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Além da deficiência

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Além da deficiência 
Um pouco da história 
Durante muito tempo as pessoas com transtornos mentais eram jogadas em lugares que ao invés de proporcionarem tratamentos, faziam mais mal aos mesmos do que a própria doença ou as suas condições. 
Os internos eram abandonados totalmente. Andavam nus pelos pavilhões, descalços e eram forçados a comer comida crua, servida em cochos e sem talheres, eram acomodados todos juntos, em fenos espalhados pelo chão, para caber mais pacientes. Conviviam com ratos, que lhes mordiam, com suas próprias fezes e urina e morriam as dezenas de diarreia, desnutrição, desidratação e de tantas outras doenças. Eram 60 óbitos por semana (Ministério da Saúde,2008). 
Novas formas de tratamento, de socialização, de direitos e oportunidades dão aos portadores de transtornos mentais, uma forma de viver mais humana e aproveitadora.
A partir da segunda metade do século XX, impulsionada principalmente por Franco Basaglia, psiquiatra italiano, inicia-se uma radical crítica e transformação do saber, do tratamento e das instituições psiquiátricas. O movimento inicia-se na Itália, mas tem repercussões em todo o mundo e muito particularmente no Brasil (Ministério da Saúde,2008). 
No Brasil, seguindo o modelo da Reforma Psiquiátrica Italiana, manicômios foram fechados e foram criados centros de saúde mental, serviços abertos e extra hospitalares na comunidade, que servem para serem usados em momentos de crise, também foram criadas as residências terapêuticas, para os pacientes que não tinham mais vínculos com família, com o objetivo de promover reabilitação psicossocial e inseri-los na comunidade (Silveira; Júnior, 2011, p142) 
Só precisam de oportunidades e acolhimento 
Há mais de 20 anos, existe um programa de reabilitação psicossocial por meio de oficina de trabalho e geração de renda na área da saúde mental no município de Campinas (SP). As ações são desenvolvidas no Núcleo de Oficinas e Trabalho (NOT) do Serviço de Saúde Dr. Candido Ferreira com parcerias. 
Nos dias atuais, as oficinas do NOT são geradoras de atividades nas áreas de artesanato, alimentação, agricultura orgânica, jardinagem e prestação de serviços. Oferecem 300 vagas em oficinas de trabalho. A equipe é composta por assistência social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, psicólogo e nutricionista. Esses profissionais atuam a função de coordenadores de oficinas e um psiquiatra e um auxiliar de enfermagem dão suporte clinico. Os monitores são profissionais de formações diversas: jardineiros, cozinheiros, marceneiros, soldadores, pedreiros e artesãos que acompanham e orientam o desenvolvimento das atividades. (CAYRES, Cleusa; RIMOLI, Josely (Orgs.) ,2012)
Os usuários são encaminhados para o NOT tanto pela rede de saúde mental do município quanto por médicos particulares, passam por uma triagem que tem como objetivo apresentar o projeto para o indivíduo, ouvir sua história e suas expectativas e propiciar uma visita monitorada as oficinas para que possam eleger os lugares onde gostariam de estar. (CAYRES, Cleusa; RIMOLI, Josely (Orgs.) ,2012)
A oficina é um espaço de acolhimento e de respeito a individualidade, onde o oficineiro tem sua fala valorizada e pode expressar seus sentimentos e angustias, nesse espaço busca-se entre outras coisas a responsabilização de cada um com seu tratamento e prioriza-se o olhar sobre o indivíduo e não sobre a doença. (CAYRES, Cleusa; RIMOLI, Josely (Orgs.) ,2012)
Cuidar do sujeito/oficineiro é ajuda-lo a ter esperança e coragem para lidar com seus medos, limites, afetos, valores, conhecimentos , é favorecer que o sujeito sinta-se bem , reconhecido e aceito como ele é . Consequentemente essas ações irão fortalecer o núcleo saudável do oficineiro, possibilitando a estabilização clínica e a melhora na qualidade de vida. (CAYRES, Cleusa; RIMOLI, Josely (Orgs.) ,2012)
A produção da Oficina Agrícola, Oficina do Papel Artesanal, Oficina de Vitral, Oficina de vitral plano, Oficina de Mosaico, Oficina de Marcenaria, Oficina de serralheria, Oficina de construção civil e ladrilho hidráulico, Oficina de costura, Oficina de culinária e eventos, é comercializada no Armazém das Oficinas, que foi criado com o objetivo de ser a marca dos produtos artesanais e serviços das oficinas do NOT, localizado no centro de Campinas, também no site e em um local no próprio hospital. 
Referências bibliográficas: 
Ministério da Saúde. Mostra Fotográfica Programa De Volta para Casa: cartilha de monitoria. Brasília: Ministério da Saúde, 2008 Acesso em 19 de set. de 2016 http://www.ccs.saude.gov.br/vpc/voltar.html
SILVEIRA, MFA.; SANTOS JUNIOR, HPOS., orgs. Residências terapêuticas: pesquisa e prática nos processos de desinstitucionalização [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2011. 320 Acesso em 26 de set. de 2016 : SciELO Books <http://books.scielo.org>.
CAYRES, Cleusa; RIMOLI, Josely (Orgs.) (2012). Saúde mental e economia solidária – Armazém das Oficinas: um olhar para além da produção. Campinas: Medita.

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