. Alguns dos fatores que trazem satisfação no trabalho para a geração Z é oportunidade de crescimento, chefes honestos íntegros e acessíveis, ambiente em que haja troca de conhecimentos e abertura para ideias ousadas e criativas. Além disso, para essa geração, obter êxito no trabalho é conseguir equilibrar a vida profissional e pessoal. Os projetos de carreira envolvem uma combinação de propósitos e salários satisfatórios. Esses jovens anseiam por construir uma identidade dentro e fora da empresa, além de serem reconhecidos pelo seu ramo de atuação.
No entanto, com um olhar perspectivo à Psicologia Sócio-Histórica, entende-se que o ser humano é pensado como ser ativo, social e histórico. Cada indivíduo tem uma construção sócio-histórica, como costumes, maneira de enxergar o mundo e a si mesmo, a partir do meio (ou sociedade) o qual é inserido. Por isso, pode-se dizer que a geração Z não representa os jovens brasileiros das várias camadas socioeconômicas. Apesar de estarem inseridos na mesma sociedade, cada classe socioeconômica encontrada no Brasil possui uma forma de pensar, enxergar o mundo e a si mesmo e emprega essas conclusões como indivíduos em sociedade de maneiras distintas de acordo com sua necessidade.
As grandes empresas têm utilizado para atrair e reter jovens trabalhadores a necessidade que eles têm de estabelecer um vínculo entre colaborador-organização. Enxergar na empresa o sentimento de segurança, reconhecimento profissional e porto seguro. Tais concepções mobilizam a dimensão inconsciente através da ideia de pertencimento. Ao entrar na organização, o colaborador fará “parte daquela equipe”. As empresas têm arquitetado a sensação de pertencer a uma grande família e que por isso todos devem se adequar às normas, produzir e garantir que a empresa cresça. Pois o crescimento da empresa corrobora para o crescimento de seus funcionários. Em troca da dedicação e entrega de vida e tempo à organização, há a recompensa de salários satisfatórios, reconhecimento, poder e posição social.
Todas estas estratégias utilizadas pelas empresas para atrair jovens trabalhadores para si acabam de certa forma os enfeitiçando mesmo quando já estão lá dentro, criando a ilusão que os contratados são parte essencial de um todo, ou seja que eles e a empresa estão caminhando juntos afim de alcançar um objetivo. Desta forma, as artimanhas dos contratantes não são válidas apenas para na contratação de bons candidatos, mas também para demissão daqueles que já não são mais úteis para organização. Logo, a destituição de um funcionário muitas vezes ocorre de forma planejada, de maneira que sua saída não crie uma visão negativa da empresa, uma vez que cria-se uma imagem de que o funcionário ainda tem bons atributos que podem ser melhor utilizados em outros locais. Assim ele leva ensinamentos e a sensação de que valeu a pena trabalhar na empresa, ou seja, mantendo a estima preservada de ambos os lados.
Os jovens da atualidade, como já citado, estimam o equilíbrio profissional. Dessa maneira, há desde muito antes do começo da sua vida profissional um planejamento de como ela deve ocorrer. O profissional da geração Z caracteriza-se, ou difere-se, das demais gerações, justamente pelo anseio de construir sua vida como representação da sua marca própria, obtendo assim, todo poder de escolha. No entanto, esta vontade de realizar todos os desejos profissionais do indivíduo pode acabar contradizendo o que seus superiores esperam para sua organização. 
É importante notarmos que, em maioria, os chefes dos trabalhadores da geração Z pertencem à uma geração mais antiga, por isso é compreensível os conflitos entre contratantes e contratados. Bem como, ainda hoje, longas jornadas de trabalho, a má relação com seu chefe e o trabalho como objeto principal da vida do indivíduo, são valores muito presentes no cotidiano dos trabalhadores, até porque esta foi uma concepção fortemente estabelecida historicamente. Contudo, a nova geração almeja justamente o contrário para sua vida profissional, buscando balanceamento entre trabalho e lazer, além de boa relação com seus superiores e maior liberdade de criação. 
A fim de estabelecer um trabalho que possa ser aplicável as ambições da geração Z, foram estabelecidos novos métodos de organização como o Co-working e as empresas de impacto social. Em ambos os casos a principal característica é a execução de atividades apreciadas pelos seus criadores, uma vez que o co-working é a ligação de vários empresários com diferentes ramos em um só espaço com a finalidade de compartilhar consumidores e aumento da divulgação, além da fuga do modelo home-office de trabalho. Já as empresas de impacto social buscam a partir dos princípios de seus criadores criar produtos ou projetos de auxílio para um certo grupo necessitado, podendo ser, por exemplo, deficientes físicos ou para população de baixa renda. No entanto, ao contrário do esperado por este modelo de projeto, eles não são completamente rompentes com o sistema de trabalho que nos é imposto há décadas, uma vez que prezam fortemente lucro e concorrência, além de muitas vezes manter o modelo de organização tradicional.
	No Brasil, muitas empresas têm se mostrado abertas para o modelo de trabalho idealizado pela geração Z, como por exemplo a Acesso Digital, companhia de referência de Gestão de Documentos localizada em São Paulo. Mas as maiores inspirações dessa de outras empresas que surgiram na última década no país são as grandes organizações influentes Google e Facebook, que vem inovando nessa área desde muito novas. O maior atrativo dessas empresas é o modo como organizam trabalho fazendo com que sejam desejadas pelos jovens da geração Z. Uma vez que, os princípios básicos dessas organizações é a busca por funcionários com “identidade própria”, a relação espontânea entre todos os cargos e a flexibilidade no horário de trabalho. 
Contudo, apesar dessas liberdades, os contratados manifestam que não há menos a ser feito caso você queira crescer ou ao menos continuar na organização, sendo muito comum, por exemplo, o trabalho além do escritório e em fins de semana, mais uma vez contradizendo os anseios dessa geração. Além disso, as empresas que se dispõe a enfrentar esse novo método são normalmente de alta tecnologia e para grandes cargos, que exigem estudo árduo de todos seus candidatos, evidenciando mais uma vez que, ao menos no Brasil, esse sistema ainda não pertence à todas as classes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOCK, A. M. B., FURTADO, O. e TRASSI,M. L. Psicanálise. In: BOCK,A. M. B., FURTADO, O. e TRASSI,M. L. Psicologias. São Paulo: Saraiva, 2008.
BOCK, A. M. B., FURTADO, O. e TRASSI,M. L. Psicologia Sócio-histórica. In: BOCK,A. M. B., FURTADO, O. e TRASSI,M. L. Psicologias. São Paulo: Saraiva, 2008.
LEONTIEV. O Homem e a Cultura. In: LEONTIEV, Alexis. O Desenvolvimento do Psiquismo. Lisboa: Horizonte, 1978, p. 261-284).
MAIA, A. A. R. M. & MANCEBO, D. Juventude, Trabalho E Projetos De Vida: Ninguém Pode Ficar Parado. Psicologia Ciência e Profissão, 30 (2), p.376-389, 2010.
SCHIRATO, M. A. R. O Feitiço Das Organizações: Sistemas Imaginários. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 2004, p.77-131.
EXAME. As regalias que fazemtodo mundo querer trabalhar no Google.
Disponível em: https://exame.abril.com.br/carreira/beneficios-que-fazem-todo-mundo-querer-trabalhar-no-google/ Acesso em: Outubro-2017
EXAME. Brasileiro Conta como é Trabalhar no Facebook. Disponível em: https://exame.abril.com.br/carreira/brasileiro-conta-como-e-trabalhar-no-facebook/ Acesso em: Outubro-2017
ACESSO DIGITAL – Informações. Disponível em: https://vagasestagioemprego.com/trabalhe-conosco-vagas-na-acesso-digital Acesso em: Outubro-2017

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