Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Belo Horizonte, 10 de março de 2017 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Engenharia Mecânica Anna Caroline de Souza Silva Tarcísio Augusto Santos Almeida ATIVIDADE PRÁTICA Nº 02: Análise Dinâmica dos Medidores de Temperatura. 2 Anna Caroline de Souza Silva Tarcísio Augusto Santos Almeida ATIVIDADE PRÁTICA Nº 02: Análise Dinâmica dos Medidores de Temperatura. Trabalho elaborado durante a disciplina de Laboratório de Sistemas Térmicos como requisito parcial para aprovação. Professor: Willian Moreira Duarte Belo Horizonte 2017 3 3 1. Introdução A escolha de sensores para uma rotina industrial, seja para monitoramento ou para controle de processos, requer que sejam levados em conta diversos fatores que serão decisivos para obter os resultados desejados. Além dos tipos de variáveis que estes sensores leem, como temperatura, pressão, vazão de fluido, viscosidade, calor de combustão, densidade, dentre outros, outros fatores como resolução do equipamento e ordem (equação matemática que rege o funcionamento) também devem ser observados. São estes dois últimos fatores que definirão o quão preciso é a medição e se há algum atraso nesta medição logo ao início da leitura. Desta forma, é importante que não apenas se conheça as características estáticas de um medidor, mas também qual o seu comportamento dinâmico durante uma leitura. Este relatório, portanto, tem como objetivo, descobrir qual as características dinâmicas de quatro diferentes medidores de temperatura. 2. Ordem dos Medidores de Temperatura Os medidores de temperatura, como vários outros medidores, funcionam a partir de um sinal de entrada que é convertido em um sinal de saída, e a relação entre estes dois sinais podem ser deduzidas a partir de um equacionamento matemático. Este equacionamento é feito algebricamente ou por equações diferenciais (EDO’s), podendo ser de ordem zero, primeira ordem e segunda ordem. Medidores de Temperatura de Ordem Zero Um medidor de temperatura é de ordem zero se a relação entre sinal de saída e entrada puder ser representado de forma algébrica, sem necessidade de derivação temporal de y (diferencial). 𝐹(𝑡) = 𝑏0 𝑎0 = K (Eq 1) Desta forma, a medição é independente do tempo (Eq 1) e, portanto, ela é instantânea, ou, não sofre atraso. 4 Medidores de Temperatura de Primeira Ordem Um medidor de temperatura é de primeira ordem se a relação entre saída e entrada puder ser demostrada a partir de uma derivada de ordem unitária. Fisicamente, isto implica que há um atraso entre entrada e saída, levando um certo tempo para que se tenha efeitos totais do sinal de entrada no sinal de saída. 𝑆 𝐸 = 𝑘 𝑡∗𝐷+1 (Eq. 2) Figura 1: Curva característica da resposta de um sistema de primeiro grau à uma entrada degrau (http://wwwp.feb.unesp.br/jcandido/instrumentacao/apostilas/APOST5.pdf) Medidores de Temperatura de Segunda Ordem Um medidor de temperatura é de segunda ordem se a comportamento da relação entre entrada e saída puder ser demonstrado por uma derivada de ordem 2. A implicação física desta ordem é que há um atraso entre entrada e saída, da mesma forma que em instrumentos de ordem 1, mas de natureza diferente, com uma certa variação de amplitude decrescente até que se estabilize. (Eq 3) 5 5 Figura 2: Curva característica da resposta de um sistema de segundo grau à uma entrada tipo pulso (http://www.fem.unicamp.br/~instmed/CGI.htm) Atraso de tempo puro (tempo morto) em medidores de temperatura Alguns instrumentos de medição podem apresentar o chamado “tempo morto”, que significa o tempo necessário para que o sensor comece a responder a alterações na variável de entrada. Este tempo morto pode ser demostrado no gráfico abaixo Figura 3: Curva representando o tempo morto de um medidor (http://www.tdps.com.br/wp-content/uploads/2016/07/image051.png) 6 3. Metodologia O objetivo desta prática é o de caracterizar qual o comportamento dinâmico de quatro diferentes medidores de temperatura: PT100 Grande PT100 Pequeno Termopar Tipo K Termopar Tipo T Para isto, estes medidores foram acoplados à um sistema térmico (calibrador) onde a temperatura era conhecida, e o visor do medidor foi filmado utilizando celulares até que a temperatura mostrada se estabilizasse. De posse dos vídeos, foram retirados diversos valores de temperatura e seus respectivos tempos, desde a inserção do medidor no sistema térmico até a estabilização da temperatura lida. Plotando estes valores em gráficos é possível caracterizá-los quanto à ordem e quanto a presença de tempo morto, descobrindo o seu real comportamento dinâmico. 4. Resultados e Análise Com base nos vídeos da prática, foi possível coletar os dados da tabela abaixo, analisando em intervalos de tempo fixos, o valor da temperatura. Tabela 1: Dados da prática Fonte: Elaborada pelos alunos Portanto, foram gerados os gráficos abaixo: Tempo (s) Tp K (°C) Tp T (°C) Pt 100 Grande (°C) Pt 100 Pequeno (°C) 0 32,6 0,31 32 24 1 67,8 1,94 47 47 2 78,6 51,37 58 61 3 81,9 53,09 63 66 4 82,4 53,4 67 70 5 82,5 53,09 69 73 6 82,6 53,19 71 74 7 7 Gráfico 1 - Tp K (°C) x Tempo (s) Fonte: Elaborado pelos alunos Gráfico 2 - Tp T (°C) x Tempo (s) Fonte: Elaborado pelos alunos y = 6,5429x + 46,457 R² = 0,5877 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 1 2 3 4 5 6 T p K ( °C ) Tempo (s) y = 9,3918x + 0,4886 R² = 0,646 0 10 20 30 40 50 60 70 0 1 2 3 4 5 6 T p T ( °C ) Tempo (s) 8 Gráfico 3 - PT 100 - Grande (°C) x Tempo (s) Fonte: Elaborado pelos alunos Gráfico 3 - PT 100 - Pequeno (°C) x Tempo (s) Fonte: Elaborado pelos alunos y = 6,0714x + 33,857 R² = 0,8653 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 1 2 3 4 5 6 P t 1 0 0 G ra n d e (° C ) Tempo (s) y = 7,5357x + 29,143 R² = 0,8098 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 1 2 3 4 5 6 P t 1 0 0 P eq u en o ( °C ) Tempo (s) 9 9 Os valores encontrados para τ foram: Tabela 2: Valores τ Fonte: Elaborada pelos alunos 5. Conclusões Conclui-se que o termopar tipo K obteve os resultados da temperatura de forma mais rápida, pois, conforme tabela 2, seus valores de τ foram menores em um mesmo intervalo de tempo. Observa-se também, pelo mesmo fator acima, que o medidor de temperatura mais lento foi o PT 100 Grande, pois possui a maior massa. Pelas curvas de resposta dos sensores, pode-se verificar que a análise do termopar do tipo T apresentou um tempo morto, ou seja, quando o medidor leva algum tempo para registrar os valores requeridos. 6. Referências Bibliográficas http://www.fem.unicamp.br/~instmed/CGI.htm Acesso em: <06/03/2017>. http://wwwp.feb.unesp.br/jcandido/instrumentacao/apostilas/APOST5.pdf Acesso em: <06/03/2017>. http://www.tdps.com.br/wp-content/uploads/2016/07/image051.pngAcesso em:<06/03/2017>. ECIL, Grupo Temperatura Industrial. Tabelas de correlação de termopares tipo T. Disponível em: <Termopar tipo T - Ecil Temeperatura Industrial> Acesso em: <19/02/2017>. Tp K (°C) Tp T (°C) Pt 100 Grande (°C) Pt 100 Pequeno (°C) 0,5877 0,646 0,8653 0,8098 10 ECIL, Grupo Temperatura Industrial. Tabelas de correlação de termorresistência tipo Pt 100. Disponível em: < Tabela de Correlação para Termorresistência - Tabelas de Correlação | Pirometria - Ecil Temperatura Industrial
Compartilhar