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06/05/2018 Trombose http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/trombose.htm 1/5 Patologia em Hipertexto . . . Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, Minas Gerais, 2000. Se você tiver alguma sugestão ou comentários, por favor envie-os para: Laboratório de Apoptose/ Departamento de Patologia Geral/ Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG 31270 010, Fone: (0xx31) 499 28 87/ 499 28 81 / 9114 78 41 FAX: (0xx31) 499 28 78, Web http://www.icb.ufmg.br/~pat/apopt.htm .e-mail:anilton@icb.ufmg.br Alterações Circulatórias: TROMBOSE: "A trombose é uma conseqüência de 3 tipos de alterações, agindo isolada ou simultaneamente: . Alterações da parede vascular ou cardíaca; . Alterações reológicas ou hemodinâmicas; . Alterações na composição sangüínea com hipercoagulabilidade." "Tríade de VIRCHOW " Etimologia: " gr. "Thrombos" = coágulo + "osis" = estado de... Conceito: Solidificação dos constituintes normais do sangue, dentro do sistema cardiovascular, no animal vivo. Trombo é a massa sólida formada a partir do processo da trombose. Deve ser diferenciado da coagulação extravascular (hemostasia) e da coagulação post mortem. Classificação: Quanto à estrutura: Trombos vermelhos, ou "de coagulação", ou ainda "de estase": ricos em hemácias, mais freqüentes em veias (Flebotrombose); Trombos brancos ou "de conglutinação": constituídos basicamente de plaquetas e fibrina, estão geralmente associados às alterações endoteliais, sendo mais freqüentes em artérias. Trombos hialinos: constituídos principalmente de fibrina, estão geralmente associados à alterações na composição sangüínea, sendo mais freqüentes em capilares. 06/05/2018 Trombose http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/trombose.htm 2/5 Trombos mistos: são os mais comuns. Formados por estratificações fibrinosas (brancas), alternadas com partes cruóricas (vermelhas). São alongados e apresentam 3 partes: Cabeça: trombo branco, pequeno, fixado no endotélio; Colo: porção estreita intermediária, na qual se configuram as "linhas de Zahn" resultantes da alternância de zonas brancacentas e avermelhadas; Cauda: trombo vermelho. Quanto à localização: Venosos: Geralmente vermelhos e localizados predominantemente dos membros inferiores (Flebotrombose humana). São úmidos e gelatinosos, associam-se às flebectasias e à estase prolongada, mas podem advir também de flebites. Representam aproximadamente 70% das tromboses no ser humano (AMORIM et alii, 1960). Cardíacos: Murais (principalmente no endocárdio da aurícula direita e no ventrículo esquerdo) ou valvulares (principalmente na aórtica e na mitral). Representam aproximadamente 20% das tromboses no ser humano (AMORIM et alii, 1960). Arteriais: Geralmente brancos, acometendo mais comumente as coronárias, as cerebrais, as ilíacas e as femurais no ser humano, representando apenas 10% das tromboses nessa espécie (AMORIM et alii, 1960); a aorta, a celíaca e a gástrica no cão (Spirocercalupi); as mesentéricas [principalmente a cranial], a renal, a esplênica e a cecal média nos eqüinos (Strongylusvulgaris). Capilares: Geralmente hialinos, ocorrendo nas coagulopatias de consumo (Coagulação Intravascular Disseminada). Quanto ao efeito de interrupção do fluxo sangüíneo: Oclusivos ou ocludentes: obstruem totalmente a luz vascular. É relativamente comum tanto nas tromboses arteriais (ateroscleróticas) quanto nas venosas. Murais, parietais, ou semi-ocludentes: obstruem parcialmente a luz vascular. Comuns na trombose arterial e na cardíaca. A trombose venosa mural é rara ou não existe.(?) Canalizado: Trombo oclusivo que sofreu proliferação fibroblástica e neovascularização, restabelecendo pelo menos parte do fluxo sangüíneo. Quanto à presença de infecção: Séptico: quando o trombo sofreu colonização bacteriana ou quando se formou às custas de um processo inflamatório infectado (Ex.: Endocardite valvular). Asséptico. Etiopatogenia: A trombose é uma conseqüência de 3 tipos de alterações ("Tríade de Virchow"), agindo isolada ou simultaneamente: Alterações da parede vascular ou cardíaca; Alterações reológicas ou hemodinâmicas; Alterações na composição sangüínea com hipercoagulabilidade. 06/05/2018 Trombose http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/trombose.htm 3/5 Alterações da parede vascular ou endocardíaca: Evidenciável na maioria das tromboses arteriais e cardíacas, e em algumas venosas. Causas: Traumas (punções muito repetidas, por exemplo), localização de bactérias na superfície vascular, infecções virais de células endoteliais, migração de parasitos na parede vascular (angeites e endocardites), arteriosclerose, infarto no miocardio, erosões vasculares decorrentes de infiltrações neoplásicas. Mecanismo: Lesão endotelial ou endocardíaca provocando exposição do colágeno subendotelial, com conseqüente adesão e agregação plaquetária, e desencadeamento do processo de "coagulação", além da contração das células endoteliais ou endocardíacas. Alterações reológicas ou hemodinâmicas: Por estase (ß velocidade do fluxo): Importante principalmente na trombose venosa. A estase altera o fluxo lamelar fazendo com que as células (inclusive plaquetas) que ocupavam a corrente axial passem à corrente marginal, facilitando o contato plaquetas - endotélio, ao tempo que concentra os fatores da coagulação. Por turbulência: Predispõem à deposição de plaquetas (por alterar o fluxo lamelar com modificação da corrente axial em marginal) e por traumatizar a íntima cardiovascular, facilitando a exposição do colágeno subendotelial. Por esse motivo é consideravelmente maior a freqüência de trombose nas áreas de estenose e bifurcação vasculares. Alterações sangüíneas (Hipercoagulabilidade): Um dos fatores mais importantes na trombogênese. Trombocitose: Anemias ferroprivas, após hemorragias graves (pós operatórios, principalmente de esplenectomias), doença de HODGKIN, disseminação de neoplasias malignas e síndromes mieloproliferativas. Incremento de fatores da coagulação: na gestação (VII e VIII), síndrome nefrótica (V, VII, VIII e X) e em algumas neoplasias malignas. Redução da atividade fibrinolítica: diabete melito, obesidade, síndrome nefrótica (perda urinária de antagonistas da coagulação). Aumento da viscosidade sangüínea: Anemia falciforme (ß da flexibilidade da hemácia), policitemia, desidratação e queimaduras. Destino dos trombos: Lise: Ação da Plasmina (Fibrinolisina) sobre alguns dos fatores da coagulação (V, VII, XII e protrombina), fibrinogênio e fibrina digerindo-os. Impede também a ressíntese da fibrina (impossibilita a polimerização), inibe a agregação plaquetária com efeito anti-trombina direto. A possibilidade e a velocidade da lise dependem do volume do trombo e da conservação parcial do fluxo (fonte de fatores fibrinolíticos). Amolecimento puriforme: O trombo, como um corpo estranho, é invadido por neutrófilos que podem promover a digestão enzimática da massa central, convertendo-o num saco com conteúdo puriforme (ou purulento, se o trombo for séptico), que pode se romper e liberar na circulação o líquido assim produzido. Comum nos trombos volumosos das câmaras cardíacas e sacos aneurismáticos. 06/05/2018 Trombose http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/trombose.htm 4/5 Organização: Invasão do trombo por macrófagos, fibroblastos (ambos aparentemente oriundos de monócitos) e por brotos de neovascularização (proliferação endotelial), que culminam com a transformação do mesmo em tecido de granulação. Canalização: Ocorre quando os vasos neoformados na fase de organização anastomosam-se, permitindo o restabelecimento parcial do fluxo sangüíneo (auxiliadopela fibrose e retração do trombo). Calcificação: Comum nos trombos sépticos e nos organizados , principalmente nos venosos (formando os "flebólitos") que podem permanecer firmes na parede vascular ou desprender-se e cair na corrente circulatória. Colonização bacteriana: Nas septicemias, germes podem aderir e colonizar um trombo asséptico, tornando-o séptico. É mais freqüente nos trombos brancos, principalmente nos localizados no endocárdio. Embolização: Muito freqüente. Decorrem da fragmentação ou descolamento de trombos inteiros. É favorecida pelo amolecimento puriforme, pela fragilidade na fixação do trombo, pelo retardamento na lise ou na organização, pela compressão da região, pelo esforço e aumento do fluxo sangüíneo, etc... Características Macroscópicas: Venosos: geralmente vermelhos e oclusivos, de aspecto úmido e gelatinoso (lembrando os coágulos post- mortem, porem firmemente aderidos ao endotélio [quando retirados à necropsia, deixam uma superfície rugosa e sem brilho.]. Cardíacos: Brancos (secos, friáveis, inelásticos, associados à alterações no endocárdio) ou vermelhos [?] (semelhantes aos venosos, associados sobretudo ao retardamento da circulação sangüínea nas câmaras cardíacas, como visto nos aneurismas cardíacos na miocardite chagásica crônica). Arteriais: Geralmente brancos, oclusivos ou semi-ocludentes. Características Microscópicas: Brancos: Apresenta lamelas amorfas, granulosas, desprovidas de células e levemente eosinofílicas. São formadas por plaquetas conglutinadas e desintegradas e se bifurcam ("lamelas secundárias") dando ao trombo um aspecto coraliforme típico. Na periferia das lamelas ocorre um grande infiltrado de neutrófilos - a chamada "Orla marginal". Vermelhos: Constituídos de rede de fibrina com conglomerados plaquetários nos pontos nodais, retendo em suas malhas leucócitos e hemácias (lembrando um coágulo - a diferença entre os dois são as lamelas plaquetárias dos trombos). Conseqüências: Dependem de: 06/05/2018 Trombose http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/trombose.htm 5/5 Tipo do trombo; Localização; Tipo anatômico da circulação (terminal, colateral ou dupla); Vulnerabilidade dos tecidos à hipóxia. Em geral temos: Isquemia, levando à degenerações e às hipotrofias ou ao infarto; Hiperemia passiva, levando ao edema, às degenerações e às hipotrofias, ou ao enfarte vermelho. Embolia. De volta ao Laboratório de Apoptose De volta à Patologia Geral Para referenciar o material desta publicação: Anilton Cesar Vasconcelos. Patologia Geral em Hipertexto. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, Minas Gerais, 2000. Se você tiver alguma sugestão ou comentários, por favor envie-os para: Laboratório de Apoptose/ Departamento de Patologia Geral/ Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG 31270 010 Fone: (0xx31) 499 28 87/ 499 28 81 / 9114 7841 FAX: (0xx31) 499 28 78, http://www.icb.ufmg.br/~pat/apopt.htm email
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