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RESENHA CRÍTICA - O CORPO EM TERAPIA - O CARÁTER ORAL

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INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR SANT’ANA 
PSICOLOGIA 
 
JUSSARA PRADO 
 
 
 
 
 
 
 
RESENHA CRÍTICA: 
O CORPO EM TERAPIA – A ABORDAGEM BIOENERGÉTICA DE 
ALEXANDER LOWEN: O CARÁTER ORAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PONTA GROSSA 
2014 
LOWEN, A. O corpo em terapia: a abordagem bioenergética. São Paulo: Summus, 
1977. 
 
Em sua obra O Corpo em Terapia: a abordagem bioenergética (1977), Lowen 
nos apresenta vários tipos de caráter, dentre eles, o caráter oral, que é o que mais 
apresenta-se como grande dependência de processos bioenergéticos subjacentes, gerando 
a função psíquica. 
O indivíduo do caráter oral não possui força nos braços e nas pernas, semelhante 
à uma criança. Logo, não pode experienciar a realidade dos pés no chão, e com o seu ego 
inflado é visto como 'flutuando nas nuvens’, como alguém que não vê a necessidade de 
trabalhar e de sustentar a si próprio. Diante disso, pode-se observar nesses indivíduos, a 
incapacidade de manter-se em um emprego por mais de um ano. 
A falta de independência desses indivíduos é incrível, frente à exagerada auto 
estima. Devido às suas pernas serem subcarregadas, o contato com o chão não é mantido, 
logo, a energia flui de baixo para cima, e não de cima para baixo. Por não serem capazes 
de independência, os indivíduos desse tipo de caráter se mostram como ‘dependurados’, 
sugando a força e a energia dos demais ao seu redor. 
Por não lutarem por si próprios, tais sujeitos possuem alguns traços, como: inveja 
superdesenvolvida, parcimônia neurótica, seriedade melancólica ou acentuado 
pessimismo, dependência e viscosidade. Além disso, possuem urgência obstinada para 
falar, esforço intenso, hostilidade, impaciência, inquietude, e um apetite intenso por 
comida, mesmo estando sem fome ou já saciado. 
 Tal indivíduo, se cansa rapidamente quando em uma atividade contínua, ele sente 
que não possui mais forças, e a desistência é causada apenas pela fadiga muscular. Por 
possuir um organismo subcarregado, o sujeito do caráter oral é comparado à um saco 
vazio, incapaz de se encher de energia, mesmo quando tal é encontrada ao redor de si, 
tanto em forma de comida, como prazer no amor, trabalho ou oxigênio. Mesmo que tais 
energias se encontrem à sua disposição, não adianta de nada se o indivíduo tem medo ou 
não consegue agarrá-las. 
 Por mais que ele não consiga ou tenha medo de buscar tais energias, o indivíduo 
possui necessidades a serem satisfeitas, tornando sua atitude em uma atitude infantil, pois, 
ele crê e espera que o mundo ‘adulto’ reconheça suas necessidades e as satisfaça, sem que 
ele precise se esforçar em algum aspecto. 
 Logo, a relação amorosa desse tipo de caráter segue o mesmo ritmo: o interesse 
do sujeito é narcisista, suas exigências são grandes, e ele espera receber compreensão, 
simpatia e amor, podendo desenvolver rejeição, ressentimento ou hostilidade caso o 
parceiro exija as mesmas coisas. Como o outro também possui suas necessidades, o 
caráter oral acaba que não podendo satisfazê-las tão facilmente, criando um conflito 
eterno. 
 O paciente precisa passar a compreender que o que ele acredita ser amor, é visto 
por seus parceiros como um pedido de amor. Quando ele diz que ama, é visto pedindo 
que a pessoa o ame. Tal relacionamento não é baseado no normal adulto, onde se dá e se 
recebe, e sim no infantil, onde há necessidades e exigências, no qual o outro é visto apenas 
como uma fonte provedora dos alimentos exigidos. 
 A característica do desejo e prazer de falar encontrado no caráter oral é explicada 
devido ao seu prazer em falar de si mesmo. Tais indivíduos podem facilmente assumir o 
centro de um palco sem ficar embaraçados com seu exibicionismo, fazendo com que seja 
uma maneira de atrair atenção, interesse e amor para si. Além disso, possui uma imagem 
egóica exagerada de si mesmo, onde seu ego inflado é concomitante à períodos de bem 
estar e excitação, e, em períodos de desespero e desesperança, é dominado por 
sentimentos de desamparo e inadequação. 
 Lowen observou em seus pacientes do caráter do tipo oral afirmações quanto à 
profundos sentimentos de solidão, desapontamento, desamparo, frente à um narcisismo, 
uma óbvia necessidade de atenção e elogios, e o desejo de ser alimentado. O caráter oral 
possui um nível mais profundo e difícil na percepção de um desejo, pois é relutante em 
aceitar a realidade vivenciada e a necessidade da luta pela vida. Tal economia de esforço 
para alcançar o que se deseja é causada pelo medo de se desapontar, decepcionar. 
 Por fim, para que a aceitação progressiva da realidade ocorra no paciente de 
caráter oral, é preciso fazê-lo voltar-se para o mundo, fazendo-o perder o medo de perder 
o objeto amado, e o medo da decepção. Deve-se fazer com que o paciente tome 
consciência de seus problemas, para que sua própria energia seja mobilizada para a 
efetivar a solução dos mesmos. 
 
A relação entre moralidade e depressão tem sido frequentemente obserada e interpretada 
psicanaliticamente. 
Os processos analíticos requerem que o paciente se conscientize de seus problemas e que 
sua própria energia seja mobilizada para efetivar a solução dos mesmos.

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