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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Engenharia Mecânica Anna Caroline de Souza Silva Tarcísio Augusto Santos Almeida ATIVIDADE PRÁTICA Nº 04: Perfil de temperatura e eficiência de aletas de barra redonda Belo Horizonte, 24 de março de 2017 2 Anna Caroline de Souza Silva Tarcísio Augusto Santos Almeida ATIVIDADE PRÁTICA Nº 04: Perfil de temperatura e eficiência de aletas de barra redonda Trabalho elaborado durante a disciplina de Laboratório de Sistemas Térmicos como requisito parcial para aprovação. Professor: Willian Moreira Duarte Belo Horizonte 2017 3 3 1. Introdução Para aumentar a troca térmica por convecção entre um sistema térmico e o ambiente, comumente se utilizam as aletas, que são superfícies de um objeto componente de um sistema térmico que se mantém em contato direto com o ambiente externo. Em busca da otimização destas trocas térmicas, constantemente se fazem alterações nestes sistemas, como por exemplo o aumento do coeficiente convectivo (h) através do aumento da velocidade do fluido que escoa na superfície da aleta, ou diminuindo a temperatura do fluido. Porém, alterações como estas elevam os custos e muitas vezes, tornam o projeto inviável. Uma solução muito mais simples e barata é a de aumentar a área das aletas (área de contato com o fluido externo), promovendo um crescimento da taxa de transferência de calor. Independente da solução que se queira aplicar em um sistema térmico com aletas, o conhecimento sobre as propriedades de uma aleta é de total importância para que qualquer decisão seja tomada de forma correta, e que se saiba precisamente qual o comportamento do sistema de trocas térmicas. Dentre estas propriedades podemos citar o material, a área da superfície da aleta, o tipo de aleta e as temperaturas e fluxos de calor empregadas. O objetivo deste trabalho é realizar a medição das propriedades de desempenho de uma aleta (eficiência), através da construção dos perfis de temperatura da aleta. Desta forma, em seguida, o valor experimental é comparado em relação ao valor teórico afim de validar o valor medido. 2. Fundamentação Teórica Equação da Aleta O modelo de aleta utilizada neste trabalho é uma aleta do tipo pino (barra redonda maciça), com ponta adiabática revestida de cortiça, o que torna a troca de calor na ponta irrisória para fins de cálculos de eficiência. O desenvolvimento da equação de transferência de calor deste tipo de aleta utiliza as seguintes considerações: 4 Regime permanente Condução unidimensional no comprimento da aleta Seção transversal com temperatura uniforme Propriedades invariáveis com temperatura Coeficiente convectivo uniforme no comprimento da aleta A transferência de calor da aleta é proporcional à área da sua superfície enquanto a área da extremidade da aleta é uma fração desprezível em relação à área total da aleta. Nesse caso, a condição de contorno na ponta da aleta é dada pela equação abaixo: (Eq.1) A temperatura da base onde a aleta está fixada é conhecida e representada pela condição de contorno abaixo: (Eq.2) A distribuição de temperatura ao longo da aleta pode ser representada pela equação abaixo: (Eq.3) Por fim, considerando as considerações acima, podemos calcular a taxa de transferência de calor da aleta pela equação abaixo: (Eq.4) Eficiência da aleta A eficiência da aleta é uma medida de desempenho, em que faz um comparativo entre a aleta real e como seria se houvesse dissipação máxima de calor. Esta dissipação máxima de energia aconteceria caso toda a superfície da aleta se encontrasse à temperatura de sua base. Entretanto, uma vez que toda aleta é caracterizada por possuir uma resistência térmica à condução térmica, sempre existirá um gradiente de temperatura ao longo da aleta. A equação que define esta eficiência é dada por: (Eq. 5) 5 5 Sendo: qf = taxa de transferência de calor h = coeficiente convectivo Af = Área da superfície da aleta θb = Temperatura na base Figura 1: Desenho esquemático de aleta pino com base aquecida por resistências elétricas Fonte: http://www.ufrgs.br/medterm/trabalhos/trabalhos-2007/lusa.pdf 3. Metodologia A metodologia desta pratica consiste em analisar os perfis de temperatura e as eficiências térmica de 3 tipos de aletas (todas com ponta adiabática isolada com cortiça): Aleta de Alumínio Ø1/2” Aleta de Aço Inox Ø1/2” Aleta de Aço Inox Ø1” As aletas são fixadas à uma base isolada termicamente, onde há uma resistência elétrica que aquece as aletas por condução, que por sua vez, possuem um aquecimento variável 6 ao longo do seu comprimento devido à resistência condutiva do material das aletas e perdas por convecção com o ambiente externo. A base é aquecida e aguarda-se que todo o sistema entre em estado permanente, monitorando as variações de temperatura através do termopar. Em diversos pontos ao longo do comprimento de cada aleta foram fixados termopares Tipo T, que permitiam colher informações de tensão que são então convertidas em temperatura, criando o perfil de temperatura de cada aleta. De posse destes dados, eles foram aplicados às formulas afim de se encontrar qual o valor experimental da taxa de transferência de calor de cada aleta, assim como a eficiência térmica de cada uma. 4. Resultados e Análise Primeiramente, aqueceu-se a base, aguardando o sistema entrar em estado permanente. A tabela 1 apresenta os resultados da temperatura ao longo do tempo. A prática findou-se quando o sistema entrou em regime permanente. Tabela 1: Dados da prática Tempo (s) Tp T (mV) Tensão Tabelado Tp T (°C) 0 0,00 0,992 25,0 30 0,00 0,992 25,0 60 0,00 0,992 25,0 90 0,00 0,992 25,0 120 0,00 0,992 25,0 150 0,00 0,992 25,0 180 0,00 0,992 25,0 210 0,00 0,992 25,0 240 0,00 0,992 25,0 300 0,01 1,002 25,5 360 0,02 1,012 25,5 390 0,04 1,032 26,0 420 0,06 1,052 26,5 450 0,09 1,082 28,5 480 0,12 1,112 28,0 510 0,15 1,142 29,0 540 0,20 1,192 30,0 570 0,25 1,242 31,0 600 0,30 1,292 56,0 7 7 Tempo (s) Tp T (mV) Tensão Tabelado Tp T (°C) 630 0,35 1,342 33,5 660 0,40 1,392 35,0 690 0,46 1,452 36,5 720 0,51 1,502 37,5 750 0,56 1,552 38,5 780 0,61 1,602 40,0 810 0,65 1,642 41,0 840 0,70 1,692 42,0 870 0,74 1,732 43,0 900 0,78 1,772 44,0 930 0,82 1,812 44,5 960 0,86 1,852 45,5 990 0,89 1,882 46,5 1020 0,93 1,922 47,5 1050 0,97 1,962 48,5 1080 1,00 1,992 49,0 1110 1,03 2,022 50,5 1140 1,07 2,062 51,0 1170 1,10 2,092 51,5 1200 1,13 2,122 52,0 1230 1,16 2,152 52,5 1260 1,19 2,182 53,5 1290 1,22 2,212 54,0 1320 1,24 2,232 54,5 1350 1,27 2,262 55,0 1380 1,30 2,292 56,0 1410 1,33 2,322 57,0 1440 1,36 2,352 57,5 1470 1,38 2,372 57,5 1500 1,41 2,402 59,0 1530 1,43 2,422 59,0 1560 1,46 2,452 59,5 1590 1,48 2,472 60,0 1620 1,51 2,502 61,0 1650 1,53 2,522 61,5 1680 1,55 2,542 62,0 1710 1,58 2,572 62,5 1740 1,60 2,592 63,0 1770 1,62 2,612 63,5 8 Tempo (s) Tp T (mV) Tensão Tabelado Tp T (°C) 1800 1,64 2,632 64,0 1830 1,66 2,652 64,51860 1,68 2,672 65,0 1890 1,71 2,702 65,5 1920 1,73 2,722 66,0 1950 1,75 2,742 66,5 1980 1,77 2,762 67,0 2010 1,79 2,782 67,0 2040 1,81 2,802 67,5 2070 1,83 2,822 68,0 2100 1,85 2,842 68,5 2130 1,87 2,862 69,0 2160 1,89 2,882 69,0 2190 1,91 2,902 70,0 2220 1,93 2,922 70,5 2250 1,95 2,942 71,0 2280 1,97 2,962 71,5 2310 2,01 3,002 72,0 2340 2,03 3,022 72,5 2370 2,04 3,032 73,0 2400 2,07 3,062 73,5 2430 2,08 3,072 74,0 2460 2,09 3,082 74,0 2490 2,11 3,102 74,5 2520 2,13 3,122 75,0 2550 2,15 3,142 75,0 2580 2,16 3,152 75,5 2610 2,18 3,172 76,0 2640 2,20 3,192 76,5 2670 2,22 3,212 77,0 2700 2,23 3,222 77,0 2730 2,24 3,232 77,0 2760 2,26 3,252 77,5 2790 2,27 3,262 78,0 2820 2,29 3,282 78,5 2850 2,31 3,302 78,5 2880 2,32 3,312 79,0 2910 2,33 3,322 79,0 2940 2,35 3,342 79,5 2970 2,37 3,362 80,0 9 9 Tempo (s) Tp T (mV) Tensão Tabelado Tp T (°C) 3000 2,39 3,382 80,5 3030 2,41 3,402 81,0 3060 2,43 3,422 81,5 3090 2,46 3,452 82,0 3120 2,47 3,462 82,5 3150 2,49 3,482 82,5 3180 2,50 3,492 83,0 3210 2,52 3,512 83,5 3240 2,54 3,532 84,0 3270 2,55 3,542 84,5 3300 2,56 3,552 84,5 3330 2,59 3,582 85,0 3360 2,60 3,592 85,0 3390 2,61 3,602 85,5 3420 2,63 3,622 86,0 3450 2,64 3,632 86,0 3480 2,65 3,642 87,0 3510 2,66 3,652 87,0 3540 2,68 3,672 87,0 3570 2,70 3,692 86,0 3600 2,71 3,702 87,5 3630 2,73 3,722 88,0 Fonte: Elaborada pelos alunos Portanto, foi gerado o gráfico abaixo: Gráfico 1 - Temperatura (°C) x Tempo (s) Fonte: Elaborado pelos alunos y = 0,0187x + 25,962 R² = 0,9664 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 T em p er a tu ra ( °C ) Tempo (s) Após a entrada do sistema em sistema permanente, foram verificados o perfil de temperatura de cada aleta, analisando as tensões, que posteriormente seriam convertidas em temperatura, ao longo do comprimento das mesmas. Tabela 2: Aleta Alumínio ϕ ½” Alumínio 1/2" X(mm) Tensão (mV) Tensão Tabelado T(°C) 20 3,2 4,192 98 40 3 3,992 94 60 2,7 3,692 87 80 2,5 3,492 83 100 2,5 3,492 83 120 2,1 3,092 74 150 2,1 3,092 74 180 1,3 2,292 56 210 1,3 2,292 56 250 1,3 2,292 56 300 0,6 1,592 16 350 0,4 1,392 10 450 0,4 1,392 10 550 0,1 1,092 3 700 0,1 1,092 3 850 0,1 1,092 3 945 0,1 1,092 3 Fonte: Elaborada pelos alunos Os valores marcados são valores que não conseguimos realizar a medição (devido a defeitos no equipamento), sendo estes aproximados dos valores anteriores. Tabela 3: Aleta Aço Inox ϕ ½” Aço Inox 1/2" X(mm) Tensão (mV) Tensão Tabelado T(°C) 0 2,83 3,822 90 10 2,47 3,462 82 20 1,7 2,692 65 30 1,49 2,482 60 50 1 1,992 49 70 0,7 1,692 42 90 0,47 1,462 36 106 0,23 1,222 32 12 X(mm) Tensão (mV) Tensão Tabelado T(°C) 120 0,29 1,282 32 160 0,22 1,212 30 170 0,18 1,172 30 180 0,13 1,122 28 200 0,07 1,062 27 250 0,03 1,022 26 300 0,03 1,022 26 350 0,01 1,002 25 400 0,01 1,002 25 600 0,01 1,002 25 800 0,01 1,002 26 900 0,01 1,002 325 Fonte: Elaborada pelos alunos Os valores marcados são valores que não apresentaram resultados esperados, provavelmente devido a algum defeito no equipamento. Tabela 4: Aleta Aço Inox ϕ 1” Aço Inox 1" X(mm) Tensão (mV) Tensão Tabelado T(°C) 0 4,8 5,792 131 10 3,35 4,342 102 20 2,99 3,982 94 30 0,5 1,492 37 50 0,35 1,342 34 70 1,56 2,552 62 90 1,28 2,272 55 106 1,14 2,132 52 120 0,53 1,522 29 145 0,91 1,902 47 170 0,35 1,342 34 213 0,72 1,712 43 250 0,23 1,222 31 302 0,65 1,642 41 350 0,65 1,642 25 500 0,19 1,182 30 700 0,06 1,052 27 900 0,2 1,192 39 Fonte: Elaborada pelos alunos 13 13 Os valores marcados são valores que não apresentaram resultados esperados, provavelmente devido a algum defeito no equipamento. 5. Conclusões Com base nos dados obtidos na prática e as equações citadas na metodologia, é possível gerar os gráficos dos perfis de temperatura teóricos e os experimentais, conforme abaixo: Gráfico 2 – Alumínio ϕ1/2” Experimental- Temperatura (°C) x Distância (mm) Fonte: Elaborado pelos alunos Gráfico 3 – Alumínio ϕ1/2” Teórico - Temperatura (°C) x Distância (mm) Fonte: Elaborado pelos alunos y = -0,1133x + 83,289 R² = 0,774 -40 -20 0 20 40 60 80 100 120 0 200 400 600 800 1000 Te m p e ra tu ra ( °C ) Distância (mm) y = -20,724x + 17,296 R² = 0,8223 -5,00 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 Te m p e ra tu ra ( °C ) Comprimento (m) 14 Gráfico 4 – Aço Inox ϕ1/2” Experimental- Temperatura (°C) x Distância (mm) Fonte: Elaborado pelos alunos Gráfico 5 – Aço Inox ϕ1/2” Teórico- Temperatura (°C) x Distância (mm) Fonte: Elaborado pelos alunos y = 0,1125x + 27,015 R² = 0,1885 0 50 100 150 200 250 300 350 0 200 400 600 800 1000 Te m p e ra tu ra ( °C ) Distância (mm) y = -10,915x + 7,6454 R² = 0,3543 -5,00 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 Te m p e ra tu ra ( °C ) Comprimento (m) 15 15 Gráfico 6 – Aço Inox ϕ1” Experimental- Temperatura (°C) x Distância (mm) Fonte: Elaborado pelos alunos Gráfico 7 – Aço Inox ϕ1” Teórico- Temperatura (°C) x Distância (mm) Fonte: Elaborado pelos alunos Como pode ser comparado em todos os gráficos, para cada elemento e diâmetro da aleta, pelas curvas de tendência os valores de R² de diferenciaram em todos os casos. Essa diferença pode ser causada pelas condições em que a prática foi realizada, como não sendo as ideais, e pelos já citados problemas na obtenção dos dados. Conclui-se que os valores que mais se aproximaram foram os do alumínio, apresentando uma diferença de R² de apenas 0,0483, comparado ao do aço inox ϕ1/2” de 0,1658 e o mesmo material, porém com o diâmetro de 1” apresentou a maior diferença, de 0,2278. y = -0,057x + 63,462 R² = 0,2353 0 20 40 60 80 100 120 140 0 200 400 600 800 1000 Te m p e ra tu ra ( °C ) Distância (mm) y = -13,381x + 9,5504 R² = 0,4631 -10,00 -5,00 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 Te m p e ar ta u ra ( °C ) Comprimento (m) 16 7. Referências Bibliográficas http://www.ufrgs.br/medterm/trabalhos/trabalhos-2007/Estudo_do_comportamento_e_ Desempenho_de_Aleta_Tipo_Pino.pdf http://www.dem.feis.unesp.br/intranet/praticas_laboratorio.pdf ECIL, Grupo Temperatura Industrial. Tabelas de correlação de termopares tipo T. Disponível em: <Termopar tipo T - Ecil Temeperatura Industrial> Acesso em: <19/02/2017>.
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