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Ciap e Isenções de empresas terceiro setor

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ORIENTAÇÃO
ICMS
CRÉDITO
Ativo Fixo
DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA
Tratamento Fiscal
Os contribuintes são obrigados a recolher o ICMS relativo à diferença existente entre a alíquota interna e a interestadual nas seguintes operações e prestações: 
• na entrada, de mercadorias de outra Unidade da Federação para consumo ou ativo fixo; ou 
• utilizarem serviços sujeitos ao ICMS (transporte interestadual e comunicação onerosa), cuja prestação se tenha iniciado em outra Unidade da Federação e não esteja vinculada a operação ou prestação subseqüentealcançada pela incidência do ICMS. 
Atenção!!! 
Ainda que a entrada do bem destinado ao ativo fixo e a utilização de serviços gerem crédito do ICMS, o contribuinte desse imposto deve recolher o diferencial de alíquota do ICMS.
1. DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA DO ICMS 
O diferencial de alíquota do ICMS é o percentual que corresponde à diferença entre a alíquota interna deste Estado e a interestadual, ou seja, só haverá diferença se a alíquota interna for superior a 7% ou 12%.
1.1. Deve ser pago quando ocorrerem as seguintes situações: 
• Entrada (compra, doação e etc.) em estabelecimento de contribuinte do ICMS, de bem, proveniente de outra Unidade da Federação, destinado a consumo ou ativo fixo; e 
• Utilização, por contribuinte do ICMS, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outra Unidade da Federação e não esteja vinculada a operação ou prestação subseqüente alcançada pela incidência deste imposto. 
Nessas entradas ou utilizações de materiais de uso e consumo/bens para o ativo fixo/serviços, os contribuintes do ICMS devem recolher o valor correspondente à diferença, a maior, entre a alíquota interna para o produto/serviço vigente na legislação deste Estado e a interestadual aplicada pelos outros Estados e destinados a contribuinte estabelecido, que no caso está fixada em 7% ou 12%. 
É importante ressaltar que, também quando um contribuinte paga frete na compra de determinada mercadoria ou matéria prima (de fora do estado) e suas saídas posteriores com tais produtos forem sem incidência do ICMS,deverá recolher diferencial de alíquotas relativo ao frete. 
Vejamos tabela prática relacionando as alíquotas e o diferencial de alíquotas correspondente:]
	ALÍQUOTAS
	DIFERENCIAL A RECOLHER
	INTERNA
	INTERESTADUAL
	 
	12
	12
	 0
	17
	12
	 5
	17
	7
	10
	25
	12
	13
	25
	7
	18
	27
	12
	15
	27
	7
	20
1.2. Para melhor compreensão, exemplificamos a seguir: 
– empresa industrial promove a entrada de mesa de madeira industrial proveniente do Estado de São Paulo tributada à alíquota do ICMS de 7%, para utilização no setor industrial, bem como contrata a transportadora para efetuar o serviço de transporte deste bem até a sua empresa. 
Façamos o cálculo da diferença de alíquota: 
• da entrada da mesa de madeira industrial 
– alíquota interna aplicada..................................................17% 
– alíquota interestadual aplicada.......................................–  7% 
Diferença existente..........................................................10% 
• na contratação do serviço de transporte interestadual por esta empresa industrial, vinculado a entrada da mesa de madeira industrial. 
Vejamos como fica o cálculo da diferença de alíquota 
– alíquota interna aplicável (transportes)..............................12% 
– alíquota interestadual aplicada (transportes).......................7% 
Diferença existente..........................................................5% 
A alíquota de 10% correspondente à diferença, deverá ser aplicada sobre o valor da operação constante no documento fiscal, no caso em tela, relativo ao bem. 
Portanto, podemos concluir que só haverá diferencial a ser recolhido se a alíquota interna, deste estado, aplicável ao produto ou serviço, for superior a 7% ou 12%.
2. BASE DE CÁLCULO DO DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA 
A base de cálculo do diferencial de alíquota é o valor da operação cobrado no Estado de origem, acrescido do IPI, se for o caso, decorrente da entrada da mercadoria ou da prestação do serviço, sendo o ICMS relativo a diferença de alíquota a pagar resultante da aplicação, sobre a base de cálculo, do percentual equivalente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual.
3. OPERAÇÃO OU PRESTAÇÃO ISENTA OU SEM INCIDÊNCIA 
Nas operações ou prestações provenientes de fora do Estado em que não houver incidência do imposto, ou estiver beneficiada com isenção, não haverá diferencial de alíquotas a recolher, isto porque o diferencial tem como base de cálculo o valor sobre o qual incidiu o imposto na origem; se não houve incidência na operação ou prestação, não temos a base de cálculo para que seja aplicado o diferencial. 
Tal dispensa de recolhimento do diferencial de alíquota do ICMS neste Estado somente se aplica se a não-incidência estiver prevista na Constituição Federal ou na Lei Complementar 87/96 ou no caso de isenção se esta for concedida através de Convênios ICM ou ICMS firmado entre as Unidades da Federação.
3.1. COBRANÇA POR NÃO CUMPRIMENTO DE DISPOSITIVOS 
Se, no documento fiscal de origem, não houve o destaque do ICMS por erro ou omissão, bem como em virtude de não-incidência ou de isenção não reconhecida ou concedida sem amparo constitucional pela Unidade da Federação de origem, o cálculo da diferença a ser pago será o valor correspondente à diferença entre a alíquota interna para o produto/serviço vigente na legislação deste Estado e a interestadual aplicada pelos outros Estados (7% ou 12%), esta cobrança aplica-se, inclusive, no recebimento de mercadoria ou serviço de fora do Estado de Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte situados em Estado de origem que veda o destaque do ICMS.
3.2. DESTAQUE DO ICMS A MAIOR 
Se o valor do ICMS foi destacado a maior no documento fiscal, inclusive em razão de ter sido adotada indevidamente a alíquota interna, o contribuinte deve calcular o valor do diferencial de alíquota do ICMS corretamente, apesar do erro no documento fiscal, observando os itens anteriores.
4. ESCRITURAÇÃO FISCAL 
Os contribuintes que estão obrigados a escriturar livros fiscais devem registrar essa diferença a pagar na coluna “Observações” do livro Registro de Entradas, relativamente a cada aquisição, e registrar também nesta coluna, quando se tratar de bem do ativo permanente que gere crédito do imposto, o valor do ICMS destacado no documento fiscal. Ainda em relação a essas entradas, entendemos que possa mencionar na coluna de “Observações” que se trata de mercadoria destinada a uso, consumo ou ativo permanente do estabelecimento, ou de serviço não vinculado a operação ou prestação subseqüentes tributadas. 
Ao final de cada período de apuração: 
– somar os valores lançados a título de diferença de alíquota na coluna de observações do livro Registro de Entradas; e 
– lançar o total apurado no quadro sob o título “Observações” do livro Registro de Apuração do ICMS, devendo mencionar que se trata de diferença de alíquota.
4.1. CRÉDITO 
Quando a entrada do bem gerar crédito do ICMS, entendemos que o contribuinte deve escriturar a NF e o CTRC vinculado, nas colunas “Valor Contábil” e “Outras”, lançando na coluna “Observações” o seguinte: “Ativo permanente – ICMS a ser apropriado”. 
O valor do ICMS destacado na Nota Fiscal e no CTRC, relativos a entrada de bem que seja utilizado na atividade fim tributada pelo ICMS serão apropriados na escrita fiscal a razão de 1/48. 
O valor do crédito a ser apropriado na entrada de bem do ativo permanente deve ser apurado no livro Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente (CIAP), modelo C ou D.
5. OBRIGATORIEDADE DO RECOLHIMENTO 
O valor do ICMS devido em função da diferença entre a alíquota interna e a interestadual deve ser recolhido, independentemente de existir saldo credor no período de apuração.
6. FORMA E PRAZO DE PAGAMENTO 
O recolhimento do diferencial de alíquota deve ser realizado separadamente do ICMS normal devido pela própria operação através do preenchimento do Documento Únicode Arrecadação (DUA), utilizando os seguintes códigos de receita, conforme o caso:
	CÓDIGO
	RECEITA
	128-7
	ICMS – Dif. De Alíquota do Comércio
	129-5
	ICMS – Dif. De Alíquota da Indústria
	130-9
	ICMS – Dif. De Alíquota de Energia Elétrica
	131-7
	ICMS – Dif. De Alíquota de Serviço de Comunicação
	132-5
	ICMS – Dif. De Alíquota de Serviço de Transporte
Os contribuintes devem recolher o ICMS devido pelo diferencial de alíquotas no mesmo prazo em que recolhem o ICMS devido pelas próprias operações, ainda que tenha apurado saldo credor no período de apuração.
6.1. EXEMPLIFICAÇÃO 
O estabelecimento industrial situado no Estado de São Paulo emite a Nota Fiscal nº 1.100, de 13-5-2006, relativa à entrada de mesa de madeira industrial no estabelecimento industrial situado no Estado do Espírito Santo, considerando que este destinatário integrará ao seu ativo fixo e irá utilizá-la na atividade fim tributada pelo ICMS. 
– Valor total da mesa de madeira..............................................R$   5.000,00 
– IPI destacado (5%)................................................................R$     250,00 
– ICMS destacado (7% de R$ 5.250,00).....................................R$     367,50 
– Valor Total da Nota Fiscal......................................................R$   5.250,00
A transportadora emite o seguinte Conhecimento de Transporte de nº 5.500, de 13-5-2006, vinculado a este bem. 
– Valor Total da Prestação de Serviço de Transporte.....................R$ 1.000,00 
– ICMS destacado no CTRC........................................................R$     70,00
Cálculo do diferencial 
Da mesa de madeira industrial 
   17% (alíquota interna) 
–   7% (alíquota interestadual) 
   10% (diferencial de alíquota) 
R$ 5.250,00 x 10% = R$ 525,00.
Do serviço de transporte 
R$ 1.000,00 x 5% = R$ 50,00.
Ao escriturar a Nota Fiscal e o CTRC em seu livro Registro de Entradas, modelo 1, a indústria do Estado do Espírito Santo, procede da seguinte forma:
– Da coluna “Data da Entrada” até a coluna “Codificação”:
– Da coluna “ICMS – Valores Fiscais” até a coluna “Observações”:
Ao final do mês, faz o transporte dos valores do diferencial de alíquota e do ICMS a ser creditado, quando se tratar de bem permanente utilizado na atividade-fim, para a coluna “Observações” do livro Registro de Apuração do ICMS, do seguinte modo:
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL: Decreto 1.090-R, de 25-10-2002 – RICMS – artigos 1º; 2º, incisos IV e V; 3º, incisos XIV e XV e § 3º; 63, incisos XI e XII; 71, inciso I; 72; 83; 163, caput; 168, inciso XV (DO-ES de 25-10-2002); e Portaria 684-N SEFA, de 6-3-97 (Informativo 12/97).
As entidades do terceiro setor estão obrigadas à entrega do Sped contábil
28/08/2014 09:52
		Nova legislação determina que todas as entidades do Terceiro Setor, no qual se inserem as entidades religiosas, sindicais, de assistência social, de educação e de saúde, entre outras, denominadas na legislação tributária como entidades sem fins lucrativos, portanto, isentas ou imunes ao imposto de renda, são obrigadas a realizar a Escrituração Contábil Digital (ECD), também conhecida como Sped Contábil, em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 01/01/2014 (Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil nº 1420, de 19/12/2013, Art. 3º, inciso III). 
A Escrituração Contábil Digital (ECD) é parte integrante do projeto Sped (Sistema Público de Escrituração Digital). Em suma, no Sped Contábil é realizada a escrituração contábil, e depois enviadas, digitalmente, todas as informações econômico-financeiras da instituição, como: receitas, despesas, serviços tomados, aquisições e venda de bens do imobilizado, empréstimos, financiamentos, movimentação bancária, saldo de caixa, etc. Ou seja, trata-se da substituição da escrituração contábil em papel pela escrituração informatizada e transmitidos os livros contábeis via arquivo eletrônico.
Destaca-se, ainda, que mesmo que a instituição esteja sem movimentação econômico- financeira (esteja sem atividades. “Parada”), continua obrigada à entrega do Sped Contábil. As entidades do Terceiro Setor, também conhecidas como ONGs,Associações, Fundações, Institutos, Filantrópicas, Instituições etc, e as demais pessoas jurídicas, ao enviarem o Sped Contábil, deverão manter arquivados todos os documentos contábeis e fiscais relacionados com as informações prestadas, pelo prazo de cinco anos. O Sped Contábil será transmitido pelo estabelecimento matriz e deverá conter as informações consolidadas de todos os estabelecimentos (matriz e filiais) da pessoa jurídica. 
As informações são enviadas eletronicamente (pela internet), no padrão (formato) determinado pela Receita Federal do Brasil, ao Sped, que as disponibiliza ao Cartório (Serviço de Registro Civil das Pessoas Jurídica) onde a entidade está com o seu Estatuto registrado. Para o envio dessas informações via Sped Contábil, é necessária a utilização de Certificado Digital e-CPF, em nome do Representante Legal da Instituição, junto à Receita Federal do Brasil. O Sped Contábil, com as informações relativas ao ano de 2014, deverá ser enviado até 30/06/2015 (nos demais anos, até o último dia útil de junho do ano seguinte). Mas sugere-se não deixar para a última hora para tomar as providências necessárias. 
Anão entrega do Sped Contábil no prazo, ou a sua apresentação com incorreções ou omissões, acarretará a aplicação de multas, não inferiores a R$ 500,00 por mês de atraso (Medida Provisória 2158-35, de 24 de agosto 2001, Art. 57). Além da multa, a não entrega do Sped Contábil poderá ocasionar a suspensão do CNPJ, bem como a impossibilidade de emissão de Certidão Negativa de Tributos Federais, podendo, inclusive, ficar com o CNPJ inapto, tendo como consequências a dificuldade de abertura e manutenção de contas bancárias, obtenção de financiamentos, captação de recursos, compra e venda de veículos e de bens imóveis, entre outros. 
Portanto, para evitar problemas, é de fundamental importância que os dirigentes das entidades do Terceiro Setor verifiquem se as instituições que dirigem estão preparadas para o atendimento das exigências do Sped Contábil. Caso necessário, procure um profissional contábil, experiente no atendimento a entidades do Terceiro Setor e com conhecimento do Sped contábil, para assessorá-los.
As entidades sem fins lucrativos representam hoje corpos intermediários entre o Estado e o indivíduo e sua existência é considera fundamental para atender determinadas necessidades sociais, em muitos casos complementando as atividades do Estado. É por esta razão que hoje existe forte tendência por parte do Poder Público em fomentar cada vez mais a ampliação de entidades de interesse social.
O fomento pelo Poder Público se dá de várias maneiras, sendo a principal delas a concessão de benefícios de ordem tributária. Estes benefícios são imunidades ou isenções de tributos, decorrentes de disposições legais.
São imunidades as previstas no texto da própria Constituição Federal, que veda a instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços de determinadas entidades, desde que atendidas certas condições que a lei considera indispensáveis para o seu reconhecimento. Por outro lado, as isenções decorrem de lei infraconstitucional e podem atingir quaisquer modalidades de tributos, seja na esfera federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal. 1
	IMUNIDADE
	X
	ISENÇÃO
	Estabelecida na Constituição
	 
	Estabelecida em Lei Infra-constitucional
	Impostos sobre o Patrimônio, Renda ou Serviços
	 
	Podem atingir quaisquer modalidades de tributos, em qualquer esfera (municipal, estadual ou federal)
Imunidade
Como vimos acima, com a imunidade suprime-se a competência, o poder de tributar. Assim, certos fatos, pessoas ou situações imunes à tributação estão fora do campo de incidência, isto é, não podem ser tributados, desde que atendam a determinados requisitos estabelecidos na Constituição Federal.
Pode-se concluir, portanto,que a imunidade tributária representa a exclusão da competência para instituir tributos relativos a determinados atos, fatos e pessoas, previstos na Constituição Federal. Tal exclusão consiste na limitação constitucional ao poder estatal de tributar, resultando na impossibilidade de se criar impostos. Assim, por entender relevantes à sociedade as atividades desenvolvidas por determinadas entidades, o legislador exclui tais entidades do alcance da competência conferida à União, aos Estados, Distrito Federal e Municípios para tributar.
A Constituição, em seu art. 150, estabelece quais as entidades imunes à tributação de seu patrimônio, renda ou serviços. São elas: os partidos políticos, as fundações por eles instituídas, as entidades sindicais dos trabalhadores e as instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos.
É predominante o entendimento de que o termo "instituição", utilizado no texto constitucional, refere-se a qualquer organização de caráter permanente, sem fins lucrativos, que tenha objetivos ou finalidades eminentemente sociais. 2 Como o legislador não fez nenhuma restrição, a imunidade independe da forma jurídica da instituição, de modo que a fruição do benefício é assegurada tanto às fundações como às associações. 3
As instituições de educação são todas aquelas pessoas jurídicas de direito privado, associações civis, fundações, serviços sociais ou escolas comunitárias dedicadas ao aprendizado, ao ensino e à pesquisa, ministrado com base nos princípios estabelecidos na Constituição Federal e nas normas gerais da educação nacional.
As instituições de assistência social, conforme entendimento dominante, são todas aquelas pessoas jurídicas de direito privado, associações ou fundações, dedicadas à previdência, à saúde e à assistência social propriamente dita.
A maioria dos especialistas da área entende que o termo "assistência social" foi utilizado pelo artigo 150 da Constituição Federal de forma genérica, ou seja, para fazer referência às entidades que se dedicam a saúde, educação, previdência e assistência social propriamente dita, segundo o art. 203 do texto constitucional . 4
	Conclui-se, portanto, que todas as fundações de direito privado e associações que tenham como finalidade estatutária a educação e/ou a assistência social deverão ser imunes à tributação de seu patrimônio, de sua renda e de seus serviços, bem como as fundações instituídas por partidos políticos.
No entanto, a imunidade tributária deverá ser reconhecida administrativamente mediante a comprovação de determinadas condições legais, e requerida junto às autoridades fiscais que tem competência para concessão da imunidade desejada. 5
As condições legais previstas pelo texto constitucional foram detalhadas pelo Código Tributário, em seu artigo 14. Além disso, o parágrafo 2º, do art. 12 da Lei 9.532/97, estabeleceu também outros requisitos que devem ser observados pelas entidades de educação e assistência social, sem fins lucrativos, para que gozem da imunidade mencionada.
	Condições legais para gozar de Imunidade Tributária:
?  são proibidas de distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
?  devem aplicar integralmente, no país, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; e,
?  devem manter escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
?  conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial;
?  apresentar, anualmente, Declaração de Rendimentos, em conformidade com o disposto em ato da Secretaria da Receita federal;
?  recolher os tributos retidos sobre os rendimentos por elas pagos ou creditados e a contribuição par a seguridade social relativa aos empregados, bem assim cumprir as obrigações acessórias daí decorrentes;
?  assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições para gozo da imunidade, no caso de incorporação, fusão, cisão ou de encerramento de suas atividades, ou a órgão público;
?  outros requisitos, estabelecidos em lei específica.
Assim, para que as entidades de educação e assistência social, sem fins lucrativos, gozem da imunidade estabelecida no artigo 150 da Constituição, as mesmas devem cumprir todos os requisitos estabelecidos no artigo 14 do CTN e no parágrafo 2º do artigo 12 da Lei 9.532/97, sob pena da suspensão do benefício a qualquer tempo por parte de uma autoridade competente.
Lembramos que imunidade compreende somente os impostos incidentes sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as atividades essenciais da entidade - seja assistencial ou educacional - devendo ser ligados diretamente a suas finalidades, ou seja, devem ser dirigidos à consecução de seus objetivos institucionais, previstos em seus estatutos. Caso sejam prestados serviços adicionais apenas como meio para arrecadar dinheiro, por exemplo, estes não estarão imunes a tributação, sendo devidos todos os impostos previstos para o exercício daquela determinada atividade. 6
	EM RESUMO !!
O direito brasileiro determina que o gozo da imunidade fica condicionado:
- à não distribuição pela entidade de qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas;
- à aplicação integral, no país, de seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
- à manutenção das obrigações acessórias (escrituração de livros fiscais, apresentação de declaração de rendimentos etc.)
	Relação dos Impostos abrangidos pela imunidade:
	Relação dos Impostos não abrangidos:
	?  Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU (sobre o patrimônio)
?  Imposto territorial rural - ITR (sobre o patrimônio)
?  Imposto sobre operações financeiras - IOF (sobre o patrimônio)
?  Imposto sobre a transmissão causa mortis ou doação de bens e direitos - ITCMD (sobre o patrimônio)
?  Imposto sobre a transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI (sobre o patrimônio)
?  Imposto sobre a propriedade de veículos automotores - IPVA (sobre o patrimônio)
?  Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza - IR (sobre a renda)
?  Imposto sobre serviços de qualquer natureza - ISSQN (sobre serviços)
? Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços de transporte intermunicipal, interestadual e de comunicação - ICMS (desde que a entidade esteja prestando serviços de transporte intermunicipal, interestadual ou de comunicação) (sobre serviços)
	?  Imposto de Importação - I.I.
?  Imposto de Exportação - I.E.
?  Imposto sobre produtos industrializados - IPI
?  Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços de transporte intermunicipal, interestadual e de comunicação - ICMS
	Contribuições abrangidas:
	Não há imunidade :
	?  Contribuição ao Programa de Integração Social - PIS
?  Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social - COFINS
?  Contribuição Social Sobre o Lucro - CSL
?  Contribuição previdenciária (quota patronal)
? Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - CPMF
	? Contribuições de Melhoria
? Taxas
? Empréstimos Compulsórios (com ressalvas)
? Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico
? Contribuições de Categorias Profissionais e Econômicas
Isenção
As isenções podem ser definidas como uma das espécies de exclusão do crédito tributário, ou em outras palavras, uma espécie de renúncia fiscal. Isso quer dizer que o Estado pode tributar (diferente da imunidade, em que o Estado não pode, porque assim determinou a Constituição), mas renuncia a tanto em função de razões específicas. Na isenção existe a obrigação de pagar, mas a autoridade pode, por algum motivo, isentar seu pagamento 7.Assim, as isenções tributárias se constituem num verdadeiro favor legal, que pode ser revogado pelo legislador infraconstitucional a qualquer momento. As hipótesesde isenção são previstas no artigo 175, inciso I do Código Tributário Nacional.
As isenções tributárias são reguladas, além da própria Constituição Federal, pelo Código Tributário Nacional. No entanto, as isenções devem sempre decorrer de lei específica do ente tributante competente para instituir o tributo que se deseja isentar. Assim, se o tributo for de competência municipal, como, por exemplo, o IPTU, apenas a lei municipal é competente para isentar as entidades beneficiárias do recolhimento deste tributo.
Existem várias formas e razões para concessão de isenção. Elas podem ser concedidas de forma gratuita ou onerosa, por tempo determinado ou indeterminado, podem abranger todo o território do ente tributante ou beneficiar apenas determinadas áreas, e ainda podem incidir sobre vários impostos ou apenas sobre um tributo específico. Tudo isso estará determinado na lei que conceder a isenção e dependerá das finalidades que o poder público concedente pretende atingir com a concessão deste benefício. 
Assim, enquanto a isenção tributária decorre de lei específica do ente federativo ou município que possui a competência legislativa, a imunidade tributária decorre da própria Constituição Federal.
	São isentos os seguintes tributos federais:
	?  Imposto de Renda sobre as atividades próprias (Lei 9.532/97 c/c art.174 do RIR/99)
?  COFINS sobre as atividades próprias (MP nº 2.037-24)
?  INSS sobre a quota patronal das entidades filantrópic as (art. 55 da Lei nº 8.212/91)
?  Outros impostos dependendo do Município ou do Estado
 
Sugestões para leitura:
BARBOSA, Maria Nazaré Lins e OLIVEIRA, Carolina Felippe de. Manual de ONGs - Guia Prático de Orientação Jurídica. 4ª edição, Editora FGV, Rio de Janeiro, 2003
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 20ª edição, Malheiros Editores, São Paulo, 2003
COELHO, Simone de Castro Tavares. Terceiro Setor. SENAC, São Paulo, 2000
IOSCHPE, Evelyn Berg. Terceiro Setor - Desenvolvimento Social Sustentado. Paz e Terra, São Paulo, 1997
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro . 23ª edição, Malheiros Editores, São Paulo, 1990
ROCHA, Silvio Luiz Ferreira. Terceiro Setor. Malheiros Editores, São Paulo, 2003
SZAZI, Eduardo. Terceiro Setor - Regulação no Brasil. 3ª edição, Editora Fundação Peirópolis, São Paulo, 2003
Lei 9790/99 como Alternativa para o Terceiro Setor . 2ª edição, Ministério da Justiça, Comunidade Solidária (disponível on line em , acesso em 19/11/2004
(1) NOTE que se sua entidade vai trabalhar com microcrédito ela tem que formalizar-se como OSCIP, sob pena de aplicação da Lei da Usura, com o controle do valor dos juros a serem aplicados. voltar ao ponto 
(2) Fonte: sites oficiais do Ministério da Justiça e do Conselho Nacional de Assistência Social. voltar ao ponto
(3) Algumas observações sobre o Estatuto: os objetivos sociais no Estatuto devem atender ao menos uma das finalidades do art. 3º da Lei 9.790/99. As cláusulas estatutárias que disponham expressamente sobre as matérias referidas no art. 4º da Lei 9.790/99. Por fim, as entidades que prestam serviços de educação ou de saúde devem fazer constar em seus estatutos que tais serviços serão prestados de forma inteiramente gratuita, conforme art. 3º, incisos III e IV, da Lei nº 9.790/99  e art. 6º do Decreto 3.100/99. voltar ao ponto
(4) Art. 203 - A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição a seguridade social e tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e a reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei." voltar ao ponto 
(5) Alguns doutrinadores e a jurisprudência mais recente entendem que não é necessário o reconhecimento administrativo da imunidade tributária. Porém, como isto não ocorre na prática, é altamente recomendável que se obtenha o reconhecimento administrativo.voltar ao ponto
(6) Existe julgamento do Supremo Tribunal Federal em sentido contrario, ou seja, estendendo a imunidade às rendas obtidas pela instituição nas suas atividades e revertidas em prol de suas finalidades. No entanto, esta posição não é recomendável por não ser o entendimento predominante. voltar ao ponto
(7) BARBOSA, Maria Nazaré Lins. op. cit. p. 53. voltar ao ponto

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