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Epistemologia: Origem, Métodos e Validade do Conhecimento

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Epistemologia 
Davi Amaral de Araujo 
davi.amaral.araujo@gmail.com 
1. Definição: é a parte da filosofia teórica que estuda a origem, métodos e a validade do 
conhecimento. A epistemologia procura investigar o que é o conhecimento, quais os tipos 
de conhecimento. 
1.1. OBS: sentido do verbo saber/conhecer: 
1.1.1. Familiaridade: João sabe/conhece Pedro. Thiago conhece/sabe Arthur. 
1.1.2. Habilidade: Pedro sabe/conhece dirigir. João sabe/conhece alemão 
1.1.3. Conhecimento factual: A neve é branca (p). João sabe/conhece que p 
2. Definição de conhecimento: O conhecimento é uma relação entre o sujeito que conhece e 
objeto do conhecimento (o que é conhecido). É necessário que se leve em conta três pontos 
básicos para um conhecimento 
2.1. Crença: não é possível saber de algo sem acreditar no que se sabe. Se S não crê que p, 
então S não sabe que p. Não importa se p é verdade ou se existem boas razões ou 
justificativas para tal. Não é possível saber algo sem primeiro acreditar nesta coisa. 
2.2. Verdade: S pode até crer que p e pode até haver boas razões ou justificativas para tal. 
Porém, é impossível saber algo que não é verdade. 
2.3. Justificação: S pode até crer que p e p pode ser verdadeira, mas, sem boas razões para 
crer que p, a crença de S pode ser acidental ou irracional. 
2.4. Essas três proposições compõem a chamada divisão tripartida do conhecimento ou CVJ 
(Crença verdadeira justificada) 
3. Desafios de Gettier: 
3.1. Situação de coincidência: o problema do jogo de O’Brien. A crença de algo que 
aconteceu, ela seria verdadeira pois ela realmente aconteceu. Entretanto a justificativa 
que poderia ser utilizada não se relaciona com o caso analisado – exemplo em 
(O'BRIEN, 2006) 
3.2. Testemunha não confiável: Onde a pessoa tem uma resposta verdadeira e a crença 
porem não existe justificada para aquilo. Ex.: a testemunha é perguntada as horas onde 
a testemunha está certa, mas não tinha a justificação necessária para que fosse verdade 
– seu relógio estava quebrado, foi um mero palpite certo e justificado. 
3.3. Teorias Incomensuráveis: debates entre heliocentrismo e geocentrismo. Ambos os 
cálculos estavam certos, em um momento especifico fosse feito o cálculo o resultado 
daria certo para os dois lados. 
4. Soluções para os desafios de Gettier: 
4.1. Considerar que só existem razões totalmente corretas. 
4.2. Razoes conclusivas: dizer que nos casos propostos não havia razões conclusivas para 
o conhecimento, logo tais crenças não eram infalíveis. 
4.3. Crenças Falsas: considerar que crenças falsas não geram conhecimento pode se chegar 
ao mesmo problema da razão anterior. Exige uma infalibilidade que o conhecimento 
não pode oferecer. 
4.4. Argumento do Timothy Williamson: propõe que a melhor solução é abandonar a 
formula do conhecimento que estamos seguindo. Propõe que o conhecimento é 
inanalisável. Vai argumentar que esse não é o enfoque correto da epistemologia. O 
enfoque seria os estados mentais. Não conhecemos porque pensamos na formula, mas 
sim porque existe um estado mental que reconhece quando se está conhecendo, levando 
o conhecimento para o meio interno da mente e não externo ao indivíduo. 
4.5. Semelhança familiar: Imagine que um quadro de família é um conceito, você consegue 
dizer que todas as pessoas são iguais, ou uma característica que seja semelhante em 
todas elas? Não. Porém, não deixam de ser família por causa disso. Mesmo que o 
conceito tenha problemas não se consegue abandonar ele por causa dessas falhas. 
5. Fontes do conhecimento: 
5.1. Razão: considerada um conhecimento a priori – conhecimento que não envolve a 
experiência. Verdades conceituais que não exigem o contato com a experiencia para se 
definir conceitos. 
5.1.1. Verdades Conceituais: ideia de solteiro e casado – auto evidencia. 
5.1.2. Verdades metafisicas: onde a parte não é maior que o todo – a parte SEMPRE 
será menor que o todo. Nada é todo branco e azul. 
5.1.3. Verdades éticas: ainda hoje existem debates se existe uma verdade ética em 
todos os casos. Autores defendem que existem valores objetivos para o ser 
humano. Elementos que são naturais e devem ser defendidos a todos os homens, 
não derivados de elementos espirituais e sem a necessidade do jusnaturalismo. 
5.1.4. Diferença entre auto evidência e certeza: na auto evidência basta você 
compreender a afirmação para compreender que esse conhecimento é verdadeiro. 
Certeza é onde você percebe a verdade da afirmação, acima das dúvidas e da 
refutação. 
5.2. Experiência: envolve normalmente o problema da percepção. Conhecimento que 
obtemos por meio do uso dos sentidos. Raciocínio a posteriori também chamado de 
experiência. Porém, ela nem sempre está correta. Será que os objetos existem 
independentemente da nossa percepção? Será que nós temos contato como eles 
realmente são? 
5.2.1. Realismo direto: os objetos existem e nós temos acesso a eles como eles são. 
5.2.1.1. Ingênuo: senso comum, tem-se contato com as duas qualidades do objeto. 
As primarias e as secundarias 
5.2.1.1.1. Primárias: Dizem respeito ao objeto independentemente do 
sujeito que está a observando 
5.2.1.1.2. Secundárias: diz respeito aos objetos. – Surgem da interação do 
objeto com o sujeito; sendo assim, variam de sujeito para sujeito. 
5.2.1.2. Científico: utiliza-se somente das qualidades primárias. 
5.2.2. Realismo indireto: Há um intermediador entre o observador e o objeto – 
argumento da ilusão. O mediador tem relação com o objeto, mas não é nem 
reproduz o objeto. 
5.2.3. Antirrealismo: Os objetos ou não existem ou são incognoscíveis para nós. 
5.2.3.1. Idealismo: Tudo que existe são as ideias na mente 
5.2.3.2. Fenomenismo: Objetos são apenas possibilidades de experiências 
subjetivas. 
5.3. Testemunho: é aquele que se adquire por meio indireto, tendo ouvido ou lido o que 
outro disse. 
5.3.1. Abordagem de David Hume, baseia a confiança em uma testemunha com base 
na regularidade do passado e do presente. Ex.: no passado essa pessoa já falou 
coisas verdadeiras. Logo, essa pessoa é considerada uma pessoa confiável. 
5.3.2. Abordagem Fiabilista e Thomas Reid: o testemunho sempre é confiável, sem 
precisar de provas para que se confirme a verdade. 
6. Justificação: 
6.1. Esta deve ser: 
6.1.1. Suficiente para fixar a verdade da crença 
6.1.2. Convincente do ponto de vista de outros sujeitos razoáveis. 
6.2. Principais debates sobre a justificação: 
6.2.1. Fundacionismo vs Antifundacionismo: debate-se se é necessário durante a 
cadeia de justificação precisa-se chegar a um ponto que seja uma “crença básica” 
– fundamentos infalíveis, incorrigíveis e inquestionáveis. 
6.2.1.1. Fundacionismo: Toda crença estará fundada em uma crença que é 
fundada em uma crença e assim suscetivamente. Até que certo ponto existe a 
crença básica – para alguns autores essa crença básica pode ser: a razão; a 
experiencia; direito natural. Caso não houvesse as crenças básicas todos os 
conhecimentos acima não teriam fundamento algum. 
6.2.1.1.1. Racionalistas Vs Empiristas: os racionalistas acreditavam que as 
crenças básicas eram certas verdades da razão. Já para os empiristas 
criam que as crenças básicas eram certas experiencias dos sentidos. 
6.2.1.2. Antifundamencionismo (Coerentismo): defende os seguintes pontos: 
6.2.1.2.1. As crenças formam uma rede fundante, dependendo do caso em 
questão. A rede em questão pode ter bases “liquidas”. Um conjunto de 
redes que agem em conjunto para fundar/sustentar um conhecimento. 
As redes são relativas ao conhecimento estudado. 
6.2.1.3. OBS: Hoje na filosofia existe uma mistura entre o Fundacionismo é o 
Antifundamencionismo. Acredita-se que existam crenças básicas, porém,tais 
crenças não são mais infalíveis. Esse modo é chamado de fundacionismo 
modesto. 
6.2.2. Internalismo vs externlismo: 
6.2.2.1. debatem se a questão da justificação é: 
6.2.2.1.1. Subjetiva: sobre quando as razões que tenho são suficientes e 
convincentes 
6.2.2.1.2. Objetiva: sobre quando o pensamento e a percepção são ou não 
confiáveis. 
6.2.2.2. Internalismo: a suficiência e o conhecimento da justificação são 
acessíveis ao ponto de vista do próprio sujeito. A sua própria capacidade 
cognitiva importa. Só precisa examinar as suas razões e a dos outros sujeitos. 
É muito mais forte em relação a crenças que envolvem justificativas que 
sejam éticas, políticas, estéticas, sociais e históricas. Porém, o Internalismo é 
fraco para verdades matemáticas, metafísicas e intelectuais. 
6.2.2.3. Externalismo: As razões do ponto de vista dos sujeitos não são 
suficientes. É preciso ter uma saída cientifica de formação de crenças para 
saber o quão confiável ela é. Ele é mais fraco para crenças de justificações 
que sejam éticas, políticas, estéticas, sociais e históricas. Porém, é mais forte 
para crenças cujas justificações são matemáticas, metafísicas e naturais. 
7. Ceticismo: é a suspeita de que o conhecimento não seja possível ou comprovável. 
7.1. Ceticismo Cartesiano: faz meditações metafisicas, onde Descartes oferece três 
princípios, três desafios e três soluções. 
7.1.1. Princípios: 
7.1.1.1. Rejeitar as tradições e das crenças. 
7.1.1.2. Procurar uma crença verdadeira e irrefutável. 
7.1.1.3. Rejeitar como falso toda crença que seja duvidosa. 
7.1.2. Desafios 
7.1.2.1. Argumento do erro: os sentidos podem ser falhos 
7.1.2.2. Argumento do sonho: existe uma falta de uma distinção segura sobre o 
que é sonho e o que é realidade. 
7.1.2.3. Argumento do gênio maligno: controle da mente por um agente 
enganador imperceptível. 
7.1.3. Soluções 
7.1.3.1. Cogito: Cogito ergo sum (Penso logo existo) 
7.1.3.2. Deus: a existência de um ser onipotente e perfeito (argumento ontológico 
+ Marca impressa) 
7.1.3.3. Razão e sentidos: são confiáveis em vista da existência de Deus. 
7.1.4. Insuficiência das soluções: 
7.1.4.1. O cogito é uma solução impossível e precipitada. 
7.1.4.2. Nenhum dos argumentos teístas é convincente 
7.1.4.3. Mesmo Deus não garantiria que a razão e sentidos fossem confiáveis. 
7.1.5. Outras soluções 
7.1.5.1. Ambições mais modestas: renunciar à procura de crenças irrefutáveis 
7.1.5.2. Dúvida razoável: duvidar só do que temos razões para pensar que seja 
falso 
7.1.5.3. Provas pragmáticas: ver o sucesso das crenças como indicio de sua 
verdade.

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