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NUTRIÇÃO CLÍNICA EM ANIMAIS HOSPITALIZADOS: DA ESTIMULAÇÃO DO APETITE À NUTRIÇÃO PARENTERAL

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Revista da FZVA. 
Uruguaiana, v.15, n.1, p. 172-185. 2008 
NUTRIÇÃO CLÍNICA EM ANIMAIS HOSPITALIZADOS: DA 
ESTIMULAÇÃO DO APETITE À NUTRIÇÃO PARENTERAL 
CLINICAL NUTRITION IN HOSPITALIZED ANIMALS: FROM 
APPETITE STIMULATION TO PARENTERAL NUTRITION 
Juliana de Oliveira1 Maristela Silveira Palhares2 Júlio César Cambraia Veado3 
RESUMO 
A nutrição clínica é atualmente uma área de crescente interesse em Medicina 
Veterinária. Não diz respeito somente à nutrição de pacientes com insuficiências orgânicas 
específicas, mas também ao suporte nutricional de animais hospitalizados. Por meio da 
extrapolação de pesquisas humanas sabe-se dos diversos benefícios oriundos de uma nutrição 
adequada, principalmente em indivíduos convalescentes, cuja manutenção das necessidades 
nutricionais é fundamental para o processo de recuperação. Desse modo, a nutrição 
direcionada a pacientes hospitalizados ou criticamente enfermos tem sido foco de inúmeros 
estudos em caninos e felinos, sendo que esta revisão visa esclarecer aos clínicos e estudantes 
de medicina veterinária, os principais aspectos relacionados ao emprego do suporte 
nutricional enteral e parenteral em pequenos animais. 
Palavras-chave - nutrição clínica, suporte nutricional, caninos, felinos. 
ABSTRACT 
Up to date, clinical nutrition is a growing interesting area in Veterinary Medicine. Not 
only to respect for nutrition in patients with specific organs failures, but also referring to 
nutritional support in hospitalized animals. By human researches extrapolations, we know 
today there are a kind of benefits from an adequate diet, mainly in convalescent individuals, 
whom nutritional requirements maintenance is fundamental for recovering process. This way, 
nutrition directed to hospitalized or critical ill patients have been foccus of various canine and 
feline researches. The goal of this review is to show to veterinans and veterinary students the 
 
1
 Méd. Vet. Icaraí – Niterói – RJ. 
2
 Prof. Associado – Depto. Clínica e Cirurgia Veterinária – UFMG. 
3
 Prof. Adj. Depto. Clínica e Cirurgia Veterinárias – UFMG. 
 
Nutrição clínica... 
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Uruguaiana, v.15, n.1, p. 172-185. 2008 
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mainly aspects related to nutritional support enteral and parenteral when applied in small 
animals. 
Key words - clinical nutririon, nutritional support, canine, feline. 
INTRODUÇÃO 
A aplicação da nutrição clínica em 
caninos e felinos sob hospitalização visa 
atender necessidades nutricionais 
específicas destes pacientes, cujo principal 
objetivo é prevenir a subnutrição ou 
desnutrição. O suporte nutricional 
terapêutico fornece, via enteral ou 
parenteral, os nutrientes necessários para 
manutenção e recuperação do paciente. A 
inapetência, hiporexia e anorexia são 
condições comuns em animais enfermos, 
principalmente naqueles em ambiente 
hospitalar e, muitas vezes, acarretam 
severos quadros de desnutrição com 
conseqüente agravamento da enfermidade 
primária (MICHEL, 1998; VEADO, 2000). 
O suporte nutricional adequado 
favorece o estado metabólico na doença, 
otimiza a resposta a tratamentos clínico-
cirúrgicos, impede a deterioração da função 
imune, minimiza a perda de massa corpórea 
magra, favorece a cicatrização e reparação 
tecidual, conseqüentemente, diminuindo o 
tempo de permanência em ambiente 
hospitalar (ABOOD, 1998; HAND et al., 
2001). 
O tipo de intervenção nutricional a 
ser aplicado depende da condição clínica 
específica de cada indivíduo, levando-se em 
consideração a doença primária, evolução 
do quadro clínico e possíveis complicações. 
Deve-se procurar causar o mínimo de 
estresse ou trauma adicional ao paciente, 
iniciando-se o suporte nutricional com 
métodos de estimulação do apetite, 
evoluindo, quando necessário, para técnicas 
de nutrição enteral e/ou parenteral (HILL, 
1994; LEWIS et al., 1994). 
Esta revisão objetiva levar aos 
clínicos de caninos e felinos, informações 
básicas sobre a importância do emprego do 
suporte nutricional terapêutico em animais 
hospitalizados, quando e como utilizá-lo, 
além de citar as regras gerais para se evitar 
as possíveis complicações deste 
procedimento. 
Metabolismo e anorexia 
Variações no consumo alimentar e 
períodos de jejum não prolongado podem 
ser bem tolerados por um indivíduo, devido 
a um balanço metabólico dinâmico, capaz 
de ajustar-se às diversas mudanças na 
ingestão de nutrientes. A ausência de 
alimentação conduz o organismo à 
utilização dos seus “estoques” energéticos, 
sob a forma de glicogênio hepático, e de 
acionar vias alternativas para obtenção de 
Oliveira, J. et al. 
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energia e manutenção da glicemia, pela 
neoglicogênese e lipólise (SMITH et al., 
1985; BRODY, 1994). Estes eventos são 
comuns no estado de jejum simples, 
caracterizado por uma resposta adaptativa 
para economia de substratos (GRANT, 
1996). 
Diferentemente do que acontece no 
jejum simples, quando há estabelecimento 
de enfermidade, associada ou não à 
inapetência ou anorexia, ocorre aumento da 
necessidade energética para manutenção e 
reparação tecidual. O desgaste físico e 
estresse levam o organismo a uma condição 
inicial de curta duração, hipometabólica, 
seguida por uma fase prolongada 
hipermetabólica, na qual as reservas 
orgânicas são rápida e precocemente 
exauridas (CROWE, 1988; DONOGHUE, 
1992b; LIPPERT E BUFFINGTON, 1992; 
DONOGHUE, 1994). 
Em pacientes hipermetabólicos, 
inapetentes ou anoréxicos, em menos de 24 
horas o estoque de glicogênio hepático é 
consumido, levando tecidos que consomem 
obrigatoriamente glicose, tais como sistema 
nervoso central e periférico, células 
sangüíneas, fibroblastos e células da região 
medular renal, a serem providos de energia 
resultante da neoglicogênese (CROWE, 
1988; SMITH et al., 1985; LIPPERT E 
BUFFINGTON, 1992). 
Com prolongamento da anorexia, 
além da proteólise para a realização da 
neoglicogênese, ocorre também lipólise, 
fornecendo ácidos graxos que serão 
utilizados diretamente, ou convertidos em 
corpos cetônicos pelo fígado, embora o 
consumo de corpos cetônicos pelo sistema 
nervoso central canino não seja eficiente 
como no homem (BILBREY E 
BUFFINGTON, 1996). Dessa maneira, 
ácidos graxos e corpos cetônicos são uma 
fonte alternativa de energia para a maioria 
dos tecidos, diminuindo a degradação da 
proteína corporal (SMITH et al., 1985; 
BILBREY E BUFFINGTON, 1996). 
O estresse orgânico resulta também 
em liberação de catecolaminas, glucagon e 
glicocorticóides. Estes hormônios, mesmo 
estando envolvidos em mecanismos de 
defesa e sobrevivência, podem agravar a 
condição clínica do paciente, pois são 
promotores de reações catabólicas 
(LIPPERT E BUFFINGTON, 1992; 
DONOGHUE, 1994; BILBREY E 
BUFFINGTON, 1996). 
Naqueles pacientes que não se 
alimentam, ou não retornam rapidamente à 
alimentação, ou que não têm suas 
necessidades nutricionais supridas 
adequadamente, o hipermetabolismo 
associado à doença levam à desnutrição. 
Esta condição pode chegar a níveis críticos 
de sobrevivência, nos quais a taxa 
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metabólica finalmente declinará, na 
tentativa de poupar substratos 
remanescentes para manutenção das 
funções vitais celulares. Nesta fase, porém, 
a perda de massa magra tecidual pode 
atingir proporção tamanha, a ponto de haver 
depleção da musculatura esquelética, lisa e 
cardíaca levando ao colapso e falência 
sistêmicos (SMITH et al., 1985; BILBREY 
E BUFFINGTON, 1996). 
A tentativa de realimentação nessas 
condições, isto é, animais que tiveram perda 
de peso de cerca de 40% ou mais, por 
qualquer que seja a via,normalmente não 
conseguirá reverter o quadro instalado e o 
óbito comumente sobrevém (CROWE, 
1988; BILBREY E BUFFINGTON, 1996). 
Estimulação do apetite 
Existem alguns recursos clínicos, de 
certa simplicidade, dos quais pode-se lançar 
mão com o objetivo de fazer com que o 
animal retorne a ingestão oral de alimentos, 
antes de submetê-lo a técnicas específicas 
de suporte nutricional (ARMSTRONG E 
LIPPERT, 1988; LIPPERT, 1992; 
ABOOD, 1998). O primeiro passo é 
estabelecer a causa da anorexia e as 
limitações da alimentação oral, se não 
houver contra indicações, a estimulação do 
apetite deve ser iniciada (LEWIS et al., 
1994). 
Caninos e felinos sob internação, 
invariavelmente, sofrem com algum grau de 
estresse, e podem deixar de ingerir 
alimentos quando hospitalizados. Alguns 
animais voltam a comer pela simples 
presença do proprietário, por insistência do 
clínico, pelo oferecimento de “pratos 
favoritos” ou alimentos com alta 
palatabilidade (geralmente aqueles com 
maiores teores de gordura, proteína e sal). 
O aquecimento moderado da comida e, 
algumas vezes, a limpeza das narinas ou a 
colocação de uma porção do alimento na 
boca do paciente, podem servir de estímulo 
para o início da alimentação. Uma vez que 
o cão ou gato tenha ingerido alimento, 
comumente, o apetite prossegue 
voluntariamente (LIPPERT, 1992; 
DONOGHUE E KRONFELD, 1994; HILL, 
1994, LEWIS et al., 1994; SIMPSON E 
ELWOOD, 1994; ABOOD, 1998). 
Caso a anorexia persista, o apetite 
também pode ser estimulado com alguns 
medicamentos. Derivados benzodiazepí-
nicos, como o diazepam e o oxazepam, têm 
sido utilizados com sucesso, além de outras 
drogas como corticosteróides e esteróides 
anabólicos (TAB. I). Contudo, estas drogas 
têm seu uso limitado, pois podem causar 
efeitos colaterais indesejáveis. O emprego 
da estimulação química do apetite deve 
servir apenas para motivar o início da 
alimentação, devendo o consumo voluntário 
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prosseguir sem a utilização contínua de 
medicamentos para este fim. 
Se as alternativas anteriormente 
citadas falharem, e a inapetência prosseguir, 
técnicas especiais de suporte nutricional, 
como a alimentação enteral ou parenteral, 
devem ser iniciadas (HILL,1994; LEWIS et 
al., 1994). 
TABELA I – Drogas empregadas para estimulação química do apetite em caninos e felinos 
Droga Posologia em caninos e felinos 
Diazepam 0,025 – 0,10 mg/kg IV 
Oxazepam 2 mg/gato e 0,3-0,4mg/kg cães PO 
Ciproheptadina 2-4 mg/gato e 5-20 mg/cão PO 
Metilprednisolona 0,5 – 1,0 mg/kg PO 
Cianocobalamina 1000 µg/ cão ou gato 
Estanozolol 1-2 mg/ cão ou gato PO 
Fonte: BRETAS et al. (2006). 
Seleção do paciente 
Em medicina humana são realizadas 
diversas análises bioquímicas, físicas, 
imunológicas e morfométricas, bem como 
medida da energia consumida e balanço 
nitrogenado (DONOGHUE, 1989; 
DONOGHUE, 1992a; DONOGHUE, 
1992b; DONOGHUE, 1994). 
Em medicina veterinária, muitos 
desses exames não podem ser realizados 
rotineiramente. O médico veterinário 
precisa confiar nas informações fornecidas 
pelo responsável do animal que, muitas 
vezes, não são suficientemente precisas. 
Apesar disso, uma boa avaliação, por meio 
do histórico e exame clínico, é possível, 
podendo-se adotar as seguintes orientações 
sugeridas por LIPPERT E BUFFINGTON 
(1992), DONOGHUE (1994), ELLIOT e 
BIORGE (2007) e MICHEL (2007). 
1º - Seleção pelo histórico: são 
candidatos ao suporte nutricional 
terapêutico, pacientes que apresentarem: 
perda de peso aguda (menos de cinco dias) 
maior do que 10% do peso corporal em 
animais adultos, ou maior do que 5% em 
filhotes; ingestão alimentar diminuída há 
mais de cinco dias; ingestão alimentar 
menor do que 85% da necessidade 
energética de manutenção; fluidoterapia nos 
últimos 10 dias, sem ingestão de alimentos; 
uso de medicamentos como 
imunossupressores, antineoplásicos, 
antibióticos ou outros que podem levar a 
inapetência ou anorexia. 
2º - Seleção pelo exame clínico: o 
exame clínico indica para o suporte 
nutricional os animais que apresentarem: 
peso anormal ou escore corporal igual ou 
menor que dois; presença de caquexia ou 
emaciação; presença de 
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subdesenvolvimento ou crescimento 
retardado; atrofia das papilas linguais; 
observação de úlceras de decúbito – 
cicatrização retardada de feridas; presença 
de atrofias musculares, flacidez muscular, 
deformidades flexurais; fraqueza 
generalizada, apatia e prostração. 
3º - Seleção por exames 
laboratoriais: pode ser efetuada para 
confirmação de quadros de subnutrição ou 
desnutrição, sendo os achados comuns: 
anemia, leucopenia, linfopenia e diminuição 
das proteínas totais. 
Regras básicas 
1º - Cálculo de calorias: a 
necessidade energética de um paciente está 
relacionada com o peso metabólico e 
atividade física, devendo ser ajustada 
individualmente e diariamente 
(PALHARES, 2005). Perdas energéticas 
também dependem da severidade da injúria 
física (TAB. II), e são somadas a 
necessidade energética basal (NEB) ou de 
repouso (NER). A NER pode ser calculada 
pela fórmula (ELLIOT E BIORGE, 2007): 
NER = 70 x PV 0,75, onde PV = peso 
corporal em quilogramas. 
2º - Seleção da dieta e vias de 
administração: consiste basicamente em 
optar-se pelo tipo de alimentação, e se a 
mesma será fornecida via enteral ou 
parenteral. Como regra geral, sempre que 
há possibilidade de alimentação enteral, 
esta deverá ser escolhida, pois é a forma 
que mais se aproxima da fisiologia 
digestiva normal (LIPPERT, 1992; HILL, 
1994; SIMPSON E ELWOOD, 1994; 
CHAN, 2007; ELLIOT e BIOURGE, 
2007). 
TABELA II - Fatores de correção para a necessidade energética de repouso em caninos e felinos doentes 
Condição (Donoghue, 1989 e 1994) (Crowe, 1988) 
Coma 1,1 x NER 0,5 a 0,7 x NER 
Paralisia 1,1 x NER 0,5 a 0,9 x NER 
Cirurgias 1,35 x NER 1,0 a 1,2 x NER 
Fraturas - 1,0 a 1,5 x NER 
Traumatismos 1,35 a 1,50 x NER 1,0 a 1,5 x NER 
Sepse 1,50 a 1,75 x NER 1,2 a 1,5 x NER 
Queimaduras 1,75 a 2,0 x NER 1,2 a 2,0 x NER 
Trauma craniano - 1,0 a 2,0 x NER 
Onde: NER é a necessidade energética de repouso. 
Fonte: CROWE (1988), DONOGHUE (1989) e DONOGHUE (1994). 
3º - Início do programa de suporte 
nutricional e monitorização: ao administrar 
uma fonte exógena de energia a um 
organismo doente, em inanição, diminui-se 
o catabolismo da massa corpórea, da 
gliconeogênese e da oxidação de gorduras. 
Oliveira, J. et al. 
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Aumenta-se a insulina sérica e a utilização 
de glicose pelos tecidos. Essas adaptações 
demandam tempo, por esta razão, 
aconselha-se a aplicação de somente 50% 
da dose total calculada, no momento da 
primeira administração. A dose total 
calculada deve ser fornecida após este 
período de adaptação, que pode ser a partir 
do segundo ou terceiro dias, isto é, 48 a 72 
horas após o início. Alguns animais, 
entretanto, devido ao seu estado geral, 
requerem um período mais longo para sua 
adaptação. O paciente deverá ser 
acompanhado com freqüência, avaliando-se 
a resposta à terapia e fazendo-se as 
modificações necessárias (DONOGHUE, 
1989; DONOGHUE, 1992a; DONOGHUE, 
1992b; LIPPERT E BUFFINGTON, 1992; 
DONOGHUE, 1994; PALHARES, 2005). 
4º - Retorno à alimentação oral: 
assim como no início, a interrupção do 
suporte nutricional enteral ou parenteral 
deve ser, preferencialmente, gradual, até o 
paciente estar ingerindo a quantidade total 
necessária de nutrientes via oral, 
espontaneamente (LIPPERT, 1992; HILL, 
1994; LEWIS et al., 1994; SIMPSON E 
ELWOOD, 1994; ABOOD, 1998). 
NutriçãoEnteral 
Quando a anorexia persiste, ou o 
animal não ingere quantidades suficientes 
de alimento para sua manutenção, um 
programa de suporte nutricional enteral 
poderá ser iniciado. Este tipo de 
alimentação é preconizado para pacientes 
que, apesar da inapetência, apresentam o 
trato gastrintestinal, ou pelo menos parte 
dele, capaz de digerir e absorver os 
alimentos (LIPPERT, 1992; LEWIS et al., 
1994; SIMPSON E ELWOOD, 1994). 
Por se tratar de fornecimento dos 
nutrientes através de sondas, posicionadas 
no interior do trato gastrintestinal, é o 
método que mais se assemelha à fisiologia 
digestiva normal. É considerada mais 
simples que a alimentação parenteral, mais 
rápida, de fácil execução, menos onerosa e 
mais segura, sendo, portanto, sempre a 
primeira escolha (CHAN, 2007). 
Existem diversos métodos de 
nutrição enteral, os quais estão descritos na 
TAB. III, bem como suas principais 
indicações e contra indicações. A escolha 
do melhor método baseia-se na enfermidade 
primária apresentada pelo paciente, no 
tempo requerido e na disponibilidade de 
pessoal treinado para a realização do 
procedimento (LIPPERT, 1992; HILL, 
1994; LEWIS et al., 1994; SIMPSON E 
ELWOOD, 1994; ABOOD, 1998; 
VALADARES et al., 2006). 
 
 
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TABELA III - Métodos de nutrição enteral, indicações e contra indicações. 
Técnica Indicações Contra-indicações 
 
Sondagem 
nasogástrica ou 
nasoesofágica 
 
Indicada para curtos períodos (2 a 3 dias) 
de alimentação 
Animais comatosos, lesões 
neurológicas, na cavidade oronasal 
ou outras porções do trato 
gastrintestinal e vômito ou diarréia 
crônicos. 
Faringostomia ou 
esofagostomia 
Indicada para períodos prolongados de 
alimentação, em geral, animais com 
doenças, lesões ou cirurgias na cavidade 
oral ou região. 
Recebe as mesmas contra-indicações 
anteriores com exceção de lesões na 
cavidade oronasal. 
Gastrostomia Indicada para períodos longos de 
alimentação, onde a cavidade oronasal, 
faringe ou esôfago precisam ser 
ultrapassados. 
Pacientes com lesões ou cirurgias 
gastrintestinais, vômito ou diarréia 
crônicos. 
Jejunostomia Indicada para períodos prolongados de 
alimentação, onde as estruturas anteriores 
devem ser ultrapassadas. 
Recebe as mesmas contra-indicações 
que a gastrostomia. 
Fonte: adaptado de HAND et al. (2001). 
As dietas para utilização via enteral 
são diversificadas. São utilizadas rações 
comerciais caninas ou felinas específicas, 
ou e até mesmo alimento caseiro, desde que 
todos sejam adequadamente preparados, 
isto é, devem atender as necessidades do 
paciente, e serem oferecidos sob forma 
líquida, para evitar a obstrução das sondas. 
Ainda podem ser fornecidos produtos 
específicos humanos (dietas líquidas 
enterais), desde que seja observada sua 
composição básica (LEWIS et al., 1994; 
SIMPSON E ELWOOD, 1994; MICHEL, 
2007). 
As complicações da nutrição enteral 
podem ser de origem mecânica, 
gastrintestinal, metabólica ou séptica. 
Problemas mecânicos comuns referem-se à 
colocação e manutenção da sonda, como 
obstruções luminares ou a retirada precoce 
da mesma pelo paciente. Alterações 
gastrintestinais e metabólicas referem-se a 
esofagite de refluxo, vômitos ou 
intolerância a algum componente da 
alimentação. Já as complicações sépticas 
estão relacionadas à contaminação e 
infecção do procedimento cirúrgico, quando 
este é necessário (LIPPERT, 1992; LEWIS 
et al., 1994; SIMPSON E ELWOOD, 1994; 
ABOOD, 1998; VALADARES et al., 
2006). Em todas as situações, a ocorrência 
de complicações pode ser evitada com o 
emprego das regras básicas citadas 
Oliveira, J. et al. 
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anteriormente e da monitorização constante 
do paciente. 
Nutrição Parenteral 
A nutrição parenteral total (NPT) 
trata-se de um recurso terapêutico, pelo 
qual são administrados nutrientes essenciais 
diretamente na corrente sangüínea, 
fornecendo principalmente a energia 
necessária à manutenção do organismo 
através de fontes de carboidratos, 
aminoácidos e lipídeos (ARMSTRONG e 
LIPPERT, 1988; DONOGHUE, 1989; 
LIPPERT e BUFFINGTON, 1992; 
HACKET, 1998). Pode ainda fornecer 
eletrólitos e vitaminas, quando o tempo 
requerido de tratamento for prolongado 
(DONOGHUE, 1989; LIPPERT e 
BUFFINGTON, 1992; CAMPBELL, 
2007). 
A nutrição parenteral parcial (NPP) 
supre apenas uma porção das necessidades 
nutricionais de um animal. Comumente, é 
utilizada apenas uma solução de 
aminoácidos a 3%, associada a eletrólitos, 
sendo por isso, também chamada de 
“fluidoterapia poupadora de proteínas” 
(HACKET, 1998; CAMPBELL, 2007). 
A administração de alimento 
parenteral é indicada em qualquer condição 
que resulte em anorexia ou que impeça o 
animal de ingerir alimento via oral, ou 
ainda recebê-lo via enteral (TAB. IV) 
(CROWE, 1988; CARNEVALE, 1991 E 
BORGES e NUNES, 1998). 
O suporte nutricional endovenoso 
apresenta como constituintes essenciais: 
Carboidratos: a solução de glicose 
50% é a mais empregada, pois tem baixo 
custo e é rapidamente metabolizada além de 
ser compatível com as outras soluções. 
Outras fontes também são utilizadas, como 
a dextrose, galactose, sorbitol, xilitol, 
glicerol e etanol (RENEGAR, 1979; 
LIPPERT e BUFFINGTON, 1992). 
TABELA IV - Condições que indicam a necessidade de nutrição parenteral. 
Dificuldade para ingerir alimentos Ingestão de alimentos contra-indicada 
Fraturas de maxila ou mandíbula Cirurgias extensas na cavidade oronasal 
Defeitos congênitos Cirurgias no trato gastrintestinal 
Cirurgias na cavidade oronasal Diarréia crônica 
Estomatite e/ou faringite Vômito incontrolável 
Condições neurológicas Condições neurológicas 
Disfagia grave 
Lesões esofágicas 
Fonte: adaptado de DONOGHUE, 1994. 
Aminoácidos: são soluções 
cristalinas, fonte de proteínas e nitrogênio. 
Podem ser adicionadas ou não de 
eletrólitos. As soluções padrões pediátricas 
Nutrição clínica... 
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humanas contêm todos os aminoácidos 
essenciais, com exceção da taurina que é 
importante para felinos. Produtos 
específicos para nutrição parenteral em 
determinadas insuficiências orgânicas, 
como nefropatias ou hepatopatias, também 
estão disponíveis no mercado (RENEGAR, 
1979; LIPPERT e BUFFINGTON, 1992; 
MATHEWS, 1998). 
Lipídeos: utilizados como fonte de 
ácidos graxos e, como os carboidratos, 
como fonte de energia. São soluções 
isotônicas que podem ser administradas em 
veias periféricas, diferentemente das 
soluções de glicose e aminoácidos, as quais 
são hiperosmóticas (TAB. V). As soluções 
lipídicas não contêm ácido araquidônico, 
essencial para felinos, porém, deficiências 
nestes animais, manifestam-se somente a 
longo prazo (RENEGAR, 1979; LIPPERT 
e BUFFINGTON, 1992; MATHEWS, 
1998). 
Eletrólitos, elementos traços e 
vitaminas podem ser adicionados a solução 
de nutrição parenteral. Geralmente, só são 
administrados quando a terapia ultrapassar 
duas semanas, ou se o paciente apresentar 
deficiências específicas (LIPPERT e 
BUFFINGTON, 1992; HACKET, 1998). 
As soluções para nutrição parenteral 
são concentradas de um único nutriente e 
não há apresentações mistas. Portanto, é 
necessária a mistura adequada dos 
nutrientes em uma solução do tipo “três em 
um”. A mistura deve ser feita apenas no 
momento do uso, sendo que esta pode ser 
armazenada sob refrigeração por 12 a 24 
horas, no máximo. Para compor a mistura 
são normalmente utilizados aminoácidos a 
10%, glicose a 50% e lipídeos a 10%, 
sempre nesta determinada ordem de adição. 
A quantidadede cada nutriente depende da 
necessidade energética do paciente, sendo 
que a proporção empregada de 25% a 45% 
em aminoácidos, 30 –35% em glicose e até 
60% em lipídeos (VEADO, 2000; 
CAMPBELL, 2007). 
 
TABELA V - Osmolalidade e densidade energética de algumas soluções para uso parenteral. 
Solução Densidade energética Osmolalidade 
Aminoácidos 8,5% 0,34 kcal/ml 
Aminoácidos 10% 0,40 kcal/ml 939 mOsm/L 
Glicose 50% 1,71 kcal/ml 2775 mOsm/L 
Emulsão lipídica 10% 1,1 kcal/ml 310 mOsm/L 
Emulsão lipídica 20% 2,0 kcal/ml 
Fonte: adaptado de GRANT, 1996. 
Preferencialmente, a NPT deve ser 
administrada através de cateterismo de 
veias centrais (ARMSTRONG E LIPPERT, 
1998; DONOGHUE, 1992a; LIPPERT e 
Oliveira, J. et al. 
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BUFFINGTON, 1992; DONOGHUE, 
1994; HACKET, 1998). Contudo, veias 
periféricas podem ser utilizadas para NPP e 
casos de NPT administradas em infusão 
lenta de curtos períodos (DONOGHUE, 
1994). Cuidados com anti-sepsia são de 
extrema importância, como também o 
treinamento de pessoas para a realização 
dessa prática (ARMSTRONG e LIPPERT, 
1988; DONOGHUE, 1994; LIPPERT e 
BUFFINGTON, 1992; HACKET, 1998). 
Com a evolução da técnica de 
nutrição endovenosa, tanto na confecção 
dos produtos utilizados, quanto para os 
procedimentos de preparo e aplicação nos 
animais, as citações de complicações, 
mencionadas por diversos autores sofrem 
modificações ao longo dos anos, como se 
pode observar pela análise da literatura. 
Trabalhos mais recentes apresentam 
anotações de raras e poucas situações de 
complicações, diferentes daqueles 
publicados há cerca de vinte anos atrás 
(VEADO, 2000). 
Complicações mecânicas, em geral, 
são pequenas, discretas e raramente 
resultam em morbidade ou mortalidade dos 
pacientes. Incluem inadequada remoção do 
cateter, sua oclusão ou desconexão da linha 
de infusão. A ocorrência desses problemas 
é evitada por meio do monitoramento 
cuidadoso dos pacientes (ARMSTRONG e 
LIPPERT, 1988; LIPPERT e 
BUFFINGTON, 1992). 
Complicações sépticas envolvem 
contaminações que podem ocorrer no 
momento do preparo da solução; 
inadequada assepsia no local de 
implantação do cateter; manipulação 
indevida do material utilizado para o 
procedimento ou durante a administração 
da solução. Um quadro de sepse pode 
instalar-se (septicemia clínica), 
caracterizada por febre e leucocitose, onde 
outro foco séptico não é localizado 
(ARMSTRONG e LIPPERT, 1988; 
LIPPERT e BUFFINGTON, 1992; 
MATHEWS, 1998). 
Quanto às alterações metabólicas, a 
principal complicação em pacientes sob 
NPT é intolerância a glicose, que pode ser 
observada pela glicosúria. Causas primárias 
podem decorrer de diabetes, pancreatite, 
hiperadrenocorticismo e peritonite séptica. 
A dose de glicose pode ser então reduzida 
para metade. Na persistência da glicosúria 
poderá iniciar-se terapia com insulina 
(ARMSTRONG e LIPPERT, 1988). Outra 
complicação possível é a hipocalemia, que 
pode ocorrer pela aceleração do movimento 
de potássio intracelular, causado pela 
presença de insulina ou glicose endógenas 
ou exógenas. Nesses casos, pacientes 
diabéticos ou com vômitos persistentes 
apresentam maior risco, devendo ser mais 
Nutrição clínica... 
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bem acompanhados durante o procedimento 
(ARMSTRONG e LIPPERT, 1988; 
DONOGHUE, 1992b; LIPPERT e 
BUFFINGTON, 1992). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O suporte nutricional oferece aos 
animais hospitalizados benefícios que 
melhoram sua capacidade de resposta, 
otimizam o tratamento e, 
conseqüentemente, diminuem o período de 
permanência em ambiente hospitalar. O 
suporte nutricional não se trata de 
tratamento emergencial e a tentativa de 
fornecer “hiperalimentação” poderá 
acarretar distúrbios metabólicos graves, 
com risco à vida do paciente. É importante 
levar em consideração que o tempo 
decorrido sem ingestão de alimento, 
dependendo da severidade da injúria, pode 
ser fatal. 
Os avanços tecnológicos nesta área 
favoreceram a redução dos custos finais dos 
produtos, o que tem permitido sua 
aplicação, sem que este seja um fator 
limitante. Mesmo com a realização da 
nutrição enteral ou parenteral e os 
benefícios advindos desse procedimento, 
outras terapias de suporte não devem ser 
abandonadas, uma vez que é o conjunto de 
terapias que contribui para a recuperação do 
paciente. 
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