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1 2 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 5 O CORPO COMO UM TODO ........................................................................................ 5 ALIMENTO ..................................................................................................................... 5 Classificação ................................................................................................................. 5 O que são nutrientes? .................................................................................................... 6 FINALIDADES DA NUTRIÇÃO ................................................................................... 7 Divisão dos nutrientes .................................................................................................. 7 ÁGUA NOS ALIMENTOS ............................................................................................. 8 Glicídios ....................................................................................................................... 8 Protídeo ......................................................................................................................... 8 Tipos de aminoácidos ................................................................................................... 9 Necessidade diária de proteínas .................................................................................... 9 Lipídios ....................................................................................................................... 10 HDL LDL ....................................................................................................................... 10 Consistência das gorduras .......................................................................................... 11 VITAMINAS .................................................................................................................. 12 Carências de vitaminas do complexo B podem produzir as doenças: ........................ 14 Necessidades diárias de vitaminas .............................................................................. 17 Minerais ...................................................................................................................... 18 Outras Funções: .......................................................................................................... 22 Fibras .......................................................................................................................... 22 ALIMENTOS FUNCIONAIS (ANVISA portaria 389 de 30/04/99) ............................ 22 ADITIVOS ALIMENTARES ........................................................................................ 24 COMENDO INSETOS .................................................................................................. 26 ALIMENTOS DIET E LIGHT ...................................................................................... 28 MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO ............................................................................... 28 Alimentos defumados ................................................................................................. 28 DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS ...................................................... 31 DICAS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL. ................................................ 32 DIETOTERAPIA: .......................................................................................................... 33 Conceito de dieta: ....................................................................................................... 33 Finalidades: ................................................................................................................. 33 Classificação das dietas: ............................................................................................. 34 Dieta liquido – pastosa: .............................................................................................. 35 Dieta semi – liquida: ................................................................................................... 35 Dieta liquida completa: ............................................................................................... 35 Dieta liquida restrita: ...................................................................................................... 35 FATORES QUE INFLUENCIAM NA INGESTÃO ALIMENTAR: ........................... 36 ESTADO NUTRICIONAL: ........................................................................................... 37 DESNUTRIÇÃO ............................................................................................................ 37 Subnutrição ................................................................................................................. 37 Hipernutrição .............................................................................................................. 38 Deficiências nutricionais podem causar várias doenças. ............................................ 38 Qualquer sistema do corpo pode ser afetado por uma desordem nutricional. ............ 38 Fatores de risco ........................................................................................................... 39 Quem tem risco de subnutrição? ................................................................................ 39 Os sintomas variam de acordo com o tipo de desnutrição severa: ............................. 40 A IMPORTANCIA DA ÁGUA NO NOSSO ORGANISMO: ...................................... 40 DESIDRATAÇÃO: ........................................................................................................ 41 DIETA ENTERAL ......................................................................................................... 42 Indicações ................................................................................................................... 42 3 Contra indicações ....................................................................................................... 42 VIAS DE ACESSO ........................................................................................................ 42 Via Nasogástrica ......................................................................................................... 42 Nasoenteral ................................................................................................................. 42 Gastrostomia/Jejunostomia ......................................................................................... 43 Material Necessário .................................................................................................... 43 Sonda naso-enteral ...................................................................................................... 43 Bomba de infusão ....................................................................................................... 43 Requisitos para instalação .......................................................................................... 43 Cuidados de Enfermagem ........................................................................................... 43 NUTRIÇÃO PARENTERAL ........................................................................................ 46 COMPOSIÇÃO .............................................................................................................. 46 DIETAS EM SITUAÇÕES ESPECIAIS ....................................................................... 47 Dietas conforme as culturas ........................................................................................ 47 Dieta Macrobiótica .....................................................................................................48 Dieta ortomolecular .................................................................................................... 48 ALIMENTAÇÃO DA NUTRIZ .................................................................................... 49 ALEITAMENTO MATERNO ....................................................................................... 50 CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DO LEITE MATERNO ..................................... 51 TÉCNICA DE AMAMENTAÇÃO ............................................................................... 53 POSIÇÃO DA MÃE – A MÃE ESCOLHE UMA POSIÇÃO ...................................... 54 PONTOS-CHAVE DO POSICIONAMENTO ADEQUADO ...................................... 55 Número de mamadas por dia ...................................................................................... 55 Duração das mamadas ................................................................................................ 56 Quando o Aleitamento Não é Recomendado ............................................................. 56 Alimentação do pré-termo .......................................................................................... 56 Alimentação para menores de 2 anos ......................................................................... 57 A ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR DEVE SER OFERECIDA SEM RIGIDEZ DE HORÁRIOS, RESPEITANDO-SE SEMPRE A VONTADE DA CRIANÇA. ...... 57 NUTRIÇÃO NA TERCEIRA IDADE ........................................................................... 58 TRANSTORNOS ALIMENTARES .............................................................................. 60 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 63 4 5 INTRODUÇÃO Nossa nutrição sempre foi influenciada pelas superstições e ignorância que sempre andara juntas. O maior problema para o mundo é a alimentação. Se a nossa população continuar aumentando da maneira como está, no final do ano 3000, haverá apenas ½ metro de espaço para cada habitante. Cada dia é exigido da alimentação, mais sofisticação, mais temperos, variedades e misturas. Muito bom seria, se a humanidade voltasse à simplicidade dos nossos antepassados, quando o câncer era uma raridade e a longevidade era comum. Hoje em dia os cientistas mostram as vantagens da alimentação simples, alimentos não desnaturados pela industrialização. “Dizemos comumente que a saúde é um dom, e esta afirmação é correta para o início da vida, Mas até o fim de nossos dias, a nossa vida deve ser cuidada”. O CORPO COMO UM TODO Em matéria de corpo humano e saúde, não existe especialidade em órgãos. Todas as partes do organismo são dependentes umas das outras, e quando uma parte adoece, o organismo todo fica doente. ALIMENTO Classificação Frutas Banana, manga, pêssego, uva. Hortaliças (tudo que vem da horta) Couve, brócolis, chuchu, abobrinha. 6 Oleaginosas Amêndoa, amendoim, avelã, azeitona, castanhas, nozes, pinhão, semente de girassol, gergelim. Verduras (verde) Agrião, almeirão, alface, etc. Leguminosas Ervilhas, feijões, grão de bico, lentilha. Cereais Arroz, aveia, centeio, cevada, milho, trigo. A dietética clássica ordena os alimentos conforme sua análise química, agrupando- os em água, proteínas, hidratos de carbono ou açucares, vitaminas e minerais. Todos os elementos vitais contidos nos alimentos in natura podem ser transformados ou mesmo destruídos por processos de calor, conservação e industrialização, os quais embora mantenham o valor proteíno-calórico, alteram a qualidade biológica. De acordo com o dicionário Aurélio, natural é o que é produzido pela natureza, sem artifício, sem trabalho do homem. Existem hoje verdadeiros filosofias e pontos de vista sobre alimentação. Nutrição: é a ciência que estuda as diversas etapas que um alimento sofre, desde a sua introdução no organismo – mastigação, até sua eliminação. Ato involuntário após introdução no sistema digestório (digestão, absorção, metabolismo e eliminação dos nutrientes). Alimentos: são substâncias introduzidas no organismo visando promover o crescimento, a reparação dos tecidos, produção de energia e equilíbrio das diversas funções orgânicas. O que são nutrientes? São substâncias que compõem os alimentos e que o organismo precisa para viver, para manter a saúde e executar suas atividades. 7 Fornecem energia para trabalhar, praticar esportes, para o funcionamento dos órgãos; Materiais para promover crescimento, cicatrização de feridas, substituição de células envelhecidas,... FINALIDADES DA NUTRIÇÃO A dieta deve ser equilibrada e completa, tendo 3 finalidades principais: Aporte potencial de energia Aporte de nutrientes Aporte de água e eletrólitos Divisão dos nutrientes a. Macros nutrientes – Carboidratos, lipídios e proteínas. b. Micronutrientes – Sais Minerais e vitaminas. Os macros nutrientes tem papel fundamental na manutenção das calorias. Os micros, apesar de não contribuírem caloricamente, mantém a integridade dos órgãos, tecidos e células. Água É a substancia que forma a maior parte do organismo (65%), distribuída de diversas maneiras nos diversos tecidos. Todos os alimentos são compostos de água, em proporções maiores ou menores. Alguns alimentos sólidos chegam a apresentar mais água que muitos alimentos líquidos, como é o caso da melancia e do melão que contém 90% de água enquanto o leite apresenta somente 87%. È recomendado a ingestão de 6 a 8 copos de água ao dia. 8 ÁGUA NOS ALIMENTOS Glicídios Também conhecido como hidratos de carbono, carboidrato ou açucares, são considerados alimentos energéticos, ou seja, destinados a gerar calorias. Quando os glicídios não são aproveitados, transformam-se em gorduras. Os glicídios simples como a frutose, açúcar de frutas, são absorvidas diretamente pelo intestino. A sacarose (cana e beterraba), lactose (leite), a glicose (amido, batata, trigo e arroz) antes de serem absorvidos precisam sofrer transformações pelos fermentos digestivos. Protídeo Também chamados de proteínas, são as mais importantes de todas as substancias conhecidas no reino animal e vegetal. São componentes das células, anticorpos, enzimas e de vários hormônios. As proteínas são necessárias para a formação de tecidos novos em nossos corpos por isso são chamadas de alimentos construtores. São formados por substancias mais simples chamadas de aminoácidos. Alguns aminoácidos são produzidos em quantidade suficiente pelo organismo enquanto outros precisam ser introduzidos através da alimentação. Os aminoácidos das proteínas são indispensáveis em todos os períodos da vida. São essenciais para o crescimento e desenvolvimento do organismo, asseguram as defesas (imunoglobulinas). 9 Tipos de aminoácidos - Aminoácidos essenciais: são aqueles que o organismo não é capaz de formar Em quantidade suficiente, devendo recebê-los através da alimentação. Leucina, isoleucina, metionina, lisina, fenilalanina, triptofano, valina, treonina, histidina. A Castanha do Pará e Soja tem praticamente todos. - Aminoácidos não essenciais: são aqueles que o organismo é capaz de formar em quantidades suficientes, a partir de substâncias presentes em seu meio interno. Alanina, asparagina, ácido aspártico, cisteina, ácido glutâmico, glicina, prolina, glutamina, arginina, serina, tiosina. Para que os aminoácidos não essenciais sejam produzidos,é necessário ingerir. Aminoácidos essenciais. As principais fontes de proteínas são: Leite, ovos, carnes, grãos leguminosos, cogumelos, cereais integrais e frutas oleaginosas (nozes, castanhas, avelãs, pinhões, amêndoas). Para digerir as proteínas animais, o estomago necessita de muito mais ácido. Necessidade diária de proteínas Do nascimento até sete anos de idade - 2g/kg. Dos sete anos até o fim a adolescência - 1,5g/kg. Adultos - 1g/kg. Casos graves de acidentes e queimados - 400 a 500g/dia. Algumas evidências relacionam as dietas hiperproteicas ao câncer de mama, intestino grosso, pâncreas, próstata e rins. 10 Lipídios Também chamados de gorduras, tem função energética além de serem transportadores de vitaminas lipossolúveis (solúveis em gordura). Conferem proteção contra variação de temperatura e contra a excessiva perda de água por transpiração. HDL LDL Para serem transportados pelo sangue, os lipídios são revestidos de uma capa de proteína, formando as lipoproteínas. Existem pelo menos dois tipos de lipoproteínas: as de baixa densidade (LDL – low density liporpotein) e a de alta \densidade (HDL - high density liporpotein), sendo que ambas tem comportamento diferente. As LDL carregam o colesterol pelo sangue e depositam nas paredes das artérias, enquanto que as HDL retiram as gorduras das artérias e levam ao fígado para serem eliminadas. Por isso que o LDL é chamado de mau colesterol e o HDL de bom colesterol. O colesterol foi transformado em vilão e tremendamente prejudicial ao organismo. No entanto o colesterol é a principal fonte de alguns hormônios da supra-renal, dos testículos, ovários e da placenta, além de ser importante para o sistema nervoso. Portanto é uma substancia necessária. Nosso organismo fabrica no fígado quase todo o colesterol que necessitamos. 11 O HDL é encontrado em alimentos ricos em gorduras insaturadas como: Gorduras vegetais, óleo de milho, soja, girassol, arroz, gergelim e azeite de oliva. O LDL é encontrado em alimentos ricos em gorduras saturadas como: gorduras animais (carne, leite, ovos) e alguns vegetais (coco). As gorduras saturadas estão ligadas a determinados casos de câncer de mama, colo de útero e próstata. Consistência das gorduras Insaturadas – liquidas em temperatura ambiente, ex.: Óleo de soja. Saturadas- solidas em temperatura ambiente, ex.: Manteiga. Monoinsaturadas – solidas quando resfriadas, ex.: Azeite de oliva. Gordura Trans São gorduras industrializadas que recebem uma adição de hidrogênio e faz com que sejam sólidas em temperatura ambiente, e não liquidas como deveriam ser naturalmente. A gordura trans aumenta os níveis de LDL e dos triglicérides que causa entupimento das artérias. Alem disso a gordura trans aumenta a gordura visceral, que é gordura armazenada entre as vísceras do corpo. Alimentos com gordura trans Salgadinhos de pacote, fast food, margarinas, pipoca de microondas, bolos e tortas industrializados, bolachas com cremes, alguns sorvetes de massa, frituras comerciais, pratos congelados, molhos prontos e maioneses, chocolates. Alguns alimentos naturais como carne e leite passam por um processo de hidrogenação natural, Ela acentua o sabor e a textura deixando o alimento mais crocante. Dosagem diária Por não ser necessária a organismo, não deveria ser ingerida. Mas a OMS recomenda a ingestão de não mais de dois gramas ao dia. Efeitos A gordura trans atrapalha a produção das outras gorduras que são necessárias ao desenvolvimento do sistema nervoso do feto e da criança. 12 VITAMINAS As vitaminas são divididas em: Lipossolúveis - solúveis em gordura. -A, D, E e K. Hidrossolúveis - solúveis em água. - C e complexo B. 8.1 Complexo B Formado por: B1 (aneurina ou tiamina) Essencial para a formação do ácido clorídrico do estomago. O ácido atua na digestão do Ca, Fe, Vit C, Mg, P, Vit A, D, K. Destrói bactérias e atua na conversão dos carboidratos em energia. Deficiência – fadiga, perda de apetite, náusea, irritabilidade, depressão, diminuição de memória, bradicardia, perda de memória rachaduras e ardência nas solas dos pés, depressão, stress, herpes. Béri-Béri. 13 O álcool inibe a absorção de vitamina B 1. No alcoolismo crônico, o aporte insuficiente de vitamina B1 na dieta, associado a uma inibição da sua absorção, conduz a uma miocardiopatia alcoólica, com dilatação do ventrículo direito, que pode ainda levar a uma descompensação cardíaca. Fontes - Todos os vegetais, grãos integrais, legumes, levedo de cerveja, nozes, soja, flocos de aveia. B2 (riboflavina) Facilmente destruída pelo calor, muito instável à luz é necessária na produção e reparo dos tecidos orgânicos e mucosas. A vitamina B2 é indicada nas cãibras e fadiga muscular e, inclusivamente, na acne rosácea, determinadas enxaquecas e insuficiência de secreção láctea. Deficiência – rachaduras e feridas em canto da boca, inflamação de lábios e língua, descamação de pele ao redor do nariz, boca, testa e couro cabeludo com excessiva queda de cabelo, vertigem e tremores. Fontes – Folhas verdes, brotos e cereais, leite e derivados, levedo de cerveja, ovos, carne e fígado. B3 - PP (niacina ou nicotinamida) Deficiência - lesões na pele, sistema nervoso e mental. Fontes - Mais abundantes: salmão e truta. B5 - ácido pantotenico No uso externo, é igualmente utilizada no caso de perturbações da nutrição das unhas, cãibras da gravidez, vermelhidão nas nádegas dos lactantes, seborréia, queda do cabelo e calvície, sendo frequentemente administrada em associação com a vitamina B 2, com efeito, antiseborréico. 14 B6 (piridoxina, piridosol, piridoxamina). Vitamina antidepressão Deficiência – convulsões em crianças, depressão, anemia, problemas grave de vitamina B6 provoca diversos sintomas: dermatite seborreica, anemia hipocrômica, várias formas de neurite periférica e convulsões de origem cerebral com alterações do EEG. Fontes - Levedo de cerveja, brotos, leite e derivados, nozes, germe de trigo, leguminosas, banana, frutas secas, cereais integrais. B8 - biotina A biotina desempenha, indubitavelmente, um papel fundamental na manutenção da integridade da pele, tratamento da acne e de todas as alopecias, com ou sem seborréia. B12 (cianocobalamina). Normalmente, esta vitamina é receitada em associação com outras vitaminas B: com a B 1 e a B 6 em casos de afecções neurológicas ou reumáticas, neurites e polineurites, enxaquecas, nevralgias cervicobrânquias, torcicolos e lumbago. Deficiência - língua lisa e irritável, degeneração nervosa, tremores, psicoses e deterioração mental. Fontes – frangos, peixes brancos, leite e derivados, levedo de cerveja, cereais integrais, nozes, germe de trigo, leguminosas, frutas secas, banana. Ácido fólico Essencial para a renovação celular. Previne mal formações no feto como anencefalia. A pílula anticoncepcional inibe a formação de ácido fólico. Sua carência acarreta: anemia macrocítica, leucopenia. Fonte – Está presente em praticamente todos os alimentos principalmente em vegetais com folhas, fígado, ovos, feijão e frutas. Carências de vitaminas do complexo B podem produzir as doenças: Beribéri (B1) A deficiência de vitamina B1 no homem produz o beribéri. O beribéri no homem é um estágio avançado de deficiência de vitamina B1 e se caracteriza por alterações do 15 sistema nervoso periférico causado pelo acúmulode ácido pirúvico. Hoje se conhecem duas formas bem definidas de beribéri. O beribéri seco (dry beri-beri) - que se caracteriza por um maior desgaste muscular, perda de sensibilidade da pele, paralisia que começa nas pernas, estendendo-se posteriormente a outras partes do corpo. O beribéri úmido (wet beri-beri) - que se caracteriza pelo aparecimento de edemas nos braços, nas pernas e no tronco, em estágio mais avançado o coração aumenta de volume e às vezes ocorre a morte do indivíduo por falhas cardíacas. Pelagra (B3 niacina) A primeira publicação a respeito da doença foi feita em1755 por Thieri, medico francês, que aprendeu sobre a doença com Casal numa visita a Madrid. Casal (1762) associou a doença com pobreza e com ingestão de milho deteriorado. Essa coincidência levou erroneamente os investigadores a procurar agentes infecciosos e tóxicos no milho deteriorado. A melhora dos pacientes, quando em ambiente hospitalar, era atribuída ao repouso, ar fresco, exposição solar, água tudo menos melhora na alimentação. Foi somente em 1810 que Marzari suspeitou de um defeito na dieta alimentar. É encontrada com certa frequência em nosso meio, principalmente em idosos, desnutridos e alcoólatras. O termo pelagra significa "pele áspera”. Provoca lesões cutâneas que ocorrem em qualquer ponto, usualmente no dorso das mãos e dos pés, axilas, cotovelos, pulsos, joelhos, debaixo dos seios e no períneo. De inicio, a pele apresenta-se vermelhas e pruriginosas; mais tarde, torna-se inchada, tensa, e surgem vesículas; finalmente, aparece à descamação, a pele subjacente permanecendo anormalmente espessa e pigmentada com atrofia com certo grau de endurecimento. Nas zonas expostas à luz, como o pescoço e o colo, as lesões se apresentam com mais frequência. Podem ocorrer também estomatites e fendas labiais. Fraqueza muscular, dermatite e diarréia. A língua pode apresentar-se vermelha e esfoliada, ou lisa, atrófica e brilhante. Anemia perniciosa Deficiência de fatos intrínsecos para conduzir ácido fólico e B12 para o intestino). 16 8.2 Vitamina C (ácido ascórbico) Essencial para a síntese (fabricação) de colágeno que é essencial para sustentação do tecido conjuntivo, resistência contra vírus, prevenção de reações alérgicas, é uma das proteínas mais abundantes do corpo humano, sendo também importante no metabolismo do ferro e da hemoglobina. Carência – Escorbuto que causa sangramento das gengivas, má cicatrização da pele, enfraquecimentos muscular, cessação da formação óssea. Fontes - Laranja, limão, caju, goiaba, kiwi, acerola, brócolis, couve-flor, tomate, maça, morango, goiaba, agrião, repolho. 8.3 Vitamina A (retinol, caroteno) Desempenha papel importante na visão, síntese do RNA, atividades normais do epitélio, metabolismo das gorduras e vitaminas e crescimento das crianças. Carência - Dificuldade de visão que pode evoluir para cegueira noturna (xeroftalmia), formação de cálculos renais, falta de elasticidade da pele, pele seca e escamosa. Vários estudos indicaram que se pode observar uma perda da capacidade auditiva e perturbações vestibulares em animais e seres humanos sujeitos a uma deficiência prolongada e grave de vitamina A. Todos os achados apontam para o papel primordial desempenhado pela vitamina A na manutenção da integridade morfológica e funcional das células sensoriais e ganglionares do ouvido interno. Fontes - Fígado de peixe, cenoura crua, abóbora, caqui, mamão, manga, brócolis, espinafre, batata doce, laranja, folhas de beterraba, tomate, melancia, couve, repolho, queijos, ovos. 8.4 vitamina D - ergocalciferol Formada na pele a partir do colesterol, através dos raios solares atua nos ossos e dentes promovendo absorção de cálcio e fósforo. A terapêutica à base de vitamina D tem por objetivo fundamental a profilaxia e o tratamento do raquitismo através da normalização do metabolismo do cálcio e do fósforo. Carência - Raquitismo caracterizado por pernas tortas, amolecimento dos ossos do crânio (osteomalácia), retardo no fechamento das moleiras. Fonte: - Peixes, grãos, gema de ovo, banana, derivados do leite. Para a transformação da pró-vitamina (existente na pele) em vitamina D é necessária à exposição ao sol. 17 8.5 Vitamina E- tocoferol Proteção contra o envelhecimento precoce e maus efeitos da poluição, melhorando a oxigenação celular e aumentando a energia muscular. Antioxidante, vasodilatadora, atua na regeneração da pele, previne a trombose, aumenta a capacidade dos leucócitos contra infecção. Maturação dos gametas M e F. Deficiência - Nos adultos falta de vitalidade, letargia, incapacidade de concentração, fraqueza muscular, em crianças causa anemia em recém-nascidos. Fontes - grãos, abacate, gema de ovo, de germe de trigo, óleos vegetais (oliva, amendoim, soja, algodão). 8.6 Vitamina K Possui papel importante na coagulação do sangue. Carência - ocorrência de hemorragias. Fontes - alfafa, trigo, legumes verdes, gema de ovo. As vitaminas hidrossolúveis, quando administradas em excesso, não costumam dar problemas, pois são eliminadas pela urina, mas as lipossolúveis se espalham pelas gorduras do organismo acarretando intoxicações (hipervitaminose). Necessidades diárias de vitaminas -5.000UI (1 um=333UI) – 1,0 a 1,5 mg. – 1,2 a 1,7mg B3 –13 a 19mg. – 4 a 7 mg – 1,5mg – 3mcg – 400mcg. – 75mg. – 5-10mg para adultos e 15 mg para idosos acima de 70 anos – 200 a 1.200UI. (15mg) – 300mcg. 18 Minerais Água, proteínas, gorduras, carboidratos e vitaminas compõem aproximadamente 96% do organismo. Os 4%restantes são constituídos por minerais. Destes, 21 são considerados essenciais ao organismo: Cálcio fósforo, potássio, enxofre, cloro, magnésio, ferro, zinco, selênio, níquel, vanádio, cobre, iodo, molibdênio, cobalto, cromo, silício, estanho, flúor, manganês. Alguns minerais presentes no corpo humano ainda não têm função definida como: ouro, prata, mercúrio, bismuto, gálio chumbo, antimônio e lítio. Carência Ação no organismo 1.Magnésio é considerado extremamente importante na prevenção de câncer. Fonte: frutas secas, verduras, mel, oleaginosas. 2. Ferro – Formação de glóbulos vermelhos. 19 Fontes: Folhas verde escuras. Feijões, principalmente azuki, preto, carne, ovo, melado, frutas (pêssego, damasco, uva passa, ameixa preta) semente de abóbora e beterraba. 3. Fósforo - ligado ao cálcio, sendo essencial para ossos, dentes e sistema nervoso. 4. Potássio - elimina o excesso de sal do organismo. Fonte: frutas, legumes, algas, banana, atum, água de coco. 5. Enxofre é essencial para cabelo, pele, unhas e glóbulos vermelhos. 6. Flúor - ligado às articulações ossos e dentes. Fonte; água e peixe. 7. Cromo - age no metabolismo da glicose facilitando a ação da insulina e gera energia. Fontes: Lêvedo de cerveja, cereais integrais, carnes. 8. Cobre – fabricação de glóbulos vermelhos. Fonte: vegetais verde escuros, frutas secas e fígado. 9. Manganês – ativa enzimas necessárias para o metabolismo dos carboidratos, vitaminas do complexo B. Fonte: Nozes, leguminosas, farelo de trigo. 10. Selênio – Junto com a vitamina E é antioxidante e previne envelhecimento. Fonte: Germe de trigo, cereais integrais, couve, cebola, aspargo e coco. 11. Cálcio – formação de ossos e dentes. Fonte - leite e derivados, folhas verde escuras, gergelim, amêndoas, algas, feijão preto e branco. 12. Iodo – funcionamento daglândula tireóide. Fonte - ar marinho, algas, agrião, alho, peixes marinhos. O sal de cozinha é enriquecido com iodo. 13. Zinco – crescimento e metabolismo – Fonte – Hortaliças, principalmente maxixe, grãos integrais, aveia, centeio, arroz, milho. 20 Alimentação balanceada Deverá conter diariamente cerca de: 55% de Carboidratos. 30% de lipídios. 15% de proteínas. Vitaminas. Sais minerais. Fibras. 1. Grãos integrais, pães, cereais, arroz e massas, raízes e tubérculos. Esses alimentos devem constituir a maior fonte calórica no dia a dia. São recomendadas de 5 a 9 porções diárias desse grupo. A variação de quantidade de porções ocorre devido às diferenças de pessoa para pessoa levando-se em conta sexo, atividade física, e outros. Uma porção equivale a 1 fatia de pão ou 1/2x de cereais ou 1/2x de arroz ou massa. 2. Verduras e legumes Deve-se consumir de 3-5 porções de hortaliças por dia. Esse grupo é maior que o das frutas, pois, contem maiores quantidades de minerais e vitaminas. Uma porção equivale 1x de folhas cruas ou ½ de vegetais cozidos. 3. Frutas Sendo um grupo um pouco maior que o das verduras, recomenda-se consumir de 2-4 porções por dia. Uma porção equivale a 1 fruta ou 1/2x de suco de polpa. 21 4. Leite semidesnatado, iogurte, queijo fresco, derivados da soja. Consumir 2-3 porções diárias. São excelentes fontes protéicas e ricas em cálcio.Uma porção equivale a 1 copo de leite ou iogurte ou 2 fatias de queijo. 5. Feijões, nozes e sementes. Ingerir 2-3 porções diárias. São substitutos da carne e importante fonte de proteínas e ferro. Uma porção equivale a 1 ovo ou 1/2x de feijão ou 1/2x de nozes e castanhas. Em regimes com carne usar 1 filé pequeno de carne bovina, peixe ou ave. 6. Gorduras, óleos e doces. Deverão ser consumidos em pequena quantidade. A porção equivale a 1 colher de sopa de margarina ou maionese. Pré-bióticos e Pró-bióticos Os alimentos pré-bióticos são alguns tipos de fibras alimentares que promovem o crescimento de microorganismos benéficos. Funções: 1.Manutenção da flora intestinal; 2.Estimula a mobilidade intestinal (trânsito intestinal) prevenindo assim a diarréia e a constipação intestinal por estimularem a flora saudável. 3. Colabora para absorção das substâncias necessárias eliminando assim o excesso de glicose (açúcar) e colesterol. 4.Possui efeito bifidogênico, isto é, estimulam o crescimento das bifidobactérias. Essas bactérias suprimem a atividade de outras bactérias que são putrefativas, que podem formar substâncias tóxicas. Fonte - Cebola, alho, tomate, banana, cevada, aveia, trigo, mel, brócolis, limão, laranja, \couve flor, uva, beterraba, ameixa, berinjela, soja, grãos integrais, verduras e frutas em geral. Os probióticos são outro tipo de alimentos considerados funcionais por terem em sua composição um grande numero de células vivas. São microorganismos tipo lactobacilos que, quando ingeridos, exercem efeitos benéficos para a saúde. Esses organismos são adicionados aos alimentos, como os leites fermentados, por exemplo. Dessa forma, no meio ácido há uma diminuição na concentração de bactérias patogênicas e putrefativas, que 22 provocam doenças e gases. Outras Funções: 1. Os probióticos aumentam de maneira significativa o valor nutritivo e terapêutico dos alimentos porque há um aumento dos níveis de vitaminas do complexo B e aminoácidos. Absorção acrescida de cálcio e ferro. 2. Fortalecimento do sistema imunológico, através de uma maior produção de células protetoras. 3. A manutenção do equilíbrio da flora intestinal é muito importante para o nosso organismo. Dessa maneira, a alimentação assume papel influente através da ingestão de alimentos que proporcionem o desenvolvimento no intestino de bactérias saudáveis. Fibras As fibras são encontradas nos grãos de cereais integrais e nas leguminosas como soja, feijões, farinhas integrais e farelo de trigo. As frutas e hortaliças também são fontes de fibras. Fibras insolúveis: Formada principalmente pela celulose e aumentam o bolo alimentar e fecal e a velocidade do trânsito. Ajudam na redução da absorção de vários compostos orgânicos como sais biliares, lipídios e colesterol. Pesquisas evidenciam que as fibras do farelo de arroz ajudam na prevenção de intoxicação por metais pesados como o chumbo, fazendo com que seja eliminado pelas fezes. Em grande quantidade são perigosas porque reduzem a absorção de minerais úteis ao organismo. As fibras reduzem a exposição a agentes carcinogênicos e se ligam aos hormônios promotores de câncer de colón e mama. Fibras solúveis: A principal fibra solúvel é a pectina, encontrada em frutas (laranja, maçãs), vegetais (cenoura), nos farelos de aveia e nas leguminosas. Esse tipo de fibra é classificada como solúvel por reter água formando uma estrutura em forma de gel. Este tipo de fibra ajuda na diminuição do nível de colesterol, prevenindo o aparecimento de doenças cardiovasculares. ALIMENTOS FUNCIONAIS (ANVISA portaria 389 de 30/04/99) QUANTO A FUNÇÃO NO ORGANISMO: CONSTRUTORES: proteínas ENERGÉTICOS: carboidratos REGULADORES: vitaminas e minerais 23 São alimentos que contem substancias que reagem com a química do organismo prevenindo o aparecimento de doenças degenerativas. Ação: a. Anticâncer Tomate, melancia, papaia, pitanga, limão,laranja,tangerina e própolis. b. Redução de colesterol Uva, beterraba, ameixa, Shitake, tamarindo, óleo de amendoim, aveia, alho, cebola, soja, grãos integrais, salsinha, verduras e frutas. c. Melhora da microbiota intestinal Banana, batata, alcachofra, alimentos obtidos pela fermentação do leite. d. Efeito anti-inflamatório Muitas pessoas melhoraram dos sintomas da artrite, necessitando menos medicamentos e conseguindo uma melhor qualidade de vida. Atum e salmão são dois exemplos de alimentos com efeito anti-inflamatório. mais peixes. A inflamação nem sempre tem aspectos negativos. Um ferimento fica avermelhado e inchado porque o organismo recruta leucócitos que combatem a infecção e aumenta o fluxo de sangue rico em oxigênio para facilitar a cicatrização. Mas alguns processos inflamatórios indesejáveis resultam de lesões menos relevantes, como a oxidação nas células que constituem as paredes dos vasos. Os antioxidantes podem ajudar a evitar essas lesões. Mas quando são insuficientes, os anti-inflamatórios são 24 necessários. Caso contrário, a tentativa do organismo em reparar suas lesões pode levar à inflamação crônica. A inflamação persistente ataca lentamente os tecidos saudáveis nas articulações, artérias e sistema nervoso. Fontes - ômega-3, encontrados em grandes quantidades, nos peixes, óleo de canola, nozes, espinafre e repolho, frutas, verduras. A maioria das frutas e verduras, principalmente as coloridas, parecem inibir a inflamação, graças à presença de fitossubstâncias, como a bromelaína, encontrada no abacaxi, e a quercetina, encontrada na maçã e cebola. Vegetais como o tomate contém cerca de 20 compostos com ação antiinflamatória.A semente de linhaça dourada é um dos alimentos mais ricos em ômega3. Um grupo de pesquisadores da Michigan State University, realizou experimentos e demonstrou que o extrato de cereja pode impedir dez vezes mais a formação de alguns agentes inflamatórios que a aspirina. Seus achados estimularam a ingestão de suco de cereja entre pacientes com artrite.Em pesquisa recente, demonstrou-se que a amora, morango e framboesa produzem efeitos semelhantes. , peixes e grãos integrais são os mesmos alimentos defendidos pelos nutricionistas há vários anos. Obs.: Os poliinsaturados ômega-6, encontrados no óleo de milho, dietas ricas em açúcar, farinha refinada e óleos vegetais parcialmente hidrogenados favorecem a inflamação. ADITIVOS ALIMENTARES De acordo com o artigo 2 de decreto n55. “871 de 26/3/1965” considera-se aditivo alimentar toda substancia intencionalmente acrescentada com a finalidade de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades, desde que não prejudique seu valor nutritivo. Aditivos: 1. Corante – intensificam a cor dos alimentos. Naturais; páprica, beterraba, açafrão, urucum. Artificiais: amarelo crepúsculo, Bordeaux-S, eritrosina, tartrazina, vermelho40, indigotina, azul-brilhante. São empregados em geléias, licores, aguardentes, aperitivos, manteiga, margarina, massas, recheio de biscoitos, pós e pudins mingaus, refrescos e sorvetes. 2. Flavorizantes e aromatizantes – Intensificam o sabor ou dão sabor e aroma. São extratos aromáticos que podem ser naturais ou artificiais. 25 3. Conservantes – retardam as alterações provocadas por microorganismos. São empregados em carnes, pães, vinhos, molhos, refrigerantes, margarinas, chocolates, doces de massa, geléias, leite de coco, maioneses, queijos, xaropes. 4. Antioxidantes – retardam o aparecimento de formações antioxidativas (rancificação). Ácido ascórbico, ácido fosfórico, BHA (butil-hidroxiasnisol), BHT (butil- hidroxitolueno), cálcio EDTA. Usados em manteigas, Margarinas, sucos de frutas, frituras em saquinhos plásticos (batata frita, aperitivos), leite de coco maioneses, molhos e condimentos. 5. Estabilizantes – mantém as características físicas das suspensões. Acetato isobutirato da sacarose (SAIB), Agar-agar, bicarbonato De sódio, citrato de sódio goma-arábica, fosfato dissódico. Empregados em doces de leite, queijos fundidos, ketchup, Mostarda, cremes de leite, sorvetes, leites aromatizados, pós para pudins, mingaus e sorvetes. 6. Espumíferos ou antiespumíferos - modificam a tensão superficial dos líquidos. 7. Espessantes – aumenta a viscosidade dos líquidos: ágar-ágar, goma Arábica, celulose. 8. Edulcorantes – dão sabor doce aos alimentos. Sacarina, ciclamato, stévia. Usados e, doces, refrigerantes, chocolates, dietéticos em geral. 9. Umectantes – evitam a perda de umidade que causa ressecamento. Lecitina, glicerol, sorbitol, propileno-glicol, dioctil, lactato de sódio. Usados em balas, doces, coco ralado, cremes, bombons e produtos de confeitaria. 10. Antiumectantes – impedem que os alimentos umedeçam. Carbonato de cálcio, carbonato de magnésio, silicato de cálcio, citrato de ferro, dióxido de silício. Empregados em maionese, sal de cozinha, pós de refresco, leite em pó. 11. Acidulantes – intensificam o gosto ácido dos alimentos. 26 Ácido cítrico, ácido fosfórico, ácido acético, lactona, ácido fumárico, ácido glicóico. usados em balas,s doces, geléias artificiais, licores, pós para refresco de frutas cítricas. 12. Emulsificantes- são substâncias que tornam possível a formação ou manutenção de uma mistura uniforme de duas ou mais fases que não se misturam nos alimentos como óleo e água. Estabilização de emulsões: quando se adiciona emulsificante a uma emulsão de água e óleo e eles se misturam. Interação com o amido: evitando ou retardando o envelhecimento de massas; Interação com as proteínas de farinha de trigo: promovendo a elasticidade da proteína aumentando o volume da massa. Ácido acético (acetoglicerídeos) Ácido lático (gliceril-lacto-palmitatos) Ácido cítrico (citroglicerídeos) Ácido tartárico diacetilado (DATEM) Ácido acético e tartárico (Produtos de panificação; Bolos, Biscoitos, Sorvetes, Maionese e molhos) Muitos aditivos são substâncias naturais e inofensivas à saúde, outros artificiais não têm sua toxicidade comprovada, portanto podemos dizer que os aditivos são aceitos até provarem que são tóxicos. A realidade deveria ser exatamente o contrário: serem proibidos até demonstrarem que são inócuos. Existem muitos aditivos tóxicos como: 13. Vermelho-40 que é cancerígeno. 14. Corantes e flavorizantes podem causar alergias. 15. Glutamato monossódico, empregado como tempero é causador de câncer. 16. Nitratos e nitritos usados na produção e conservação de embutidos (salsichas, salames). 17. Ácido acético que descalcifica os ossos COMENDO INSETOS É verdade, muito provavelmente já comemos insetos, se não inteiros, já experimentamos pelo menos o "suco" deles em produtos que estão costumeiramente em nossas geladeiras e despensas. Biscoitos recheados, sorvetes, iogurtes, embutidos, queijos, balas, sucos e muitos outros produtos podem conter corantes em suas composições. Esses corantes podem ser de várias cores e ter variadas origens. 27 Existem os artificiais, que são produtos químicos sintetizados em laboratório e os naturais. Os corantes artificiais, largamente usados até o final da década de 1980 estão sendo gradualmente substituídos pelos naturais em virtude de pressões da sociedade e dos governos em busca de produtos menos nocivos à saúde, principalmente das crianças. Os corantes naturais são obtidos basicamente a partir de raízes, folhas, cascas, sementes, frutos e até de INSETOS. O carmim é um corante natural que contém o pigmento vermelho ácido carmínico, extraído do corpo de insetos fêmeas grávidas Dactylopius coccus costa, conhecido como cochonilha. O "suco" do inseto tem a cor vermelho sangue e é muito utilizado como corante em alimentos, cosméticos, tecidos e produtos farmacêuticos (Alimentos industrializados de cor avermelhada costumam conter corantes). Esses corantes feitos de insetos esmagados estão relacionados no rótulo das embalagens com um dos nomes abaixo: 1. Carmim 2. Cochineal 3. Corante Natural Carmim de Cochonilha 4. Colorizante E120 5. Corante carmim INS 120 6. Corante INS 120 Bilhões desses insetos são criados e esmagados para fazer corante vermelho a cada ano no mundo inteiro. Setenta mil insetos são suficientes para fazer meio quilo de corante. Parece ironia, mas ao mesmo tempo em que as cochonilhas são criadas para fazer corante também são combatidas nas lavouras, pois são pragas destruidoras em várias culturas. O uso de cochonilha vem desde o descobrimento das Américas (já era usada pelos Astecas) e aumentou recentemente depois que se descobriu que alguns corantes artificiais causavam câncer. Agora as indústrias estão usando insetos esmagados porque é "natural". Como alternativa as indústrias poderiam usar o corante vermelho natural de beterraba, que não causa alergias e nem restrições éticas. Para os que não desejam incluir INSETOS na sua dieta, a melhor maneira de se evitar é ler e conferir atentamente os rótulos de cada produto antes de levar para casa. Empresas como a Nestlé, Kibon, Bauducco, Tostines, Danone, Vigor, Batavo, usam insetos esmagados em parte de seus produtos. 28 ALIMENTOS DIET E LIGHT Os produtos diet (dietéticos) são destituídos de certos componentes como açúcar, sal e gordura, o que reduz às calorias a zero. São usados para regimes específicos para diabetes e colesterol alto. Os produtos light (leve) indicam a redução de gorduras, sal e açúcar. Se forem consumidos em grandes quantidades acabarão nos fornecendo o mesmo número decalorias de um alimento comum. Por ter produtos como açúcar e gordura em numero reduzido, não indica que possa ser comido à vontade. Alguns produtos podem ser light e diet ao mesmo tempo. Ex. Um iogurte desnatado é light por ter baixo nível de gordura e é diet porque é isento de açúcar. MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO Alimentos defumados A defumação é um processo que visa conservar os alimentos. É um processo muito antigo e tem sido empregada em praticamente todas as civilizações. No princípio era utilizada somente na conservação de peixes. Os principais produtos submetidos à defumação são carnes e peixes e alguns queijos. Eles se conservam por muito tempo graças à impregnação de sua superfície com aldeído fórmico que tem ação bactericida. A fumaça é formada por mais de 200 substancias, muitas das quais cancerígenas. Por essa causa devem ser usados com cautela. Alimentos liofilizados É um processo de desidratação. Consiste em congelar abruptamente o alimento em nitrogênio a – 80o. Com isso a água das células é transformada em cristais e o alimento é colocado para secar em câmara de vácuo, onde os cristais de gelo saem das células. O único inconveniente é o alto custo, pois os alimentos liofilizados quase não perdem suas propriedades nutritivas. O processo reduz os alimentos a pó, bastando acrescentar água para retorná-los à condição original. O tempo de conservação é indefinido, desde que protegidos da umidade por embalagens adequadas. Sua conservação dispensa refrigeração e outros cuidados. 29 Alimentos congelados O congelamento dos alimentos está cada vez mais incorporado à vida do homem. Suas vantagens são bem conhecidas, sendo que a principal é de ordem econômica, pois permite o armazenamento de produtos fora de estação. Cuidados no congelamento: 1. O produto deve ser de boa qualidade e da época. 2. Pratos prontos devem ser resfriados rapidamente após o preparo para impedir o crescimento de germes. 3. Os alimentos só devem ser embalados quando frios para evitar acúmulo de vapor no interior do recipiente. 4. A temperatura correta de congelamento é de –18 a -30º, não devendo ser congelados em congelador de geladeira cuja temperatura é de –12o. 5. O descongelamento deverá ser feito lentamente, de um dia para o outro, e os pratos prontos deverão ir direto ao forno. 6. Os alimentos prontos não devem voltar ao freezer após o descongelamento por causa do crescimento das bactérias. Contraindicações: Após 90 dias perdem de 30-50% de vitamina C, e vitaminas do complexo B. Alimentos lactofermentados São submetidos a uma prévia digestão chamada de fermentação lática, provocada por germes que nutrem os açucares. Reativam a flora intestinal que desempenha papel importante na fabricação de vitamina K, complexo B e C. O seu consumo exagerado pode acarretar desmineralização devido à acidez excessiva do organismo. Fontes: iogurtes, chucrute etc. 14. Alimentos industrializados Pelas necessidades da vida moderna nós não produzimos os alimentos que comemos, por isso torna-se fundamental a industrialização, pois de outro modo seria praticamente impossível comer. A tecnologia e a comercialização aumentaram o risco de contaminação por agentes químicos, físicos e biológicos. 30 Os principais riscos industriais são: 1. Desnutrição por falta de nutrientes nos alimentos. 2. Concentração de tóxicos como: pesticidas e aditivos. 3. Embalagens que podem conter fungos, bactérias, e também são usadas cerca de 120 corantes e pigmentos à base de anilina, mercúrio ou cádmio para colorir os plásticos. O cloreto de vinila usado em recipientes de bebidas tem sido responsável pelas alterações cromossômicas e efeitos carcinogênicos. 4. Latas com chumbo, estanho e zinco podem constituir fontes de intoxicação já que as soldas são feitas de ligas de metal. 5. Antibióticos para reduzir contaminação. 6. Vácuo – não desenvolvem germes aeróbios (vivem em presença de O2), mas podem desenvolver germes anaeróbios (que vivem sem ar). 7. Irradiação – Os alimentos são submetidos a cobalto60, reduzindo os microorganismos. Todos os alimentos irradiados não têm nenhuma energia vital. Cores dos alimentos As cores dos alimentos são determinadas pela presença de certos pigmentos. Essas substâncias alem de colorir, tem função de proteger o organismo contra certas doenças. Alimentos brancos são ricos em cálcio e fósforo como leite, couve-flor, batata, arroz, cogumelo. Contribuem para a formação e manutenção dos ossos, regulam batimentos cardíacos e ajudam o sistema nervoso e muscular. Alimentos vermelhos como morango tomate, melancia, caqui, goiaba vermelha, framboesa e cereja, possuem licopeno que é antioxidante e previnem o aparecimento de Ca de próstata. Alimentos amarelos como mamão, cenoura, manga, laranja, abóbora, pêssego e damasco são ricos em vitamina B3 que ajudam o sistema nervoso, previne Ca de mama, e possuem também o Betacaroteno, um antioxidante que protege o coração. Alimentos arroxeados como uva, berinjela, ameixa, figo, repolho roxo e beterraba possuem antioxidantes que retardam o envelhecimento e neutralizam substancias cancerígenas. Alimentos verdes como vegetais folhosos, pimentão e ervas contem clorofila e vitamina A que tem ação desintoxicante, vitamina C que inibe os radicais livres que envelhecem as células, tem efeito anticancerígeno e cardioprotetor alem de proteger pele e cabelo. 31 Alimentos marrons são ricos em fibras e melhoram o transito intestinal, combatem a ansiedade e depressão alem de prevenir Ca e doenças cardiovasculares. DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS Os alimentos podem ser contaminados e tornarem-se tóxicos, de acordo com o agente contaminante como: 1. Contaminação bacteriana – alimentos contaminados com protozoários, bactérias e fungos. 2. Contaminação química - chumbo, agrotóxicos, raticidas, inseticidas. As contaminações bacterianas dependem de 4 fatores: CONTAMINAÇÃO BACTERIANA Higiene Ambiental, Alimentos,Mãos do manipulador,Hábitos do manipulador, Utensílios e equipamentos. Técnica Armazenamento, Preparo e manipulação, Conservação. Temperatura Conservação da matéria prima, Armazenamento, Exposição e distribuição Tempo Armazenamento, Manipulação e Preparo, Exposição e Distribuição. Microorganismos agentes de toxinfecções Alimentares Staphilococus áureus Período de Incubação 1 – 6 horas Fonte Nariz, Boca, pele e Mãos Contaminação Manipulação inadequada Alimentos Carnes cozidas, Laticínios, cremes, recheios doces e salgados. Quadro Clínico Vômitos, Náuseas, Diarréias, Prostração. Bacillus cereus Período de Incubação 1 – 6 horas, forma diarreica. 8 – 20 horas forma emética Fonte Solo, Cereais e Grãos, Farinhas e Hortaliças 32 Contaminação Caixa de transporte e exposição ao pó. Alimentos Arroz, feijão e outros cereais, Vegetais cozidos, Pudins, Cremes e Massas. Quadro Clínico Náuseas, Vômitos e Diarréias. Clostridium botulinum Período de Incubação 12 - 72 horas Fonte Solo, Vegetais, Frutas e Peixes. Contaminação Manipulação inadequada Alimentos Conservas,Carnes cozidas e Patês. Quadro Clínico Visão dupla, Dificuldade para falar e paralisia. Shigela Período de Incubação 12 - 72 horas Fonte Fezes e Água. Contaminação Manipulação Alimentos Manipulados DICAS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL. 1. Faça no mínimo 3 refeições diárias, com um fruta, suco ou iogurte nos intervalos.2. Coma devagar e mastigue bem s alimentos. 3. Prefira as verduras que podem ser consumidas cruas. 4. Coma diariamente vegetais de folhas escuras (couve, mostarda, agrião, espinafre) e vegetais amarelos (cenoura, abóbora). 5. Comas as frutas que são possíveis com casca. 6. Consuma ao menos 1 fruta cítrica por dia (laranja, abacaxi, tangerina, caju). 7. Massas e pães são alimentos energéticos, mas não abuse das quantidades. Prefira pães integrais ricos em fibras. 8. Consuma fibras que facilitam o transito intestinal e diminuem o colesterol. 9. Prefira as gorduras insaturadas como óleo de canola, girassol e milho e azeite de oliva na salada. 10. Beba pelo menos 8 copos de água por dia. 33 11. Adquira produtos de boa qualidade e registro dos órgãos oficiais (MS Ministério da Saúde e SIF Serviço de Inspeção Federal). 12. Sirva os alimentos logo após o preparo. 13. Armazene bem os alimentos em temperatura abaixo de 10o.C. 14. Lave as mãos corretamente antes, durante e na manipulação de alimentos. 15. Mantenha os utensílio e instalações rigorosamente limpos. 16. Controle insetos voadores e roedores. 17. Utiliza água pura. Os reservatórios deverão ser limpos a cada 6 meses. DIETOTERAPIA: É uma das modalidades de tratamento de que dispõe a equipe de saúde, podendo construir-se na principal forma terapêutica ou ser utilizada em combinações com agentes terapêuticos, bem como, em alguns casos, ser complementar a outras modalidades de tratamento. Conceito de dieta: Padrão alimentar do individuo, que difere do conceito de cardápio, ou seja, tradução culinária das preparações e da forma de apresentação das refeições e alimentos. Finalidades: Ofertar ao organismo debilitado nutrientes adequados da forma que melhor se adapta ao tipo de doença e condições físicas, nutricionais e psicológicas do paciente, mantendo o estado nutricional do individuo ou recuperando-o. Modificações da dieta: Segundo Behar e Icaza, a dieta modificada é aquela que, em qualquer de suas características físico – químicas, deve ser ajustada a uma alteração e processo digestivo ou de funcionamento geral do organismo. As dietas terapêuticas podem ser classificadas segundo as modificações qualitativas e quantitativas da dieta normal, as quais incluem. Nutrientes: pode ocorrer a modificação de um ou mais nutrientes básicos dependendo dos problemas manifestado com sua utilização. 34 Energia: é modificado de acordo com o excesso ou déficit ponderal apresentado pelo paciente ou é adotado como forma preventiva. Textura: a modificação na consistência da alimentação tem como objetivo melhorar a aceitação do paciente. OBS: varias situações podem influenciar na dieta como: prevenção de doenças, crenças religiosas, preferência por determinado estilo de vida ou pela própria doença. Todos os hospitais possuem dietas padrão, sendo classificadas de acordo com sua característica física. Classificação das dietas: Dieta normal: Destina-se a paciente cuja condição clinica não exige modificações dietoterapêuticas. É portanto, uma dieta suficiente, completa, harmônica e adequada, sem nenhuma restrição. Dieta branda: Dieta de transição entre a pastosa e a normal. Consistência atenuada e menor quantidade de resíduos. Os alimentos são modificados pela cocção. Não há diferença quanto ao teor calórico. Indicações: pós – operatório, afecções gastrintestinais (quando a motilidade a ação química do TGI está debilitado), problemas de mastigação e em casos de diminuída absorção. Dieta pastosa: Inclui alimentos moídos e em forma de purê ou pastas, as fibras são diminuídas ou modificadas pela cocção. Os purês podem ser substituídos por vegetais cozidos mais com poucas fibras. Favorece a digestibilidade proporcionando certo repouso digestivo. Indicações: pacientes com falta de dentes, dificuldade de deglutição, fases criticas de doenças crônicas como insuficiência cardíaca e respiratória. 35 Dieta liquido – pastosa: Alimentos liquidificados, tipos de preparações: mingau, sopa batida, batido de frutas, etc. Dieta semi – liquida: Caracteriza-se por preparações de consistência espessada, constituída de líquidos e alimentos semissólidos. Propicia repouso digestivo ou quando alimentos sólidos não são bem tolerados pelo paciente. Pouco resíduo. Teor calórico diminuído. Dieta liquida completa: Propicia mínimo de esforço digestivo e absortivo. É de baixo teor nutritivo, necessitando de suplementação vitamínico e/ou mineral ou mesmo proteico – calórica. Administra-se +/- 200ml de 2 em 2 horas. Recomendada para pacientes que necessitam de alimentos de fácil digestão e que sejam isentos de agentes mecânicos ou condimentos, ou que tenham dificuldade de mastigação, ou uma restrição severa de material não digerível pelo TGI por uma diminuição da sua função. Fundamentalmente a base de leite e bebidas a base de leite em casos de intolerância – leite de soja ou mingau de frango. Dieta liquida restrita: Proporciona um mínimo de resíduo para propiciar máximo repouso gastrintestinal. Valor nutritivo e calórico muito baixo deve evoluir o mais rápido para líquida. Completa ou semilíquida. Consiste basicamente em água e carboidratos. Quanto a composição química: * refere-se a quantidade de nutrientes na dieta. HIPO: quando é necessário diminuir um ou mias nutrientes; HIPER: quando é necessário aumentar um ou mais nutrientes; Exemplos: HIERCALORICA: visa o aumento de calorias; HIPERPROTEICA: visa o aumento de proteínas; HIPOSSODICA: visa reduzir a quantidade de sal da dieta; HIPOGRAXA: visa redução de gorduras; 36 HIPOGLICIDICA: visa redução de carboidratos. Dietas Especiais: Diabéticos: Cardiopatas: Nefropatia: Úlcera gástrica: Diarréia e Obstipação Intestinal: Hepatite: Lesões Orais: Restrição Hídrica: A ENFERMAGEM E O SERVIÇO DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA: O contato deve ser bem próximo entre a Enfermagem e o Serviço de Nutrição e Dietética (SND), para que desta forma a recuperação do paciente e o andamento do serviço seja mais proveitoso. Ao profissional de Enfermagem cabe: • Estimular a ingestão hídrica e alimentar do cliente (ou sua restrição), auxiliando-o quando necessário; • Observar alterações do TGI, como vômitos, obstipação e diarréia, e comunicá-las ao nutricionista; • Efetuar higiene oral antes e após as refeições, promovendo o conforto do cliente e melhorando a aceitação da dieta; • Realizar anotações de todos os itens observados de forma clara, resumida e que permita ao nutricionista fácil acesso sobre o cliente. FATORES QUE INFLUENCIAM NA INGESTÃO ALIMENTAR: A maioria das pessoas ingere os alimentos não pelo valor nutritivo, mas por vários outros motivos, são eles: hábitos, condições orgânicas, educação, fator psicológico, fator social, e fator econômico. Os hábitos alimentares formam a partir do momento em que o bebê começa a receber alimentos que, de certa forma, lhe são impostos. Nessa fase, a influência da família é primordial, pois ainda há como controlar a alimentação da criança. Nessa fase, a influência da família é primordial, pois ainda há como controlar a alimentação da criança. Porém, à medida que ela cresce, seu círculo social se amplia e novos hábitos alimentares nem sempre adequados, vão incorporando aos já existentes. 37 Outro fator de extrema importância é o aspecto psicológico. Sem dúvida, a qualidade e a quantidadede alimentos que o indivíduo ingere podem ser determinadas por suas emoções. Uma circunstância atual a ser levada em consideração é, o alto preço dos produtos, tornando cada vez menor a disponibilidade das pessoas para comprá-los. Vem juntar-se a esse fato a falta de conhecimento sobre o valor nutritivo dos alimentos, além dos danos provocados por uma propaganda que, muitas vezes enganosa, estimula as pessoas adquirirem os produtos de baixa qualidade. Também as condições orgânicas individuais vão influenciar na seleção dos alimentos. Intolerância e alergias alimentares, dificuldades de mastigação ou digestão são exemplos dessas condições. ESTADO NUTRICIONAL: O estado nutricional dos indivíduos é caracterizado por grande dinamismo e decorre essencialmente do equilíbrio entre três fatores: • composição da alimentação (tipo e quantidade dos alimentos ingeridos), • necessidades do organismo em energia e • nutrientes e eficiência do aproveitamento biológico dos alimentos (ou da nutrição propriamente dita). DESNUTRIÇÃO A desnutrição pode ser o resultado de pouca alimentação ou alimentação excessiva. Ambas as condições são causadas por um desequilíbrio entre a necessidade do corpo e a ingestão de nutrientes essenciais. Subnutrição É uma deficiência de nutrientes essenciais e pode ser o resultado de uma ingestão insuficiente devido a uma dieta pobre; de uma absorção deficiente do intestino dos alimentos ingeridos (má absorção); do consumo anormalmente alto de nutrientes pelo corpo; ou da perda excessiva de nutrientes por processos como a diarréia, sangramento (hemorragia), insuficiência renal. 38 Hipernutrição É um excesso de nutrientes essenciais e pode ser o resultado de comer demais (ingestão excessiva); ou do uso excessivo de vitaminas ou outros suplementos. A desnutrição se desenvolve em fases: primeiro ocorrem alterações na concentração de nutrientes no sangue e nos tecidos, a seguir acontecem alterações nos níveis de enzimas, depois passa a ocorrer mal funcionamento de órgãos e tecidos do corpo e então surgem sintomas de doença e pode ocorrer a morte. O corpo necessita de mais nutrientes durante certas fases da vida, especialmente na infância e adolescência; durante a gravidez; e enquanto a mãe está amamentando. Na velhice as necessidades alimentares são menores, mas a capacidade de absorver os nutrientes também está frequentemente reduzida. Assim, o risco de subnutrição é maior nestas etapas da vida, e ainda mais entre pessoas economicamente desprovidas. Deficiências nutricionais podem causar várias doenças. Por exemplo: Hemorragia gastrointestinal pode causar anemia por deficiência de ferro. Uma pessoa sendo tratada com altas doses de vitamina A para acne pode desenvolver dores de cabeça e visão dupla como resultado da concentração da vitamina A. Qualquer sistema do corpo pode ser afetado por uma desordem nutricional. Por exemplo: O sistema nervoso é afetado pela deficiência de niacina (pelagra), deficiência de tiamina - vitamina B1 (beribéri), deficiência ou excesso de vitamina B6 (piridoxina), e deficiência de vitamina B12. O paladar e o olfato são afetados pela deficiência de zinco O sistema cardiovascular é afetado pelo beribéri, pela obesidade, por uma dieta com muita gordura que leva à hipercolesterolemia e à doença coronariana, ou por uma dieta com excesso de sal que conduz à hipertensão. O trato gastrointestinal é afetado pela pelagra, deficiência de ácido fólico e alcoolismo. A boca (lábios, língua, gengivas e membranas mucosas) é afetada pela deficiência de vitaminas do complexo B e pelo escorbuto (deficiência de vitamina C). 39 A deficiência de iodo pode resultar no aumento da glândula tireoide. Uma tendência aumentada para sangramentos e sintomas cutâneos como erupções, secura e inchação por retenção de líquidos (edema) podem acontecer no escorbuto, deficiência de vitamina K, deficiência de vitamina A e no beribéri. Os ossos e articulações são afetados pelo raquitismo (deficiência de vitamina D), osteoporose e escorbuto. Fatores de risco As crianças formam uma faixa da população particularmente susceptível à subnutrição, pois elas precisam de uma maior quantidade de calorias e nutrientes para o seu crescimento e desenvolvimento. Elas também podem desenvolver deficiências de ferro, ácido fólico, vitamina C e cobre se receberem dietas inadequadas. A ingestão insuficiente de proteínas, calorias e outros nutrientes pode conduzir à desnutrição proteico-calórica, uma forma particularmente severa de subnutrição, que retarda o crescimento e o desenvolvimento. Na medida em que as crianças chegam à adolescência, suas exigências nutricionais crescem devido ao aumento das suas taxas de crescimento. As gestantes ou mães que amamentam têm uma necessidade aumentada de todos os nutrientes para prevenir a subnutrição nelas e no seu bebê. O bebê de uma mãe alcoolista pode ser física e mentalmente prejudicado pela síndrome alcoólica fetal, pois o abuso de álcool e a subnutrição resultante afetam o desenvolvimento fetal. Uma criança que é amamentada exclusivamente ao seio pode desenvolver deficiência de vitamina B12 se a mãe for uma vegetariana que não come nenhum produto de origem animal. Quem tem risco de subnutrição? As crianças com pouco apetite. Adolescentes que passam por surtos de crescimento rápido Idosos Pessoas que têm doença crônica do trato gastrointestinal, fígado, ou rins Pessoas em dietas rigorosas por muito tempo Vegetarianos 40 Pessoas com dependência de álcool ou outra droga que não se alimentam adequadamente As pessoas que tomam remédios que interferem com o apetite ou com a absorção ou exceção de nutrientes Pessoas com anorexia nervosa Pessoas que têm febre prolongada, hipertireoidismo, queimaduras, ou câncer Os sintomas variam de acordo com o tipo de desnutrição severa: Kwashiakor - Tipo de desnutrição causada pela carência de proteína. Privado de nutrientes o corpo consome seus próprios recursos e modifica suas funções, como o equilíbrio celular. A água das células migra de forma diferente, formando edemas que incham o corpo. Por isso algumas crianças desnutridas têm o estômago, o rosto, os braços, as mãos e os pés inchados. Além do inchaço, a pele ressecada se rompe com a pressão e surgem úlceras que infeccionam. Os cabelos se tornam brancos ou avermelhados. Marasmo - Tipo de desnutrição causada pela falta de calorias. Sem receber os nutrientes necessários para manter as funções vitais como respiração e batimentos cardíacos, o corpo passa a buscar energia nas reservas de gordura e nos músculos. A criança com marasmo está extremamente emagrecida, tem os traços emaciados, os músculos atrofiados. A pele parece grande demais para o corpo. É como a pele de um idoso. A IMPORTANCIA DA ÁGUA NO NOSSO ORGANISMO: Sabe aqueles dias que você tem vontade de comer alguma coisa e não sabe exatamente o que é? Fora aqueles dias que estamos extremamente cansadas e na verdade não fizemos o mínimo de esforço. E aqueles dias de dores de cabeça sem motivo algum aparente? Você sabia que muitas dessas situações podem ser causadas pela falta de água no nosso organismo? É sim. A sede excessiva dá uma falsa idéia de fome. Quando se está com a boca seca, ou com vontade de comer frutas cítricas ou alimentos gelados, pode acreditar: é sede. A falta de água em nosso corpo causa envelhecimento precoce, ou seja, nosso aspecto físico aparenta ter mais idade do que o real. E não é só isso.As consequências da 41 desidratação no organismo também podem causar: indisposição, cansaço, dores de cabeça, pedra nos rins, inflamações diversas, pele seca, cabelo seco, irritabilidade, insônia, falta de ar, sangramentos vaginais ou, no caso dos homens, impotência ou disfunções eréteis, e por aí vai… Por isso os médicos sempre indicam o consumo de água durante todo o dia, mas em doses pequenas. Você pode medir, por exemplo, um copinho de 200ml a cada hora enquanto estiver acordada. O corpo humano é feito cerca de 70% de água, que vamos perdendo diariamente através do suor, xixi, através do transporte de nutrientes no sangue, etc. e quando não repomos essa água, ficamos somente com as substâncias tóxicas e prejudiciais retidas no nosso organismo, que podem contribuir para o aparecimento de algumas doenças. DESIDRATAÇÃO: Falta de quantidade suficiente de líquidos corpóreos para manter as funções normais em um nível adequado (causada por perda e/ou ingestão inadequada de líquidos). A perda de uma baixa porcentagem de líquido em adultos, e de 5% de líquido em crianças, já é considerada uma desidratação leve. Causas, incidência e fatores de risco: A desidratação pode ser causada pela perda excessiva de líquidos corpóreos, como em casos de: • vômitos • diarréia (principalmente em casos de cólera) • produção excessiva de urina (poliúria) • sudorese excessiva A desidratação também pode ocorrer em virtude da ingestão inadequada de líquidos, como em casos de: • náusea • estomatite ou faringite • doença aguda com perda de apetite Geralmente, a desidratação em crianças é uma combinação das duas causas, como em casos de: • mal-estar estomacal com vômitos e diarréia • doença aguda em que a criança se recusa a ingerir líquidos e perde líquidos em excesso por meio da sudorese provocada pela febre Perdas de líquido de até 5% são consideradas leves; de até 10% são consideradas moderadas e de até 15% são consideradas graves. Se não tratada rapidamente, a desidratação grave pode provocar colapso cardiovascular e morte. 42 DIETA ENTERAL A nutrição enteral (NE) por sonda é o método de escolha para oferecer suporte nutricional a pacientes que têm trato gastrointestinal funcionante, mas não conseguem manter ingestão oral adequada. As dietas comercializadas tem sido preparada industrialmente. Essas dietas são administradas diretamente no estomago e intestino delgado, evitando as porções superiores do tubo digestivo, através de uma sonda gástrica. As dietas comerciais tem vantagem pois possuem valor nutritivo completo, apresentam risco mínimo de contaminação, e permitem uma dieta específica e individual. Pode ser preparada conforme o seu estado, desencadeado por choque, politraumatismos e queimaduras. Indicações Doenças neurológicas Trauma facial Trauma oral ou de esôfago Lesão traumática cerebral. Contra indicações É contra indicada em: * Obstrução ao intestinal. * Pancreatite VIAS DE ACESSO Via Nasogástrica Para curtos períodos (3 a 4 semanas). Uma sonda é inserida do nariz até o estomago. Esse processo trás a vantagem de preservar as funções digestivas e os processos hormonais e bacterianos do estomago. Nasoenteral Para NE, utilizam-se sondas finas e flexíveis, de poliuretano ou silicone, denominadas sondas enterais ou de Dobhoff. Conforme a portaria MS/SVS no 337 de 14/04/1999, a passagem da sonda enteral e a verificação da sua posição são da responsabilidade do enfermeiro. A escolha da posição da sonda deve levar em consideração, entre outros 43 fatores, o risco de aspiração pulmonar e o nível de atividade do paciente. Com o acesso jejunal, os riscos de aspiração pulmonar e de saída acidental da sonda são menores, e a nutrição pode ser mais precoce. Gastrostomia/Jejunostomia A sonda é inserida por procedimento cirúrgico através da parede abdominal e pode ficar inserida no estomago ou no jejuno. Material Necessário Sonda Nasoenteral Bomba de infusão Dieta prescrita Sonda naso-enteral Introduz-se pelo nariz, atravessa o piloro e deve ficar situada no duodeno, no jejuno ou no íleo proximal. Pode obstruir facilmente por serem de pequeno calibre. Outras sondas que são menos usadas são a gastrostomia e jejunostomia colocadas cirurgicamente. Bomba de infusão São dispositivos automáticos que conectados à sonda nasoenteral permitem regular de forma automática e de uma medida exata, o ritmo e a velocidade do fluxo administrado. Tem sistemas de alarmes que avisam sobre falhas na passagem da infusão. Requisitos para instalação Antes de se inicial a dieta enteral prescrita ( dieta/24 horas), verifica-se a tolerância do paciente, administrando-se pela sonda 100ml de água a cada 3 horas, pinçando a sonda e conectando-a ao saco coletor., para avaliação da drenagem. Apenas se administrará a dieta se o conteúdo do drenado gástrico obtido for escasso. Cuidados de Enfermagem 1. Comprovar o tipo de nutrição prescrita para o paciente. 44 2. Deverá ser administrada em temperatura ambiente, para evitar alterações de temperatura no trato gastro intestinal. Nunca aquecer a dieta, mesmo em banho Maria ou similar, pois altera a composição coagulando as proteínas. 3. Selecionar a bomba de infusão. 4. Fixar a sonda com adesivo não alergênico após ter desengordurado a pele na testa, bochecha ou nariz sem tracionar a asa do nariz (fazer alça frouxa para prevenir tensão e deslocamento). Essa fixação deve ser trocada quando necessário, modificando a posição da alça da sonda e da fixação em caso de irritação ou lesão cutânea. 5. Adaptar o frasco de dieta à bomba. Retirar o ar do sistema. 6. Ligar e programa a bomba no ritmo prescrito (21 a 42ml/h). À medida que aumenta a tolerância x do paciente, aumentar a velocidade em dias sucessivos. 7. Colocar o paciente em decúbito elevado, Fowler 30-45O. 8. A nutrição enteral é programada para 23 horas. 9. Identificar os equipos para evitar a infusão acidental em via endovenosa. 10. Lavar a sonda com água após administração da dieta. 11. Proceder à limpeza e lubrificação das narinas com água e vaselina líquida. 12. Manter a cavidade oral limpa. 13. Observar e monitorar vômitos. 14. Monitorização. * Oferta nutricional e balanço hídrico, sinais vitais e peso diariamente. * Velocidade de infusão da dieta. * Clínicos: distensão abdominal, número de evacuações diárias, presença de sangue nas fezes. * Diarréia. A diarréia é definida como a ocorrência 4 ou mais evacuações líquidas ou semilíquidas, em moderada a grande quantidade, em 24 horas. As suas causas são múltiplas: Pode ser ocasionado por volume errado de alimentação, erro no tempo de infusão ou contaminação. Em caso de diarréia, não se deve suspender NE, mas diminuir o gotejamento (40 a 50 ml/h em caso de posicionamento gástrico, 20 a 25 ml/h, no duodeno ou jejuno). Comunicar a nutricionista, para adaptar a fórmula às necessidades do paciente, e a equipe médica. * Monitorar atentamente a hidratação do paciente. * Obstipação: comunicar a nutricionista para adequação da fórmula, a Equipe médica para prescrição de laxantes se necessário * Posicionamento da sonda após vômito; 45 * Bioquímicos: URINA: glicosúria, potássio. SANGUE: eletrólitos, proteínas totais e frações, uréia e creatinina; FEZES: pesquisa de sangue oculto COMPLICAÇÕES Gastrintestinais: Náuseas, vômitos, estase gástrica, refluxo gastroesofágico, distensão abdominal, cólicas, empachamento, flatulência,
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