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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA COLÉGIO AGRÍCOLA ESTADUAL AUGUSTO RIBAS IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA FAMILIAR PONTA GROSSA 2017 INTRODUÇÃO A agricultura familiar corresponde à produção agropecuária realizada por pequenos produtores em que o sistema agropecuário é mantido pelo núcleo familiar e, no máximo, por alguns poucos funcionários assalariados. Essa prática refere-se, portanto, a pequenas propriedades rurais, nunca maiores que quatro módulos fiscais. No presente trabalho apresentado para a disciplina de Administração e Extensão Rural ministrada pelo professor Michel, será apresentada a importância da agricultura familiar no Brasil e suas respectivas características. IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA FAMILIAR Atualmente a agricultura familiar é considerada um importante segmento do agronegócio no Brasil, já que é a grande geradora de empregos no campo e responsável por uma significativa parte da produção de alimentos que abastece o mercado interno. Há cerca de 20 anos iniciou-se um processo de reconhecimento e de criação de instituições de apoio a este modelo de agricultura, como as políticas públicas de estímulo aos agricultores familiares, as secretarias de governo orientadas exclusivamente às categorias, e em especial a Lei da Agricultura Familiar, promulgada em 2006 e que a reconhece oficialmente como profissão. Segundo o documento da ONU, a agricultura familiar produz cerca de 80% dos alimentos consumidos e preserva 75% dos recursos agrícolas do planeta. No Brasil, os agricultores familiares são responsáveis pela maioria dos alimentos que chegam à mesa da população, como o leite (58%), a mandioca (83%) e o feijão (70%). Ela constitui a base econômica de 90% dos municípios brasileiros, responde por 35% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e está ligada a 40% da população economicamente ativa do país. De acordo com dados do Censo Agropecuário de 2006, cerca de 4,4 milhões de unidades produtivas no país – metade delas situada na região Nordeste – são propriedades rurais pertencentes a grupos familiares. O destaque está no estado do Paraná, onde 320 mil propriedades das 374 mil, pertencem a agricultores familiares, e aproximadamente 50% do valor bruto da produção vem deste modelo de agricultura – a expectativa de safra do estado corresponde a 30 milhões de toneladas de grãos. Entre os incentivos do governo brasileiro para a agricultura familiar, está o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). É pelo Pronaf que os agricultores acessam o Mais Alimentos, o programa que permite aos produtores familiares comprarem tratores e implementos agrícolas com juros subsidiados. E isso ajuda a aumentar a produtividade e, consequentemente, a quantidade e qualidade dos alimentos que os brasileiros consomem. Para dar suporte, os agricultores têm os serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). A Ater proporciona ao agricultor a troca de conhecimento, seja para produção tradicional ou para a orgânica e agroecológica. Atualmente, mais de 800 mil famílias de agricultores e assentados da reforma agrária já recebem esse atendimento. Observando-se os dados recentes a respeito da produção de alimentos, nota- se que o reconhecimento da agricultura familiar tem se dado através de três formas principais (distintas, porém complementares): a primeira está relacionada à sua importância econômica; a segunda está ligada ao reconhecimento institucional pela definição de políticas públicas; e a terceira vem da mudança de valores relacionados a este modelo de agricultura, que passou de ineficiente e inadequado para um modelo moderno, eficiente, sustentável e produtor de alimentos. CARACTERÍSTICAS DA AGRICULTURA FAMILAR Segundo a Constituição brasileira, materializada na Lei nº 11.326 de julho de 2006, considera-se agricultor familiar aquele que desenvolve atividades econômicas no meio rural e que atende alguns requisitos básicos, tais como: não possuir propriedade rural maior que 4 módulos fiscais*; utilizar predominantemente mão de obra da própria família nas atividades econômicas de propriedade; e possuir a maior parte da renda familiar proveniente das atividades agropecuárias desenvolvidas no estabelecimento rural. A agricultura familiar é a produção agrícola e pecuária realizada por pequenos produtores, empregando, em geral, mão de obra relacionada com o núcleo familiar, mas também podendo contar com a presença de trabalho assalariado. Trata-se de uma das expressões mais importantes em termos de produção de alimentos no Brasil, além de ser um dos setores que mais empregam trabalhadores no meio rural atualmente. Em termos gerais, a agricultura familiar caracteriza-se pelas pequenas propriedades, pelo fato de ser a família a dona dos meios de produção e da terra e pela produção geralmente pouco incrementada por fertilizantes, voltada em maior parte para a produção de alimentos e bens de consumo. As principais características dos agricultores familiares são a independência de insumos externos à propriedade e a produção agrícola estar condicionada às necessidades do grupo familiar. No entanto, diversas outras características estão associadas a este tipo de agricultor como o uso de energia solar, animal e humana, a pequena propriedade, a alta auto-suficiência e pouco uso de insumos externos, a força de trabalho familiar ou comunitária, a alta diversidade ecogeográfica, biológica, genética e produtiva, baixa produção de dejetos, a predominância dos valores de uso, se baseia no intercâmbio ecológico com a natureza, o conhecimento holístico, ágrafo e flexível. O agricultor familiar é regularmente citado como sendo de baixa tecnologia. Este fato, no entanto, devido à ampla variabilidade cultural, social e econômica não ocorre para todos os agricultores. Deve-se considerar que baixo insumo não é baixa tecnologia. Por exemplo, na agricultura empresarial, o plantio de milho safrinha utiliza alta tecnologia, mas, com baixas adubações, cultivares mais precoces, tolerantes aos enfezamentos e à seca, bom enraizamento, menor população de plantas, entre outras características. Desta forma, lavouras de agricultores familiares que utilizam baixa adubação não devem ser consideradas de baixa tecnologia, pois utilizam baixos insumos externos. Muitos destes agricultores utilizam todos os recursos fitotécnicos disponíveis como o controle de plantas daninhas, a população de plantas adequada para a consorciação, cultivares com baixo valor de semente, mas que possuem alta estabilidade fenotípica, etc... Portanto, deve-se dissociar baixa tecnologia de baixo insumo. CONCLUSÃO A importância da agricultura familiar no Brasil está na grande produção de alimentos que essa atividade realiza, pois, na maioria dos casos, os agricultores familiares não direcionam suas mercadorias ao mercado externo, mas sim para o atendimento imediato de sua produção. Não se pode generalizar, mas, na maioria dos casos, os produtores familiares não utilizam uma grande quantidade de agrotóxicos, fato que associa, muitas vezes, a agricultura familiar à agricultura orgânica. Outra característica é que esse segmento da economia agrícola não emprega uma grande quantidade de maquinários, algo mais comum nas grandes propriedades, não havendo, portanto, a substituiçãodo trabalhador do campo pelos equipamentos. No Brasil, apenas 20% das terras agricultáveis pertencem aos pequenos produtores familiares, segundo dados do Censo Agropecuário. Mesmo assim, a agricultura familiar é responsável por mais de 80% dos empregos gerados no campo, o que evidencia a importância desse segmento na geração de trabalho e renda e também na contenção do êxodo rural. REFERÊNCIAS http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/importancia-agricultura- familiar-seguranca-alimentar/ http://www.ufrgs.br/redesan/news/onu-reforca-a-importancia-da-agricultura- familiar-para-o-mundo http://escolakids.uol.com.br/agricultura-familiar.htm http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/agricultura-familiar.htm
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