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DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso” do facebook e tenha acesso a dicas, tabelas, resumos, informações sobre novos concursos e muito mais. http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/. Página 1 CAPÍTULO I DOS REGIMES JURÍDICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA I. CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO É o ramo do direito público interno que estuda o conjunto de normas jurídicas (princípios e regras) que regem a organização e o funcionamento da Administração Pública e as relações jurídicas decorrentes de sua atuação, quando no uso da Supremacia do interesse público. Incide tanto nas relações entre a Administração e o administrado (particulares) quanto nas relações internas da Administração (agentes públicos). Para a conceituação do Direito Administrativo adota-se na doutrina majoritária o “Critério da Administração Pública”, que defende que a atividade administrativa está presente em todos os Poderes do Estado (Judiciário, Legislativo e Executivo, sendo que nesse último há uma predominância). Esse critério é adotado, sobretudo, em contraposição ao chamado “Critério do Poder Executivo”, que só admite atividade administrativa no Poder Executivo. Segundo a doutrina, vários foram os critérios utilizados para conceituar o Direito Administrativo. Contudo, o que realmente se sobressai na atual concepção desse ramo do direito público é o critério da Administração Pública, independentemente do Poder do Estado em que a função administrativa é desenvolvida. II. REGIMES JURÍDICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA As relações jurídicas que se estabelecem dentro da Administração (âmbito interno) ou entre a Administração e os particulares devem se nortear em regras jurídicas (regime jurídico) que permitam a busca do interesse coletivo. Para que a Administração Pública consiga atingir o bem comum, lhe é conferida a garantia de se valer de várias prerrogativas que asseguram o uso da denominada Supremacia do Interesse Público sobre o interesse privado (particular). A esse conjunto de regras (com prerrogativas e privilégios de direito público), dá-se o nome de regime jurídico de direito público, também chamado pela doutrina de Regime Jurídico Administrativo. Essa é a regra de atuação do poder público. A expressão Regime Jurídico Administrativo é reservada tão somente para abranger o conjunto de traços, de conotações, que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração Pública numa posição privilegiada. Da aplicação de tal regime decorrem dois princípios essenciais: o da Supremacia do Interesse Público (posição privilegiada da Administração, com diversas prerrogativas – presunção de legitimidade, autoexecutoriedade, impenhorabilidade de bens, etc.) e o da Indisponibilidade do Interesse Público (que não permite que a Administração Pública abra mão do interesse público a fim de beneficiar interesses pessoais, ou seja, são os limites e sujeições que lhe são aplicáveis). Destaque-se, contudo, a possibilidade de aplicação supletiva de normas de direito privado, como a arbitragem, os princípios gerais do direito, regras privadas em matéria contratual etc. DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso” do facebook e tenha acesso a dicas, tabelas, resumos, informações sobre novos concursos e muito mais. http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/. Página 2 No entanto, existem relações jurídicas estabelecidas entre a Administração e os particulares que não são regidas pelo Direito Administrativo (Direito Público), mas sim, por ramos do Direito Privado (p.ex.: Direito Civil, Direito Empresarial, Direito do Consumidor). Isto ocorre quando a Administração abre mão da sua Supremacia, o que se dá apenas excepcionalmente, de acordo com a CF e a lei. Nesses casos, p.ex., não há a prática do chamado ato administrativo, mas sim de ato da administração, regido por um conjunto de regras, preponderantemente (mas não exclusivamente), de direito privado, e é chamado de Regime Jurídico de Direito Privado. Quanto a esse regime jurídico de Direito Privado que a Administração Pública também pode se submeter (p.ex.: quando um banco estatal – BB, CEF, BRB – celebra com particular um contrato de abertura de contacorrente; ou ainda quando está na condição de locatária), é necessário ter atenção no sentido de que ele jamais será adotado de maneira exclusiva – daí o fato de ele ser também chamado de Regime Jurídico Híbrido ou Misto. Isso porque algumas regras do direito comum (Civil, consumidor, etc.) serão afastadas (derrogadas), a fim de que normas de direito público tenham incidência. Percebe-se assim que se trata de uma predominância de regras de direito privado, mas não de exclusividade. Dessa forma, é correto afirmar que a Administração Pública pode submeter-se a regime jurídico de direito público (regra) ou a regime jurídico de direito privado (exceção). A opção por um regime ou outro é feita, em regra, pela Constituição ou pela lei, como, p.ex., os artigos 173, § 1º, e o art. 175, ambos da Constituição. A expressão Regime Jurídico da Administração Pública é utilizada para designar, em sentido amplo, tanto o regime de direito público quanto o de direito privado a que pode submeter-se a Administração Pública. DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso” do facebook e tenha acesso a dicas, tabelas, resumos, informações sobre novos concursos e muito mais. http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/. Página 3 CAPÍTULO II PRINCÍPIOS DA ADMNISTRAÇÃO PÚBLICA 1. PRINCÍPIOS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Princípio, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, é o mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que ser irradia sobre diferentes normas, compondo- lhes o espírito e servindo de critério para exata compreensão e inteligência delas, exatamente porque define a lógica e a racionalidade do sistema normativo, conferindo-lhe a tônica que lhe dá sentido harmônico. Adverte, ainda, o autor que violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. Segundo a doutrina do Direito Administrativo, os princípios que regem a Administração Pública podem ser divididos em duas grandes classes: primeiro, os Princípios Constitucionais da Administração Pública, por constarem, explícita ou implicitamente, na Carta Política de 1988, e, segundo, os princípios de natureza infraconstitucional (expressos ou implícitos), disciplinados em normas legislativas situadas abaixo da Constituição (tais como as leis ordinárias e complementares). Não obstante essa divisão, registre-se não haver hierarquia entre essas classes de princípios. 2. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EXPRESSOS NA CONSTITUIÇÃO São os próprios princípios administrativos, considerados como postulados básicos e fundamentais da Administração Pública. Ressalta-se que os princípios constitucionais podem ser expressos (LIMPE) ou implícitos. Os previstos de forma expressa na Constituição Federal vêm retratados no seu art. 37, caput: “Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...) A. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE É o princípio basilar do regime jurídico-administrativo, já que o Direito Administrativonasce com o Estado de Direito. É o fruto da submissão do Estado à lei. Em suma, consagra-se a ideia de que a Administração Pública só pode ser exercida na conformidade da lei e que, de conseguinte, a atividade administrativa é atividade sublegal, infralegal, consistente na expedição de comandos complementares à lei (C.A.B.M.). Condiciona a validade e a eficácia de toda a atividade administrativa ao atendimento da lei, ou melhor, do direito como um todo. É o atendimento ao ordenamento jurídico, daí inclusive ser a legalidade hoje tratada como juridicidade. Isso porque, no Direito Administrativo, a legalidade não se limita apenas à conformidade com as leis em sentido formal, mas também às demais fontes do direito administrativo, tais como a jurisprudência, os princípios, etc. As DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso” do facebook e tenha acesso a dicas, tabelas, resumos, informações sobre novos concursos e muito mais. http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/. Página 4 leis administrativas são de ordem pública, donde se conclui que seus preceitos contêm “poderes- deveres” e não podem ser desatendidos nem mesmo por acordo entre os seus destinatários. Ancorado nesse princípio, surgiu a máxima: “ao particular é permitido tudo aquilo que a lei não proíbe. Já ao agente público só é dado o direito de agir na forma que a lei determinar”. Para o particular vale a chamada “autonomia da vontade”, enquanto para o agente público vigora a estrita legalidade. “Portanto, a função do ato administrativo só poderá ser a de agregar à lei nível de concreção; nunca lhe assistirá instaurar originariamente qualquer cerceio a direito de terceiros” (C.A.B.M.). Este princípio é consectário do Estado Democrático de Direito (art. 1º da CF/88), onde todos se submetem ao império da lei, inclusive o próprio Estado, que, no âmbito do Direito Administrativo, é representado pela Administração Pública. Segundo C.A.B.M., “a integral vigência do princípio da legalidade pode sofrer transitória constrição perante circunstâncias excepcionais mencionadas expressamente na Lei Maior. Isto sucede em hipóteses nas quais a Constituição faculta ao Presidente da República que adote providências incomuns e proceda na conformidade delas para enfrentar contingências anômalas, excepcionais, exigentes de atuação sumamente expedida, ou eventos gravíssimos que requerem atuação particularmente. É o caso tão só das ‘medidas provisórias’ (previstas no art. 62 e parágrafos), da decretação do ‘estado de defesa’ (regulado no art. 136) e do ‘estado de sítio’ (disciplinado nos arts. 137 a 139)”. B. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE A interpretação desse princípio pode ser feita por dois aspectos, quais sejam: 1º aspecto: proíbe que os atos produzidos pela Administração se destinem ao atendimento de interesses particulares, ou que se confundam com os interesses pessoais do agente público. É corolário do princípio da generalidade, inerente às normas jurídicas: “A lei é impessoal e destina-se à observância de todos”. Favorecimentos pessoais jamais atendem ao interesse público, ou seja, ao fim público. Nem favoritismo nem perseguições são toleráveis. 2º aspecto: leva-nos à natureza da relação jurídica decorrente do ato praticado pelo agente administrativo para com a Administração, que é de imputação, e não de representação. Isto significa que “os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário que o pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa da Administração Pública, de sorte que ele é o autor institucional do ato. Ele é apenas órgão que formalmente manifesta a vontade estatal” (José Afonso da Silva, citado por ZANELLA DI PIETRO, 4ª ed., Atlas). Resumindo, os atos do agente administrativo são imputados, atribuídos à Administração, não podendo ser reivindicados por ele como realização própria, pessoal. Daí surge a Teoria do Funcionário de Fato ou Aparente. C. PRINCÍPIO DA MORALIDADE É o princípio que submete o agente administrativo à observância não apenas da norma jurídica, mas, também, da lei ética da própria instituição, impondo-lhe, em sua conduta, os ditames da moral administrativa, assim entendido o “conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração”. DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso” do facebook e tenha acesso a dicas, tabelas, resumos, informações sobre novos concursos e muito mais. http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/. Página 5 Engloba e transcende, por isso, o dever de probidade (vide, p.ex., a Lei 8.429/92 – Lei de Improbidade). É pressuposto de validade do ato administrativo. Cremos ser oportuno transcrever os incisos III e IV do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto 1.171/94: “III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo”. “IV - A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de legalidade”. O § 4º do Art. 37 da CF/88 prevê que os atos de improbidade administrativa, na forma e gradação previstas em lei, e sem prejuízo da ação penal cabível, importarão: A suspensão dos direitos políticos; A perda da função pública; A indisponibilidade dos bens; e O ressarcimento ao erário. Um recente exemplo de lei editada para se atender ao princípio da moralidade é a “Lei da Ficha Limpa” (LC 135/2010). D. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE É o princípio que impõe à Administração Pública, num primeiro aspecto, a divulgação oficial de seus atos e, num segundo aspecto, propicia aos interessados o conhecimento da conduta interna de seus agentes. Traduz a ideia de acessibilidade da informação em poder do Estado. Por esse princípio, as leis, atos e contratos administrativos que produzem consequências jurídicas fora dos órgãos que os emitem exigem publicidade para que produzam efeitos perante partes e terceiros. “A publicidade não é elemento formativo do ato e sim requisito de eficácia e moralidade. Propicia o controle dos atos e contratos da Administração pelo povo, através dos meios constitucionais: Mandado de Segurança, Ação Popular, Habeas data etc”. O texto constitucional está permeado de normas que expressam (e, às vezes, até restringem) o princípio, como por exemplo, o § 3º do art. 165, os incisos XIV, XXXIII e LX do art. 5º da CRFB/88. Assim, não se trata de aplicação absoluta, tendo em vista a possibilidade de sigilo de alguns atos. E. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA Este princípio foi introduzido no texto do caput do art. 37 da CF/88 pela EC 19/98. A doutrina busca, aos poucos, desvendar o conteúdo deste princípio. DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso” do facebook e tenha acesso a dicas, tabelas, resumos, informações sobre novos concursos e muito mais. http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/. Página 6 Pode-se conceituá-lo como o princípio que exige o exercício efetivo do cargo segundo padrões mínimos de proficiência que garantam o desempenho de serviço público adequado, como está a exigiro inciso IV do art. 175 da CF/88. Por serviço adequado entende-se aquele prestado ao povo, em geral, e a cada destinatário específico, em particular, segundo os critérios (ou requisitos) de: permanência: garante a continuidade do serviço; generalidade: oferecido com igualdade para todos; eficiência: serviço atualizado tecnicamente; cortesia: bom tratamento ao público e ao usuário; modicidade: tarifas razoáveis, quando onerosos. O requisito da eficiência já existia no nosso ordenamento constitucional (inciso II do art. 74 da CF) e vinha explícito em diversos diplomas infraconstitucionais, como, por exemplo, no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto 1.171/94 que dispõe, entre outras coisas: “XIV - são deveres fundamentais do servidor público: a) Desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, funções ou emprego público de que seja titular; b) Exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento; c) Manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviços e a legislação pertinente ao órgão onde exerce suas funções; d) Cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem”. Na Seção III - estabelece o pouco conhecido (até pelos próprios servidores) Código de Ética: “XV - É vedado ao servidor público: e) Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister; O inciso I do susomencionado Código coloca, entre as regras deontológicas, a eficácia, que, para a ciência da Administração, representa o resultado positivo obtido na comparação entre os objetivos traçados e os resultados alcançados. A eficácia depende, então, da eficiência, que resulta da relação entre os resultados alcançados e os recursos utilizados. Entre os recursos está o elemento humano. O Estatuto do Servidor Público Civil Federal (Lei 8.112/90) exige observância, e como condição de aprovação no estágio probatório, dos fatores de capacidade de iniciativa e produtividade, entre outros (art. 20, III e IV). Aliás, a Lei 1.711/52 (substituída pela Lei 8.112/90), em seu artigo 19, IV, já exigia textualmente o requisito da eficiência para aprovação no Estágio Probatório. Em seu art. 116, a Lei 8.112/90 aponta como alguns dos deveres do servidor: “I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; (...); V - atender com presteza; (...); VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público”. O art. 117 faz constar entre as proibições: “XV - proceder de forma desidiosa”. DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso” do facebook e tenha acesso a dicas, tabelas, resumos, informações sobre novos concursos e muito mais. http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/. Página 7 Já o art. 132 diz que a demissão será aplicada nos seguintes casos: “XIII - transgressão aos incisos IX a XVI do art. 117”. O Princípio da eficiência é, em síntese, o princípio pelo qual os cargos, as funções e os empregos públicos devem ser efetivamente exercidos (desempenhados), com proficiência, zelo, presteza e excelência técnica a fim de garantir a consecução do objetivo maior do Estado, que é satisfazer o interesse público através da prestação de serviço adequado, garantindo a eficácia da Administração. A sua desobediência pode levar à perda do cargo, até mesmo do servidor estável, “mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de Lei Complementar” assegurada ampla defesa (art. 41, § 1º, III, da CF/88 com a redação da Emenda Constitucional 19/98). 3. OUTROS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS A seguir, princípios denominados reconhecidos, ou não-expressos, ou implícitos. É de se ressaltar, no entanto, que tais princípios não se encontram expressos na Constituição Federal, mas estão previstos, claramente, em diversas leis infraconstitucionais. A propósito, vide o art. 2º da Lei 9.784/99 – “A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.”. São alguns deles: A. PRINCÍPIO DA FINALIDADE É o princípio que impõe ao administrador público a observância, para a prática de qualquer ato administrativo, do seu fim legal, indicado expressa ou virtualmente na norma de direito. E a finalidade maior é o interesse público ou a conveniência para a Administração. Este princípio impõe-se, de primeira mão, ao legislador e, depois, ao administrador e aos agentes públicos em geral. O legislador não deve perder de vista a finalidade maior do serviço público, que é a de satisfazer as necessidades públicas (critério político de reconhecimento) através de um serviço público adequado. Caso contrário, certamente pecará por falta de razoabilidade, regulamentando demais, onerando os cofres públicos e atingindo a esfera sagrada dos direitos individuais. Os atos que não respeitem a finalidade (geral e específica) incorrem no denominado “desvio de poder” ou “desvio de finalidade”, vício que os tornam nulos. Quem desatende ao fim legal desatende à própria lei. B. PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA É o controle realizado pela administração sobre seus próprios atos, que poderão ser revogados ou anulados, independentemente de recurso ao Poder Judiciário. É consectário do princípio da legalidade. Pauta-se na relação de subordinação existente nos órgãos públicos. Está consagrado, sobretudo, em duas súmulas do STF (Súmula 346 – “A Administração Pública pode declarar a DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso” do facebook e tenha acesso a dicas, tabelas, resumos, informações sobre novos concursos e muito mais. http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/. Página 8 nulidade dos seus próprios atos.” – e Súmula 473 – “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”). Não confundir com a denominada Tutela (ou Supervisão), que é pautada na relação de vinculação entre os entes. Trata-se de controle finalístico, restrito aos aspectos de legalidade, não envolvendo, pois, análise de mérito administrativo. C. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE "Impõe à administração atuar dentro de limites aceitáveis, utilizando-se adequadamente dos meios para atingir os fins desejados, numa congruência lógica entre as situações postas no caso concreto e as decisões administrativas tomadas". Exemplificando, é vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções aos administrados, em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público (Lei 9784/99, art. 2º, VI). É de se observar que, para MARIA SYLVIA DI PIETRO, bem assim para grande parte da doutrina e jurisprudência, o princípio da proporcionalidade "constitui um dos aspectos contidos no princípio da razoabilidade", pois este exige proporcionalidade entre os meios de que se utiliza a Administração e os fins a serem alcançados. Meios e fins são colocados em equação mediante um juízo de ponderação. Corroborando essa linha de raciocínio, veja-se o seguinte excerto extraído do repositório jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça (REsp 728.999/PR,Relator Ministro Luiz Fux), verbis: “(...) 2. A atuação da Administração Pública deve seguir os parâmetros da razoabilidade e da proporcionalidade, que censuram o ato administrativo que não guarde uma proporção adequada entre os meios que emprega e o fim que a lei almeja alcançar. 3. A razoabilidade encontra ressonância na ajustabilidade da providência administrativa consoante o consenso social acerca do que é usual e sensato. Razoável é conceito que se infere a contrario sensu; vale dizer, escapa à razoabilidade "aquilo que não pode ser". A proporcionalidade, como uma das facetas da razoabilidade revela que nem todos os meios justificam os fins. Os meios conducentes à consecução das finalidades, quando exorbitantes, superam a proporcionalidade, porquanto medidas imoderadas em confronto com o resultado almejado.” Assim, a razoabilidade seria composta de adequação, necessidade/utilidade e proporcionalidade em sentido estrito. D. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS Por este princípio, não podem os serviços públicos ser interrompidos, via de regra, por motivos comuns, dado à essencialidade e características de inadiáveis. Suas particularidades são aprofundadas no tema de “Serviços Públicos”. São exemplos de aplicação desse princípio: A limitação ao direito de Greve no serviço público; a restrição à cláusula da exceção de contrato não cumprido pela Lei de licitações; a possibilidade de ocupação provisória nos casos de serviços essenciais (art. 58, V, da Lei 8.666/93). DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso” do facebook e tenha acesso a dicas, tabelas, resumos, informações sobre novos concursos e muito mais. http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/. Página 9 “A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre, permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público” (STF - RE 693.456/RJ – DJE de 8- 11-2016 – Repercussão Geral - Tema 531). O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. É obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do Código de Processo Civil (CPC), para vocalização dos interesses da categoria. E. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA (PROTEÇÃO À CONFIANÇA) Esse princípio comporta dois vetores básicos quanto às perspectivas do cidadão. De um lado, a perspectiva de certeza, que indica o conhecimento seguro das normas e atividades jurídicas, e, de outro, a perspectiva de estabilidade, mediante a qual se difunde a ideia de consolidação das ações administrativas e se oferece a criação de novos mecanismos de defesa por parte do administrado, inclusive alguns deles, como o direito adquirido e o ato jurídico perfeito. Uma das principais implicações desse princípio vem retratada no artigo 2ª, XIII, da Lei 9.784/99, em que se diz que deve ser observada a “interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.” Outro dispositivo legal de aplicação do referido princípio é o artigo 54 daquela lei que afirma que “O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé”. Não anulando a Administração Pública nesse prazo, presume-se que ela não tem mais interesse em assim proceder, devendo, pois, consolidar-se a situação fática, ainda que pautada numa ilegalidade, convalidando-se tacitamente o ato administrativo. DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso” do facebook e tenha acesso a dicas, tabelas, resumos, informações sobre novos concursos e muito mais. http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/. Página 10 TESTANDO SEU APRENDIZADO: 1) (FCC - 2016 - AL-MS - Nível Médio) O regime jurídico administrativo tipifica o próprio direito administrativo e confere à Administração a) prerrogativas instrumentais à consecução de fins de interesse geral, não a sujeitando, no entanto, a restrições, isso em razão do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. b) prerrogativas não aplicáveis ao particular e instrumentais à cura do interesse público, tais como a autotutela e o poder de polícia, dentre outras tantas, que lhe permitem assegurar a supremacia do interesse público sobre o privado. c) privilégios em face do particular, que podem ser exercidos de forma ampla e irrestrita, em razão de sua posição vertical face aos mesmos. d) restrições e prerrogativas necessárias à consecução dos seus fins, que são igualmente identificáveis nas relações entre os privados em razão do princípio da isonomia. e) amplo poder em face do particular, que se sujeita aos seus comandos independentemente do fim objetivado, uma vez que o agir administrativo é presumidamente de acordo com a lei. 2) (FCC - 2014 - TCE-PI - Auditor Federal de Controle Externo) O ordenamento jurídico pátrio agasalha regimes jurídicos de natureza distinta. A Administração pública a) obrigatoriamente submete-se a regime jurídico de direito público em matéria contratual. b) submete-se a regime jurídico de direito público, podendo, por ato próprio, de natureza regulamentar, optar por regime diverso, em razão do princípio da eficiência e da gestão administrativa responsável, e adequado planejamento. c) pode submeter-se a regime jurídico de direito privado ou a regime jurídico de direito público, conforme disposto pela Constituição Federal ou pela lei. d) quando emprega modelos privatísticos, é integral sua submissão ao direito privado. e) pode submeter-se a regime jurídico de direito público ou de direito privado, sendo a opção, por um ou outro regime jurídico, para a Administração pública indireta, livre ao Administrador. 3) (FCC - 2016 - AL-MS - Assistente Legislativo) A Administração pública está sujeita a regime jurídico administrativo, que a) não se aplica às hipóteses de desconcentração do serviço público, método de gestão administrativa utilizado para flexibilização do regime jurídico aplicável à atuação da Administração. b) não se aplica às hipóteses de descentralização do serviço público, que passa a ser de competência de pessoas jurídicas com personalidade própria e distinta do Estado. c) não se aplica às autarquias, porque integrantes da Administração pública indireta. d) aplica-se às autarquias, pessoas jurídicas de direito público que integram a Administração pública indireta do Estado. e) pode ser afastado por decisão discricionária do Administrador, desde que justificada, em razão dos princípios da eficiência e economicidade. 4) (FCC - 2014 - TCE-RS - Auditor Público Externo) Os princípios que regem a Administração pública a) são aqueles que constam expressamente do texto legal, não se reconhecendo princípios implícitos, aplicando-se tanto à Administração direta quanto à indireta. b) podem ser expressos ou implícitos, os primeiros aplicando-se prioritariamente em relação aos segundos, ambos se dirigindo apenas à Administração direta. DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim Façaparte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso” do facebook e tenha acesso a dicas, tabelas, resumos, informações sobre novos concursos e muito mais. http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/. Página 11 c) são prevalentes em relação às leis que regem a Administração pública, em razão de seu conteúdo ser mais relevante. d) dirigem-se indistintamente à Administração direta e às autarquias, aplicando-se seja quando forem expressos, seja quando implícitos. e) aplicam-se à Administração direta, indireta e aos contratados em regular licitação, seja quando forem expressos, seja quando implícitos. 5) (FCC - 2015 - TRT - 15ª Região - Juiz do trabalho) Sobre os princípios informativos da atuação administrativa e a aplicação deles como ferramentas para controle interno e externo, considere: I. os princípios possuem força normativa e informativa aferível sempre em conjunto com as demais normas do ordenamento, não se lhes emprestando poder autônomo para servir de parâmetro de controle dos atos praticados pela Administração. II. os princípios que regem a atuação da Administração pública podem ser informativos ou interpretativos, mas em algumas hipóteses também se pode retirar força autônoma para, quando violados, servirem como fundamento direto para exercício de medidas de controle externo. III. os princípios implícitos não gozam da mesma força normativa dos princípios expressos, tendo em vista que estes podem ser invocados como fundamentos para controle dos atos da Administração, uma vez que possuem conteúdo definido e descrito na legislação vigente. Está correto o que consta em a) I, II, e III. b) I e II, apenas. c) II e III, apenas. d) I e III, apenas. e) II, apenas. 6) (FCC - 2015 - TCM-GO – Procurador) Sabe-se que os princípios que regem a Administração pública são expressos ou implícitos, não havendo distinção hierárquica entre eles. A aplicação individualizada desses princípios pode levar à prevalência de um sobre outros. Também é possível experimentar situações que aparentam mitigação da força dos princípios, quando, na verdade, constituem mera interpretação para fins de aplicação, configurando regular observância de seu conteúdo, do que é exemplo, a) o estabelecimento de distinção em função de sexo para participação em concurso público para provimento de cargos cujas atribuições guardem pertinência com as exigências e restrições objetivas feitas no edital. b) a inversão da ordem de nomeação entre os aprovados em concurso público diante de análise comparativa entre a qualificação técnica dos classificados. c) a possibilidade de preterição de norma legal expressa diante de solução mais efetiva tirada da interpretação do princípio da moralidade. d) a prevalência do princípio da eficiência diante do princípio da impessoalidade, preterindo-se a escolha objetiva pela análise de qualificação técnica. e) a preterição de norma legal expressa vigente, diante de entendimento mais favorável extraído da exegese de princípio constitucional ou legal. 7) (FCC - 2015 - TRE-RR - Analista Judiciário - Área Administrativa) A Administração Pública Federal, enquanto não concluído e homologado determinado concurso público para Auditor Fiscal da Receita Federal, alterou as condições do certame constantes do respectivo edital, para adaptá-las à nova legislação aplicável à espécie. E, assim ocorreu, porque antes do provimento do cargo, o candidato tem mera expectativa de direito à nomeação. Trata-se de aplicação do Princípio da a) Eficiência. b) Publicidade. DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso” do facebook e tenha acesso a dicas, tabelas, resumos, informações sobre novos concursos e muito mais. http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/. Página 12 c) Legalidade. d) Motivação. e) Supremacia do interesse privado. 8) (FCC - 2017 - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Analista Judiciário - Área Administrativa) Em importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, foi considerada inconstitucional lei que destinava verbas públicas para o custeio de evento cultural tipicamente privado, sem amparo jurídico-administrativo. Assim, entendeu a Corte Suprema tratar-se de favorecimento a seguimento social determinado, incompatível com o interesse público e com princípios que norteiam a atuação administrativa, especificamente, o princípio da a) presunção de legitimidade restrita. b) motivação. c) impessoalidade. d) continuidade dos serviços públicos. e) publicidade. 9) (FCC - 2017 - TRE-SP - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Considere a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro: A Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem que nortear o seu comportamento. (Direito Administrativo, São Paulo: Atlas, 29ª edição, p. 99). Essa lição expressa o conteúdo do princípio da a) impessoalidade, expressamente previsto na Constituição Federal, que norteia a atuação da Administração pública de forma a evitar favorecimentos e viabilizar o atingimento do interesse público, finalidade da função executiva. b) legalidade, que determina à Administração sempre atuar de acordo com o que estiver expressamente previsto na lei, em sentido estrito, admitindo-se mitigação do cumprimento em prol do princípio da eficiência. c) eficiência, que orienta a atuação e o controle da Administração pública pelo resultado, de forma que os demais princípios e regras podem ser relativizados. d) supremacia do interesse público, que se coloca com primazia sobre os demais princípios e interesses, uma vez que atinente à finalidade da função executiva. e) publicidade, tendo em vista que todos os atos da Administração pública devem ser de conhecimento dos administrados, para que possam exercer o devido controle. 10) (FCC - 2015 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário) O artigo 37 do § 1º da CF expressamente proíbe que conste nome, símbolo ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos em publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos. A referida proibição decorre da aplicação do princípio da a) impessoalidade, que está expressamente previsto no art. 37 da CF e deve ser observado, como no exemplo, em relação à própria Administração e também em relação aos administrados. b) especialidade, que a despeito de não estar expressamente previsto no art. 37 da CF, deve ser observado, como no exemplo, tanto em relação à própria Administração como em relação aos administrados. c) impessoalidade, que está expressamente previsto no art. 37 da CF e deve ser observado, como no exemplo, em relação à própria Administração, mas não em relação aos administrados, que estão sujeitos ao princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso” do facebook e tenha acesso a dicas, tabelas, resumos, informações sobre novos concursos e muito mais. http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/. Página 13 d) especialidade, que decorre do princípio da legalidade e da indisponibilidade do interesse público sobre o privado e, por essa razão, aplica-se à atividade publicitária da Administração, tida por especial em relação às demais atividades públicas. e) publicidade, que está expressamente previsto no artigo 37 da CF e configura-se no princípio legitimador da função administrativa, informada pelo princípio democrático. 11) (FCC - 2016 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - ÁreaAdministrativa) Manoela foi irregularmente investida no cargo público de Analista do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região, tendo, nessa qualidade, praticado inúmeros atos administrativos. O Tribunal, ao constatar o ocorrido, reconheceu a validade dos atos praticados, sob o fundamento de que os atos pertencem ao órgão e não ao agente público. Trata-se de aplicação específica do princípio da a) impessoalidade. b) eficiência. c) motivação. d) publicidade. e) presunção de veracidade. 12) (FCC - 2015 - MPE-PB - Técnico Ministerial) A sistemática dos precatórios judiciais está prevista no artigo 100 da Constituição Federal que dispõe: Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. O citado dispositivo constitucional constitui cristalina aplicação do princípio da a) presunção de veracidade. b) publicidade. c) motivação. d) supremacia do interesse privado. e) impessoalidade. 13) (FCC - 2015 - DPE-RR – Administrador) Quando um Prefeito comete um ato relacionado à indistinção entre os patrimônios público e privado, ele está violando o princípio da a) impessoalidade. b) eficiência. c) publicidade. d) moralidade. e) finalidade. 14) (FCC - 2015 - TRT - 6ª Região (PE) - Juiz do trabalho) Acerca dos princípios informativos da Administração pública, considere: I. O princípio da publicidade aplica-se também às entidades integrantes da Administração indireta, exceto àquelas submetidas ao regime jurídico de direito privado e que atuam em regime de competição no mercado. II. O princípio da moralidade é considerado um princípio prevalente e a ele se subordinam os demais princípios reitores da Administração. DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso” do facebook e tenha acesso a dicas, tabelas, resumos, informações sobre novos concursos e muito mais. http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/. Página 14 III. O princípio da eficiência, que passou a ser explicitamente citado pela Carta Magna a partir da Emenda Constitucional nº 19/1998, aplica-se a todas as entidades integrantes da Administração direta e indireta. Está correto o que consta APENAS em a) III. b) I e II. c) II e III. d) I e) II 15) (FCC - 2016 - PGE-MT - Analista – Administrador) A respeito dos princípios básicos da Administração pública no Brasil, é INCORRETO afirmar que o princípio a) de impessoalidade demanda objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes públicos. b) de legalidade demanda atuação da Administração pública conforme a lei e o Direito. c) de moralidade demanda atuação da Administração pública segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé. d) da eficiência demanda celeridade na atuação da Administração pública, se necessário em contrariedade à lei, dada a primazia do resultado sobre a burocracia. e) de publicidade demanda a divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas no ordenamento jurídico. 16) (FCC - 2015 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Os princípios balizadores das atividades da Administração pública ganharam importância e destaque nas diversas esferas de atuação, tal como o princípio da eficiência, que a) permite que um ente federado execute competência constitucional de outro ente federado quando este se omitir e essa omissão estiver causando prejuízos aos destinatários da atuação. b) autoriza que a Administração pública interprete o ordenamento jurídico de modo a não cumprir disposição legal expressa, sempre que ficar demonstrado que essa não é a melhor solução para o caso concreto. c) deve estar presente na atuação da Administração pública para atingimento dos melhores resultados, cuidando para que seja com os menores custos, mas sem descuidar do princípio da legalidade, que não pode ser descumprido. d) substituiu o princípio da supremacia do interesse público que antes balizava toda a atuação da Administração pública, passando a determinar que seja adotada a opção que signifique o atingimento do melhor resultado para o interesse público. e) não possui aplicação prática, mas apenas interpretativa, tendo em vista que a Administração pública está primeiramente adstrita ao princípio da supremacia do interesse público e depois ao princípio da legalidade. 17) (FCC - 2014 - TRT - 19ª Região (AL) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) Determinada empresa do ramo farmacêutico, responsável pela importação de importante fármaco necessário ao tratamento de grave doença, formulou pedido de retificação de sua declaração de importação, não obtendo resposta da Administração pública. Em razão disso, ingressou com ação na Justiça, obtendo ganho de causa. Em síntese, considerou o Judiciário que a Administração pública não pode se esquivar de dar um pronto retorno ao particular, sob pena inclusive de danos irreversíveis à própria população. O caso narrado evidencia violação ao princípio da: a) publicidade. b) eficiência. c) impessoalidade. d) motivação. DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso” do facebook e tenha acesso a dicas, tabelas, resumos, informações sobre novos concursos e muito mais. http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/. Página 15 e) proporcionalidade. 18) (FCC - 2017 - TRT - 11ª Região (AM e RR) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) A atuação da Administração é pautada por determinados princípios, alguns positivados em âmbito constitucional ou legal e outros consolidados por construções doutrinárias. Exemplo de tais princípios são a tutela ou controle e a autotutela, que diferem entre si nos seguintes aspectos: a) a autotutela é espontânea e se opera de ofício, enquanto a tutela é exercida sempre mediante provocação do interessado ou de terceiros prejudicados. b) a autotutela se dá no âmbito administrativo, de ofício pela Administração direta ou mediante representação, e a tutela é exercida pelo Poder Judiciário. c) ambas são exercidas pela própria Administração, sendo a tutela expressão do poder disciplinar e a autotutela do poder hierárquico. d) a tutela decorre do poder hierárquico e a autotutela é expressão da supremacia do interesse público fundamentando o poder de polícia. e) é através da tutela que a Administração direta exerce o controle finalístico sobre entidades da Administração indireta, enquanto pela autotutela exerce controle sobre seus próprios atos. 19) (FCC - 2015 - DPE-SP – Administrador) Considere a seguinte situação hipotética. Em uma manifestação popular pacífica, centenas de policiais militares dispararam bombas de gás e balas de borracha por horas ininterruptas contra os manifestantes que reivindicavam direitos trabalhistas ao governo. Por considerar exagerada a reação dos policiais, que deixou centenas de feridos, o Ministério Público sustenta que os agentes públicos responsáveis pela operação violaram princípios da Administração pública, em especial o princípio da a) especialidade, uma vez que o excesso de violência dos policiais anula os objetivos de sua função, de garantir a ordem. b) segurança jurídica, porque a ação dos policiais colocou em risco a vida dos manifestantes, afetando a ordem social. c) proporcionabilidade,pois os policiais utilizaram medidas de intensidade superior à estritamente necessária à situação. d) impessoalidade, já que os policiais promoveram tratamento diferenciado, atingindo somente parte dos manifestantes. e) eficiência, em razão dos resultados da repressão policial acarretarem ônus financeiros para a Administração pública. 20) (FCC - 2015 - TRE-PB - Técnico Judiciário - Área Administrativa) O princípio da supremacia do interesse público a) é hierarquicamente superior aos demais princípios, impondo-se sempre que houver conflito entre o interesse público e o interesse particular. b) foi substituído pelo princípio da indisponibilidade dos bens públicos, posto que as decisões que visam ao atendimento do interesse público não colidem mais, na atualidade, com os interesses privados. c) depende de interpretação do conteúdo no caso concreto, não se aplicando apriorística ou isoladamente, sem considerar os demais princípios e as demais normas que se apliquem aos diversos interesses contrapostos, públicos e privados. d) é aplicado quando inexiste disposição legal para orientar determinada atuação, posto que, em havendo, é típico caso de incidência do princípio da legalidade. e) depende essencialmente do princípio da legalidade, uma vez que, para sua integral aplicação e validade, é necessário que exista norma legal expressa nesse sentido. DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso” do facebook e tenha acesso a dicas, tabelas, resumos, informações sobre novos concursos e muito mais. http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/. Página 16 GABARITO 1) B 2) C 3) D 4) D 5) E 6) A 7) C 8) C 9) A 10) A 11) A 12) E 13) D 14) A 15) D 16) C 17) B 18) E 19) C 20) C
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