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Aulas16-19

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1
 
ESTUDO DA FRAÇÃO SÓLIDA: RELAÇÕES MASSA-VOLUME 
 DO TECIDO DO SOLO. 
 
 
1. O tecido do solo como sistema trifásico: esqueleto, plasma e poros. 
 
Chama-se Tecido do solo ao conjunto formado pelo material sólido do solo e o espaço 
poroso associado. Na figura 1 observa-se uma microfotografia do tecido: repare que o Plasma 
(sólido) que aparece como um material uniforme e granulado é suportado por grãos de tamanho 
muito maior, que constituem o chamado Esqueleto do solo. Repare também que o conjunto 
plasma-esqueleto é interrompido por espaços vazios, tais espaços são chamados macroporos 
posto que existam entre os grânulos do esqueleto. 
 
 
Figura 1: Micromorfologia em lamina delgada de uma amostra de solo 
 
 
Fragmentos brancos: esqueleto (grãos de areia, de fina a grossa); 
Material granulado, pardo-escuro: plasma (mineral + orgânico). 
Em tons de azul claro: espaço poroso (macroporos). Também, 
restos vegetais (carvão), e raízes em decomposição. 
 
 
Esqueleto e plasma, os quais em conjunto formam a matéria sólida do solo, diferem 
primeiramente no tamanho das suas partículas individuais, como é evidente ao se observar as 
figuras 1 e 2. Vemos ali que o esqueleto compreende as partículas mais grosseiras, em termos de 
tamanho, podendo ser classificadas, como partículas de areia grossa (entre 200 e 2000 µm) ou 
areia fina (50 a 200 µm) (Veja Tabela 3). 
 Por outro lado, se aumentarmos a resolução, passando da escala de milímetros (retângulo 
à esquerda, Figura 2) para a de micrometros (círculo à direita), o plasma, que aparentemente era 
 
 
2
homogêneo quando visto em baixa resolução (Figura 1), mostra-se agora constituídas por 
partículas muito finas (partículas unitárias do plasma), que se encontram arranjadas em domínios 
típicos, deixando espaços porosos entre tais domínios, chamados microporos. 
 
 
FIGURA 2. Representação esquemática dos componentes do tecido de solo. 
 
Grande parte do plasma é de natureza coloidal e, portanto, possui as propriedades típicas 
dos colóides: pode-se manter numa situação de dispersão estável (colóides dispersos), ou numa 
situação de floculação (que acontece quando os colóides reduzem as suas forças de repulsão 
entre as partículas individuais, e tendem a se agregarem). 
Portanto, o tecido do solo, está composto basicamente de material sólido e de poros. Tanto 
no esqueleto quanto no plasma é possível separar uma fração (ou fase) orgânica de outra mineral. 
Já os poros contem a água (solução) do solo e o ar (atmosfera) do solo. 
 Esqueleto Fração Orgânica 
 Material do solo 
 Plasma Fração Mineral 
TECIDO DO SOLO 
 Água (solução do solo) 
 
 Poros 
 Ar (atmosfera do solo) 
 
Na figura 3 vemos uma representação de uma distribuição volumétrica (ou seja, com base 
no volume) dos componentes do tecido do solo. A fração porosa representa usualmente algo 
como 50 % do volume total, mas essa proporção é variável em função do arranjo das partículas 
sólidas (a sua estrutura) e da resistência dos agregados resultantes. O espaço ou volume poroso 
do solo é ocupado por água ou por ar, em proporções variáveis e complementares, como pode ser 
deduzido da figura. 
 
 
3
 
 
 
Figura 3. Distribuição volumétrica dos componentes do tecido de solo. A fração porosa representa 
usualmente cerca de 50% do volume total. É ocupada por água e ar, em proporções variáveis. A fração 
sólida compõe-se principalmente de matéria inorgânica (MINERAL), na maioria dos solos. A matéria 
orgânica (ORGÂNICA) raramente atinge a uns 10%. 
 
 Como indica a figura 3, na grande maioria dos solos, a fase sólida é composta 
principalmente por minerais, que podem constituir 90-99 % da mesma, sendo que o teor de 
matéria orgânica é normalmente muito pequeno algo entre 0,10 e 8 %, raramente chegando a uns 
10 % do total sólido. 
Podemos então escrever: 
Vt = Vs + Vp 
 
onde: Vt = volume total de solo; Vs = volume da fração sólida (somatório dos volumes individuais 
de todas as partículas sólidas) e Vp = volume total de poros (somatória dos poros entre o 
esqueleto e dentro do plasma) = macroporos + microporos. 
Por outro lado, Vp = Vag + Var, onde: Vag = Volume ocupado pela água; Var = Volume ocupado 
pelo ar; 
 ou seja: 
 Vt = Vs + Vag + Var 
 
De forma similar, cada fração possui uma massa, de forma que podemos escrever: 
 
 Mt = Ms + Mag + Mar 
 
onde: Mt = massa total de solo;Ms = massa da fração sólida (somatório das massas individuais 
de todas as partículas sólidas); Mag = massa da fração liquida (água do solo); Mar = massa do ar 
( que é desprezível). 
 
 Quando coletamos uma amostra, em condições naturais, no campo, ela possuirá uma 
dada massa úmida, resultante da soma da massa das partículas sólidas + a massa da água 
 
 
4
naturalmente retida por elas. Todavia, a massa de água alocada nos poros varia continuamente, 
seja por evaporação ou pela absorção radicular. Por isto, se deixarmos uma massa úmida exposta 
ao ar seco, ela irá perdendo peso progressivamente, na medida em que sofre dessecação. 
Portanto, a massa úmida do solo é um valor variável. 
Para termos uma base fixa de comparação, se define massa do solo como: 
Massa do solo (Mt) = massa do material sólido do solo, obtida após secagem em estufa a 
105-110 º C . 
 
2. Densidades ou Massas Específicas do solo 
 
Considerando-se o tecido do solo, de forma global, a sua densidade ou massa específica 
(massa por unidade de volume), é dada pela relação: 
 
 Dap = Ms / Vt ..................................... (de onde Vt = Ms/ Dap) 
 
Dap = densidade aparente (g/cm3). Atualmente, o termo densidade aparente está sendo 
substituído pelo termo densidade global, por ser mais apropriado. 
 
Considerando-se apenas a massa das partículas sólidas do solo, a sua densidade ou 
massa específica será: 
 
 Dr = Ms / Vs............................................ (de onde Vs = Ms/ Dr) 
 
Dr = densidade real (g/cm3), também conhecida, mais apropriadamente, como densidade 
ou massa específica das partículas sólidas. 
 
3. A Porosidade Total: relação entre as duas densidades 
 
A Porosidade total (P%) exprime a relação entre o volume total de poros (VTP) e o volume 
total do solo, em percentagem. Por exemplo, se a fração sólida ocupa 50%, então VTP ocupará a 
metade restante, de forma que: 
 
P% = (VTP/ Vt) x 100 
 
Repare que Vt será sempre a soma dos volumes sólido e de poros: Vt = Vs + Vp onde Vp 
é a mesma coisa que VTP. Sendo assim, a porosidade vale: 
 
P% = (Vp / Vt) x 100 
Porem: Vp = Vt – Vs; e 
P = (Vt - Vs)/Vt; ou P = ( Vt/Vt - Vs/Vt), de onde: P = (1 – Vs/Vt) 
 
 
5
Como já foi destacado acima: 
Vs = Ms/Dr e Vt = Ms/Dap. Assim substituindo na última equação: 
 
P = [1 - (Ms/Dr : Ms/Dap)] ou: P = (1 – Dap/Dr) 
 Ou, em percentagem: 
P(%) = (1 – Dap/Dr ) x 100 
 
que é a fórmula usada para estimar a porosidade total de uma amostra a partir dos dados de 
densidade. 
Devemos reparar que: 
 
· A densidade real é um valor fixo, posto que depende apenas das densidades das 
partículas sólidas. 
 
 Densidade de alguns minerais Densidade da Matéria orgânica(g/cm3) (g/cm3) 
Quartzo....................... 2,65 M.O. fresca (f. verdes)............... 1,00 
Hematita..................... 5,26 M.O. seca................................ <1,00 
 Goethita...................... 4,37 M.O. humificada...................... >1,00 
 Montmorilonita............ 2,62 
 Caulinita...................... 2,50 
 
 Por exemplo, se a fração sólida é constituída de: 70% quartzo, 20% de caulinita e 5 % de 
goethita, o valor da Dr será, de acordo à tabela de densidade dos minerais: 
 
Dr = 70/100 x 2,65 + 20/100 x 2,50 + 5/100 x 4,37 = 0,7 x 2,65 + 0,2 x 2,5 + 0,05 x 4,37 = 
1,885 + 0,5 + 0,219 ˜ 2,61 g/cm3 
 
 Ou seja, como o quartzo é um mineral que tem amplo predomínio na fração areia do solo, 
a densidade real dos solos estará muito influída pela sua densidade, não se afastando muito do 
seu valor de 2,65 g /cm3. Existe uma exceção a esta regra que é quando predominam os óxidos e 
hidróxidos de ferro e alumínio, como goethita e hematita, que possuem densidade de alto valor 
(ver tabela). Nesses casos a densidade das partículas sólidas do solo pode se elevar para valores 
entre 2,7-3,0 g/cm3. Por isso, o valor da densidade real auxilia na identificação dos minerais 
constituintes da fase sólida do solo. 
Em resumo, a densidade real é um valor fixo, o qual só poderia mudar se mudasse a 
composição mineralógica (qualidade) do solo ou a proporção (quantidade) de algum dos minerais 
na amostra. 
 
 
 
6
· A densidade aparente ou global é sempre menor que a densidade real. 
 Isto fica evidente ao se comparar as respectivas equações: o denominador da densidade 
aparente é: Vs + Vp, enquanto que no caso da densidade real é apenas Vs. 
 Dessa forma, vemos que quanto menor o volume de poros, maior será a densidade aparente. Na 
realidade, a Dap tenderá a um valor máximo limite, quando o volume de poros tenda a zero, que é 
a própria Dr. Nesse caso, teríamos um objeto maciço, sem nenhuma porosidade. Isto na prática, 
nunca acontece. Porem, nos lembra que enquanto a densidade real é fixa, a densidade aparente 
é variável, e, portanto muito afetada por fatores externos. 
 
· Para determinar a densidade aparente do solo, precisamos obter uma amostra 
indeformada, com o seu volume original intacto. 
 Isto se deve ao fato de que devemos incluir o volume real dos poros no volume total. Já 
para determinar a densidade real, isto não é preciso, uma vez que só interessa o volume das 
partículas sólidas. 
 
 4. Importância do conhecimento das densidades. 
Densidade real: 
- Importante para o cálculo da Porosidade total. 
- Auxilia na identificação de minerais. 
 - Da uma idéia da predominância de compostos minerais ou orgânicos. 
Densidade aparente: 
-Fornece informações para a recomendação do solo para determinadas culturas 
- Emergência de sementes: Alta Dap é inibitória. 
 
-Atividades agrícolas: o uso excessivo de arações ou gradagens superficiais e continuadas, à 
mesma profundidade, provoca a desestruturação da camada arável (0- 20 cm), transformando-
a em duas camadas distintas: uma superficial pulverizada e outra subsuperficial compactada 
(ou seja, de maior densidade aparente e menor porosidade). Essa transformação reduz a taxa 
de infiltração de água no solo e, conseqüentemente, incrementa a enxurrada e os riscos de 
erosão hídrica, prejudica o desenvolvimento radicular das plantas, afetando a produtividade 
agrícola. 
- De forma geral, qualquer fator que aumente a porosidade diminui a Dap. Neste caso se 
incluem as práticas de adição de M.O. (estercos animais, adubação verde). 
 
 
5. O Ar do solo 
 
Quando não há impedimento de drenagem no solo, as águas de chuva infiltram na sua 
superfície e molham o perfil. Essa água circula pelo espaço poroso do solo. Tal espaço poroso, 
 
 
7
chamado VTP, é composto por poros de tamanho variado. Classificam-se tais poros, segundo o 
seu diâmetro, em macro ou microporos. 
Os macroporos são aqueles situados entre os agregados do solo, enquanto os microporos 
são aqueles existentes dentro dos agregados. Os macroporos são demasiadamente grandes para 
reter a água que infiltra no solo, mas servem para fazê-la circular, redistribuindo-a entre as 
camadas do perfil. 
Em solos agrícolas, o volume de macroporos usualmente está ocupado por ar, mas o 
volume de ar do solo pode também ser maior do que o volume de macroporos (incluindo, portanto, 
parte do volume de microporos). 
Temos que: 
VTP (m3) = Var + Vag. 
 e dividindo pelo volume total: 
VTP/Vt = Var/Vt + Vag/Vt 
 
A relação entre volume do ar e volume total do solo é: Var/Vt = porosidade de aeração ou 
espaço aéreo do solo. 
A relação entre o volume de água e o volume total do solo é: Vag / Vt = umidade volumétrica 
(m3 água/m3 solo). 
Ou seja, em qualquer momento, a porosidade total será a soma da porosidade de aeração 
+ a umidade volumétrica. 
Por exemplo: 
Uma amostra de solo tem um volume total (Vt) de 300 cm3. Dap = 1,20 g/ cm3 e a Dr = 2,65 g/cm3. 
Pergunta-se: se o volume ocupado pela água for 20%, qual é o volume dos poros ocupado pelo 
ar? E qual é a composição volumétrica do tecido do solo? 
 
(1)- Primeiro calculamos a porosidade total da amostra: 
 
P = (1- Dap/Dr) = (1 – 1,20/2,65) = 1 – 0,45 = 0,55 (ou 55%). 
 
(2)- Qual é o volume total de poros? 
P = VTP/Vt ; ou: VTP = P x Vt = 0,55 x 300 = 165 cm3. 
 
(3)- Qual é o volume de água? 
Uv = Vag/ Vt , ou Vag = Uv x Vt = 0,2 x 300 = 60 cm3. 
 
(4) Qual é o volume de ar e a porosidade de aeração?: 
Var = VTP – Vag = 165 – 60 = 105 cm3. 
Par (%) = (105/300) = 35% 
(5) Então, no momento da coleta: 
Vsol = 45%; Vag = 20%; Var= 35%. 
 
 
8
 
A partir desse exemplo vemos que, por lógica, sempre a porosidade de aeração é menor 
que a porosidade total. Por outro lado, o volume de poros ocupado por ar pode ser zero, o que 
acontece quando todo o VTP estiver ocupado por água. 
 
6. Diâmetro de poros e dinâmica da água e do ar. 
 
O diâmetro dos poros existentes entre a massa sólida do solo é fator muito importante 
devido a que a velocidade com a qual a água penetra no solo (ou seja, a sua velocidade de 
infiltração) ou a velocidade com a qual o ar do solo se renova, são ditados pelo diâmetro dos 
poros da sua superfície. Como guia geral, consideramos os seguintes diâmetros e suas funções: 
Tabela 1. Diâmetro médio de poros e dinâmica da água. 
Ø partícula (µm) Ø poro (µm) Função 
> 1000 >100 Aeração, drenagem rápida (1) 
250 - 1000 25 -100 Condução, aeração (2) 
 2 - 250 0,2 - 25 Armazenagem de água (3) 
<2,0 < 0,2 Água não disponível (4) 
 (1) água gravitacional, movimento rápido. (2) água gravitacional, movimento lento. 
 (3) água capilar e adsorvida, disponível aos vegetais. (4) água adsorvida na interfase sólido- liquido. 
 
Existe uma porosidade “ideal”?: 
Sim, teoricamente seria aquela que tivesse uma relação de 1/3 de macroporos para 2/3 de 
microporos (V macro = 0,33 Vt; Vmicro = 0,67 Vt). 
 
7. Diferenças entre o ar do solo e o ar atmosférico 
 
A atmosfera que nos envolve, é uma mistura gasosa (Tabela 2), onde cada gás exerce a 
sua própria pressão parcial (Lei de Dalton), de cuja soma resulta a chamada pressão atmosférica. 
 
Tabela 2: Composição média do ar atmosférico e do ar do solo. 
 
Constituinte Ar atmosférico Ar do solo 
 (%, v/v) 
Nitrogênio(N2) 78,9 78 - 81 
Oxigênio (O2) 20,9 15 - 20 
Vapor de água Variável saturado 
Dióxido de carbono (CO2) 0,03 0,2- 4,5 
 Outros gases comuns em solos com deficiência de drenagem são o metano (CH4 ) 
 E o óxido nitroso (N2O). 
 
 
 
 
9
Repare que há algumas diferenças entre ambos ambientes: 
 
(i)- O volume de oxigênio é menor no solo, tem maior valor na superfície e se reduz em 
profundidade, acompanhando o consumo dos organismos aeróbicos ; 
 
(ii)- O volume de dióxido de carbono no ar do solo é bem maior que o da atmosfera (que é 
da ordem de 300 µL/L, ou 0,03 % v/v). Isto se deve à respiração do solo, produto da atividade 
biológica dos microorganismos e da fauna do solo, assim como da respiração das raízes. É uma 
atividade biológica intensa, confinada em um pequeno volume, o qual concentra o teor desse gás. 
Renovação do ar no solo : As trocas gasosas, entre o ar contido no solo e aquele na 
atmosfera livre são feitas pelo processo físico conhecido como difusão, no qual as moléculas 
gasosas movimentam-se em resposta a gradientes (diferenças) de concentração. 
Como normalmente, a concentração de CO2 no solo é mais elevada que a da atmosfera 
externa (acontecendo o inverso com as moléculas de O2), a tendência natural é de que as 
moléculas de CO2 difundam livremente pelo espaço poroso em direção à atmosfera externa, 
enquanto nas moléculas de O2 difundem em direção inversa, vale dizer, em direção ao solo. Para 
que tais processos se verifiquem, acarretando em uma aeração satisfatória do ambiente edáfico, o 
solo deve apresentar algumas características: 
1) O solo necessita ser suficientemente poroso. 
2) Ter os poros interligados. 
3) Ter poros grandes, para não acumular CO2. 
4) Os poros não devem estar totalmente ocupados por água. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS PARTÍCULAS PRIMÁRIAS: TEXTURA 
 
No estudo das propriedades ligadas à fase sólida do solo, a classificação das partículas 
primárias é um tópico de importância central. Diversos critérios de classificação foram sugeridos, 
incluindo a composição química ou mineralógica das partículas primárias; a sua densidade e a 
sua forma e tamanho. Desses, o tamanho das partículas primárias acabou prevalecendo, por 
envolver processos mais simples, os quais podem ser operados dentro das rotinas dos 
laboratórios de análise. 
O método de análise que visa a classificar as partículas de uma amostra pelos respectivos 
tamanhos recebe o nome de análise granulométrica. A análise granulométrica de partículas 
sólidas compreende a determinação do tamanho das mesmas, bem como da freqüência com que 
ocorrem em uma determinada classe ou faixa de tamanho. O objetivo final é conhecer a 
composição granulométrica de uma dada amostra. Esse termo indica a distribuição percentual 
das frações granulométricas presentes. As frações granulométricas são classes de tamanho, com 
limite superior e inferior. A classificação granulométrica do solo, segundo o Sistema Brasileiro, 
reconhece os tamanhos de frações mostradas na Tabela 3. 
 
 
10
Tabela 3. Classificação granulométrica das partículas unitárias do solo, de acordo ao 
Sistema Brasileiro (SBCS/Embrapa) 
 
Frações granulométricas Tamanho Ø, mm 
Fração grosseira 
Calhaus > 20,0 
Cascalho 2,0- 20,0 
Terra Fina 
Areia 
Grossa 2,0 – 0,2 
Fina 0,2 – 0,05 
Silte 0,05 – 0,002 
Argila < 0,002 
 
Do ponto de vista operacional, a análise granulométrica aplicada às amostras de solo 
compreende a determinação direta das frações areia (grossa: AG e fina: AF) e argila, calculando-
se a fração silte por diferença: 
Silte (%) = 100 – (AG % + AF % + argila %) 
 
Análise dos teores de Areia grossa e fina. 
Feita através da tamisação das partículas, utilizando-se peneiras com diâmetros variados, 
conforme indica a Tabela 3. Inicialmente, as amostras são secas ao ar, sobre uma bancada e 
submetidas a destorroamento com auxilio de um rolo. A abrasão das partículas visa facilitar a 
desagregação das mesmas, promovendo a separação física das partículas do esqueleto e do 
plasma. 
A primeira peneira possui um diâmetro de poro de 2,0 mm, e portanto serve como 
separação entre as partículas componentes da fração grosseira ( > 2,0 mm ) da terra fina (<2,0 
mm). A separação das areias, entre si e da TFSA, se por meio de duas outras peneiras, com 
diâmetros de 0,2 e 0,05 mm respectivamente. A primeira seleciona as partículas da fração AG, e 
a segunda as da fração AF, conforme os limites indicados na Tabela 3. 
 
Análise do teor de argila 
O material que consegue passar através da peneira de 0,05 mm ( 50 µm) composto de 
partículas do tamanho das frações silte e argila. Não é possível separar, por peneiramento 
mecânico a fração silte, de forma que procede-se à determinação direta do percentual de argila na 
amostra, estimando-se o silte por diferença. 
Todavia, as partículas do tamanho argila possuem um problema especial, no sentido de 
que na sua maioria, ocorrem dentro do tamanho da faixa coloidal, e, possuindo cargas elétricas na 
sua superfície, estão sujeitas a variações de estado, indo desde a suspensão coloidal estável 
(onde as partículas encontram-se dispersas na água) até o estado floculado, no qual encontra-se 
 
 
11
reunidas em micro flóculos ( reveja Figura 2) Esses flóculos, assim agregados, adquirem um 
tamanho unitário muito maior, do tamanho do silte. Por outro lado, em todos os solos, sempre 
uma parte da argila estará naturalmente dispersa, e a outra, naturalmente floculada, sendo normal 
que a quantidade de argila floculada seja muito maior do que a argila dispersa. Assim, se esses 
fatos não fossem considerados, os resultados da análise não indicariam a verdadeira composição 
granulométrica. Para evitar esses problemas, toda a argila da amostra deverá estar no estado 
disperso ao inicio da análise. Para tal se faz um pré-tratamento, consistente na agitação da 
amostra suspensa em água, na presença de um pequeno volume de NaOH 1,0 N. 
A quantificação das argilas, propriamente dita, se faz pelo processo conhecido como 
sedimentação em gradiente gravitacional, usando-se os princípios estabelecidos na Lei de Stokes. 
Essa lei trata da velocidade de queda de partículas sólidas esféricas, em um fluido líquido como a 
água. Nessas condições, a lei estabelece que as partículas devam cair, sob efeito da gravidade, 
com uma velocidade uniforme, diretamente proporcional ao seu tamanho (diâmetro). Ou seja, 
quanto menor o diâmetro das partículas, menor a velocidade de queda. Partículas do tamanho da 
argila demorarão muito mais tempo, para percorrer, em queda livre, um mesmo espaço, em 
relação a partículas na faixa do silte ou da areia fina, por exemplo. Essas considerações formam 
a base do método para a determinação dos teores de argila nas amostras analisadas. 
Textura do solo 
A textura do solo refere-se à proporção relativa em que se encontram, em determinada 
massa de solo, os diferentes tamanhos de partículas, ou seja, as frações granulométricas 
constituintes da TFSA (Tabela 3). 
Vamos supor que al final da análise granulométrica tenham-se obtido os seguintes valores: 
Areia (total) = 32 %; Argila = 31 % e Silte = 37 %. Com esse resultado, a amostra deve ser 
enquadrada dentro da classe franco-argiloso, a qual ocupa uma posição central dentro do 
chamado triangulo textural (Figura 4) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12
Figura 4. Uso do triangulo textural para definir a classe textural 
 
Observando-se o triangulo, reparamos que as frações granulométricas encontram-se 
combinadas em treze classes texturais. Nos vértices, as texturas refletem o predomínio de uma ou 
outra fração, enquanto na partecentral estão as texturas médias (chamadas francas ou 
barrentas). 
 
Para que serve o conhecimento da textura? 
Já na primeira aula do curso, quando foram discutidas as características distintivas dos 
solos, foi destacado o fato do mesmo estar formado por uma sucessão de camadas, chamadas 
horizontes, os quais poderiam ser separados entre si, pelas suas propriedades químicas, físicas e 
biológicas. Justamente, dentro das características de maior importância diagnóstica num dado 
horizonte, encontra-se a sua textura, por ser a propriedade física que menos sofre alteração ao 
longo do tempo. Enquanto que, em alguns solos, há uma transição brusca ou abrupta entre as 
classes texturais dos horizontes superficial e sub-superficial, em outros solos essa transição é 
mais difusa, fato que reflete diferenças nos respectivos processos de formação. Um exemplo 
disso encontramos na comparação dos solos Argissolos em relação aos Latossolos. 
A relação entre o teor de argila contida no horizonte B em relação à contida no horizonte A 
é conhecida como gradiente textural de um solo. Se essa relação for elevada, é indicativa de que 
os processos de formação do solo favoreceram a acumulação de argilas no horizonte B (como no 
caso dos Argilossolos), enquanto que nos Latossolos essa situação não existe, ou seja, na prática 
não possuem gradiente textural, e sim, uma uniformidade textural bastante acentuada ao longo do 
perfil. 
 O conhecimento das texturas é de grande importância em relação às praticas de manejo 
do solo, em especial da utilização de implementos agrícolas. Assim, de uma forma geral podemos 
estabelecer as seguintes generalizações: 
Solos de Textura Arenosa (Solos Leves) - Possuem teores de areia superiores a 70% e 
o de argila inferior a 15%; são permeáveis, leves, de baixa capacidade de retenção de água e de 
baixo teor de matéria orgânica. São altamente susceptíveis à erosão, necessitando de cuidados 
especiais na reposição de matéria orgânica, no preparo do solo e nas práticas conservacionistas. 
Solos de Textura Argilosa (Solos Pesados) - São solos com teores de argila superiores 
a 40%. Possuem baixa permeabilidade e alta capacidade de retenção de água. Esses solos 
apresentam maior força de coesão entre as partículas, o que além de dificultar a penetração, 
facilita a aderência do solo aos implementos, dificultando os trabalhos de mecanização. 
Solos de Textura Média (Solos Médios) - São solos que apresentam certo equilíbrio 
entre os teores de areia, silte e argila. Normalmente, apresentam boa drenagem, boa capacidade 
de retenção de água e índice médio de erodibilidade. 
 
 
 
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É interessante observar, pois, que os termos solos ( ou texturas) leves ou pesadas, nada 
tem a ver com as massas ( ou pesos) dos solos, e sim com a maior ou menor facilidade que 
possam ter em relação ao trafego de máquinas agrícolas. 
Por outro lado, observemos que as texturas argilosas ou arenosas extremas, são 
expressão de tecidos do solo bastante diferenciados. Por um lado, temos as texturas arenosas, 
onde as partículas do esqueleto são predominantes (alta macroporosidade) e há pouco plasma, o 
que significa: alta circulação/ baixa retenção de água. No outro extremo, encontraremos os solos 
onde predomina a argila e, portanto muito plasma (alta microporosidade) e pouco esqueleto, o que 
significa: baixa circulação/ alta retenção de água. Os respectivos tecidos desses solos encontram-
se, portanto, desequilibrados em termos de uma dinâmica ideal de circulação da água e do ar. 
Essas considerações nos levam então à reconsideração do tecido do solo, o qual pode ser 
caracterizado, tanto qualitativa como quantitativamente, através do estudo da estrutura do solo, 
tema da nossa próxima aula. 
 
 
ESTRUTURA DO SOLO 
 
O termo estrutura do solo refere-se ao arranjo natural das partículas sólidas do solo e dos 
espaços vazios associados. Também pode ser definida como a disposição geométrica do tecido 
do solo. 
Naturalmente, em alguns casos, como quando há um grande predomínio de areia no solo, 
as partículas unitárias podem se apresentar com uma agregação muito fraca ou mesmo sem 
agregação. No outro extremo, predomínio de argila faz com que as partículas primárias (incluindo 
aí as partículas orgânicas) se agrupem em agregados, que por vezes, se afiguram como maciços. 
Podemos distinguir: 
Sem agregação: tanto quando há ausência de união entre as partículas primárias (grãos simples 
ou soltos) como quando está união é muito forte, ao ponto de não haver separação (linhas de 
fraqueza) entre as partículas (estrutura maciça, coesa). 
Com agregação: quando as partículas formam unidades estruturais mais ou menos definidas, 
sendo possível separar esses agregados em função de sua forma geométrica (tipo), tamanho 
(classe)e nível de desenvolvimento (grau). 
 
Agregados: classificação 
 
O arranjo das partículas sólidas define quatro tipos básicos ( Figura 5) : 
 
-Laminar: As partículas sólidas se dispõem segundo um plano, geralmente horizontal. 
Normalmente herdado do material de origem do solo. 
 
 
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-Prismática: As partículas sólidas se dispõem em torno de uma linha vertical, formando unidades 
estruturais limitadas por faces relativamente planas: com duas dimensões horizontais equivalentes 
e uma vertical maior. 
-Blocos: As partículas sólidas se dispõem em torno de um ponto formando uma unidade 
estrutural limitada por faces planas ou recurvadas, que se ajustam perfeitamente às unidades 
vizinhas. 
-Esferoidal: As partículas sólidas se dispõem em torno de um ponto, formando unidades 
estruturais limitadas por superfícies irregulares ou recurvadas, não se acomodando às unidades 
vizinhas. Apresentam a mesma grandeza nas três dimensões. 
 
Cada um desses tipos combina-se com cinco classes por tamanho (Tabela 4). 
 
 
Tabela 4 Classificação dos agregados, de acordo a sua forma (tipo) e tamanho (classe) 
TIPO 
 
LAMINAR 
 
PRISMÁTICA 
 
BLOCOS 
 
ESFEROIDAL 
 
 
CLASSE Laminar Prismática Colunar Angular Sub angular Granular Grumosa 
Muito pequena < 1 mm < 10 mm < 5 mm < 1 mm 
Pequena 1 a 2 mm 10 a 20 mm 5 a 10 mm 1 a 2 mm 
Média 2 a 5 mm 20 a 50 mm 10 a 20 mm 2 a 5 mm 
Grande 5 a 10 mm 50 a 100 mm 20 a 50 mm 5 a 10 mm 
Muito grande > 10 mm > 100 mm > 50 mm > 10 mm 
 
 blocos 
 
 angulares sub angulares 
 prismática 
 colunar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 laminar granular 
Figura 5. Tipos de unidades estruturais 
 
 
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Quanto ao desenvolvimento (grau) dos agregados, o termo relaciona-se com a intensidade 
da agregação, e expressa a diferença entre a coesão dentro do agregado e a adesão entre eles. 
Distinguem-se: 
 
 0 - sem estrutura: maciço ou grãos simples.; 
1 - fraco: estruturação não evidenciada no perfil do solo; 
 2 - moderado: estruturação fracamente evidenciada no perfil do solo; 
3 - forte: estruturação bem evidenciada no perfil do solo. 
 
 
 
Formação dos agregados 
 
Todos os fatores físicos, químicos e biológicos que operam no solo contribuem para a 
formação dos agregados do solo. Didaticamente, distinguimos dois processos: 
 
 a) Floculação de colóides; 
b) Cimentação. 
 
A floculação é um processo eletrocinéticoque resulta da interação entre as cargas 
superficiais dos colóides do solo com os seus íons adsorvidos, e do qual resulta a reunião de 
partículas coloidais antes dispersas, em microflóculos. Quanto maior o grau de floculação dos 
colóides do solo, maior o desenvolvimento de sua estrutura. 
A cimentação reúne um conjunto de processos pelos quais os agentes cimentantes 
conferem consolidação e estabilidade aos colóides floculados, evitando a sua reversão para o 
estado disperso. 
Os principais agentes cimentantes são: 
 
- Argilas silicatadas. Fortes agentes cimentantes, especialmente as argilas expansivas. 
Recobrem grânulos de areia e reforçam o floculo através de ligações eletrostáticas com outras 
partículas da fração argila como óxidos de ferro e alumínio (que são carregados positivamente a 
pH ácido) e com a matéria orgânica humificada. As argilas expansivas reforçam a sua floculação 
na fase de contração, quando há falta de água no solo. Por isto a alternância de fases de 
molhamento e dessecamento ajuda na estruturação dos solos. 
 
- Óxidos de ferro e alumínio. São agentes cimentantes muito fortes. A sua predominância 
nos Latossolos argilosos faz com que estes solos apresentem uma estrutura granular muito fina 
 
 
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(“pó de café”). Esses colóides têm alta afinidade com a M.O., ligando-se com ela e protegendo a 
mesma de sua biodegradação. 
 
- Sais solúveis. A precipitação de sais solúveis entre os flóculos implica na formação de 
cimentos bastante duros, e pelo geral, irreversíveis, isto é, não desmancham a seco nem a úmido. 
É o caso de precipitação de carbonato de cálcio e de ácido silícico. 
 
- Cátions da solução do solo. Os cátions polivalentes como Ca2+ e Al3+, atuam tanto na 
floculação, por efeitos de valencia, quanto na cimentação do material floculado. Isto porque 
formam pontes eletrostáticas entre os colóides. Maior riqueza em bases trocáveis, maior 
possibilidade de estabilização. Ca, Fe, Mg e Al são mais eficientes que K. 
 
 - Microorganismos do solo. São muito importantes na formação de microagregados (< 
50 µm, equivalente ao tamanho de uma partícula de silte). Isto porque, como produto de sua 
atividade biológica, as bactérias do solo, agrupadas em colônias sobre os colóides excretam 
substancias colantes como gomas. Quimicamente são polissacarídeos, (mucigel). (Figura 6). As 
raízes das plantas exudam também esse tipo de materiais, que servem como substrato (fonte de 
carbono) para os microorganismos ou que atuam como agentes adesivos diretos. Os 
microagregados possuem as frações mais resistentes da materia orgánica. 
- Papel da vegetação. É a fonte principal de M.O., através da deposição de liteira e da 
ação das raízes. As raízes atuam fortemente na estruturação do solo. 
As raízes vivas excretam substâncias orgânicas variadas na sua vizinhança, tais como 
carboidratos solúveis, pectinas e ácidos orgânicos. Tais compostos servem como substrato para a 
atividade da biomassa microbiana e os fungos do solo, que produzem, pela sua vez, outras 
substancias de alto poder cimentante. 
Através da absorção de água, o que faz com que as partículas sólidas tendam a se 
aglutinar a sua volta. O crescimento das raízes exerce pressão, juntando as partículas do solo. 
As raízes mortas fornecem matéria orgânica bruta para a atividade microbiológica. Sem 
esta atividade não há degradação e síntese de moléculas orgânicas, logo não há agregação. 
Quanto maior a biomassa de raízes, maior o efeito da vegetação. Solo sob floresta tem melhor 
agregação que sob pastagens, que pela sua vez são mais agregados que os solos sob cultivo. 
Efeitos indiretos: a cobertura vegetal oferece proteção contra mudanças bruscas de 
temperatura, e atua como amortecedor do impacto direto das gotas de chuva. A temperatura 
elevada acelera a velocidade das reações de decomposição da MOS, aumentando o teor de CO2 
no solo e ar imediato. 
-Meso e macrofauna do solo. Atua na desagregação mecânica da matéria orgânica, 
como a maioria dos insetos do solo. Também tem um efeito direto, e as minhocas são o melhor 
exemplo de agregação direta. Como conseqüência dessa atividade, são criados bioporos. 
 
 
 
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Figura6. Representação esquemática das principais frações componentes de um 
microagregado. 
 
Na estrutura de um macroagregado, observa-se a inclusão de partículas das frações mais 
grossas, como areia (Figuras 1 e 7). Há abundancia de matéria orgânica em várias formas (raízes 
vivas), raízes mortas em grau variável de decomposição, colonização de fungos, os quais ligam 
mecanicamente as partículas através de suas hifas. Nota-se a definição de fortes complexos entre 
argila e matéria orgânica. Os macroagregados podem também se formar por volta de frações da 
chamada matéria orgânica particulada, as quais correspondem com partículas orgânicas pouco 
transformadas com tamanho entre 250 e 2000 µm. Na medida em que essa M.O. particulada é 
alterada pelos microorganismos do solo, os polissacarídeos extracelulares liberados por eles 
aumentam a estabilidade dos macroagregados. 
 
 
 
 
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Figura 7. Representação esquemática das principais frações componentes de um 
macroagregado. 
 
Estabilidade da estrutura 
 O termo estabilidade estrutural representa a resistência de um agregado aos fatores que 
possam levar a sua desagregação. O principal agente destruidor da estrutura do solo é a água, 
uma vez que expande o volume dos materiais hidrofílicos e dispersa os microagregados. Os 
agregados que estão na superfície do solo são dispersos pelo impacto das gotas de chuva. Ao 
entrar bruscamente pelo espaço poroso, a massa de água comprime o ar existente no interior do 
poro, até que no limite, a bolha de ar escapa rachando ou quebrando o agregado. Uma má 
condição estrutural do solo pode significar efeitos daninhos para a planta, por exemplo, por 
excesso ou deficiência de água, aeração insuficiente, pouca atividade microbiana, impedimento 
mecânico ao alongamento radicular, incidência de doenças, etc. 
 No outro extremo, uma boa estrutura faz com que os fatores de crescimento do vegetal se 
expressem com sua máxima eficiência, favorecendo diretamente a produtividade das culturas. Isto 
porque: 
a) diminui as barreiras físicas à penetração de raízes (camadas de impedimento, alta Dap), 
permitindo que as raízes explorem um volume maior de solo; 
b) favorece a atividade microbiológica, permitindo maior mineralização e humificação da 
MO bruta, e maior reciclagem de nutrientes; 
c) assegura a boa drenagem do solo, favorecendo a presença da mesofauna (minhocas, 
etc). 
d) Favorece a circulação de gases, evitando acúmulo de CO2 no solo. 
 
 
 
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Manter condições de arejamento e temperaturas favoráveis é fundamental. Nesse sentido, 
a adição de M.O. em qualquer forma, é muito importante, porque produz agentes cimentantes, 
libera nutrientes, aumenta o crescimento da parte aérea, fazendo que mais resíduos caiam, mais 
restos culturais no campo. 
O revolvimento excessivo do solo tende a empobrecer e piorar a estrutura do solo, porque 
há dano mecânico aos agregados (quebra) e também porque expõe diretamente a matéria 
orgânica a sua oxidação. O não revolvimento do solo, junto com a manutenção da palhada em 
cobertura estimula a formação de macroagregados. 
 
ÁGUA NO SOLO 
 
Introdução 
 
 Nas aulas anteriores temos falado sobre a participação da água, tanto nos processos de 
intemperismo físico e químico das rochas e na remoção e transporte dos produtos resultantes 
como na síntese das argilas e na própria gênese e evolução dos solos, onde atua fortemente na 
diferenciação dos horizontes. 
 A água está sempre presente no sistemasolo-planta, na forma de solvente da solução do 
solo. Tal solução, quem contém solutos e partículas coloidais minerais e orgânicas em suspensão, 
hidrata as superfícies hidrofílicas expostas nos poros, e leva os nutrientes essenciais às raízes. 
Enfim, a água é, isoladamente, a molécula presente em maior quantidade na biomassa vegetal e 
animal que vive em contato com o solo. A quantidade e o estado energético da água influem mais 
nas propriedades físicas do solo que qualquer outro fator isoladamente. A água influi na 
consistência, na porosidade de aeração, na estabilidade da estrutura e na regulação térmica do 
solo. 
 
O ciclo hidrológico 
Do ponto de vista do ciclo hidrológico da água na natureza, importa considerar o balanço 
entre as entradas e saídas de água no solo. 
 
Entradas (menos ) Saídas = Armazenamento 
Água de chuvas Evaporação 
Irrigação Transpiração 
Inundação Drenagem profunda 
 Drenagem superficial 
 
 
 
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Conteúdo de água no solo 
 
A quantidade de água contida em uma amostra de solo, coletada de um dado horizonte, a 
uma dada profundidade, em data e hora determinada, pode ser expressa de duas formas: 
 
- Com base no peso: umidade gravimétrica (Ug %). 
- Com base no volume: umidade volumétrica (Uv %) 
 
A umidade gravimétrica representa a quantidade de gramas de água contida em uma 
amostra, por cada 100 gramas de solo seco em estufa: 
Ug % = (massa de água, g / massa de solo seco, g ) x 100, ou 
Ug % =(Mag/ Ms) x 100. 
onde Massa de água = massa de solo úmido (no instante da coleta) – massa de solo seco (após 
secagem, até peso constante). Ou seja: 
Ug% = [(Massa solo úmido – Massa solo seco)/ Massa de solo seco] x 100 ; 
 
A umidade volumétrica representa o volume de água (cm3) contida em uma amostra, por 
cada 100 cm3 de solo seco em estufa. 
Uv % = (volume de água, cm3 / volume de solo seco, cm3) x 100 
 
A Uv % não é medida diretamente, ela é calculada, a partir da umidade gravimétrica, 
através da formula: 
Uv % = Ug % x Dap 
Esta formula origina-se do seguinte: 
 
Densidade da água = massa de água/ volume de água, ou: ............. Vag = Mag/ Dag. 
Densidade do solo = massa do solo/ volume do solo, ou : .................... Vs = Ms/ Dap. 
Fica então: 
Uv = Vag/ Vs = ( Mag/Dag)/ (Ms/ Dap), e levando em consideração que D água= 1,0 g/cm3 
temos: 
Uv= (massa de água/massa de solo) x (Densidade aparente do solo /densidade da água), 
ou: Uv = Ug x Dap 
Por exemplo: 
Quanta água existirá num solo que apresente Ug = 22 % e Dap = 1,35 g/cm3 nos primeiros 
18 cm do perfil?: 
Sol: 0, 22 g água / g solo x 1,35 g/cm3/ 1,00 g/cm3 x 18 cm = 5, 35 cm 
 Ou seja, se pudéssemos comprimir toda a água contida nesses 18 cm, ela formaria uma 
camada de 5,35 cm de espessura. E os restantes 12,65 cm? Seriam as alturas equivalentes aos 
volumes de sólidos e de ar desse solo. 
 
 
 
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Coeficientes de umidade do solo 
Ponto de saturação (PS): representa o máximo conteúdo d’água num dado volume de 
solo. É o ponto de máxima umidade volumétrica de um dado perfil. Isto porque nesse ponto, o 
volume total de poros está saturado de água, ou seja, a água ocupa todos os macro e microporos. 
Nem toda essa água ficará retida no solo. Uma parte sofrerá escoamento superficial: aquela que 
no consegue infiltrar pelos poros da superfície (drenagem superficial). Outra porção, mesmo 
contida dentro do tecido do solo sofrerá a ação direta da gravidade, e, portanto, estará sujeita à 
drenagem interna. A água fluirá verticalmente, seguindo a tortuosidade dos macroporos de maior 
calibre até finalmente atingir o lençol freático subterrâneo. Essa água que drena livremente não é 
aproveitável pelos vegetais, e é chamada água gravitacional. 
Capacidade de campo (CC): representa o máximo conteúdo de umidade que o solo pode 
reter contra a força da gravidade. Como o seu nome indica, é uma propriedade melhor 
evidenciada no campo, e associa-se ao conteúdo de umidade (gravimétrica ou volumétrica) que o 
solo apresenta após ter cessado a livre drenagem no mesmo. Em solos de textura arenosa, com 
predomínio de macroporos, este ponto é atingido após 2-3 dias do inicio da livre drenagem 
(partindo-se do solo saturado), mas em solos argilosos pode demorar muito mais, posto que há 
predomínio de microporos, o que torna muito mais lenta a circulação de água pelo perfil. 
Ponto de murchamento permanente (PMP): representa o conteúdo mínimo de umidade 
no qual as plantas murcham de forma irreversível, isto é, não conseguem se recuperar mesmo se 
o solo é re-umedecido. Inicialmente, o PMP foi determinado em vasos cultivados com plantas de 
girassol e foi chamado ponto de murchamento permanente, para distingui-lo do murchamento 
temporário pelo qual as plantas passam, normalmente ao meio dia, quando a taxa transpiratória 
excede a que a taxa de absorção radicular. No murchamento temporário as plantas conseguem se 
recuperar à noite, quando o ar atmosférico fica mais úmido e a temperatura mais baixa. No 
murchamento permanente as plantas não se recuperam mesmo se colocadas numa atmosfera 
saturada de água (com umidade relativa igual a 100%), onde não há a possibilidade da planta 
perder água por transpiração das suas folhas. Então, vemos que o murchamento é mais bem uma 
condição fisiológica das plantas melhor que uma característica universal dos solos. Is to significa 
que nem todas as plantas apresentam murchamento permanente no mesmo conteúdo de 
umidade no solo, posto que as diversas espécies vegetais possuem diversos mecanismos para 
administrar a água disponível. De qualquer forma, é certo que a um dado teor de umidade do solo, 
as plantas murcham, de forma irreversível. Esse ponto seria considerado o ponto de murchamento 
para essa espécie e para esse solo. 
Na maioria dos casos o teor de umidade do solo que causa o murchamento irreversível, na 
maioria dos solos, associa-se com uma tensão de água dos solos por volta de – 15 atmosferas 
(ver abaixo), e essa tensão é tomada como o PMP. 
Capacidade máxima de armazenamento de água pelo solo: Como o solo é a fonte básica 
de água para o crescimento dos vegetais, foi estabelecido o conceito de capacidade de 
armazenamento, também chamada de água disponível (AD). Como já mencionado, a água do 
 
 
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solo acima da capacidade de campo não é útil à planta, da mesma forma o teor de umidade 
abaixo do PMP, também não, posto que a planta não consegue extrair essa água da vizinhança 
das suas raízes. 
Então, a máxima disponibilidade de água no solo é dada por: 
 
AD (%)= Capacidade de Campo(%) – Ponto de Murchamento Permanente (%). 
 
Retenção de água disponível no solo. 
A atração gravitacional atua sobre todos os corpos. Assim, quando o solo fica saturado 
com água, esta também estará sujeita à ação da gravidade. Uma vez que cessa o aporte de água 
ao solo começa a drenagem interna. A água que ocupa o volume dos macroporos maiores 
drenará com facilidade, embora a velocidade de seu avanço no perfil seja influenciada muito pela 
textura, estrutura do solo, assim como pela densidade aparente das camadas (o problema das 
camadas compactadas, já discutido na aula). Essa água gravitacional, como já indicado, não é 
disponível à planta. 
Conforme os macroporos de maior diâmetro vão se esvaziando, a água vai ficando retida 
em poros cada vez mais estreitos. Há uma relação entre os diâmetros dos poros e a quantidade 
de água que fica retida neles (veja tabela). 
Ä água ficaretida nos solos primariamente porque é adsorvida na superfície dos colóides. 
Em segundo lugar, porque uma massa de água confinada em um pequeno poro é coesa, isto é, 
mostra coesão. Essa força coesiva tende a puxar para o interior as moléculas de água que 
formam uma coluna enchendo um poro de pequeno diâmetro, retraindo-as quando na presença 
de uma interfase sólido-agua-ar. Isso dá origem às forças de retenção capilar, e admite-se que 
essas forças que se desenvolvem dentro dos microporos sejam responsáveis pela retenção de 
água. Dizemos então que a água do solo sempre se encontra sob tensão, salvo quando o solo 
está saturado de água, em cujo caso as moléculas de água estão submetidas à pressão 
atmosférica. Quando o solo vai ficando progressivamente insaturado, cria-se uma diferença de 
pressão na interfase dos poros. O lado externo, exposto ao ar, está sob pressão atmosférica, o 
lado interno está sujeito a pressão menor. Tomando (por convenção) a pressão atmosférica 
exterior como zero (0), então a água no solo, sob tensão, estará submetida a pressões negativas. 
Assim, considera-se que a água retida no solo na capacidade de campo encontra-se 
submetida a uma pressão igual a –0,33 atm (um terço de atmosfera), enquanto que a água no 
ponto de murchamento permanente encontra-se sob uma pressão de – 15 atmosferas. 
Evidentemente haverá mais água no solo à capacidade de campo do que no ponto de 
murchamento permanente, como é evidente ao se considerar a disponibilidade de água para as 
plantas nessas duas situações. Como fenômeno capilar que é, a retenção depende do diâmetro 
do poro. Menor o diâmetro, maior a retenção. Todavia, em algum momento, a contínua retirada 
de moléculas de água de dentro da coluna, quer por evaporação, quer por absorção pelas raízes 
 
 
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do vegetal, faz com que a coluna de água se rompa, ficando a água retida diretamente pela 
adesão à superfície da matriz sólida do solo. Porém, essa água está submetida a pressões 
negativas muito maiores do que –15 atmosferas, e geralmente as raízes não conseguem 
desenvolver pressões internas suficientes para absorver essa água. 
Em resumo: 
No ponto de saturação á água está com uma energia de retenção igual a 0. Isto significa 
que esta água está livre para se deslocar sob influencia da gravidade. Na capacidade de campo, a 
água está retida a –0,33 atmosfera, no PMP a água está retida sob uma tensão de –15 
atmosferas. A água pode ficar retida no solo a tensões muito maiores, só que essa água não está 
disponível as plantas. Ë uma umidade residual, que em grande parte é retirada após a secagem 
da terra em estufa a 105-110 º C. 
A grande vantagem de colocar unidades de energia de retenção (ou de tensão de água no 
solo) é que nos permite comparar a capacidade de armazenamento (ou a água disponível) entre 
solos de diferentes texturas. Com efeito, é evidente que a quantidade de água retida num dado 
solo dependerá de duas coisas: 
· da porosidade total; 
· da relação macroporos/microporos. 
 
A macroporosidade não contribui para a retenção, principalmente pelo fato de seus poros 
serem de muito grande calibre, sem poder exercer efeito capilar. Portanto a retenção é um 
fenômeno associado à microporosidade. 
 
Retenção de água e porosidade em solos arenosos vs. argilosos: 
Num solo com predomínio da fração areia, e, portanto, com texturas arenosas (ex. areia, 
areia franca, franco-arenoso, veja o triangulo textural) haverá uma certa porosidade total, com 
predomínio de macroporos sobre microporos. 
Num solo com predomínio da fração argila acontecerá o inverso, havendo grande 
predomínio de microporos sobre macroporos. Como conseqüência dessa elevada 
microporosidade, a densidade aparente (Dap) do solo argiloso é menor que em um solo arenoso. 
Segue-se, portanto, que, a igualdade de densidade real, a Porosidade total (P%) é maior num solo 
argiloso do que num solo arenoso. Ressaltamos este fato, porque por vezes, se confunde maior 
macroporosidade com maior porosidade total, supondo-se assim que o solo arenoso terá maior 
porosidade total que um solo argiloso. 
Justamente por terem maior porosidade total e grande predomínio de microporos em 
relação aos macroporos é que os solos argilosos retêm muito mais água que os solos arenosos, 
tanto na capacidade de campo, como no ponto de murchamento permanente. Ou seja, a 
capacidade de água disponível no argiloso é muito maior do que no arenoso. 
Por outro lado, o excesso de um único atributo ou característica pode resultar prejudicial ao 
conjunto. Ë o caso de haver grande predomínio de macro ou de microporosidade.Em termos 
 
 
24
gerais, um solo poderá ser considerado bem balanceado do ponto de vista da porosidade e o 
arejamento se tiver uma proporção de 1/3 de macro e 2/3 de microporos. Tal condição poderá ser 
encontrada em solos com textura franco-argilo-arenosa ou barrenta, com uma proporção mais 
elevada de silte. 
 
 
TEXTURA E PROPRIEDADES DO SOLO 
Considerando-se o predomínio das frações areia ou argila nas texturas do solo, algumas 
propriedades ou características do mesmo são bastante afetadas, como mostra o Quadro a 
seguir. 
Característica Textura leve Textura pesada 
Circulação de água 
(drenagem interna) Fácil, rápida. Difícil, lenta. 
Porosidade total 
(%) 
 Menor 
Macro>>micro 
Maior 
Micro>>macro 
Arejamento dos 
horizontes Bem arejado deficiente 
Presença de estrutura 
definida entre partículas. 
Sem estrutura ou 
muito fraca, grão 
solto. 
Estrutura presente. 
A qualidade depende 
da argila e da MO 
Capacidade de retenção de umidade. Baixa Alta 
Capacidade de troca 
Catiônica (CTC) Nula ou muito baixa Depende da qualidade da argila 
Tendência a compactar Alta Variável, em geral menor. 
 
Drenagem interna: solos de baixadas e várzeas apresentam problemas de drenagem em 
relação a aqueles situados em relevo mais elevado. Nesses solos, pode ocorrer alagamento 
temporário, com a conseqüente saturação de água no perfil. Nesses casos a concentração de 
CO2 tende a aumentar muito e a se acumular no solo, enquanto que o teor de O2 disponível aos 
organismos do solo esgota-se rapidamente. Se as plantas não estão adaptadas, sofrem muito, 
posto que a respiração radicular é muito afetada. 
Matéria orgânica: a MOS tem em geral um efeito benéfico, posto que como tem densidade 
muito mais baixa em relação aos sólidos minerais do solo, o seu efeito é abaixar a densidade 
global do solo, aumentando a porosidade e, por aí, o arejamento do solo. No longo prazo, a sua 
presença e ação facilitam o desenvolvimento de estrutura granular no horizonte superficial, e essa 
granulação é benéfica para a atividade biológica do solo. 
Quantidades excessivas de MOS não são boas, posto que aumentam muito a 
concentração de CO2 na atmosfera do solo, ao estimular a respiração da massa microbiana, e 
também por reter água em excesso, dificultando a circulação da mesma. Ë o caso de solos em 
áreas de baixada, onde há acúmulo de matéria orgânica não decomposta.

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