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FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL CURSO DE ODONTOLOGIA DANILE SOARES ROCHA SALES ARAÚJO INGRID MARIA BEZERRA ALVES MARIA DANIELA PEREIRA MARINA MATOS NICE CLÁUDIA LIMA VANESSA PEREIRA NASCIMENTO CONDUTA CLÍNICA NAS EMERGÊNCIAS MÉDICAS NA PRÁTICA ODONTOLÓGICA TERESINA 2014 DANILE SOARES ROCHA SALES ARAÚJO INGRID MARIA BEZERRA ALVES MARIA DANIELA PEREIRA MARINA MATOS NICE CLÁUDIA LIMA VANESSA PEREIRA NASCIMENTO CONDUTA CLÍNICA NAS EMERGÊNCIAS MÉDICAS NA PRÁTICA ODONTOLÓGICA Trabalho apresentado à Faculdade Integral Diferencial (FACID), como parte dos requisitos para obtenção de nota parcial nas disciplinas de Metodologia Científica e Introdução à Odontologia. Orientadoras: Prof. Msc Sandra Barreto e Me. Lara Cândido. TERESINA 2014 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 3 2 TIPOS DE EMERGÊNCIAS MÉDICAS............................................................ 4 2.1 Sistema Imunológico .................................................................................. 4 2.2 Sistema Circulatório ................................................................................... 5 2.3 Sistema Nervoso.......................................................................................... 2.4 Sistema Endócrino ...................................................................................... 3 PRIMEIROS SOCORROS................................................................................ 4 CONCLUSÃO .................................................................................................. REFERÊNCIAS.................................................................................................... 6 7 9 11 12 1 INTRODUÇÃO O surgimento de emergências médicas no consultório odontológico são situações que nem sempre são comuns no dia-dia do Cirurgião Dentista. Por ser ele um profissional da área da saúde, tem por obrigação zelar pelo bem-estar de seu paciente, devendo então estar preparado para quaisquer condições que exija uma atuação imediata, a fim de evitar maiores complicações à vida de alguém. O profissional da odontologia pode se deparar, em seu local de trabalho, com intercorrências médicas que não estão necessariamente vinculadas ao tratamento odontológico, porém, mais comumente associadas às alterações sistêmicas pré-existente em cada paciente, como quadros cardiorrespiratórios, alergia aguda, hipoglicemia, crises convulsivas entre outros. Este trabalho tem caráter bibliográfico e exploratório, desenvolvido a partir de informações obtidas em fontes eletrônicas e bibliográficas, e tem por objetivo descrever alguns tipos de emergências médicas no consultório odontológico e como reagir diante delas. 2 TIPOS DE EMERGÊNCIAS MÉDICAS As emergências mais comuns nos consultórios odontológicos estão ligadas a ansiedade, ao medo e outros problemas que o paciente possa ter no momento do atendimento. Isso demostra o quanto é importante à realização de um curso preparatório para atender algumas das emergências do sistema imunológico, sistema circulatório, sistema nervoso e sistema endócrino. 2.1 Sistema Imunológico A reação alérgica é o resultado de uma reação antígeno-anticorpo a uma substância previamente exposta ao paciente. A histamina e outras substâncias químicas complexas são liberados a partir de células do corpo causando sintomas ao paciente. Estes sintomas podem ser confinados a um único órgão ou tornar-se generalizada – anafilaxia (NAGAO-DIAS, 2004). No consultório, as reações mais comuns estão associadas à exposição ao látex, anestésicos locais, ou antibióticos, mas alimentos ingeridos pelo paciente antes da visita podem desencadear esta síndrome, como nozes, mariscos, produtos lácteos, e morangos (OLIVEIRA, 2009). A reação alérgica ao látex das luvas pode se manifestar de várias formas, umas delas é a forma de dermatite de contato por mecanismo alérgico causando inflamação na pele. É bom ressaltar que a maiorias das ocorrências alérgicas podem ser resolvidas de forma imediata, contudo em alguns casos podem assumir proporções significativas. Respiração ofegante pode ser o resultado de algo que o paciente pode ter inalado o que afeta os pulmões. A reação também pode ser devido a uma injeção de anestésico ou antibiótico local, resultando em uma erupção da pele com coceira intensa. Em outros casos, os alimentos ingeridos podem levar ao inchaço das vias aéreas superiores. Na sua forma mais grave, uma reação alérgica pode evoluir para anafilaxia, uma condição em vários sistemas do corpo que são afetados simultaneamente (ENSINA, 2009). O tratamento de reações alérgicas e anafilaxia é a mesma: proporcionar cuidados de suporte e administrar epinefrina. Manter as vias aéreas do paciente, administrar oxigênio e monitorar os sinais vitais. A epinefrina é o tratamento de escolha para a reações alérgicas, e reverte a todos os sintomas da histamina induzida e bloqueia a libertação de histamina mais. (NAGAO-DIAS, 2004). Com tudo é importante o profissional realizar anamnese do paciente para que situações indesejadas possam ser evitadas, cabe ao paciente informar ao Cirurgião Dentista sobre todas as situações de riscos a uma alergia prévia, caso o quadro do paciente precise ser analisado com mais profundidade ele será encaminhado a um médico alergista para que assim sejam esclarecidas a biocompatibilidade do paciente aos produtos que serão usados nos tratamentos dentários. 2.2 Sistema Circulatório O tratamento odontológico faz o paciente vivenciar situações que variam de palpitações, sincope, parada cardíaca, entre outras desordens circulatórias, principalmente àqueles que apresentam história previa de doenças circulatórias. A tensão emocional e a ansiedade são fatores importantes desencadeadores desses problemas, situações comuns durante o atendimento odontológico. Podemos destacar duas das principais alterações circulatórias importantes: Síncope Trata-se de perda temporária e momentânea da consciência, devido a uma diminuição da oxigenação cerebral, consequência da redução do fluxo sanguíneo para o cérebro. Seus sinais e sintomas correspondem à palidez, hipotensão, taquicardia, escurecimento da visão, zumbido, sonolência e sensação de vazio gástrico. Parada cardíaca De todas as emergências que podem ocorrer no consultório odontológico a parada cardíaca, certamente, é a mais grave. A parada cardíaca pode resultar de um ritmo cardíaco anormal ou ser secundária à parada respiratória. No caso de qualquer um, intervenção e tempo imediato é essencial. Em episódios de angina, a artéria coronária estreitada por aterosclerose é incapaz de fornecer ao músculo cardíaco sangue oxigenado em quantidades adequadas, causando dor no peito. Normalmente, a dor da angina no peito está diretamente relacionada ao exercício, estresse e ansiedade (FIGUEIREDO, 2013). No infarto do miocárdio, um coágulo de sangue em uma das artérias coronárias se desenvolve cortando o fornecimento de sangue a uma porção do músculo do coração. Sem um fornecimento de sangue, o músculo cardíaco morre dentro de algumas horas. As arritmias cardíacas são condições susceptíveis a cardiopatias isquêmicas. O paciente vai queixar-se de dor no peito geralmente descrita como uma sensação de peso ou pressão. Esta dor ou dormência pode irradiar em qualquer dos seus ombros, braços, pescoço, mandíbula, direto para a parte de trás ou na parte superior do abdômen. As queixas de falta de ar, náuseas ou vômitos são comuns, e a pele do paciente pode apresentar-se pálida e suada. (NICOLAU, 2007). É importante a realização de uma minuciosa história médica, onde uma avaliação física do paciente e exames laboratoriais mostre a realidade do estado geral de saúde dos pacientes e com isso se obter um método dediagnóstico de possíveis emergências que possa aparecer. O procedimento deste exame deve ser iniciado pela tomada dos sinais vitais, com o paciente em repouso, incluindo a avaliação da frequência cardíaca, da frequência respiratória, pressão arterial e temperatura, sendo os dados anotados no prontuário clínico. 2.3 Sistema Nervoso Durante o tratamento odontológico, a história médica do paciente deve ser bem investigada para que se possa evitar transtornos para o paciente e para o dentista. Esses transtornos inclui convulsões. As convulsões são mais comuns entre pacientes epiléticos, mas podem ocorrer com qualquer pessoa, por uma várias razões, incluindo reações adversas a anestésicos outros medicamentos dentários. É necessário ter coordenação, agir rápido e, mais importante, ter o foco na saúde do paciente. Convulsões são causadas por ondas elétricas anormais de atividade no cérebro que estimulam outras células responsáveis pela atividade motora, de sensação ou consciência (BENTES, 2012). Em alguns casos, o paciente pode ter uma premonição acerca de ter uma convulsão. Esta premonição, chamado de aura, pode assumir a forma de um cheiro estranho, alucinações visuais ou auditivas, ou outra sensação. Isso permite que o paciente leve tempo que varia de alguns segundos a minutos, para se preparar para o ataque. Quando um ataque começa, o paciente perde a consciência e, em seguida, torna-se rígidos os seus músculos esqueléticos. O paciente apresenta apneia, cianose, dentre outras condições. Isto é seguido pela fase clônicas em que os músculos se contraem e relaxam em ondas. Durante esta fase, os movimentos involuntários tornam o paciente suscetível a ferimentos na cabeça, braços, ou pernas, e eles podem se tornar incontinentes de urina e fezes. Uma convulsão é seguida por um período de sonolência, confusão e fadiga extrema chamada a fase de pós-ictal (BARBOSA, 2006). Ao observar uma crise convulsiva, saber o que não fazer é tão importante quanto saber o que fazer. Nunca tentar colocar qualquer objeto ou força entre os dentes do paciente é o ideal, assim como varas de mordida são ineficazes e podem causar danos às estruturas orais. Não tentar restringir os movimentos do paciente também é de fundamental importância, pois as pessoas que experimentam uma convulsão exibem uma força incrível, durante o episódio convulsivo. Esses ataques duram cerca de 2 minutos, e se ultrapassar esse tempo, o indicado é chamar socorro médico (NICOLE-CARVALHO, 2002). Caso tenhamos que amparar uma pessoa em crise convulsiva no consultório ou fora dele, devemos fazê-lo da maneira mencionada, nunca se esquecendo de encaminhá-lo, posteriormente à primeira crise, a um hospital e, principalmente, termos uma boa dose de paciência e compreensão. 2.4 Sistema Endócrino A hipoglicemia ocorre quando há glicose na corrente sanguínea insuficiente para atender às demandas de células metabólicas. Hipoglicemia verdadeira é visto apenas em diabéticos insulino-dependente (tipo I) ou em diabéticos do Tipo II que faz uso de hipoglicemiantes orais. A falta de glicose nos neurônios do sistema nervoso central resulta em disfunção imediata, fazendo com que o paciente pareça confuso e agitado. Os pacientes também podem se queixar de uma dor de cabeça ou apresentar um comportamento bizarro. Apresenta a sua pele pálida, fria e úmida, e aumento da frequência cardíaca. Na ocasião, um paciente pode apresentar atividade convulsiva ou sintomas variados. Se uma fonte de glicose não é administrado imediatamente pode resultar em dano permanente a paciente (POSSOBON, 2007). A hipoglicemia ocorre quando os níveis de açúcar no sangue cai abaixo de 80 mg / dl e geralmente se torna mais aguda com 20-30 mg / dl. A hipoglicemia pode ser evitada nos por ter certeza que a insulina diabético dependente tenha comido antes do tratamento, com o agendamento de consultas na parte da manhã, e por ter uma fonte de glicose prontamente disponíveis em consultório. Se o paciente apresenta sinais e sintomas de hipoglicemia, administrar um hidrato de carbono por via oral: açúcar de mesa, ou até mesmo uma colher de mel ou gelo para elevar os níveis de glicose no sangue. Para um paciente que se apresenta inconsciente, manter sua via aérea livre, vira-lo de lado para evitar aspiração e administrar glicose na bochecha. Isto normalmente irá fornecer glicose suficiente para permitir que o paciente recupere a consciência. Depois de uma reação hipoglicêmica, aconselhar o paciente a comer uma refeição com níveis elevados de açúcar para evitar a repetição do episódio de hipoglicemia (ALVES, 2010). Verifica-se necessário o conhecimento dos cirurgiões-dentistas a respeito dos aspectos etiológicos, patogênicos, epidemiológicos e clínicos das alterações endócrinas, a fim de adotar uma conduta clínica adequada às condições peculiares do paciente durante a consulta odontológica, promovendo bem-estar e melhores condições de saúde ao mesmo. 3 PRIMEIROS SOCORROS É aconselhado ao profissional manter em seu consultório um kit de medicamentos os quais serão utilizados para intervir em um episódio de emergência médica. O mínimo necessário está listado no quadro abaixo: Quadro 1 - Medicamentos básicos: Nome genérico e dosagem de apresentação Exemplo de nome do produto Finalidade Administração Salbutamol Aerolin Broncodilatador Aerosol Adrenalina ou Epinefrina 1:1000 EV Midazolan 15mg ou 5ml Dormonid Ansiolítico, Hipnótico, Anticonvulsivante. Benzodiazepínico VO ou IM Diazepan 10mg Diazepan Ansiolítico.Benzodiazepínico VO Captopril 25mg Capoten Vasodilatador, Anti-hipertensivo VO ou EV Nitroglicerina – Dinitrato de isossorbida 5mg Isordil Vasodilatador Coronariano Sublingual ou spray AAS Aspirina Antiplaquetário VO Prometazina 25mg Fenergan Bloqueador Anti-histamínico IM Cloridrato de Glucagon 1ml Glucagen Hiperglicemiante SC Fenitoína 5ml Hidantal Anticonvulsivante IM Dexametasona 5mg Dexametasona Glicocorticóide EV Flumazenil 5ml Uso hospitalar Anexate Antagonista de diazepínicos EV Amônia Aromática Inalatório Dextrose anti-hipoglicêmico VO Soro Glicosado 5% e Soro Fisiológico 0,9% EV Oxigênio Inalatório Fonte: CAPUTO (2009) Quadro 2 - Equipamentos básicos. Esfignomanômetro Estetoscópio Ambu Máscara facial Cânulas orofaríngeas Seringas e agulhas hipodérmicas Cilindro de oxigênio e acessórios Material para acesso venoso torniquete, cateter) (escalpe, Equipamento de sucção Medidor de glicemia Fonte: CAPUTO (2009) 4 CONCLUSÃO Diante do exposto, conclui-se que é importante estabelecer um protocolo de atendimento ao paciente com risco iminente de desencadear alguma situação emergencial no consultório odontológico. O cirurgião dentista deve reconhecer, mediante sinais e sintomas apresentados os tipos de emergência e utilizar os recursos científicos e materiais a manutenção da vida do paciente. O profissional não pode incorrer em omissão de socorro, pelo contrário, legalmente ele responde pela vida do paciente. Para lidar com essas situações de emergências os cirurgiões dentistas devem estar preparados para reconhecê-las e trata-las. REFERÊNCIAS ALVES, C. et al. Atendimento odontológico do paciente com diabetes melito: recomendações para a prática clínica. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, v. 5, n. 2, 2010. BARBOSA, M. P. L.; BONI, C. L. A.; DE ANDRADE, F. C. J. Conduta na intoxicação por anestésicos locais. CEP, v. 30455, p. 700. 2006. BENTES, C. C; PIMENTEL, J. G. Estado de mal convulsivo. Aspectos fisiopatológicos e clínicos. Acta medica portuguesa, v. 16, n. 2, p. 77-80, 2012. CAPUTO, Isamara Geandra Cavalcanti. EMERGÊNCIAS MÉDICAS EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO: IMPLICAÇÕES ÉTICAS E LEGAIS PARA O CIRURGIÃO-DENTISTA. 2009. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas. DESCOMPENSADA,INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. I Diretriz Latino-Americana para avaliação e conduta na insuficiência cardíaca descompensada. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 85, n. Suplemento III, 2005. ENSINA, L. F et al. Reações de hipersensibilidade a medicamentos: parte II. Rev. bras. alergia imunopatol, v. 32, n. 3, p. 74-83, 2009. FIGUEIREDO, A. E. et al. Determinação do tempo de apresentação a emergência de pacientes com infarto agudo do miocárdio. Revista de Enfermagem da UFSM, v. 3, n. 1, p. 93-101, 2013. GUIMARÃES, P. S. P. Emergências Médicas em Odontologia. Revista Brasileira de Odontologia, Rio de Janeiro, v. 58, n. 5, p. 294-295, set./out. 2001. NAGAO-DIAS, A. T. et al . Reações alérgicas a medicamentos. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre , v. 80, n. 4, Aug. 2004 . NICOLAU, J. C et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Angina Instável e Infarto Agudo do Miocárdio sem Supradesnível do Segmento ST: PARTE II Condutas nos Pacientes de Risco Intermediário e Alto. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 77, p. 24-38, 2001. NICOLAU, J. C et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre angina instável e infarto agudo do miocárdio sem supradesnível do segmento ST (II Edição, 2007). Arq Bras Cardiol, v. 89, n. 4, p. e89-e131, 2007. NICOLE-CARVALHO, V.; SOUZA, H.; MIRANDA, A. M. Conduta no primeiro episódio de crise convulsiva. J Pediatr (Rio de J.), v. 78, n. supl 1, p. S14-9, 2002. OLIVEIRA, A. N et al. Reações alérgicas medicamentosas no consultório odontológico. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo, v. 21, n. 3, p. 268-76, 2009. POSSOBON, R. S. et al. O tratamento odontológico como gerador de ansiedade. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 12, n. 3, p. 609-616, set./dez. 2007.
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