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Aula 01 Conceitos Introdutórios Parte I

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Direito Processual Penal|Material Complementar 
Prof. Marcelo Adriano | fb.com/Professor-Marcelo-Adriano-Operacional
1. PAPEL DO ESTADO
O Estado é o produto da soma da vontade de todos os que vivem sob sua jurisdição. Ele é o garantidor da 
pela paz social. Atenção é dada à proteção de bens jurídicos mais relevantes, que, quando agredidos, 
geram profundos prejuízos físicos, emocionais e patrimoniais ao corpo social, sendo, em boa parte das 
vezes, irreparáveis. 
O Estado tem poder de editar normas (leis) e monopólio da força. 
2. DIREITO PENAL
Ramo do direito público que tem por funções: a) selecionar os bens mais relevantes para a sociedade; b) 
descrever as condutas consideradas agressões insuportáveis a esses bens jurídicos (crimes e 
contravenções) e as diversas circunstâncias que possam influenciar de qualquer forma em algum aspecto 
relevante; e c) estabelecer as sanções para aqueles que incorrerem na prática das infrações penais. 
3. JUS PUNIENDI
1) Poder-dever de punir em abstrato
O direito de punir em abstrato é representado pela previsão legal do tipo penal de crime, que se aplica a 
todas as pessoas dentro de determinado espaço. 
2) Poder-dever de punir em concreto
O direito de punir em concreto é representado pela persecução penal exercida em face da pessoa que 
comete qualquer fato definido como crime. 
4. PERSECUÇÃO PENAL (PERSECUTIO CRIMINIS)
Conjunto de atividades estatais destinadas a propiciar ao Estado o exercício do Jus Puniendi, que significa 
fazer cumprir em concreto a lei penal. 
É necessário que sejam elucidados todos os acontecimentos relacionados ao fato, para que, em primeiro 
lugar, se chegue a três conclusões: 
1) Existe prova da existência da infração penal;
2) Existem, ao menos, indícios suficientes de autoria;
3) Quais foram as circunstâncias em que o fato aconteceu.
Em um segundo momento, deve-se processar os acusados e aplicar a pena àquele que cometeu a conduta 
criminosa, levando em consideração todas as circunstâncias relacionadas ao fato. 
Pode-se entender, desse modo, a persecução penal em duas partes distintas: 
1) Pré-processual, investigativa (extrajudicial):
2) Processual, ação penal (judicial):
5. DIREITO PROCESSUAL PENAL
5.1. Obrigações para o Estado? 
1) Aplicação efetiva da lei penal aos culpados pelo cometimento de um crime, contribuindo para a
manutenção da paz social;
2) Garantia a todos acusados de um devido processo legal.
3) Aplicação de uma pena previamente estabelecida e compatível com a conduta criminosa e com todas as
circunstâncias que a envolveram.
5.2. Necessidades: 
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Direito Processual Penal|Material Complementar 
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(1) Obter informações;
(2) Definir regras para obtenção da informação;
(3) Definir regras e procedimentos para que se possa processar o acusado;
(4) Definir providências para proteção da sociedade até que se possa aplicar a pena;
(5) Definir atribuições (quem investiga, quem acusa, quem julga, quem aplica a pena);
(6) Definir regras sobre execução penal;
(7)Definir os limites da atuação estatal.
5.3. Conceito 
Ramo do Direito Público formado por um conjunto de princípios, normas e procedimentos, que tem por 
finalidade disciplinar a persecução penal, desde os procedimentos investigatórios (Inquérito Policial), o seu 
processo (Ação Penal), até a aplicação da pena, visando solucionar as lides de natureza penal. 
6. LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO:
Princípio prevalente: territorialidade (soberania nacional). 
Crime (viés penal) 
Processo: (processual) estrita 
 Define em que local a legislação processual penal brasileira será aplicada no processo
 Princípio da territorialidade (lócus rigit actum): Expressão da soberania nacional;
Exceções: 
(1) Afastamento do CPP a crimes cometidos dentro do território nacional:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes 
conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de 
responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); 
Constituição federal 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: 
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de 
Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) 
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho 
Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; 
III - os processos da competência da Justiça Militar; 
Segundo a doutrina: 
I - Leis especiais; (tóxico, abuso de autoridade, 9.099) 
(2) Aplicação da lei processual penal fora do território nacional;
I - Território sem estado soberano (nullius); 
II - Intervenção militar. 
III – Autorização do estado estrangeiro 
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7. LEI PROCESSUAL NO TEMPO
Determina a aplicação temporal do CPP em razão de alterações 
Princípio do “Tempo da Realização do Ato” (tempus regit actum) ou sistema isolado dos atos processuais. 
CPP 
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
- Aplica-se desde já;
- Sem prejuízo aos atos já realizados.
Exceções: 
Norma processual penal pura 
1) Aplicação de nova lei que altere prazo nos procedimentos com prazo já iniciado:
Vale o prazo maior 
Decreto 3931/41 (Lei de Introdução do Código de Processo Penal) 
Art. 3º. O prazo já iniciado, inclusive o estabelecido para a interposição de recurso, será regulado pela lei anterior, se esta não 
prescrever prazo menor do que o fixado no Código de Processo Penal. 
2) Aplicação de nova lei que extinga recurso nos procedimentos com prazo já iniciado para impetração do
recurso extinto
Tempus regit actum: não afasta o direito à recorribilidade subsistente pela lei anterior, quando o 
julgamento tiver ocorrido antes da entrada em vigor da lei nova. 
Normas processuais penais materiais 
Em regra, a mais benéfica (regra de direito penal) 
1) Dupla previsão (CPP e CP): Renúncia, decadência, perdão, perempção etc.
2) Liberdade do acusado: restrição cautelar de direitos
Decreto 3931/41 (Lei de Introdução do Código de Processo Penal) 
Art. 2º À prisão preventiva e à fiança aplicar-se-ão os dispositivos que forem mais favoráveis. 
8. INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL
CPP 
Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios 
gerais de direito. 
1) Interpretação extensiva
Cabe: Literal, restritiva, analógica ou teleológico-sistemática 
Ex.: Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 (vinte e um) e maior de 18 (dezoito) anos, o direito de queixa 
poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal. 
2) Aplicação analógica:
3) Suplemento dos princípios gerais do direito:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo 
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, 
não repetíveis e antecipadas. 
9. PRINCÍPIOS APLICADOS AO DIREITO PROCESSUAL PENAL
9.1. Princípio do devido processo legal 
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De origem inglesa, o princípio do due process of law está consagrado, na legislação brasileira, no art. 5º, 
inciso LIV, da CF/88, e consiste em assegurar a qualquer litigante a garantia de que o processo em que for 
parte, necessariamente, se desenvolverá na forma que estiver estabelecido a lei. 
Constituição 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
Em decorrência do princípio do devido processo legal, podem-se alegar algumas garantias constitucionais 
imprescindíveis ao acusado, que constituem corolários da regularidade processual: 
a. Não identificação criminal de quem é civilmente identificado (inciso LVIII, da Magna Carta de 1988,
regulamentada pela Lei nº 10.054/00);
b. Prisão só será realizada em flagrante ou por ordem judicial (inciso LVI, CF/88), que importou em não
recepção da prisão administrativa prevista nos arts. 319 e 320 do Código de Processo Penal;
c. Relaxamento da prisão ilegal (inciso LXV, CF/88);
d. Comunicação imediata da prisão ao juiz competente e à família do preso (inciso LXII, Carta Magna de
1988);
e. Direito ao silêncio, bem como, a assistência jurídica e familiar ao acusado (inciso LXIII, CF/88);
f. Identificação dos responsáveis pela prisão e/ou pelo interrogatório policial (inciso LXIV, Magna Carta de
1988);
g. Direito de não ser levado à prisão quando admitida liberdade provisória, com ou sem o pagamento de
fiança (inciso LXVI, CF/88);
Impossibilidade de prisão civil, observadas as exceções dispostas no texto constitucional (LXVII, CF/88).
9.2. Princípio da inocência ou presunção de inocência ou da não culpabilidade 
Ninguém pode ser considerado culpado senão após o trânsito em julgado de uma sentença condenatória 
(conforme art. 5º, inciso LVII, CF/88). Este princípio é também denominado de princípio do estado de 
inocência ou da não culpabilidade. 
Cabe à acusação o ônus da prova de culpabilidade, ou seja, a prova com relação a existência do fato e a sua 
autoria, ao passo que à defesa incumbe a prova das excludentes de ilicitude e de culpabilidade, acaso 
alegadas. 
Em caso de dúvida, decide-se pela não culpabilidade do acusado, com a fundamentação legal no princípio 
do in dubio pro reo. 
Toda prisão processual será em caráter excepcional e deve estar fundada em dois requisitos gerais, o 
periculum libertatis e o fumus comissi delicti. 
Por fim, restou consagrado no art. 5º, LXIII, da CF/88 que ninguém é obrigado a fazer prova contra si, 
consagrando, assim, o direito ao silêncio e a não auto incriminação. 
9.3. Princípio da ampla defesa (art. 5º, LV, CF) 
Por força desse princípio, encontrado no art. 5º, LV, da Constituição Federal, entende-se que o réu tem 
direito a um amplo arsenal de instrumentos de defesa como forma de compensar sua enorme 
hipossuficiência e fragilidade em relação ao Estado, que atua no Processo Penal por meio de diversos 
órgãos (Polícia Judiciária, Ministério Público e Juiz), de forma especializada e com acesso a dados restritos. 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e 
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
Este princípio divide-se em autodefesa defesa técnica. 
A autodefesa é a defesa promovida pessoalmente pelo próprio réu, sem assistência de procurador, 
geralmente durante o seu interrogatório judicial, sendo ela disponível, afinal de contas o acusado pode se 
calar ou até mesmo mentir, em conformidade com outro princípio constitucional expresso, o direito ao 
silêncio 
(art. 5º, inciso LXIII, CF). 
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A autodefesa distingue-se ainda em direito de audiência (direito de o réu ser ouvido no processo, o que 
ocorre geralmente durante o interrogatório judicial) e direito de presença (direito de o réu estar presente 
aos atos processuais, geralmente audiências, seja de forma direta, seja de forma indireta, o que ocorre por 
meio da videoconferência). 
9.4. Princípio do contraditório ou da bilateralidade da audiência (art. 5º, LV, CF) 
Por força do princípio do contraditório, estampado também no art. 5º, LV, da Carta Magna Federal, ambas 
as partes (e não apenas o réu) têm o direito de se manifestar sobre qualquer fato alegado ou prova 
produzida pela parte contrária: 
1. Ser intimado sobre os fatos e provas.
2. Ser manifestar sobre os fatos e provas.
3. Interferir efetivamente no pronunciamento do juiz.
9.5. Princípio da Plenitude da Defesa 
Segundo o inciso XXXVIII do art. 5º da Constituição, é reconhecida a instituição do júri, com a organização 
que lhe der a lei, assegurados, dentre outros, a plenitude de defesa; 
Art. 5º 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
9.6. Princípio da publicidade 
Todo processo é público, isto, é um requisito de democracia e de segurança das partes (exceto aqueles que 
tramitarem em segredo de justiça). É estipulado com o escopo de garantir a transparência da justiça, a 
imparcialidade e a responsabilidade do juiz. 
A publicidade minimiza o arbítrio e submete à regularidade processual e a justiça da decisão do povo. 
Art. 5º (...) 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 
(...) 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os 
seguintes princípios: 
(...) 
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de 
nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, 
em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à 
informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
9.7. Vedação das provas ilícitas 
Art. 5º (...) 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
9.8. Princípio do juiz natural 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
Juiz natural, compreende-se aquele dotado de jurisdição constitucional, com competência conferida pela 
Constituição Federativa do Brasil ou pelas leis anteriores ao fato. 
9.9. Princípio da legalidade da prisão 
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Dispositivos constitucionais voltados à legalidade da prisão: 
Art. 5º (...) 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, 
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família 
do preso ou à pessoa por ele indicada; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da 
família e de advogado; 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; 
LXVII - não haverá prisãocivil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação 
alimentícia e a do depositário infiel; 
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua 
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 
9.10. Princípios da economia processual, celeridade processual e duração razoável do processo (art. 5º, 
LXXVIII, CF) 
Art. 5º (...) 
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a 
celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
9.11. Princípio da prevalência do interesse do réu ou favor rei, favor libertatis, in dubio pro reo , favor 
inocente (art. 5º, LVII, CF) 
Decorrente do princípio da presunção de inocência, esse princípio determina que, no momento do 
veredito, havendo dúvida por parte do magistrado, a decisão prolatada deve ser em favor do réu. 
Destarte, esse princípio não tem aplicação nas fases de oferecimento da denúncia e na prolação da decisão 
de pronúncia do Tribunal do Júri, nas quais prevalece o princípio do in dubio pro societate. 
9.12. Não obrigatoriedade de produção de prova contra si 
Art. 5º 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da 
família e de advogado. 
9.13. Princípio do juiz imparcial 
É princípio que decorre do princípio constitucional expresso do juiz natural, com a finalidade de 
complementá-lo, afinal de contas o magistrado pode até estar previamente investido na jurisdição, mas 
mesmo assim não ser imparcial na sua atuação. 
CPP 
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: 
 I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, 
como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; 
 II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha; 
 III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão; 
 IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for 
parte ou diretamente interessado no feito. 
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 Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem entre si parentes, consanguíneos 
ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive. 
 Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes: 
 I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; 
 II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter 
criminoso haja controvérsia; 
 III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a 
processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; 
 IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; 
 V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; 
 Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo. 
 Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afinidade 
9.14. Inércia judicial 
Visando manter a imparcialidade do juiz, Esse princípio determina que o Estado-juiz só atue se for 
provocado pela parte interessada. Duas possibilidades de parte interessada: 
Ministério público na ação penal pública 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
Ofendido ou quem tiver qualidade para representá-lo nas ações penais privadas. 
9.15. Princípio da verdade real 
No processo penal o juiz tem o dever de investigar a verdade real, procurar saber como realmente os fatos 
se passaram, quem realmente praticou-os e em que condições se perpetuou, para dar base certa à justiça. 
Salienta-se que aqui diferentemente da área civil, o valor da confissão não é extraordinário porque muitas 
vezes o confidente afirma ter cometido um ato criminoso, sem que o tenha de fato realizado. 
Assim, a busca pela verdade real se faz com as naturais reservas oriundas da limitação e falibilidade 
humanas, sendo melhor dizer verdade processual, porque, por mais que o juiz procure fazer uma 
reconstrução histórica e verossímil do fato objeto do processo, muitas vezes o material de que ele se vale 
poderá conduzi-lo ao erro, isto é, a uma falsa verdade real. 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: 
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, 
observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto 
relevante. 
9.16. Princípio do livre convencimento motivado 
Impede que o juiz possa julgar com o conhecimento que eventualmente tenha além das provas constantes 
nos autos, pois, o que não estiver dentro do processo equipara-se a inexistência. E, nesse caso o processo é 
o universo em que deverá se ater o juiz.
9.17. Princípio da legalidade 
Para o exercício da ação são indispensáveis determinados requisitos previstos em lei, tais como: autoria 
conhecida, fato típico não atingido por uma causa extintiva da punibilidade e um mínimo de suporte 
probatório. Porém, se não oferecer denúncia, o Ministério Público deve dar as razões do não oferecimento 
da denúncia. Pedindo o arquivamento em vez de denunciar, poderá ele responder pelo crime de 
prevaricação 
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1. CESPE: PC-DF:2013 Escrivão de Polícia
O recebimento, pelo juiz, da denúncia deve ser pautado pelo princípio in dubio pro societate, bastando para isso a
presença da prova da materialidade delitiva e dos indícios suficientes de autoria.
( ) Certo ( ) Errado
2. Lei processual nova de conteúdo material, também denominada híbrida ou mista, deverá ser aplicada de acordo
com os princípios de temporalidade da lei penal, e não com o princípio do efeito imediato, consagrado no direito
processual penal pátrio.
( ) Certo ( ) Errado
3. 2016 - VUNESP - TJM-SP - Juiz de Direito Substituto
A respeito dos princípios processuais penais, julgue os itens:
O princípio do contraditório restará violado se entre a acusação e a sentença inexistir correlação.
( ) Certo ( ) Errado
4. O princípio da verdade real constitui princípio supremo no processo penal, tendo valor absoluto, inclusive para
conhecimento e para valoração das provas ilícitas.
( ) Certo ( ) Errado
5. 2016 - MPE-SC - MPE-SC - Promotor de Justiça – Matutina
A Constituição Federal reconhece a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei. Todos os princípios que
são assegurados à instituição do júri nas alíneas do inciso XXXVIII do art. 5º da Constituição Federal são: a plenitude
de defesa, o sigilo das votações e a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
( ) Certo ( ) Errado
6. 2016 - CESPE - POLÍCIA CIENTÍFICA – PE - Conhecimentos Gerais
A lei processual penal brasileira adota o princípio da absoluta territorialidade em relação a sua aplicação no espaço:
não cabe adotar lei processual depaís estrangeiro no cumprimento de atos processuais no território nacional.
( ) Certo ( ) Errado
7. A lei processual penal não admite o uso da analogia ou da interpretação extensiva, em estrita observância ao
princípio da legalidade.
( ) Certo ( ) Errado
8. 2015 - CESPE - TJ-DFT - Técnico Judiciário – Administrativa
Acerca da aplicabilidade da lei processual penal no tempo e no espaço e dos princípios que regem o inquérito
policial, julgue o item a seguir.
Nova lei processual que modifique determinado prazo do recurso em processo penal terá aplicação imediata, a
contar da data de sua vigência, aplicando-se inclusive a processo que esteja com prazo recursal em curso quando de
sua edição.
( ) Certo ( ) Errado
9. 2015 - CESPE - DPE-PE - Defensor Público
Acerca de aspectos diversos do processo penal brasileiro, o próximo item apresenta uma situação hipotética,
seguida de uma assertiva a ser julgada.
Alberto e Adriano foram presos em flagrante delito. O juiz que analisou a prisão em flagrante concedeu a Alberto a
liberdade provisória mediante o recolhimento de fiança arbitrada em um salário mínimo. Quanto a Adriano, foi-lhe
decretada a prisão preventiva. Antes que o autuado Alberto recolhesse o valor da fiança e que a DP impetrasse
habeas corpus em favor de Adriano, entrou em vigor lei processual penal nova mais gravosa, que tratou tanto da
fiança quanto da prisão preventiva. Nessa situação, a lei processual penal nova que tratou da fiança aplicar-se-á
desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. Entretanto, à prisão
preventiva aplicar-se-ão os dispositivos que forem mais favoráveis ao interessado.
( ) Certo ( ) Errado
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10. 2015 - CESPE-TRE-RS - Analista Judiciário – Judiciária
A respeito dos princípios gerais do direito processual penal e do inquérito policial, assinale a opção correta.
a) Lei processual que, de qualquer modo, altere rito procedimental, de forma a favorecer o acusado, aplica-se aos
atos processuais praticados antes de sua vigência.
b) A incomunicabilidade do indiciado somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da
investigação o exigir.
c) O arquivamento do inquérito policial embasado no princípio da insignificância faz coisa julgada material, o que
impede seu desarquivamento diante do surgimento de novas provas.
d) Expressamente previsto na Constituição Federal, o princípio do promotor natural garante a todo e qualquer
indivíduo o direito de ser acusado por órgão imparcial do Estado, previamente designado por lei, vedada a indicação
de acusador para atuar em casos específicos.
e) Diplomata de Estado estrangeiro que cometer crime de homicídio dentro do território nacional será processado
conforme o que determina a lei processual brasileira.
GABARITO 
1. CERTO
2. CERTO
3. CERTO
4. ERRADO
5. ERRADO
6. CERTO
7. ERRADO
8. ERRADO
9. ERRADO
10. C
9

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