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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Graduação em Engenharia Civil Tecnologia das Construções Professor: Paulo Henrique Maciel Barbosa Daniane Fernandes,Francisco Magalhães,Matheus Silva,Victor Caldeira BLOCO DE COROAMENTO 1 INTRODUÇÃO Conforme a NBR 6118:2014,os blocos de coroamento são estruturas que têm a função de distribuir as cargas dos pilares a elementos de fundações, tais como estacas e tubulões.Em geral, o dimensionamento dos blocos é similar ao das sapatas, diferenciando-se, que o bloco transmite as cargas para os tubulões ou estaca, e a sapata já transmite a carga diretamente ao solo. Conforme a necessidade de projeto, essas cargas podem ser distribuídas em mais de uma estaca. No caso dos tubulões, o bloco faz a transposição de cargas dos pilares para o fuste dos tubulões . 2 Modelo esquemático dos Blocos de coroamento A figura a seguir, ilustra como é a funcionabilidade dos blocos de coroamento e sobre a fundação que ele atua. Na figura 1,o bloco onde se está apoiado sobre as estacas ele está distribuindo a carga recebida em duas estacas, já no bloco onde está apoiado sobre o tubulão, as cargas recebidas estão sendo distribuídas diretamente à um tubulão, em ambos os casos, está delimitado as cotas de arrasamento tanto das estacas, quanto do tubulão, que pode ser de 5 a 10cm . Já na figura 2, é um bloco de coroamento, para receber um pilar pré- moldado. (MOACYR, 2011) Figura 1:Representação de bloco de coroamento Figura 2: Bloco em espera para pilar pré-moldado Fonte: BASTOS, 2017. Fonte: AtoQi 3 DISTRIBUIÇÃO USUAL DE ESTACAS EM BLOCOS Figura 3: Alguns tipos de blocos usuais em projetos Fonte: Moacyr, 2011. 4 DADOS NECESSÁRIOS PARA O PROJETO DOS BLOCOS. ➢ Número de estacas necessárias ou reação vertical admissível da estaca ➢ Tipo da estaca (essencialmente se pré-moldada ou moldada no local) . ➢ Diâmetro das estacas Diâmetro das estacas ➢ Investigações geotécnicas (engenheiro de fundações) ➢ Esforços solicitantes dos pilares junto às fundações Análise Estrutural (engenheiro de estruturas) ➢ Dimensões e armaduras dos pilares (MOACYR, 2011) 5 ELEMENTOS ESTRUTURAIS Conforme item 22.7.4 da NBR 6118/2014, são estes os tipos de armaduras e suas respectivas funções nos blocos de fundação: 5.1 Armadura de flexão A armadura de flexão deve ser disposta essencialmente (mais de 85 %) nas faixas definidas pelas estacas, considerando o equilíbrio com as respectivas bielas. As barras devem se estender de face a face do bloco e terminar em gancho nas duas extremidades. Deve ser garantida a ancoragem das armaduras de cada uma dessas faixas, sobre as estacas, medida a partir das faces internas das estacas. Pode ser considerado o efeito favorável da compressão transversal às barras, decorrente da compressão das bielas. No caso de estacas tracionadas, a armadura da estaca deve ser ancorada no topo do bloco. Alternativamente, podem ser utilizados estribos que garantam a transferência da força de tração até o topo do bloco. 5.2 Armadura de distribuição Para controlar a fissuração, deve ser prevista armadura positiva adicional, independente da armadura principal de flexão, em malha uniformemente distribuída em duas direções para 20 % dos esforços totais. 5.3 Armadura de suspensão Se for prevista armadura de distribuição para mais de 25 % dos esforços totais ou se o espaçamento entre estacas for maior que 3 vezes o diâmetro da estaca, deve ser prevista armadura de suspensão para a parcela de carga a ser equilibrada. 5.4 Armadura de arranque dos pilares O bloco deve ter altura suficiente para permitir a ancoragem da armadura de arranque dos pilares. Nessa ancoragem pode-se considerar o efeito favorável da compressão transversal às barras decorrentes da flexão do bloco. 5.5 Armadura lateral e superior Em blocos com duas ou mais estacas em uma única linha, é obrigatória a colocação de armaduras laterais e superior. Em blocos de fundação de grandes volumes, é conveniente a análise da necessidade de armaduras complementares. 6 METODOS PARA EXECUÇÃO DO BLOCO DE COROAMENTO Após realizada a locação de obra, definido onde serão implantadas as estacas ou tubulões, começa- se a preparação dos blocos de coroamento, a seguir iremos mostrar os seguintes passos para a execução do bloco de coroamento. 6.1. Escavação de onde será executado o bloco, já com as estacas ou tubulões. Figura 4: Escavação manual para, para receber o bloco de coroamento Fonte:Paiva, 2016. 6.2.Analisar a cota de arrasamento e fazer a execução até a medida exigida. Figura 5: Arrasamento da estaca até a cota, entre 5 a 10cm Fonte: Téchne, 2013 6.3. Montagem das formas Figura 6: Execução das formas, para recebimento das armaduras do bloco. Fonte:Augusto,Brandão,Ruediger,2007. 6.4. Armadura do bloco de coroamento Figura 7: Execução das armaduras do bloco de coroamento. Fonte: Augusto,Brandão,Ruediger,2007. 6.5. Concretagem Figura 8: Concretagem, tanto mecanizada quanto manualmente. Fonte: Augusto,Brandão,Ruediger,2007. 6.6. Desforma Figura 9: Desforma após a cura do concreto. Fonte: Secio,2017. 6.7.Reaterro Figura 10: Reaterro do bloco com o nível do terreno Fonte: Secio,2017. 7 Quantitativos A idéia desse procedimento, é quantificar o consumo de materiais a serem gastos para a execução de um bloco de coroamento. Pegamos um bloco de coroamento usado em uma obra já executada, que é o Edificio Gaia, localizado em Nova Lima, o projeto estrutural de todo o prédio, foi feito pelo Engenheiro Civil especialista em estruturas, Alberico Alves. A seguir segue o modelo do bloco usado, com as dimensões (85x85x80 cm, sendo essas medidas em base x altura x profundidade). E apartir dos cortes de detalhamento do projeto, consegue-se fazer a identificação do posicionamento das armaduras, suas respectivas bitolas, quantitativo de aço, formas e concreto. Figura 11: Bloco de coroamento vista superior Fonte: Alves,2014 Figura 12 : Corte AA e Corte BB Fonte: Alves,2014 Segue as informações das armaduras do projeto: ➢ N1: 6 Ø 10,0 mm c/ 15 – 295 ➢ N2: 6 Ø 10,0 mm c/ 15 – 299 ➢ N3: 7 Ø 12,5 mm c/ 10 – 337 Para as posições N1 e N2, foram considerados para a dobradura 9,5cm, já para o N3, foram considerados 12,5 cm. O aço utilizado nesse projeto foi o (CA-50), e foi feita uma consulta ao catalogo comercial da empresa siderúrgica Gerdau S/A., como mostra a tabela a seguir, com os valores de massa para cada metro de vergalhão. Tabela 1: Peso dos vergalhões usado no bloco. ___________________________________________________________________________________ VERGALHÃO GERDAU GG 50 Bitola (mm) Peso Barra (Kg) Peso Aproximado (kg/m)10,0 7,404 0,617 12,5 11,556 0,963 Fonte: Gerdau S/A, 2015. Segue na tabela 2, os quantitativos usados para a execução do bloco de coroamento desse projeto. Tabela 2: Quantitativos para a construção do bloco de coroamento. ________________________________________________________________________________ QUANTITATIVOS Concreto (m³) 0,578 Escavação (m³) 0,7514 Formas(m²) 3,04 Aço (kg) Ø 10,0 mm 24,2 Ø 12,5 mm 25 Fonte: Autor,2018 Nos quantitativos da tabela 2, para a movimentação de terra, foi considerado um empolamento de 30% e para as formas de madeira, um acréscimo de 10%, devido as perdas que existe durante a execução, e para o aço um acréscimo de 10%. 8 CONCLUSÃO Após toda à análise feita do processo de construção do bloco de coroamento, dimensionamento e funções que são atribuídas aos blocos de coroamento, foi possível analisar a importância da execução de elementos estruturais desse tipo em uma edificação. Além de perceber que o dimensionamento é de extrema importância, já que este processo pode interferir nos custos ao longo da obra, e interferir diretamente em todo processo construtivo da obra, afinal é a partir desses elementos estruturais de fundação, que podemos garantir a sustentabilidade de uma obra. 9 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: Projeto e Execução de Fundações- Procedimento. Rio de Janeiro, 1996. ALTOQI, "Softwares para construção civil". 2014. Disponível em<http://help.altoqi.com.br/Eberick/default.aspx?pageid=dialogo_de_edicao_d o_elemento_fundacao_pre_moldada>. Acesso em 01 de Março de 2017. FUNDAÇÕES, "Métodos executivos para obra". 2016. Disponível em <http://iniciodaobra.blogspot.com.br/2016/>. Acesso em 22 de Fevereiro de 2017. TÉCHNE, "Revista sobre construção civil". 2015. Disponível em <http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/191/artigo285989-1.aspx>. Acesso em 22 de Fevereiro de 2017. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, "Fundações". 2017. Disponível em <https://sites.google.com/site/ecvfundacoes20072/visitas7,8e9>. Acesso em 26 de Fevereiro de 2017. SCIELO, "Tipos de fundações". 2013. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S198341952016000600856&script=sci_art text&tlng=pt>. Acesso em 21 de Fevereiro de 2017 GERDAU, "Tabela de aço construção civil". 2016. Disponível em <https://www.gerdau.com/br/pt/produtos/vergalhao-gerdau-gg-50#ad-image-0>. Acesso em 05 de Março de 2017 UNIVERSIDADE DE SANTA MARIA," Bloco sobre estacas". 2011. Disponível e<http://www.ufsm.br/decc/ECC1008/Downloads/Aula_Blocos_parte3_2sem11. pdf>. Acesso em 05 de Março de 2017 Secio Engenharia, "Portifólio sobre serviços prestados". 2015. Disponível em <https://www.secioengenharia.com.br/portifolio>. Acesso em 07 de Março de 2017
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