Buscar

OS ASPECTOS POLÍTICOS

Prévia do material em texto

OS ASPECTOS POLÍTICOS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONOMICOS E MENTAIS DO BRASIL COLONIA.
O presente estudo tem como objetivo traçar os aspectos econômicos, sociais, culturais e mentais do Brasil no período colonial. Antes de adentrarmos nesses pontos, faz-se necessário uma abordagem do cenário mundial o qual o descobrimento do Brasil está inserido e quais os interesses portugueses para a colonização da nova terra.
O ano era 1500, Pedro Alvares Cabral, patrocinado pela Coroa Portuguesa, dava início a uma viagem que mudaria para sempre os rumos da história. A princípio, o interesse da expedição era a busca por uma melhor rota para as índias - principal fonte de especiarias do mundo à época. As especiarias eram muito raras na Europa do século XV e XVI (Fausto, Boris, 1996) e possuíam grande valor comercial. Mas, um pequeno desvio na rota, acabou por trazer Cabral a terras bem mais distantes, ainda desconhecidas, batizadas pelos expedicionários de “Ilha de Vera Cruz”.
A “Ilha de Vera Cruz”, posteriormente chamada pelos portugueses de “Terra de Vera Cruz”, a princípio não interessava a Coroa Portuguesa que se mantinha forte no proposito de explorar o comércio de especiarias. Os primeiros 30 anos que correram após o descobrimento ficaram caracterizados apenas como período de reconhecimento, sem muitas atividades voltadas a colonização (Fafe, Jose Fernande, 2005-2018). 
Durante esse primeiro período de exploração, a economia era baseada apenas na extração da madeira (Pau Brasil). Os índios eram a principal fonte de trabalho para essa prática e, por meio do escambo, trocavam as madeiras extraídas por eles por quinquilharias sem valor para os portugueses (Fafe, Jose Fernande, 2005-2018). Não existem muitas informações sobre os aspectos sociais, culturais e mentais para o período... Seguindo a lógica, visto o pouco interesse da coroa no “novo mundo”, a sociedade era formada por pequenos acampamentos de navegadores portugueses que se concentravam no litoral. Tais pontos serviam para acumulo e escoamento da madeira trazida pelos índios. Para a questão cultural, as tradições indígenas eram as predominantes. Os aspectos mentais podem ser caracterizados ainda pela curiosidade, de ambos os lados – portugueses e índios.
Após a informação do “novo mundo” chegar às demais nações europeias, muitos foram os interesses de franceses e holandeses pelas possíveis riquezas existentes nessas terras. Principalmente devido a coroa espanhola ter tido êxito na busca de metais preciosos na colonização de sua parte da América. Diante desse cenário, a coroa portuguesa passou a ter mais interesse na colonização das terras brasileiras. O primeiro expedicionário a vir com o principal objetivo de colonização foi Martim Afonso de Souza, em 1530. Sua expedição teve a missão de estabelecer núcleos de povoamento no litoral, explorar metais preciosos e, principalmente, proteger o território dos invasores.
Esse segundo período, que vai de 1530 a 1549, é caracterizado pela necessidade de defender as terras do “novo mundo” dos invasores estrangeiros. Para tanto, foram estabelecidas 15 capitanias hereditárias as quais foram distribuídas entre “pequenos nobres, burocratas e comerciantes que tinham ligações com a coroa portuguesa” (Fausto, Boris, 1996). Os donatários tinham liberdade para exploração das terras e formação militar para defender suas faixas capitanias. Cabe ressaltar que os 15 donatários não eram donos da terra e, os mesmos, tinham obrigações junto à coroa portuguesa de tudo que produzissem. Na economia, além da exploração do pau brasil, que continuava sólida, instaurou-se as culturas agrícolas extensivas de cana-de-açúcar e pecuária. 
A força com que os colonos portugueses se impuseram para a exploração das terras caracterizou a sociedade da época pela grande exploração do trabalho escravo. Os índios e a figura dos negros se tornaram as principais fontes de trabalho da época. Esse impacto social trouxe consequências, tanto para a cultura, quanto para a consciência mental da época. Foi nesse período que iniciou-se o processo de catequização dos índios pelos jesuítas que, além de ter como objetivo implantar e ampliar a cultura cristã, tinha interesses claros em “domesticar” os nativos que se rebelavam cada vez mais contra as abordagens dos colonos.
A partir de 1549 teve início um novo momento para o Brasil colônia. Tendo vista o fracasso do modelo de colonização por capitanias, das 15 apenas duas (São Vicente e Pernambuco) obtiveram êxito, a coroa portuguesa adota o modelo de governo geral. Esse modelo tinha como objetivo centralizar a administração da colônia e, com isso, fortalecer o controle português no “novo mundo”. Esse modelo de governo perdurou até o ano de 1808, momento pelo qual o modelo foi extinto em função da chegada da família real portuguesa ao Brasil. Nesse momento, a coroa portuguesa voltava a atenção exclusivamente a colonização devido a crise no mercado de produtos do oriente. Com isso, a sociedade ganhou uma formação mais complexa: existia a figura do escravo, nessa etapa de maioria negra; existiam os trabalhadores livres (escravos livres ou libertos); e as pessoas livres que estavam enquadradas na tríade nobreza, clero e povo. Os grandes ciclos econômicos do período acabaram por estimular a vinda para a colônia de nobres e grandes comerciantes portugueses que visavam ampliar suas riquezas.
No aspecto econômico, esse período foi de grande prosperidade para a colônia e, consequentemente para a coroa portuguesa. As grandes monoculturas rurais ganharam ainda mais força e a cana-de-açúcar ganhou papel de destaque no mercado internacional. Esse grande momento foi batizado como “ciclo do açúcar”, conforme destaca o historiador Boris Fausto (1996). Outro ciclo importante desse período foi o “ciclo do ouro”, já no século XVIII, o qual foi de fundamental importância para a expansão populacional no interior da colônia. Além desses dois grandes ciclos, a pecuária nas regiões norte, Sudeste (São Paulo) e Sul, também tiveram grande importância no processo de expansão populacional na colônia.
Devido grande mudança que a questão econômica trouxe para a sociedade colonial, mais uma vez a questão cultural seguiu mudando. A população indígena continuava tendo sua cultura subjugada pelos jesuítas, os negros – agora em maior número – tinham sua cultura marginalizada e eram proibidos de expor suas crenças, até mesmo dentro das senzalas. Devido a essa violência cultural imposta pela sociedade da colônia, muitos grupos se formaram para demonstrar sua insatisfação com os desmandos dos portugueses. Alguns lutando pela liberdade de sua classe, como os movimentos abolicionistas, outros lutavam pela total independência da colônia.
A chegada da família real em 1808 acentuou ainda mais as diferenças sociais, culturais e mentais. Agora a nobreza portuguesa, quase em sua totalidade, chegou ao Brasil trazendo consigo conceitos que agravaram ainda mais as desigualdades socioculturais. Tal herança continuou mesmo depois da independência do país e perdura até os momentos atuais.
Referências:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo, EDUSP, 1996. Acessado em 15/03/2018 no caminho (http://limendi.com.br/wp-content/uploads/2015/10/historiadobrasil.pdf);
FAFE, José Fernande. Descobrimento e Colonização portuguesa no Brasil. São Paulo, Editora Temas e Debates, 2005-2018. Acessado em 15/03/2018 no caminho (https://www.historiadobrasil.net/resumos/colonizacao_brasil.htm)

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes