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RESUMO DE DIREITO DE FAMILIA O direito de família regula as relações pessoais, patrimoniais e assistenciais. Pessoais – Casamento, maternidade e união estável Patrimoniais – Regime de bens, direito alimentar e bem de família Assistenciais – Guarda, tutela e curatela Casamento O casamento é civil e gratuita a celebração. O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. equipara-se ao civil, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração. União estável Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. Família monoparental Também, é família a formada por qualquer um dos pais e seus descendentes. Relações de parentesco Espécies: a) Parentesco natural, biológico ou consanguíneo Pessoas que mantém entre si um vínculo biológico ou de sangue Pessoas que descendem de um ancestral comum, de forma direta ou indireta. b) Parentesco civil> parentesco socioafetivo Adoção (tem os mesmos direitos do filho consanguíneo) Reprodução assistida heteróloga (com prévia autorização do marido) Parentalidade socioafetiva (fundada na posse do estado de filho) Posse de estado de filho é uma relação afetiva, íntima e duradoura, caracterizada pela reputação frente a terceiros como se filho fosse, e pelo tratamento existente na relação paterno-filial, em que há o chamamento de filho e a aceitação do chamamento de pai. c) Parentesco por afinidade (Afinidade decorre da lei) Casamento não cria parentesco entre homem e mulher (são cônjuges) Comporta duas linhas: a reta e a colateral. Linha reta ascendente: sogro, sogra, padrasto e madrasta (mesmo grau que pai e mãe) Linha reta descendente: genro, nora, enteado, enteada (mesmo grau que filho e filha) Afinidade na linha reta é sempre mantida Afinidade colateral: (cunhadio) Extingue-se com término do casamento, assim, inexiste impedimento do viúvo (divorciado) casar com a cunhada. Graus de parentesco Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente A lei só reconhece o parentesco colateral até quarto grau. Daí pra frente, juridicamente não são parentes. Marido e mulher não são parentes - São cônjuges Casamento Casamento é uma das formas de regulamentação social da convivência entre pessoas que se entrelaçam pelo afeto. Teoria contratualista O casamento é um negócio jurídico que depende da livre manifestação de vontade das partes para sua realização, de modo a produzir seus efeitos patrimoniais regulados pelo regime de bens. O matrimônio é um “contrato”! Teoria Institucionalista E a completa oposição a doutrina anterior, pois apresenta o Casamento como uma Instituição Social que se restringe aos ditames legais do Estado para sua existência, ou seja, trata-se basicamente de um Vinculo Conjugal como “contrato de adesão”, onde os cônjuges só apresentam sua vontade para fazer surgir a relação. Casamento é uma instituição! Teoria Eclética Vê o Casamento como um ato jurídico complexo, que une o elemento contratual, que decorre da manifestação da vontade que gera a celebração do contrato e surge a assim a Instituição Social. Majoritária. É contrato na formação e instituição no conteúdo. Características do casamento Liberdade da escolha do cônjuge (afetividade) Manifestação tem que ser de livre vontade. Escolha do cônjuge é livre e consciente Solenidade Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos: “De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados.“ Ordem pública Regulado por normas de ordem pública Exclusividade Monogamia Dissolubilidade (pelo divórcio) Casamento pode ser dissolvido Casamento deixa de ser sacramento para ser comprometimento Isonomia entre os cônjuges O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges Finalidade do casamento Estabelecer a comunhão de vida Constituir a família matrimonial Disciplinar as relações sexuais Cuidar/educar a prole Estabelecer a mútua assistência (material e imaterial) Constituir família, comunhão de vida, ou de afetos Pedido Tramita perante oficial do Registro Civil, na cidade de um dos nubentes e que tem início por meio do pedido assinado por ambos com os seguintes documentos: Certidão de nascimento ou documento equivalente. Autorização das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra. Se o pai, tutor ou curador não autorizar o casamento, o interessado poderá requerer o suprimento judicial do consentimento, quando injusta a denegação. Declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar. Declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos. Certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio. Procedimento Habilitação feita perante o oficial do Registro Civil Audiência do Ministério Público Se houver impugnação do Oficial, do MP ou terceiro, a habilitação é submetida ao juiz Conferida a documentação, Cartório afixa edital durante 15 dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, publicará na imprensa local, sfc. Autoridade pode dispensar publicação, se há urgência Cartório entrega certificado de habilitação após formalidades cumpridas e inexistente fato obstativo Validade da habilitação de 90 dias Impugnação Impedimentos e causas suspensivas opostas por escrito e assinada, com as provas do fato alegado, ou indicação do lugar onde possam ser obtidas Nota da oposição entregue aos nubentes (representantes), indicando fundamentos, provas e nome de quem ofereceu. Nubentes podem requerer prazo para fazer prova contra os fatos alegados Nubentes podem promover ações civis/criminais contra opositor de má-fé. Casamento religioso com habilitação prévia Primeiramente, a habilitação tem de ser processada e homologada na forma do Código Civil. Os nubentes, possuindo a habilitação, apresentarão ao Ministro Religioso que a arquivará. Celebra-se o casamento, promove-se o registro de acordo com o prazo de noventa dias da celebração mediante comunicação ao ofício competente ou, por iniciativa de qualquer interessado (aplica-se ao cônjuge e ao celebrante). O prazo supracitado é decadencial sendo que, se for esgotado, os nubentes deverão cumprir todas as formalidades novamente, como também, promover nova habilitação. Se ocorrer o falecimento de um dos nubentes o ato registrado não sofrerá qualquer mudança, desde que o pedido seja posto dentro do prazo. Casamento religioso sem habilitação prévia Após o casamento religioso os nubentes deverão apresentar, a qualquer tempo, juntamente com o requerimento de registro, a prova do ato religioso e os documentos exigidos no artigo 1.525 do Código Civil. A habilitação é processada com a publicação dos editais e, finalmente, o oficial fará o registro do casamento religioso observando o prazo de noventa dias e estando certo de que não há causas de impedimento ou suspensão do matrimônio. Caso um dos contraentes vier a falecer antes do casamento religioso a concessão não ficará prejudicada por tal fato. Idade núbil Capacidade nupcial a partir dos 16 anos. Entre 16 e 18 anos => Necessidade de autorização dos responsáveis legais para realizar casamento (se não emancipados) Divergência entre pais na autorização= > conflito solucionado pelo juiz Se o tutor ou ambos negarem, e a negativa for injusta => o juízo da Infância e Juventude suprirá a autorização. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil. Após revogação do inciso VII, art. 107 CP, o casamento deixou de evitar imposição ou cumprimento de pena criminal, nos crimes contra os costumes de ação penal pública. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. Casamento nuncupativo é aquele realizado quando um dos contraentes está em iminente risco de morte e não há tempo para a celebração do matrimônio dentro das conformidades previstas pelo código civil. Não obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau. Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a autoridade judicial mais próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por termo a declaração de: I - que foram convocadas por parte do enfermo; II - que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo; III - que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, receber-se por marido e mulher. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam ler e escrever, dispensa o processo preliminar de habilitação, exigindo tão só a presença de duas testemunhas que saibam ler e escrever, além da presença do presidente do ato, ou na falta deste de qualquer de seu substituto, e do registrador, ou qualquer de seus prepostos. Recebido o termo e achado conforme, o delegado do registro civil o assentará em seus livros em até cinco dias.
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