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Aula 4 Reforma Psiquiatrica no Brasil

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*
ENFERMAGEM
 EM 
*
 
A 
POLÍTICA 
DE 
SAÚDE MENTAL 
*
Década de 40 – preocupação com a não “recuperação” do louco no hospital psiquiátrico, com denúncias dos métodos bárbaros utilizados. O isolamento e a exclusão da loucura passa a ser questionada.
Década de 60 - Ditadura militar, a política manicomial sofreu grande expansão, devido à contratação e ao financiamento pela Previdência Social de clínicas privadas, que futuramente se constituiriam o grande problema da política de saúde mental no Brasil.
*
Desta forma, o privatismo na atenção psiquiátrica, provocou um crescimento desordenado, falta de planejamento e critério nas demandas de internação, causando uma cristalização do modelo manicômio-dependente, consolidando-se como política oficial até o final dos anos de 1970. 
Década de 70 – Divisão Nacional de Saúde Mental (DINSAM) = Introdução de planos e programas de caráter preventivista (Lançamento do Manual de Assistência Psiquiátrica com referencial preventivo-comunitário).
*
		Desde a década de 60, na Itália, Franco Basaglia liderava um movimento que questionava a psiquiatria. No final da década de 70 (1978) o movimento consegue aprovação de uma lei proibindo a construção de novos hospitais psiquiátricos e redirecionando os recursos públicos destinados à saúde mental para a criação e manutenção de serviços substitutivos, abertos como leitos psiquiátricos em hospitais gerais, lares abrigados, hospital-dia, albergues ou pensões protegidas. (Lei 180 ou Lei Baságlia)
*
		A experiência italiana, com os trabalhos de Basaglia, na década de 60 e a sua experiência em Triestre, trouxeram contribuições teóricas e práticas para a Reforma Psiquiátrica Brasileira.
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Os primeiros movimentos da Reformistas no Brasil podem ser caracterizados no fim da década de 70, com o surgimento do Movimento dos Trabalhadores em Saúde mental (MTSM) – debate e encaminhamento de propostas de transformação da assistência psiquiátrica.
O MTSM, movimento composto por técnicos de diferentes categorias profissionais com o objetivo de propor práticas transformadoras à política vigente (preventivista e organicista).
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A década de 80 é marcada por propostas de uma psiquiatria menos repressora, seja, através do processo de desospitalização.
Desinstitucionalização – termo criado nos anos 60, nos EUA, para designar processos de alta administrativas e reinserção de pacientes psiquiátricos na comunidade. 
Um dos principais papéis do processo de desistintucionalização é possibilitar o surgimento de outras formas de relação cotidiana com a loucura, que facilitem a inter-relação. 
*
	Desconstrução – uma outra perspectiva da desinstitucionalização que também influencia o processo brasileiro de reforma – movimento de dentro para fora, rompendo paradigmas secularmente reforçados - superar o aparato manicomial com toda sua trama de saberes e práticas em torno do objeto doença mental. 
Valorização do Doente e não da Doença!
Doença entre parênteses 
*
1988 – Intervenção do MS no Centro Psiquiátrico Pedro II e Colônia Juliano Moreira, com exército e polícia federal. Os interventores são porta-vozes do setor privado e as lideranças das unidades são afastadas, o episódio ganha repercussão nacional.
1989 – Projeto de Lei 3.657 do deputado federal Paulo Delgado que propõe a extinção progressiva dos hospitais psiquiátricos públicos no Brasil, é (aprovado na Câmara mais vetado no Senado). Por causa do Lobbie da FBH (Federação Brasileira de Hospitais).
*
A Reforma Psiquiátrica é um processo dinâmico de reflexões e transformações que unifica, integra e vincula diferentes níveis assistenciais, políticos, sociais, econômicos, culturais e conceituais, num movimento que visa desmistificar o estigma da doença mental, assegurando o direito da cidadania, como sua meta maior. 
Para isso, é necessária aceitação do modo de ser do outro no mundo, transformação de práticas e saberes, construção e resgate da autonomia, com reestruturação e humanização da assistência psiquiátrica, criando novas formas de cuidar, escutar e acolher. 
*
A reforma psiquiátrica reinvidica a cidadania do louco. Embora trazendo exigências políticas, administrativas, técnicas - também teóricas - bastante novas, a Reforma insiste num argumento originário: os "direitos" do doente mental, sua "cidadania". Por trazer à cena, como sujeitos (cidadãos), aqueles que são seus clientes, a dimensão dominante da Reforma deixa de ser técnico administrativa, para constituir-se em enigma teórico. 
(Delgado, 1992:29).
*
Projeto de Lei original do Deputado Paulo Delgado – após 12 anos – é aprovado um substitutivo.
Lei Federal da Reforma Psiquiátrica – Lei nº 10.216 de 06/04/2001- implantação de serviços substitutivos ao modelo tradicional: 
- Leitos psiquiátricos em hospitais gerais; 
- Serviços de atenção diária, de base comunitária; 
- Emergências psiquiátricas em pronto-socorros gerais; 
- Unidades de atenção intensiva em saúde mental em regime de hospital-dia; 
- Pensões protegidas; 
- Centros de convivência. 
Processo de Reforma Psiquiátrica: reestruturação da assistência, superando o modelo asilar e construindo novas possibilidades de assistência substitutivas a ele. 
*
LEI No 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001. 
Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.
§ 1o O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu meio.
§ 2o O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo serviços médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros.
§ 3o É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições com características asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos recursos mencionados no § 2o e que não assegurem aos pacientes os direitos enumerados no parágrafo único do art. 2o.
*
Art. 6o A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico circunstanciado que caracterize os seus motivos.
Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação psiquiátrica:
I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;
II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro; e
III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça.
Art. 8o A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada por médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabelecimento.
§ 1o A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta.
§ 2o O término da internação involuntária dar-se-á por solicitação escrita do familiar, ou responsável legal, ou quando estabelecido pelo especialista responsável pelo tratamento.
*
O Governo brasileiro tem como objetivo reduzir progressivamente os leitos psiquiátricos, qualificar, expandir e fortalecer a rede extra-hospitalar, composta por: 
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), 
Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) 
Unidades Psiquiátricas em Hospitais Gerais (UPHG) 
Incluir as ações da saúde mental na atenção básica,
Implementar uma política de atenção integral a usuários de álcool e outras drogas,
Implantar o programa "De Volta Para Casa“ Ministério da Saúde (LEI Nº 10.708, de 31 de Julho de 2003),
Manter um programa permanente de formação de recursos humanos para reforma psiquiátrica,
Promover direitosde usuários e familiares incentivando a participação no cuidado, garantir tratamento digno e de qualidade ao louco infrator (superando o modelo de assistência centrado no Manicômio Judiciário) 
Avaliar continuamente todos os hospitais psiquiátricos por meio do Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares - PNASH/ Psiquiatria. 
*
CENÁRIO ATUAL:
 Tendência de reversão do modelo hospitalar para uma ampliação significativa da rede extra-hospitalar, de base comunitária; 
Entendimento das questões de álcool e outras drogas como problema de saúde pública e como prioridade no atual governo; 
-Inclusão da Saúde Mental no atendimento da ESF
*
DESAFIOS: 
Fortalecer políticas de saúde voltadas para grupos de pessoas com transtornos mentais de alta prevalência e baixa cobertura assistencial; 
Consolidar e ampliar uma rede de atenção de base comunitária e territorial, promotora da reintegração social e da cidadania; 
Implementar uma política de saúde mental eficaz no atendimento às pessoas que sofrem com a crise social, a violência e desemprego; 
Aumentar recursos do orçamento anual do SUS para a Saúde Mental. 
*

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