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Para a Sociologia o que é o homem? O homem como ser social Todo ser humano vive em sociedade. Assim, pode-se dizer que todo homem é um ser social. Para entender o que é Sociologia, precisamos compreender quem é o ser humano e por que é necessária uma ciência para estudá-lo em sociedade. O homem não é apenas um conjunto de componentes físicos e orgânicos, ele é também um ser que pensa, sente, relaciona-se com outros homens, modifica a natureza à sua volta e cria coisas novas. Definir o conceito antropológico de cultura Cultura é o conjunto de valores, hábitos, costumes e normas que organizam a vida em sociedade. Reconhecer o que é etnocentrismo Diferencie Educação formal de informal? A educação formal é aquela em que o aprendizado depende da instituição escolar. A educação informal, por sua vez, é aquela em que o indivíduo desenvolve o aprendizado fora da escola, em família, com amigos, nas igrejas etc. O que é Socialização? A Sociologia chama de socialização o processo pelo qual o indivíduo assimila os valores, as normas e as expectativas sociais de um grupo ou de uma sociedade. Esse processo, responsável pela transmissão da cultura, é contínuo e se inicia na família, quando se realiza a chamada socialização primária. Depois é assumido pela escola, pelo grupo de referência e pelas diferentes formas de treinamento e ajuste a que o indivíduo se submete no decorrer de sua existência e que ca- racterizam a socialização secundária” A Sociologia é uma das três ciências sociais básicas, que são: a Antropologia, a Sociologia e a Ciência Política. Resumidamente, podemos dizer que a antropologia estuda mais especifica- mente as diferentes culturas no mundo (diferenças de costumes e valores de um lugar para outro, de um grupo para outro). A Ciência Política estuda as relações de poder que se estabelecem na sociedade (sejam nas relações cotidianas, como os poderes, entre homens e mulheres, patrões e empregados, pais e filhos, ou, no ambiente governamental, como nos cargos políticos). A Sociologia estuda as relações sociais que os homens estabelecem com outros homens por meio das instituições sociais (escola, família, Estado, igreja, sindicato, empresa etc.). O que é Renascimento? Algumas transformações políticas, econômicas, culturais e sociais ocorridas desde meados do século XV contribuíram muito para a criação dessa ciência. A primeira delas foi o Renascimento. O Renascimento é o período que representa parte do processo de ruptura acerca dos paradigmas vigentes no mundo medieval e a transição para os do mundo moderno. Qual foi o ano da revolução científica e quais os seus teóricos ? A Idade da Revolução Científica. séculos XVI e XVII A revolução copernicana e o teoria Heliocêntrica Galileu e o emprego do método científico. Observação e experimentação Bacon e os tratados sobre a experiência científica a partir da indução . Newton e a contribuição para o desenvolvimento do cálculo matemático e da física. Descartes e as Regras do método. Fale sobre Copérnico, Galileu, Bacon, Newton e Descartes Nicolau Copérnico (Itália) modifica a noção do mundo quando contraria a concepção geocêntrica da Igreja para defender sua concepção heliocêntri- ca, na qual a Terra não é o centro do universo. Galileu Galilei (Itália), que in- ventou o telescópio, foi pioneiro na abordagem empírica e no uso da descri- ção matemática da natureza e tornou-se referência nas teorias científicas até hoje. Francis Bacon (Inglaterra) foi o primeiro a formular uma teoria clara do método indutivo, ou seja, realizar experimentos e extrair deles conclusões gerais. Isaac Newton (Inglaterra) forneceu uma consistente teoria matemáti- ca, hoje conhecida como cálculo diferencial, para descrever o movimento dos corpos. Foi Newton quem inspirou sua teoria na famosa queda da maçã. René Descartes (França) é considerado o fundador da Filosofia moderna, com a qual pretendia criar uma nova ciência que fosse capaz de distinguir a verdade do erro em todos os campos do saber: a ciência é o conhecimento certo, é a verdade. Bacon Segundo Francis Bacon, a Teologia perdeu o posto de norteadora do pensamento. A autoridade, que exatamente constituía um dos alicerces da teologia, deveria, em sua opinião, ceder lugar a uma dúvida metódica, a fim de possibilitar um conhecimento objetivo da realidade. Os pensadores desse período defenderam, assim, o emprego sistemático da razão e do livre exame da realidade. - Descartes e Newton Visão expressa na matemática e física matematizada do séc. XVII Ordem e medida como princípios organizadores do conhecimento científico - mathesis universalis. Mathesis universalis é, segundo Descartes, uma ciência geral capaz de explicar tudo o que diz respeito à quantidade e à ordem, independentemente dos objetos a estudar. Para o filósofo, embora a razão fosse comum a todos os homens, o modo de utilizá-la poderia variar. Assim, inicia a busca do modo correto de uso da razão. Por considerar as matemáticas teóricas como modelo do conhecimento verdadeiro e rigoroso, quis aplicar esse modelo a todos os domínios do conhecimento Descartes o método científico é o único meio válido para se compreender o universo. Tomando a dúvida como ponto fundamental de seu método, chamado de cartesiano, e duvidando de tudo, Descartes chegou à famosa afirmação Cogito, ergo sum: “Penso, logo existo”. O que é Racionalismo? No século XVII, surge o Racionalismo e fortalece a ideia de que o homem produz a história e não a Divina providência. Essa concepção fundamentava a ideia de que a sociedade podia ser compreendida porque, ao contrário da natureza, ela é obra dos próprios indivíduos. O que é Cartesianismo? o pensamento é a essência da natureza humana e que, portanto, tudo o que o ser humano pensa, intui (intuição) e deduz (dedução) é verdadeiro. Sua maior contribuição à ciência é seu método analítico, que consiste em decompor pensamentos e problemas em partes e organizá-los em uma ordem lógica. “idéias” e constatações (demonstrações) caminham juntas - equilíbrio aparente Determinação do sujeito pensante enquanto “consciência” - penso logo existo /dúvida sistemática Sujeito é o sujeito da razão Regras do método Cartesiano 1º) Clareza e distinção ("nunca aceitar algo como verdadeiro que eu não conhecesse claramente como tal; ou seja, de evitar cuidadosamente a pressa e a prevenção, e de nada fazer constar de meus juízos que não se apresentasse tão clara e distintamente a meu espírito que eu não tivesse motivo algum para duvidar dele"; 2º) Análise ("repartir cada uma das dificuldades que eu analisasse em tantas parcelas quantas fossem possíveis e necessárias a fim de melhor solucioná-las", chegando aos elementos mais simples); 3º) Ordem ("o de conduzir por ordem meus pensamentos, iniciando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para elevar- me, pouco a pouco, como galgando degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e presumindo até mesmo uma ordem entre os que não precedem naturalmente uns aos outros". Defende a dedução como forma de ampliar o saber, do mais simples ao mais composto) e 4º) Enumeração ("efetuar em toda parte relações metódicas tão completas e revisões tão gerais nas quais eu tivesse a certeza de nada omitir". Para que todos os elementos sejam considerados e para verificar se a visão total está de acordo como as regras que foram aplicadas). Quais foram os grandes autores iluministas? Grandes autores: Descartes, Pascal, Bacon, Spinoza, Newton, Locke, Hobbes, Voltaire, Rousseau, Hume, Kant. 16 ) Fale sobre A ciência dos modernos e a abertura do mundo A obra humana na visão dos enciclopedistas. O homem no lugar de Deus. A razão científica e instrumental: A demonstração, o público, a reprodução e a previsibilidade. O Método científico: dedução e indução. A possibilidade da especulação racional e técnica, a descoberta científica e a realidade como efeito da experimentação. As leise a causalidade. A noção de ordem Universal e a compreensão da obra Divina. O final do século XVIII e o início do século XIX são marcados por dois aconte- cimentos históricos da maior importância: Quais foram? a Revolução Francesa e a chamada Revolução Industrial, que coincidiram com a desagregação da sociedade feu- dal e com a consolidação do capitalismo. Estes acontecimentos históricos gera- ram problemas sociais que os pensadores da época não conseguiram explicar. 18 ) O que foi Revolução francesa? A Revolução Francesa foi responsável por inigualáveis transformações so- ciais e políticas, que ocorreram graças à proclamação de valores como liber- dade e igualdade e por uma, até então, inédita valorização do indivíduo como cidadão. O que hoje consideramos comum, como a democracia e o Estado de Direito, também nasceu nesse período. Foi com a Revolução Francesa que as pessoas passaram a ser vistas não ape- nas como portadoras de deveres, mas também de direitos. Elaborou-se, então, a Declaração Universal dos Direitos dos Homens. 19) O que foi Revolução Industrial? A Revolução Industrial, que se iniciou na Inglaterra e rapidamente se dis- seminou pela Europa e pelos Estados Unidos, não foi caracterizada somente pelas inovações técnicas a partir da máquina a vapor e pela industrialização crescente, mas também por um conjunto de mudanças sociais e econômicas importantes, como a consequente migração do campo para as cidades, o cres- cimento da urbanização e um admirável aumento da população. A Revolução Industrial foi um marco para a vida moderna porque se tra- ta, na verdade, de uma revolução científico-tecnológica que mudou a orga- nização social definitivamente. Num prazo relativamente curto, de cerca de 100 anos, a Europa de sítios, rendeiros e artesãos passou a ser uma Europa de cidades e indústrias. Com a indústria, a produção começa a ser feita num ritmo acelerado e o crescimento urbano passa a ser significativo, separando os espaços rurais dos espaços urbanos. Com as indústrias e essa nova forma de produção, a economia também mudou, deixando de ser agrária para ser industrial. Além disso, expandiu--se o comércio internacional em busca de matérias-primas e de escoamento das mercadorias produzidas. 20) Quais principais mudanças ocorridas na sociedade em função da Revolução Industrial podem ser assim sintetizadas: Grande concentração humana nas cidades inglesas, uma vez que os camponeses saíram do campo em busca de nova vida nas cidades que surgiam em função das indústrias: há intensa migração do campo para a cidade; Substituição progressiva do trabalho humano por máquinas; Divisão do trabalho em partes especializadas e necessidade de coordenação: o au- mento da produtividade se originou da organização do trabalho, e não do aumento das habilidades individuais; Mudanças culturais no trabalho: os novos trabalhadores das indústrias ainda esta- vam acostumados com o trabalho agrícola e o artesanato. Os industriais tiveram de impor uma disciplina desconhecida por esses trabalhadores, os quais tiveram que se submeter ao controle externo, exercido por capatazes; Produção de bens em grande quantidade: as máquinas aumentaram o ritmo da produção e a quantidade de bens produzidos, além de possibilitarem a homoge- neização (todos os bens saem iguais das máquinas, diferentemente dos bens feitos artesanalmente); Surgimento de novos papéis sociais: começa a se definir um contorno distinto para o capitalista (o empresário é dono das empresas e das máquinas, compra o trabalho dos outros) e para o operário (o trabalhador não possui nada além de sua força de trabalho e precisa vendê-la para se sustentar). 21) Qual foi o contexto histórico que propiciou o surgi- mento da Sociologia? As mudanças provocadas pelas duas grandes revoluções europeias, a ex- pansão do capitalismo (e, com ele, os interesses antagônicos) e a revitaliza- ção da universidade nos séculos XVIII e XIX – período conhecido como Ilumi- nismo –, podem ser consideradas o cenário que contextualiza as origens das ciências sociais que surgem, exatamente, nesse período marcado por essas Transformações do meio social. 22) O que é Sociologia? A Sociologia é uma ciência e seu surgimento e consolidação como tal, junta- mente com suas especificidades e seus métodos próprios de investigação, dife- renciam-na dos saberes do senso comum, proferidos por nós quando analisa- mos nossos comportamentos e experiências interpessoais 23) Diferencie senso comum e a ciência. O senso comum e a ciência são duas formas de conhecermos e explicarmos a realidade. Enquan- to o senso comum caracteriza-se pelo conhecimento que adquirimos em nosso cotidiano e que pode ser verdadeiro ou não, a ciência busca entender as razões e o porquê do acontecimento de determinados fenômenos. A Sociologia é uma ciência; portanto, difere do senso comum. 24) Quem foi Auguste Comte O nome Sociologia foi proposto por Auguste Comte (imagem), em substituição ao termo Física Social, acreditando ser possí- vel submeter a ciência da sociedade aos mesmos pressupostos metodológicos advindos das ciências naturais. Acreditava tam- bém que descobrir as leis da organização da sociedade poderia significar a reconstrução de uma estrutura social mais humana. Seu pensamento enfatizava a sociedade europeia como exem- plo de evolução, defendendo a proposta da ordem e do progresso em oposição aos conflitos sociais presentes neste contexto (influência do positivismo). 25) O que é positivismo O positivismo pode ser considerado o berço que embala a Sociologia há mais de um século, desde o seu nascimento. Assim, conhecer a história da Sociologia exige um conhecimento básico do positivismo, sobretudo por ele ser conside- rado um conjunto de pensamentos e ações que formam o sistema de vida típico do século XIX, mais do que apenas uma doutrina. Os positivistas eram pensadores conservadores que se preocupavam com a ordem, a estabilidade e a coesão social e consideravam que a sociedade mo- derna era dominada pela desordem, pela anarquia. Eles enfatizavam a impor- tância da disciplina, da autoridade, da hierarquia, da tradição e dos valores mo- rais para a conservação da vida social. A influência da doutrina positivista ficou marcada na bandeira do Brasil pelo lema “Ordem e progresso”. 26 ) . Augusto Comte dividia hierarqui- camente a filosofia positiva em cinco ciências: Astronomia, Física, Química, Fisiologia e Física Social. 27)As características mais importantes do positivismo são: Empirismo: submissão da imaginação à observação, à experimentação e à comparação; Classificação dos fenômenos sociais da maneira como é feita com os fenômenos naturais; A ciência tem como função principal a capacidade de prever; O espírito humano deve investigar sobre o que é possível conhecer, eliminando a busca das causas; O conhecimento científico positivo deve buscar a certeza, a precisão e a ordem; Valorização das especializações e horror ao ecletismo. 28) o que é Emprirismo? Doutrina filosófica que encara a experiência sensível como a única fonte fidedigna de co- nhecimento. O filósofo empirista baseia-se na observação e na experimentação para decidir o que é verdadeiro. Chega a conclusões através do emprego do método indutivo, baseado no que observou. 29) O que é Ecletismo? Diferentes gêneros ou opiniões. Método que reúne teses e sistemas diversos. Método filo- sófico dos que não seguem sistema algum, escolhendo de cada um a parte que lhes parece mais próxima da verdade. 30) O que é o marco da antropologia? A marca deste período formador da Antropologia é o predomínio do para- digma evolucionista. O evolucionismo pressupunha a existência de uma histó- ria universal e linear rumo ao progresso, porém, os diferentes grupos humanos se encontravam em fases desiguais de desenvolvimento. A sociedade ocidental europeia encarnava o nível mais adiantado de progresso alcançado pela huma- nidade, enquanto os demaispovos, do Oriente, África, América e Austrália, ain- da estavam nos estágios inferiores da evolução. O que estes teóricos concebiam ser “a civilização” – e que correspondia evidentemente à sua própria sociedade – ostentava a forma mais complexa de cultura e organização social conhecida, marcada, entre outros traços, pela presença do pensamento científico, da pro- priedade privada, do governo, da religião monoteísta e do casamento mono- gâmico. Por outro lado, o que identificava os povos chamados de selvagens ou primitivos, segundo os evolucionistas, era justamente a ausência dos predica- dos previamente citados: sem escrita, sem Estado, sem economia de mercado, sem ciência, e daí por diante. Vivenciando uma condição de atraso, tais povos apresentariam configurações mais simples de parentesco, tecnologia e cren- ças. Suas leis consuetudinárias, comunismo, economia não monetária, magia, organização clânica e linhagens representavam as formas elementares das instituições humanas. No comentário perspicaz de Joannes Fabian, era como se europeus e “primitivos” compartilhassem o mesmo espaço, porém, não o mesmo tempo; as sociedades encontravam-se justapostas no espaço, mas não eram coevas, ou seja, não viviam o mesmo momento da história humana. Os evolucionistas olhavam para os africanos, ameríndios e indianos, e viam neles o passado da humanidade (Fabian, 1983). 31) O que é Leis consuetudinárias Leis impostas pela tradição, pelo costume, não escritas. Clãs e linhagens: são formas de agrupamento social encontradas nas sociedades “tribais”. 32) O que é Ameríndio? Termo que designa o índio das Américas. 33) QUAL É A RELAÇÃO Da NATUREZA E CULTURA? Uma das vias privilegiadas pela Antropologia tem sido a discussão sobre as origens da cultura. Os antropólogos têm oferecido diferen- tes explicações para o fenômeno do surgimento da cultura, para o processo em que o homem se diferencia dos outros primatas. Esta é uma matéria que não tem sido disciplinada pelo consenso. Uma das conjecturas mais célebres e controvertidas é a formulada pelo antropólogo francês Claude Lévi-Strauss. Segundo ele, a passagem da nature- za para a cultura se dá com o estabelecimento da primeira regra, da primeira convenção. Uma vez que a natureza corresponde ao reino do instinto, do uni- versal, do indiscriminado, do comportamento não regrado, é somente quan- do o homem institui a primeira convenção que estamos diante de um fato cultural. A norma por excelência que de acordo com a tese do autor marca o surgimento da cultura é a proibição do incesto. O que faz do homem um “ser social”? Qual a importância da Revolução Francesa e da Revolução Industrial para o surgimento da Sociologia? Defina a perspectiva positivista. Disserte sobre o princípio da Antropologia, seu contexto e a perspectiva evolucionista. Defina alteridade e etnocentrismo. Disserte sobre a definição antropológica de cultura. REFLEXÃO O sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917) foi o maior sucessor de Au- gusto Comte e da Sociologia positivista. Ele se preocupava em conferir à Socio- logia status de ciência independente. Seu livro As regras do método sociológico, de 1895, deu uma contribuição à Sociologia ao indicar como deveria se dar a abordagem dos problemas sociais, estabelecendo as regras a serem seguidas na análise de tais problemas. Sua metodologia foi utilizada no estudo sobre o suicídio, publicado em 1897, em que, em vez de especular sobre as causas do suicídio (eliminando a pesquisa histórica), planejou o esquema de pesquisa, coletou os dados necessários sobre as pessoas que se suicidaram e, a partir des- ses dados, construiu sua teoria do suicídio. Durkheim defendia a ideia de que os fatos sociais deveriam ser tratados como “coisas”, no sentido de serem individualizados e observáveis. Durkheim distinguiu três características dos fatos sociais: COERÇÃO SOCIAL Os fatos exercem uma força sobre os indivíduos, levando-os a confrontarem-se com as regras da sociedade em que vivem, tanto que os indivíduos sofrem sanções ou punições quando se rebelam contra essas regras. EXTERIORIDADE AOS INDIVÍDUOS Os fatos sociais independem das vontades individuais ou da ade- são consciente a eles. As regras sociais de conduta, as leis e os costumes já existem quando o sujeito nasce e são impostos a ele pela educação. GENERALIDADE É social todo fato que é geral, ou seja, que se repete em todos os indivíduos ou na maioria deles. As formas de habitação, de comunicação, os sentimentos e a moral são alguns exemplos. A generalidade do fato social garante sua normalidade, ou seja, sua aceitação pela coletividade. Para Durkheim, assim como para os positivistas, o cientista social deve guardar certa distância em relação ao seu objeto de estudo, resguardando a objetividade de sua análise. Para isso, o sociólogo deve deixar de lado suas pré--noções, isto é, seus valores e sentimentos pessoais. Assim, Durkheim diria, por exemplo, que, ao estudar uma briga entre gangues, o sociólogo não deve se en- volver nem permitir que seus valores interfiram na objetividade de sua análise. A Sociologia durkheimiana pauta-se prioritariamente em pesquisas quantitati- vas, ou seja, que medem e quantificam dados. Ela usa, portanto, estatísticas, equa- ções matemáticas, gráficos e tabelas para apresentar os resultados de pesquisa. Solidariedade social A teoria de Durkheim mostra que este autor defendia uma visão otimista da nascente sociedade industrial e, para descrever esta nova sociedade, lança mão do conceito de solidariedade. Durkheim estabelece uma distinção entre solidariedade mecânica e solidarie- dade orgânica, afirmando que a primeira diz respeito às sociedades mais simples (tribais, feudal), em que a divisão do trabalho é pouco desenvolvida. Nesse tipo de sociedade, as pessoas se unem por meio da crença, dos laços religiosos, das tradi- ções etc. Na segunda, por sua vez, os laços de interdependência são decorrentes das diferentes funções e especializações que cada indivíduo, em sua categoria (econô- mica, profissional, religiosa, familiar etc.), desempenha na relação com os demais. Karl marx Falaremos um pouco de outro clássico, também alemão, chamado Karl Marx (1818-1883), que fundou o marxismo enquanto movimento político e so- cial a favor dos operários (chamados de proletariado). Ele tinha ideias revolu- cionárias e contrárias ao positivismo. Questionou a tese da neutralidade e obje- tividade do cientista social. O pensamento marxiano é um dos mais difíceis e complexos, pois Marx produziu muito. Suas ideias se desdobraram em várias correntes e são usa- das em várias áreas (política, econômica, filosófica, sociológica, geográfica, histórica, jurídica, psicológica). Seu objetivo principal era entender o capitalismo sob a ótica da Economia, da Filosofia e da Sociologia. Além de ter a ambição de construir uma Sociologia do conflito radicalmente oposta ao positivismo de Comte e ao funcionalismo de Durkheim, visava a criar uma ciência que pudesse ser usada na prática para revolucionar a ordem social vigente. Sua principal obra é O capital, dividida em volumes, todos publicados em 1867. Marx e o conceito de ideologia Para Marx, a ideologia (ou ideologias, como veremos a seguir) é resultado da luta de classes, contradição intrínseca ao modo de produção, em nosso caso o capitalista. Seu objetivo é, segundo o pensador, “camuflar”, “disfarçar” a con- tradição social (lembra-se de Francis Bacon e dos “ídolos do fórum”?). Marx chamou este efeito da ideologia de “falsa consciência” ou inversão, já que ele inverte o real, criando uma concepção equivocada de como se produzem as ideias! Veremos com mais detalhes este processo. Vamos lá? Em sua obra A ideologia alemã, Marx elabora seu conceito de ideologia, concei- to este que seria (e será) retomado por diversas correntes filosóficas, sociológicas, econômicas, políticas e antropológicas. Max Weber e a Sociologia compreensiva Enquanto naFrança sedimentou-se o pensamento social positivista, na Alema- nha outras correntes filosóficas influenciaram a Sociologia. A Alemanha se unifica e se organiza como Estado nacional mais tardiamente que o conjunto das nações europeias, o que atrasou seu ingresso na corrida industrial e imperialista da segunda metade do século XIX. Esse descompasso em relação às grandes potências vizinhas fez elevar no país o interesse pela história como ciência da integração, da memória e do nacionalismo. Por tudo isso, o pensa- mento alemão se volta para a diversidade, enquanto o francês e o inglês, para a universalidade. (COSTA, Cristina. Sociologia. Introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna, 1997, p. 70). Max Weber (1864-1920) foi o grande sistematizador da Sociologia alemã. A po- sição positivista anula a importância dos processos históricos particulares, valori- zando apenas a lei da evolução, a generalização e a comparação entre formações sociais. Weber, no entanto, se opõe a essa concepção e entende que a pesquisa his- tórica – ausente no positivismo – é essencial para a compreensão das sociedades.
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