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Exercício lícito e ilícito da Medicina Veterinária. Segredo profissional profissional. Prof. Carlos Alexandre Rey Ma>as MV, MSc UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE MEDICINA VETERINÁRIA DEPARTAMENTO DE EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE PÚBLICA Disciplina de Deontologia e Legislação Médico Veterinária Exercício lícito • Para o exercício profissional, é necessário o registro no CRMV mediante a apresentação do diploma, pagamento de inscrição, anuidade e emissão da carteira profissional (art. 2°, 3°, 25). Exercício ilegal da profissão • O exercício “ilegal” da Medicina Veterinária é o desempenho das a>vidades que são exclusivas e priva>vas do Médico-‐veterinário por um cidadão não habilitado, vulgarmente denominado de “charlatão”. Exercício irregular da profissão • O exercício “irregular” da Medicina Veterinária é pra>cado pelo próprio Médico Veterinário e diz respeito ao desempenho de a>vidades priva>vas de Médico Veterinário contrárias às normas legais e regulamentares por profissional inscrito no CRMV. Exercício ilegal da profissão • O exercício ilegal da Medicina Veterinária é >pificado no ordenamento jurídico penal como contravenção penal. • Lei de Contravenções Penais: Art. 47. Exercer profissão ou a>vidade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições que por lei está subordinado o seu exercício. Pena: prisão simples, de 15 dias a 3 meses, ou multa. Exercício ilegal da profissão • Art. 32 da Lei Federal 9.605/1998 – Lei de crimes ambientais. Pra>car ato de abuso, maus-‐tratos, ferir ou mu>lar animais silvestres, domés>cos ou domes>cados, na>vos ou exó>cos. Pena: Detenção, de três meses a um ano, e multa. CFMV/CRMVs • O fundamento de suas existências se baseiam na sua função social, para coibir a a>vidade de maus profissionais e daqueles que a exercem ilegalmente, zelando pela sociedade. Papel do CFMV/CRMVs • Proteção do usuário dos serviços médico veterinários – defesa do consumidor. • Defesa da sociedade contra a ação de charlatões. • Fiscalização da a>vidade profissional segundo os preceitos é>cos. • Julgar processos é>cos. Fiscalização do exercício profissional • O CFMV e os CRMVs são responsáveis pela fiscalização do exercício profissional de médico veterinário e zootecnista (Art. 7°, 18e da Lei n° 5517. 1968). Fiscalização do exercício profissional -‐ Fiscalizar o exercício da profissão, punindo os seus infratores, bem como representando as autoridades competentes acerca de fatos que apurar e cuja solução não seja de sua alçada; Fiscalização do exercício profissional -‐ O CRMV não possui competência legal para a aplicação de sanções administra>vas diretamente a pessoas gsicas que não sejam médicos veterinários ou zootecnistas (contraventores). Contudo, nada impede que Ele realize as devidas representações inerentes ao exercício ilegal da profissão junto às Delegacias de Polícia e ao Ministério Público. -‐ É importante mencionar que se fazem necessárias provas documentais das contravenções para que os órgãos competentes possam adotar as medidas cabíveis. Exercício ilegal da profissão • Comerciantes e/ou balconistas que fazem atendimento clínico para animais, tais como: consultas, prescrição de medicamentos, aplicação de vacinas, procedimentos cirúrgicos, etc; • Leigos exercendo as a>vidades priva>vas da Medicina Veterinária em propriedades rurais; • Revista do CRMV-‐PR, nº 25, 2007 Exercício ilegal da profissão • Auxiliar veterinário exercendo a>vidades de priva>vas do Médico Veterinário, como clínica e cirurgia em animais. • Acadêmicos exercendo procedimentos em animais, sem a presença de professor ou orientador. Exercício ilegal da profissão • Na Medicina Veterinária, a Classificação Brasileira de Ocupações do MTE reconhece a ocupação de enfermeiro veterinário, auxiliar de enfermagem veterinária ou auxiliar de veterinário. • Ensino médio completo, curso de qualificação profissional com no mínimo 200 h/a. • Só podem exercer tal função sob a supervisão de Médico Veterinário. • Cer>ficado de ocupação. • Art. 3º. Todos os procedimentos anestésicos e/ou cirúrgicos devem ser realizados exclusivamente pelo médico-‐veterinário conforme previsto na Lei no 5.517/68. • Considerando ser competência priva>va do Médico Veterinário a prá>ca da clínica veterinária em todas as suas modalidades e a assistência técnica e sanitária aos animais; • Considerando que a manipulação equivocada de substâncias e o manejo incorreto dos pacientes podem acarretar reações alérgicas, hipoxias e arritmias, envenenamentos, convulsões, fraturas, lesões por calor ou frio, coma, choque, edema pulmonar; e que os respec>vos tratamentos, equipamentos e drogas são de competência e uso priva>vos dos médicos veterinários; • Considerando que as situações emergenciais, para afastar os riscos de morte, devem receber imediatoexame, classificação e tratamento (triagem); • Considerando que a prá>ca das a>vidades priva>vas dos Médicos Veterinários por pessoas não habilitadas configura contravenção penal, nos termos do ar>go 47 do Decreto-‐Lei no 3.688, de 03 de outubro de 1941; • Considerando que a prá>ca das a>vidades priva>vas dos Médicos Veterinários por pessoas não habilitadas pode ferir animais, bem como configurar ato de abuso ou maus-‐tratos, nos termos do ar>go 32 da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; • Considerando que a falta de profissional responsável técnico pode levar a come>mento de crimes contra a saúde, nos termos do Capítulo III do Título VIII, Parte Especial, do Decreto-‐Lei no 2.848, de 07 de dezembro de 1940 (Código Penal); • Art. 1º. As pessoas jurídicas que prestam serviços de esté>ca, banho e tosa, cuja a>vidade básica não exija o registro no Sistema CFMV/CRMVs, são obrigadas a fazer prova de que têm a seu serviço médico veterinário, registrando o contrato perante o CRMV da jurisdição de seu domicílio. • Art. 3º. Quando flagrada ou iden>ficada a u>lização de medicamentos nos estabelecimentos de tosa e banho sem o devido acompanhamento do Médico Veterinário, o Conselho deverá promover: I – a imediata representação à autoridade policial para lavratura do Termo Circunstanciado de Ocorrência pelo exercício ilegal da profissão, se for o caso; II – a representação ao Ministério Público para providências rela>vas à apuração do come>mento do crime >pificado no ar>go 32 da Lei no 9.605, de 1998. • Art. 1º. É priva>vo do médico veterinário atestar a sanidade e o óbito dos animais, assim como cer>ficar a sanidade dos produtos de origem animal. • Art. 4º. É priva>vo do médico veterinário atestar a vacinação dos animais. • Art. 4ºA. O médico veterinário deve negar a con>nuidade de preenchimento da carteira de vacinação quando detectar irregularidades, tais como: I – Falta de carimbo e assinatura do médico veterinário; II – Não iden>ficação do >po de vacina ou da data da vacinação; III – Veiculação de publicidade; IV – Registros provenientes de estabelecimentos que não possuem atendimento clínico veterinário. Exercício ilegal da profissão Como proceder? • Se tomou conhecimento por terceiros – Fazer declaração por escrito e assinada pela testemunha – Encaminhar documentação ao CRMV. • Se recebeu paciente víAma de charlatão – Fazer declaração e reunir provas – Enviar todo o material ao CRMV. • Se presenciou exercício ilegal – Solicitar auxílio policial – Fazer registro de ocorrência em delegacia – Encaminhar cópia do RO ao CRMV. Fiscalização do exercício profissional • Em 2011, o CRMV-‐RJ recebeu 57 denúncias de exercício ilegal da profissão. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO MÉDICO VETERINÁRIO SEGREDO PROFISSIONAL • Art. 16. Tomando por obje>vo a preservação do sigilo profissional o médico veterinário não poderá: I -‐ fazer referências a casos clínicos iden>ficáveis, exibir pacientes ou suas fotografias em anúncios profissionais ou na divulgação, de assuntos profissionais na mídia,, na Internet, em ar>gos ou outras publicações leigas, ou em quaisquer outros meios de comunicação existentes e que venham a exis>r, sem autorização expressa do cliente; CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO MÉDICO VETERINÁRIO SEGREDO PROFISSIONAL II -‐ prestar a empresas ou seguradoras qualquer informação técnica sobre paciente ou cliente sem expressa autorização do responsável legal, exceto nos casos de ato pra>cado com dolo ou má fé por uma das partes ou quando houver risco à saúde pública, ao meio ambiente ou por força judicial;mesmos; III -‐ permi>r o uso do cadastro de seus clientes sem autorização dos mesmos; CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO MÉDICO VETERINÁRIO SEGREDO PROFISSIONAL IV -‐ facilitar o manuseio e conhecimento dos prontuários, relatórios e demais documentos sujeitos ao segredo profissional; V -‐ revelar fatos que prejudiquem pessoas ou en>dades sempre que o conhecimento dos mesmos advenha do exercício de sua profissão, ressalvados aqueles que interessam ao bem comum, à saúde pública, ao meio ambiente ou que decorram de determinação judicial. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO MÉDICO VETERINÁRIO DAS RELAÇÕES COM A JUSTIÇA Art. 28. O médico veterinário na função de perito deve guardar segredo profissional, sendo-‐lhe vedado: I -‐ deixar de atuar com absoluta isenção, quando designado para servir como perito ou auditor, assim como ultrapassar os limites das suas atribuições; II -‐ ser perito de cliente, familiar ou de qualquer pessoa cujas relações influam em seutrabalho; II -‐ intervir, quando em função de auditor ou perito, nos atos profissionais de outro médico veterinário, ou fazer qualquer apreciação em presença do interessado, devendo restringir suas observações ao relatório. Das Infrações e Penalidades LEVÍSSIMAS Advertência Confidencial LEVES Censura Confidencial SÉRIAS Censura Pública GRAVES Suspensão do exercício profissional GRAVÍSSIMAS Cassação do exercício profissional DOS ESTABELECIMENTOS MÉDICOS VETERINÁRIOS DOS HOSPITAIS • Hospitais veterinários são estabelecimentos des>nados ao atendimento de pacientes para consultas, internamentos e tratamentos clínicos-‐cirúrgicos, de funcionamento obrigatório em período integral (24 horas), com a presença permanente e sob a responsabilidade técnica de médico veterinário. • Condições: DOS ESTABELECIMENTOS MÉDICOS VETERINÁRIOS DOS HOSPITAIS Setor de Atendimento • Recepção • Consultório • Ambulatório • Arquivo médico Setor Cirúrgico • Sala de preparo de pacientes • Sala de an>ssepsia • Sala de esterilização • Unidade de recuperação intensiva • Sala cirúrgica Setor de Internamento • Mesa e pia de higienização • Baias individuais e de isolamento • Local de isolamento de doenças infecciosas DOS ESTABELECIMENTOS MÉDICOS VETERINÁRIOS DOS HOSPITAIS Setor de Sustentação • Lavanderia • Local de preparo de alimentos • Depósito/lavanderia • Local para repouso de plantonistas • Sanitários/ves>ários • Estocagem de medicamentos Setor de auxílio diagnós>co • Diagnós>co por imagem • Análises clínicas Equipamentos indispensáveis • Manutenção de vacinas e anzgenos • Secagem e esterilização • Respiração ar>ficial • aNIMAIS MORTOS DOS ESTABELECIMENTOS MÉDICOS VETERINÁRIOS DAS CLÍNICAS VETERINÁRIAS • Clínicas veterinárias são estabelecimentos des>nados ao atendimento de animais para consultas e tratamentos clínicos-‐cirúrgicos, podendo ou não ter internamentos, sob a responsabilidade técnica e presença de médico veterinário. • Condições: DOS ESTABELECIMENTOS MÉDICOS VETERINÁRIOS DAS CLÍNICAS VETERINÁRIAS Setor de Atendimento • Recepção • Consultório • Ambulatório • Arquivo médico Setor Cirúrgico • Sala de preparo de pacientes • Sala de an>ssepsia • Sala de esterilização • Sala cirúrgica Setor de Internamento (opcional) • Mesa e pia de higienização • Baias individuais e de isolamento DOS ESTABELECIMENTOS MÉDICOS VETERINÁRIOS DAS CLÍNICAS VETERINÁRIAS Setor de Sustentação • Lavanderia • Local de preparo de alimentos • Depósito/lavanderia • Local para repouso de plantonistas • Sanitários/ves>ários • Estocagem de medicamentos Equipamentos indispensáveis • Manutenção de vacinas e anzgenos • Secagem e esterilização • Conservação de animais mortos DOS ESTABELECIMENTOS MÉDICOS VETERINÁRIOS DO CONSULTÓRIO • Consultórios veterinários são estabelecimentos de propriedade de médico veterinário, des>nados ao ato básico de consulta clínica, cura>vos e vacinações de animais, sendo vedada a internação e realização de cirurgia. • Condições: DOS ESTABELECIMENTOS MÉDICOS VETERINÁRIOS DO CONSULTÓRIO Setor de Atendimento • Recepção • Mesa impermeável • Consultórios • Pias de higienização • Arquivo médico • Armários para equipamentos e medicamentos Equipamentos necessários • Manutenção de vacinas e anzgenos • Secagem e esterilização DOS ESTABELECIMENTOS MÉDICOS VETERINÁRIOS DO AMBULATÓRIO • Ambulatórios veterinários são as dependências de estabelecimentos comerciais, industriais, de recreação ou de ensino, onde são atendidos os animais pertencentes exclusivamente ao respec>vo estabelecimento, para exame clínico e cura>vos, com acesso independente. • Condições: DOS ESTABELECIMENTOS MÉDICOS VETERINÁRIOS DO AMBULATÓRIO Setor de Atendimento • Recepção • Mesa impermeável • Consultório • Pias de higienização • Arquivo médico • Armários para equipamentos e medicamentos DOS ESTABELECIMENTOS MÉDICOS VETERINÁRIOS DA UNIDADE MÓVEL DE ATENDIMENTO MÉDICO VETERINÁRIO • Unidade Móvel de Atendimento Médico Veterinário é o veículo u>litário vinculado a um estabelecimento médico veterinário, u>lizado unicamente para transportes de animais, sendo vedada realização de consulta, vacinação ou quaisquer outros procedimentos médicos veterinários.
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