Buscar

APOSTILA AULA CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 106 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 106 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 106 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
 ................................................................................................................................ 4 Apresentação
 ........................................................... 5 Aula 1: Do surgimento do Direito ao direito penitenciário
 ............................................................................................................................. 5 Introdução
 ................................................................................................................................ 6 Conteúdo
A evolução da execução penal pelo mundo ................................................................ 6 
Instituições penitenciárias ............................................................................................... 8 
O surgimento da escrita x organizações jurídicas ...................................................... 8 
Modelo de Direito de Roma ............................................................................................. 9 
Modelo de Direito Egípcio .............................................................................................. 10 
Código de Eshnunna ....................................................................................................... 11 
Cultura hebraica e o Direito .......................................................................................... 11 
Cultura grega e o Direito ................................................................................................ 12 
Common Law ................................................................................................................... 12 
Penas privativas de liberdade ........................................................................................ 13 
Revolução Francesa e o Direito Penitenciário ........................................................... 14 
Direito Penitenciário e direitos humanos ................................................................... 15 
A evolução da execução penal no Brasil .................................................................... 16 
Organização jurídica portuguesa ................................................................................. 17 
Código Penal Brasileiro................................................................................................... 19 
 ....................................................................................................................... 20 Aprenda Mais
........................................................................................................................... 20 Referências
 ......................................................................................................... 20 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 26 
 ............................................................................................................ 31 Aula 2: Justiça e o Direito
 ........................................................................................................................... 31 Introdução
 .............................................................................................................................. 32 Conteúdo
Justo x injusto .................................................................................................................. 32 
Justiça material ................................................................................................................ 33 
Direito e justiça ................................................................................................................ 34 
Direitos e normas............................................................................................................. 35 
Segurança jurídica ........................................................................................................... 36 
Direitos Humanos ............................................................................................................ 37 
As crises mundiais e o direito de liberdade ................................................................ 38 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
A prática da tortura e a pena de morte ....................................................................... 39 
Direitos Humanos no Brasil ........................................................................................... 40 
Pacto de São José da Costa Rica .................................................................................. 41 
........................................................................................................................... 42 Referências
 ......................................................................................................... 43 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 50 
 ............................................................. 54 Aula 3: Da liberdade, da prisão e dos direitos do preso
 ........................................................................................................................... 54 Introdução
 .............................................................................................................................. 54 Conteúdo
Liberdade como direito do indivíduo .......................................................................... 54 
Prisão legal e ilegal .......................................................................................................... 57 
Prisão-pena e a prisão sem pena ................................................................................. 58 
Penalidade no Brasil ........................................................................................................ 58 
Prisão ilegal e habeas corpus ........................................................................................ 59 
Dos direitos do preso ...................................................................................................... 61 
Direitos e deveres do preso ........................................................................................... 63 
Garantias na proteção dos direitos do preso ............................................................. 64 
 ....................................................................................................................... 66 Aprenda Mais
........................................................................................................................... 66 Referências
 ......................................................................................................... 67 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 74 
 ..................................................................................... 76 Aula 4: Sistema penitenciário brasileiro
 ........................................................................................................................... 76 Introdução
 .............................................................................................................................. 77 Conteúdo
O colapso do sistema penitenciário ............................................................................ 77 
Violação dos direitos aos presos .................................................................................. 77 
Prisão como universidade do crime ............................................................................ 78 
Superpopulação carcerária ............................................................................................79 
As penitenciárias como depósitos humanos ............................................................. 81 
O Regime Disciplinar Diferenciado - RDD .................................................................. 84 
A privatização do sistema penitenciário - PPP .......................................................... 89 
Divergências acerca das privatizações das prisões ................................................... 90 
 ....................................................................................................................... 93 Aprenda Mais
........................................................................................................................... 94 Referências
 ......................................................................................................... 94 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ................................................................................................................... 101 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
 ............................................................................................................................... 105 Conteudista
 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
A presente disciplina é uma proposta de reflexão sobre a eficácia do 
cumprimento das penas no Sistema Penitenciário brasileiro, visto que, no Brasil, 
não tratam a questão do preso do ponto de vista ao respeito à Dignidade 
Humana como assunto prioritário. Será demonstrado o desrespeito aos direitos 
do preso tão evidente pelas ações cometidas por parte das autoridades que, em 
diversos casos, colocam um preso que cometeu um delito leve juntamente com 
aquele que é considerado de altíssima periculosidade. A disciplina, também, 
pretende demonstrar que o modo mais eficaz para o problema da superlotação 
dos presídios é a aplicação das penas alternativas como forma de solucionar 
e/ou minimizar o quadro caótico o qual se encontra o Sistema Penitenciário 
brasileiro, visando, principalmente, a ressocialização do detento, visto que a 
privação de liberdade deve, sempre que possível, ceder lugar a aplicação da 
pena pecuniária e das penas alternativas. 
 
Sendo assim, essa disciplina tem como objetivos: 
1. Compreender a relevância do estudo sobre o Sistema Penitenciário brasileiro, 
sobretudo, quanto à eficácia da pena privativa de liberdade no atual modelo 
carcerário. 
2. Compreender e refletir que na atual crise nacional de segurança pública, há 
uma subcrise, a do sistema penitenciário, que funciona como fonte de 
alimentação para a exploração de violência nos grandes centros urbanos. 
3. Compreender que é necessário refazer o sistema penitenciário brasileiro, 
uma tarefa de que precisam participar os três Poderes da República, pois são 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
necessários: revisão de leis e a aplicação de práticas de administração de 
presídios mais adequados ao Princípio da Dignidade Humana. 
 
Introdução 
Seja bem-vindo à disciplina Crise no Sistema Penitenciário! 
A primeira aula tem como objetivo apresentar a evolução histórica da execução 
penal no mundo e no Brasil para melhor entendimento da atual crise no sistema 
penitenciário brasileiro, pois será demonstrado que esse problema persiste 
desde os tempos remotos da civilização. 
 
Na oportunidade, será verificado que, na Antiguidade, o Direito era exercido 
através do Código de Hamurabi ou a lei de talião, que ditava: “olho por olho, 
dente por dente”, que tinha base religiosa e moral vingativa. 
 
Será, também, destacado a importância da Revolução Francesa que trouxe a 
conscientização da proteção dos direitos da pessoa humana do preso, como se 
verifica na Declaração dos Direitos do Homem. 
 
Quanto ao Brasil, será demonstrado que o direito vigente no Brasil colonial foi 
representado pela transferência da legislação portuguesa contida nas 
compilações de leis e de costumes dos portugueses. 
 
Objetivo: 
1. Mostrar que as manifestações mais antigas do direito estão profundamente 
associadas às sanções rituais e que na Antiguidade o Direito não era escrito, e 
sim, consuetudinário, tinha o costume como regra de convívio social; 
 
2. Demonstrar que o direito vigente no Brasil colonial foi representado pela 
transferência da legislação portuguesa contida nas compilações de leis e de 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
costumes dos portugueses; demonstrar também que pela Constituição de 1824, 
o Poder Moderador era o elemento básico da organização política nacional, 
podendo interferir nos outros poderes e, por fim, verificar que no Brasil, 
somente a partir do 2º Código Penal, em 1890, aboliu-se a pena de morte e foi 
surgir o regime penitenciário. 
Conteúdo 
A evolução da execução penal pelo mundo 
Você sabia que o direito surgiu em uma época em que as comunidades 
humanas não possuíam a técnica da escrita? 
 
Sim, é verdade, e você perceberá isso nesta aula. As expressões direitos 
primitivos, direitos arcaicos ou direitos dos povos sem escrita são usadas para 
designar genericamente os sistemas jurídicos das sociedades humanas situadas 
na pré-história do direito. 
 
O costume é a fonte mais importante e mais antiga do direito, 
manifestação que se comprova por ser a expressão direta, cotidiana e habitual 
dos membros de um dado grupo social. A religião, nesta época, aparece 
como fenômeno determinante, na medida em que o receio e a ameaça 
permanente dos poderes sobrenaturais é que garante o rígido cumprimento dos 
costumes. Naturalmente, a base de todo o direito primitivo está na imposição 
rígida e automática dos costumes da tribo. 
 
Atenção 
 As sanções da Idade Média estavam submetidas ao arbítrio dos 
governantes, que as impunham em função do "status" social a 
que pertencia o réu. A amputação dos braços, a forca, a roda e 
a guilhotina constituem o espetáculo favorito das multidões 
desse período histórico. 
 
Penas em que se promovia o espetáculo e a dor, como, por 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
exemplo, a que o condenado era arrastado, seu ventre aberto, 
as entranhas arrancadas às pressas para que tivesse tempo de 
vê-las sendo lançadas ao fogo. Nessa época, passaram a uma 
execução capital, a um novo tipo de mecanismo punitivo. 
 
Na denominada fase da vingança privada, cometido um crime, ocorria a reação 
da vítima, dos parentes e até do grupo social (tribo) que agiam sem proporção 
à ofensa, atingindo não só o ofensor como também todo o seu grupo 
(familiares e amigos). 
 
É importante dizer que a função principal do direito é limitar certas 
inclinações comuns, canalizar e dirigir os instintos humanos e impor 
uma conduta obrigatória não espontânea. Assim, o Direito se constitui como 
um sistema de legitimação, ou seja, como um sistema que produz efeitos 
de obediência em todos aqueles que terão sua liberdade limitada pelas normas. 
Tal legitimação pode ser obtida a partir de vários conjuntos de crenças, de 
determinados valores (tradição, carisma, racionalização), da “vontade divina” 
ou das concepções de “eficiência-eficácia” sociais. 
 
Na Antiguidade, não se trata de um direito escrito, porém, de um conjunto 
disperso de usos, práticas e costumes, reiterados por um longo período de 
tempo e publicamente aceitos. É a época do direito consuetudinário. As 
práticas primárias de controle são transmitidas oralmente marcadas por 
revelações sagradas e divinas. 
Observe, ainda, que a Antiguidade desconheceu totalmente a privação 
de liberdade estritamente considerada sanção penal. Mesmo havendo o 
encarceramento de delinquentes, não se tinha caráter de pena, e sim de 
preservar os réus até seu julgamento ou execução. Recorria-seà pena de 
morte, às penas corporais e a infamantes. 
Nas manifestações mais antigas do direito, as sanções legais estão 
profundamente associadas às sanções rituais. A sanção assume um 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
caráter tanto repressivo quanto restritivo, na medida em que é aplicado um 
castigo ao responsável pelo dano e uma reparação à pessoa injuriada (vítima). 
Instituições penitenciárias 
A primeira instituição penal na Antiguidade foi o Hospício de San Michel, em 
Roma, a qual era destinada primeiramente a encarcerar "meninos incorrigíveis", 
denominada Casa de Correção. Registra-se, também, que Platão propunha o 
estabelecimento de três tipos de prisões: uma na praça do mercado, que servia 
de custódia; outra na cidade, que servia de correção; e uma terceira destinada 
ao suplício. A prisão, para Platão, apontava duas ideias: como pena e como 
custódia. 
 
Ademais, os lugares onde se mantinham os acusados até a celebração do 
julgamento eram diversos, já que não existia ainda uma arquitetura 
penitenciária própria. Utilizavam-se calabouços, aposentos em ruínas ou 
insalubres de castelos, torres, conventos abandonados, palácios e outros 
edifícios. 
 
Durante vários séculos, a prisão serviu de contenção nas civilizações mais 
antigas (Egito, Pérsia, Babilônia, Grécia, entre outros), servindo de lugar de 
custódia e tortura. 
O surgimento da escrita x organizações jurídicas 
Interessante se faz dizer que o surgimento da escrita não corresponde ao 
surgimento das organizações jurídicas e de suas instituições, pois, antes da 
escrita, na pré-história do direito, das mais variadas culturas humanas, a maior 
parte das instituições privadas (o casamento, o poder paterno e/ou materno 
sobre os filhos, a propriedade, sucessões, doações, contratos diversos) e o 
próprio domínio do que se conhece por direito público já se encontravam 
razoavelmente desenvolvidos. 
 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
Com o surgimento da técnica da escritura, somada à compilação de costumes 
tradicionais, proporcionaram os primeiros Códigos da Antiguidade, como o de 
Hamurabi, o de Manu, o de Sólon e a Lei das XII Tábuas. 
 
“Com a evolução social, para evitar a dizimação das tribos, surge o talião (de 
talis = tal), que limita a reação à ofensa a um mal idêntico ao praticado 
(sangue por sangue, olho por olho, dente por dente). Adotado no Código de 
Hamurabi (Babilônia), no Êxodo (povo hebraico) e na Lei das XII Tábuas 
(Roma), foi ele um grande avanço na história do Direito Penal por reduzir a 
abrangência da ação punitiva.” (MIRABETE, 2001) 
 
O Direito era exercido através do Código de Hamurabi ou a lei do talião, tendo 
base religiosa (Judaísmo ou Mosaísmo) e moral vingativa. 
Modelo de Direito de Roma 
Dentre os povos antigos, foi com os romanos que o Direito avançou para uma 
autonomia diante da religião e da moral. 
 
Em Roma, o modelo de Direito que vigorou durante sua fase arcaica foi o 
chamado Jus Civile ou Direito Quiritário, no qual moral e religião se 
confundiam com as questões jurídicas. O Direito Romano primitivo (arcaico) 
mostrava-se extremamente formal e rigoroso. O Jus civile tutelava somente os 
direitos dos patrícios (aristocracia romana), todos os demais estavam fora da 
proteção jurídica do Estado Romano. 
 
No período da República Romana, pouco se legislou. Dentre as leis 
republicanas, merece especial atenção a Lei das XII Tábuas, que iria se 
constituir em uma das fontes do Jus civile considerada a fonte de todo o direito 
público e privado. 
 
A Lei das XII Tábuas tendeu a resolver algumas questões entre patrícios e 
plebeus (comerciantes, agricultores, artesãos). A partir dela a solidariedade 
familiar foi abolida, reconhecendo, porém, a autoridade ilimitada do chefe de 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
família. A igualdade jurídica foi reconhecida pelo menos teoricamente. As 
guerras privadas foram abolidas. Instituiu-se o processo penal e a terra tornou-
se alienável, reconhecendo-se o amplo direito de realizar testamento. 
Modelo de Direito Egípcio 
No direito egípcio, à época do antigo império, o governo era exercido pelo 
Faraó auxiliado por seus funcionários, sendo que todo poder pertencia ao 
Faraó. 
 
No Egito antigo, temos referências ao Maât, um modelo de direito não 
escrito, não consultável, não se apresentando também como produto de 
revelação divina. Sua essência seria o equilíbrio, o ideal que deveria “fazer com 
que as duas partes saíssem do tribunal satisfeitas”. Nesse preceito residiria a 
verdadeira justiça, podendo ser traduzido por verdade e ordem ou por justiça a 
ser realizado pelo Faraó. 
 
A lei, promulgada pelo Faraó, após o parecer de um Conselho de Legislação, 
tornou-se a principal fonte do direito, superando os costumes. 
 
É de ser revelado que, no Egito antigo, o direito penal não se mostrava 
severo quando comparado com outros direitos de outras civilizações e 
períodos da Antiguidade – não se encontrava praticamente qualquer 
representação da pena de morte. A justiça real ganhou supremacia sobre a 
justiça sacerdotal. 
 
Foi conferida a essa justiça uniformidade de organização e de regulamentação. 
Estabeleceu-se uma organização judiciária que incluía um ministério público e 
um direito processual. Todo esse sistema judiciário, encontrava-se sob a 
autoridade soberana do rei. 
 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
Código de Eshnunna 
É preciso também destacar que o Código de Eshnunna, datando de, 
aproximadamente, final do século XX a.C., contém cerca de 60 artigos que 
tratam de direito de família, de contrato de depósito, de compra e venda de 
propriedades, de crimes, de reparação de danos, de propriedade de escravos, 
entre outros. O furto era punido com pesada multa caso fosse perpetrado por 
homem livre durante o dia e punido com a morte se realizado à noite. 
 
O Código de Eshnunna estabelecia competências para julgamento. Aplicação 
da pena de morte era de exclusiva do rei, cabendo aos juízes os casos que 
importassem em competência penas menores. A pena de morte era prevista em 
diversos casos, tais como: adultério feminino, desvirginamento de jovem 
solteira prometida em casamento, negligência ou omissão que causasse a 
morte de outrem. 
Cultura hebraica e o Direito 
É preciso também destacar que o Código de Eshnunna, datando de, 
aproximadamente, final do século XX a.C., contém cerca de 60 artigos que 
tratam de direito de família, de contrato de depósito, de compra e venda de 
propriedades, de crimes, de reparação de danos, de propriedade de escravos, 
entre outros. O furto era punido com pesada multa caso fosse perpetrado por 
homem livre durante o dia e punido com a morte se realizado à noite. 
 
Quanto à cultura hebraica da Antiguidade, o direito é concedido por 
Deus ao seu povo, estabelecendo-se assim uma aliança entre Deus e o povo 
que ele escolheu. O direito é imutável somente podendo ser modificado por 
Deus, tal ideia pode ser reencontrada no direito canônico e no direito 
muçulmano. Os intérpretes e, mais especificamente, os rabinos somente podem 
interpretá-lo para adaptá-lo à evolução social, sem, contudo, modificá-lo. 
 
O Direito Hebraico (lei mosaica) confunde-se em grande parte com a 
religião, cujas fontes estão contidas nas escrituras, isto é, na Bíblia, que 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
como “livro sagrado” conteria a “lei” revelada por Deus aos israelitas. Dos três 
grupos de livros que compõem o Antigo Testamento poderíamos destacar o 
Pentateuco. 
 
Sobre o Direito Hindu, este é o direito da comunidade hinduísta 
caracterizando-se por ser um direito religioso e tradicional (nãose 
confunde com o direito indiano que é o direito do Estado indiano moderno). O 
Direito Hindu reafirma a desigualdade social, pois cada homem teria seu lugar 
na sociedade, já que estaria vinculado a uma casta, definidora de uma posição 
permanente na hierarquia social. 
Cultura grega e o Direito 
Quanto aos gregos, estes não foram grandes juristas, não construíram uma 
ciência do direito, nem descreveram de maneira sistemática suas instituições de 
direito. 
 
Não se pode falar em um Direito Grego, mas sim em uma multiplicidade de 
direitos gregos, na medida em que, com exceção do período de Alexandre, o 
Grande, nunca existiu uma unidade jurídica e política na Grécia Antiga. Dentre 
alguns reformadores, podemos destacar Drácon, responsável não apenas pelo 
primeiro código de leis escritas de Atenas, código este marcado pela extrema 
severidade de sua legislação criminal, mas também pela implantação da 
obrigatoriedade do recurso aos tribunais para a solução dos conflitos entre os 
clãs. Sólon foi considerado o primeiro grande reformador social e político não 
somente em Atenas, mas na própria Grécia, cujas reformas marcaram o futuro 
desenvolvimento sociopolítico de Atenas no sentido da construção da 
democracia. 
Common Law 
É importante verificar também que a Common Law (Direito Comum), 
sistema jurídico inglês, que se desenvolveu a partir do século XII d.C. na base 
das decisões judiciárias das jurisdições reais, constitui-se de forma muito 
diferente dos direitos romanistas (romanos). Esse Sistema se desenvolveu e se 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
mantém até os dias atuais, impondo-se na maior parte dos países de língua 
inglesa, destacando-se o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia. 
 
As origens da Common Law encontram-se nas “leis bárbaras” redigidas em 
língua germânica, povos anglo-saxões, tendo os costumes como única fonte de 
direito. O Common Law é um direito jurisprudencial. O juiz não cria o direito, 
apenas constata o que existe, julgando em consciência, segundo a razão. 
 
A partir do século XIII, houve a crescente hegemonização da lei como fonte 
principal dos futuros direitos ocidentais, ao mesmo tempo em que se 
desenvolve a noção de “soberania” relacionada ao fortalecimento do poder de 
certos reis e senhores que buscam manter a ordem e a paz, baseando-se na 
força, na violência e na submissão do homem pelo homem a partir do 
desenvolvimento de uma “polícia” e da justiça. A passagem de um sistema 
“irracional” para um sistema racional de direito, ou seja, em termos gerais, o 
arbítrio dá lugar à justiça. 
Penas privativas de liberdade 
Durante os séculos XVI e XVII, a pobreza se estende por toda a Europa, 
contribuindo para o aumento da criminalidade. Surgiram, também, os distúrbios 
religiosos, as guerras, as expedições militares, as devastações de países, a 
extensão dos núcleos urbanos, a crise das formas feudais e da economia 
agrícola entre outros. 
 
Ante tanta delinquência, a pena de morte deixou de ser uma solução 
adequada, pois, verificou-se a diminuição de mão de obra. Por isso, na 
metade do século XVI iniciou-se um movimento de grande transcendência no 
desenvolvimento das penas privativas de liberdade, na criação e 
construção de prisões organizadas para a correção dos apenados. 
 
A suposta finalidade das instituições consistia na reforma dos delinquentes 
por meio do trabalho e da disciplina. Tinham objetivos relacionados com a 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
prevenção geral, já que pretendia desestimular a outros da vadiagem e da 
ociosidade. 
 
A mais antiga arquitetura carcerária (1596) foi o modelo de Amsterdã, a 
Rasphuis, para homens, que se destinava em princípio a mendigos e jovens 
malfeitores, a penas leves e longas, com trabalho obrigatório, vigilância 
contínua. Em 1597 e 1600, criaram-se também, em Amsterdã, a Spinhis, para 
mulheres, e um setor especial para meninas adolescentes. 
 
Em sua doutrina, o Prof. Jason Albegaria assim comenta: 
Já as raízes do Direito Penitenciário começaram a formar-se no Século XVIII, 
com os estudos de Becaria e Howard. Durante muito tempo o condenado foi 
objeto da Execução Penal e só recentemente é que ocorreu o reconhecimento 
dos direitos da pessoa humana do condenado, ao surgir a relação de Direito 
Público entre o Estado e o condenado. (ALBEGARIA, 1993) 
Revolução Francesa e o Direito Penitenciário 
Com a Revolução Francesa o Direito Penitenciário resultou na proteção dos 
direitos da pessoa humana do preso, bem como ensejou à formação de 
novos ramos do direito como o Direito do Trabalho e o Direito do Menor. 
Conheça a seguir os postulados básicos do Direito Penal Moderno, muitos dos 
quais adotados pela Declaração dos Direitos do Homem da Revolução Francesa. 
 
1. Os cidadãos, por viverem em sociedade, cedem apenas uma parcela de 
sua liberdade e direitos. Por essa razão, não se podem aplicar penas que 
atinjam direitos não cedidos, como acontece nos casos da pena de morte 
e das sanções cruéis. 
 
2. Só as leis podem fixar as penas, não se permitindo ao juiz interpretá-las 
ou aplicar sanções arbitrariamente. 
 
3. As leis devem ser conhecidas pelo povo, redigidas com clareza para que 
possam ser compreendidas e obedecidas por todos os cidadãos. 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
 
4. A prisão preventiva somente se justifica diante de prova da existência do 
crime e de sua autoria. 
 
5. Devem ser admitidas em Juízo todas as provas, inclusive a palavra dos 
condenados (mortos civis). 
 
6. Não se justificam as penas de confisco, que atingem os herdeiros do 
condenado, e as infamantes, que recaem sobre toda a família do 
criminoso. 
 
7. Não se deve permitir o testemunho secreto, a tortura para o 
interrogatório e os juízos de Deus, que não levam à descoberta da 
verdade. 
 
8. A pena deve ser utilizada como profilaxia social, não só para intimidar o 
cidadão, mas também para recuperar o delinquente. 
Direito Penitenciário e direitos humanos 
Podemos notar que o Direito Penitenciário resultou da proteção do 
condenado. Esses direitos se baseiam na exigência Ética de se respeitar a 
dignidade do homem como pessoa moral. 
 
Os dois métodos aplicados no Direito Penitenciário são: método científico e 
método estatístico. 
 
O primeiro é um dos elementos da planificação da política criminal, 
especialmente quanto ao diagnóstico do fenômeno criminal, a verificação do 
custo econômico social e a exata aplicação do programa. Já a estatística 
criminal é estudada pelo método estatístico, o qual destina-se à pesquisa da 
delinquência como fenômeno de massa. Essas estatísticas dividem-se em três 
ordens: policiais, judiciais e penitenciárias. 
 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
Somente no Século XX avultou a visão unitária dos problemas da Execução 
Penal, com base num processo de unificação orgânica. Todo esse processo de 
unificação foi dominado por dois princípios do Código Penal de 1930: a 
individualização da execução e o reconhecimento dos direitos 
subjetivos do condenado. 
 
É importante destacar, também, a devida importância à criação da Comissão 
Penitenciária Internacional, que se transformou na Comissão Penal e 
Penitenciária (1929), que deu origem à elaboração das Regras Mínimas da 
ONU. A partir da Segunda Guerra Mundial surge em vários países a Lei de 
Execução Penal, como na Polônia, Argentina, França, Espanha, Brasil e outros 
Estados-Membros da ONU. 
A evolução da execução penal no Brasil 
No Antigo Regime Português (tanto na Metrópole como nas Colônias) verifica-
se uma permanente disputa de estamentos sociais (grupos sociais) entre um 
direito oficial,representado pelos juízes letrados e tribunais régios, e o direito 
local, representado por juízes leigos eleitos. Sobre os primeiros recaíam 
acusações de corrupção, arrogância, autoritarismo e submissão ao interesse da 
Coroa; sobre os segundos recaíam as acusações de ignorância e de submissão 
ao mandonismo local. 
 
A partir de agora você saberá como ela foi consolidada, acompanhe: 
 
Havia conflito entre o Rei e a Burocracia, destacando-se um sistema de 
autonomia dos corpos administrativos marcado tanto pelo Patrimonialismo e 
pelo Corporativismo. O Patrimonialismo entende o cargo como uma distinção ou 
um dom recebido do senhor ou do rei. O Corporativismo entende que cada 
cargo estaria voltado para uma função própria e indisponível (sua jurisdição) 
para o cumprimento de uma missão, estando o servidor responsável perante à 
corporação, à comunidade, competindo ao rei, como primeiro magistrado, 
detentor da jurisdição comum, a criação e o provimento dos cargos. 
 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
Na história colonial brasileira destaca-se o Regimento de Tomé de Sousa (o 
primeiro Governador-Geral). O “Regimento” se constituía em documento régio 
de nomeação e muitas vezes de provimento, contendo o detalhamento dos 
poderes, da competência, da jurisdição e das condições de exercício dos 
poderes outorgados ao funcionário e/ou ao órgão. 
 
As funções de guerra, justiça e fazenda constituíam o arcabouço das normas, 
mais precisamente dos Regimentos concedidos às autoridades coloniais 
brasileiras. Para a justiça, os problemas fundamentais relacionavam-se à 
usurpação de jurisdição (por parte de membros da Igreja, pelos governadores) 
ou a abusos contra os súditos. Para a fazenda, os principais problemas eram 
descaminho, o contrabando, a usurpação do tesouro régio. 
Organização jurídica portuguesa 
No Brasil, além dos juízes de fora, como instrumento de controle real sobre os 
poderes locais, havia o corregedor da Comarca ou Correição (estas em 
número de 21, espalhadas pelas 6 províncias portuguesas), que tinha a 
responsabilidade de, por exemplo, levar criminosos a julgamento, supervisionar 
os serviços públicos e a prestação jurisdicional, inspecionar as eleições 
municipais. 
 
Os níveis superiores da organização jurídica portuguesa eram constituídos pelos 
seguintes Tribunais: o Desembargo do Paço (órgão superior do sistema 
judicial) e o Conselho de Justiça (que administrava todos os outros tribunais, 
nomeando juízes, corregedores e desembargadores). 
 
Registra-se, ainda, a Casa de Suplicação de Lisboa (tribunal de apelação 
que recebia as causas criminais passíveis de apelação e originadas fora da 
província; as causas cíveis além da competência da Casa do Cível; e as 
apelações das decisões judiciais das colônias), a Casa do Cível (tribunal de 
apelação que recebia as causas cíveis em Portugal com possibilidade de recurso 
e as causas criminais de Lisboa); a Mesa de Consciência e Ordens (com 
competência sobre matérias eclesiásticas, Ordens Militares de cavaleiros, 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
religiosos, a Universidade de Coimbra, benefícios e títulos eclesiásticos e 
interesses de órfãos e escravos). 
 
No nível intermediário da organização judicial portuguesa, encontramos as 
“Relações”, que eram tribunais ordinários de apelação ou recurso, 
destacando-se a Relação do Porto, a Relação de Goa, na Índia, a Relação da 
Bahia e a Relação do Rio de Janeiro. 
 
A seguir, conheça mais sobre a consolidação do Direito e da execução penal no 
Brasil. 
 
Os poderes jurisdicionais do regime de Capitanias Hereditárias no Brasil 
apresentavam-se tripartidos: os juízes municipais (ordinários) na base; a justiça 
senhorial dos donatários e dos governadores (exercida através dos ouvidores, 
ora servindo justiça exclusiva, dependendo da matéria ou da pessoa, ora como 
instância de recurso à decisão municipal); e a justiça do rei como instância com 
competência para ouvir apelações e agravos pelos seus tribunais próprios e 
superiores. 
 
Sabe-se que o crescimento de importância do Brasil no conjunto do império 
português acabou determinando a criação de um Tribunal Régio em Salvador 
(Relação da Bahia) e, no século XVIII, a criação da Relação do Rio de Janeiro. 
O direito vigente no Brasil colonial foi representado pela transferência da 
legislação portuguesa contida nas compilações de leis e de costumes dos 
portugueses. Temos as Ordenações Afonsinas de 1466, as Ordenações 
Manuelinas de 1521, as Ordenações Filipinas de 1603, a Lei da Boa Razão de 
1769, definidora de regras de centralização e de uniformização para a 
interpretação e aplicação das leis no caso de omissão, imprecisão ou lacuna, e, 
as leis extravagantes como resultado da insuficiência das ordenações. 
 
Deste modo, a construção da ordem jurídica brasileira se produziu sob a égide 
de um liberalismo matizado pelas práticas patrimoniais e corporativas de uma 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
parte considerável de suas elites e pela presença “hegemônica” do trabalho 
escravo no cenário socioeconômico. O debate jurídico-político ao longo do 
Império seria marcado pelos temas: Poder Moderador e Centralismo, soberania 
popular e representação política. 
 
Pela Constituição de 1824, o Poder Moderador, delegado privativamente ao 
Imperador (que exercia a chefia do Poder Executivo, não estando sujeito a 
qualquer responsabilidade), era o elemento básico da organização política 
nacional, podendo interferir nos outros poderes ao mesmo tempo em que 
limitou-se o universo de eleitores, através do voto censitário (só quem tinha 
renda votava). 
 
Dentre as principais instituições da ordem jurídica imperial podemos destacar: o 
Poder Moderador, o Conselho de Estado (que funcionava como garantia de 
aplicação e de interpretação uniformes da lei) e a Religião de Estado. 
Código Penal Brasileiro 
No Brasil, com o advento do 1º Código Penal houve a individualização das 
penas, mas somente a partir do 2º Código Penal, em 1890, com o surgimento 
da República, aboliu-se a pena de morte e foi surgir o regime penitenciário de 
caráter correcional com fins de ressocializar e reeducar o detento. A Lei de 
Execução Penal foi instituída em 11 de julho de 1984, através da Lei nº 7.210, 
sendo reconhecida a autonomia do Direito Penitenciário pela Constituição 
Brasileira de 1988, no Artigo 24, I. 
 
Para finalizar nossa aula, é importante destacar que no Brasil o delinquente, 
qualquer que fosse o grau de sua decadência, não perde a dignidade, 
atributo essencial do ser humano, que constitui o supremo valor que deve 
inspirar o Direito. 
 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
Aprenda Mais 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre poder punitivo, acesse o site 
http://hdl.handle.net/1884/35145 e leia o artigo de Washington 
Pereira da Silva dos Reis. 
 
Referências 
ALBERGARIA, João. Manual de direito penitenciário. Rio de Janeiro: Aide, 
1993. 
BEMFICA, Francisco Vani. Da Lei penal e sua aplicação, da execução da 
pena. Rio de Janeiro: Forense, 1996. 
CHIMENTI, Ricardo Cunha. Curso de direito constitucional. São Paulo: 
Saraiva, 2005. 
FONSECA, Ney Moreira. O Poder Judiciário municipal e a aplicação social 
da pena. Rio de Janeiro: Forense, 1998. 
LOPES, Maurício Antônio Ribeiro. Código Penal. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2001. 
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de direito penal. 17. ed. São Paulo: Atlas, 
2001. v. I. 
RIZZOTTO, Nunes. O princípio constitucional da dignidade humana. Rio 
de Janeiro: Saraiva, 2006. 
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de processo penal. São 
Paulo: Saraiva, 2003.Exercícios de fixação 
Questão 1 
Analise as assertivas abaixo: 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
I – Na Antiguidade, o direito se baseava nos costumes, era a época do direito 
consuetudinário. 
II – Com o surgimento da técnica da escritura, somada à compilação de 
costumes tradicionais, proporcionam os primeiros códigos da Antiguidade como 
o de Hamurabi e a Lei das XII Tábuas. 
III – No Direito romano, o modelo de direito que vigorou durante sua fase 
arcaica foi o chamado Jus Civile ou Direito Quiritário, no qual moral e religião se 
confundiam com as questões jurídicas. 
IV – Os gregos foram grandes juristas. Construíram uma ciência do direito. 
V – O Common Law é um direito jurisprudencial, tendo os costumes como única 
fonte de direito. 
a) F-F-V-V-F 
b) V-F-V-F-F 
c) V-V-V-F-V 
d) F-V-V-F-F 
e) V-V-F-V-V 
 
Questão 2 
Após analisar cada uma das questões abaixo, verificar se elas são verdadeiras 
ou falsas: 
I – Dentre os povos antigos, foi com os romanos que o Direito avançou por 
uma autonomia diante da religião e da moral. 
II – O Direito Romano (arcaico) mostrava-se extremamente formal e rigoroso. 
O jus civile tutelava somente os direitos dos patrícios (aristocracia romana). 
III – O Código de Hamurabi é o mais importante documento jurídico da 
Antiguidade. 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
IV – Na cultura hebraica da Antiguidade, o direito é concedido por Deus ao 
povo. Contudo, os intérpretes e, mais especificamente, os rabinos podem 
modificá-los adaptando à evolução social. 
V – Cada homem tem seu lugar na sociedade, que é vinculado a uma casta, 
definidora de uma posição permanente na hierarquia social. Tal característica é 
representada pelo Direito Hindu. 
a) V-F-F-V-V 
b) V-V-V-F-V 
c) F-V-V-F-V 
d) V-V-F-V-F 
e) F-F-F-V-F 
 
Questão 3 
Analise as assertivas abaixo: 
I – “Só as leis podem fixar as penas, não se permitindo ao juiz interpretá-las ou 
aplicar sanção arbitrariamente”. Este postulado foi adotado pela Declaração do 
Homem da Revolução Francesa. 
II – O Direito Penitenciário resultou da proteção do condenado. Esse direito se 
baseia na exigência da Ética de se respeitar a dignidade do homem como 
pessoa moral. 
III – Após a Primeira Guerra Mundial, surgem em vários países a Lei de 
Execução Penal. 
IV – Na Antiguidade, não se pode falar em um direito grego, mas sim em uma 
multiplicidade de direitos gregos. 
V- Na metade do século XVI, iniciou-se um movimento de grande 
transcendência no desenvolvimento das penas privativas de liberdade, na 
criação e construção de prisão organizada para a correção do apenado. 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
a) F-F-V-V-F 
b) F-V-V-V-V 
c) V-F-F-V-F 
d) V-V-F-V-V 
e) F-V-V-F-F 
 
Questão 4 
A adoção do Código de Hamurabi ou a lei do talião, sem medidas, acolheram 
qual espécie de pena? 
a) Retribuitiva 
b) Prevenção geral 
c) Prevenção específica 
d) Prevenção específica negativa 
e) Prevenção geral positiva 
 
Questão 5 
Marque a característica que não se enquadra nos chamados “postulados 
básicos do Direito Penal Moderno”. 
a) O sistema penal brasileiro permite que as leis sejam revogadas através 
dos costumes, pois tal regra serve como parâmetro ao legislador. 
b) As leis devem ser conhecidas pelo povo, redigidas com clareza para que 
possam ser compreendidas e obedecidas por todos os cidadãos. 
c) Não se deve permitir o testemunho secreto, a tortura para o 
interrogatório e os juízos de Deus, que não levam à descoberta da 
verdade. 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
d) Os cidadãos, por viverem em sociedade, cedem apenas uma parcela de 
sua liberdade e direitos. Por essa razão, não se podem aplicar penas que 
atinjam direitos não cedidos, como acontece nos casos da pena de morte 
e das sanções cruéis. 
e) A prisão preventiva somente se justifica diante de prova da existência do 
crime e de sua autoria. 
 
Questão 6 
Após analisar cada uma das questões abaixo, verifique se elas são verdadeiras 
ou falsas: 
I – No Brasil Colônia, as legislações portuguesas ditavam o direito, como as 
Ordenações Afonsinas (1446), as Ordenações Manuelinas (1521), as 
Ordenações Filipinas (1603) e a Lei da Boa Razão (1769). 
II – Pela constituição de 1824, o Poder Moderador retirou do Imperador 
poderes para interferir na organização política nacional. 
III – O 2º Código Penal (1890) não teve caráter correcional com fins de 
ressocializar e reeducar o detento, nem aboliu a pena de morte. 
IV – Norma é um enunciado em que se prescreve uma conduta. 
V – “A prisão preventiva somente se justifica diante de prova da existência do 
crime e de sua autoria”. Tal postulado foi adotado pela Declaração dos Direitos 
do Homem da Revolução Francesa. 
a) V-F-F-V-V 
b) V-V-V-F-V 
c) F-V-F-V-F 
d) F-F-F-V-V 
e) V-V-F-V-V 
 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
 
Questão 7 
Assinale as alternativas CORRETAS e INCORRETAS. 
I – O Desembargo do Paço era órgão superior do sistema judicial da 
organização jurídica portuguesa. 
II – No Brasil Colônia, os juízes de fora não tinham controle real sobre os 
poderes locais, somente, o corregedor da Comarca ou Correição. 
III – No Brasil Colônia, o documento régio de nomeação e muitas vezes de 
provimento era denominado “Regimento”. 
IV – O Poder Moderador, o Conselho de Estado e a Religião de Estado são as 
principais instituições da ordem jurídica imperial. 
V – Corregedor da Comarca ou Correição tinha a responsabilidade de levar 
criminosos a julgamento. 
a) F-V-V-F-F 
b) V-V-F-V-V 
c) F-F-V-V-F 
d) V-F-V-V-V 
e) V-V-V-F-V 
 
Questão 8 
No regime Português, tanto na Metrópole como nas Colônias, verifica-se uma 
permanente disputa, entre juízes letrados e tribunais régios e juízes leigos 
eleitos, sobre ambos recaem características negativas, que respectivamente 
são: 
a) Mandonismo, autoritarismo e submissão 
b) Corrupção, arrogância, nepotismo e autorização 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
c) Arrogância, submissão e mandonismo local 
d) Corrupção, arrogância, autoritarismo, ignorância e submissão 
 
Questão 9 
Na época do império o debate jurídico foi marcado por dois grandes temas, que 
respectivamente são: 
a) República e monarquia 
b) Normas manuelinas e afonsinas 
c) Poder moderado e centralismo 
d) Poder moderador e centralismo, soberania popular e representação 
política 
 
Questão 10 
O Código Penal de 1890, conhecido como código da República, foi o primeiro 
código que aboliu a pena de morte e adotou o regime penitenciário de caráter 
correcional, com o fim de: 
a) Retribuir o mal provocado. 
b) Punir e educar o criminoso. 
c) Prevenir a sociedade dos males provocados pelo criminoso. 
d) Ressocializar e reeducar o detento. 
 
Questão 1 - C 
Justificativa: I – Na Antiguidade, o direito se baseava nos costumes, era a 
época do direito consuetudinário. 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
II – Com o surgimento da técnica da escritura, somada à compilação de 
costumes tradicionais, proporcionam os primeiros códigos da Antiguidade como 
o de Hamurabi e a Lei das XII Tábuas. 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
III – No Direito romano, o modelo de direito que vigorou durante sua fase 
arcaica foi o chamado Jus Civile ou Direito Quiritário, no qual moral e religião se 
confundiam com as questões jurídicas. 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
IV – Os gregos foram grandes juristas. Construíram uma ciência do direito. 
JUSTIFICATIVA: FALSA (Os gregos não foram grandes juristas, nem 
construíram uma ciência do direito, nem descreveamde maneira sistemática 
suas instituições de direito). 
V – O Common Law é um direito jurisprudencial, tendo os costumes como única 
fonte de direito. 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
 
Questão 2 - B 
Justificativa: I – Dentre os povos antigos, foi com os romanos que o Direito 
avançou por uma autonomia diante da religião e da moral. 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
II – O Direito Romano (arcaico) mostrava-se extremamente formal e rigoroso. 
O jus civile tutelava somente os direitos dos patrícios (aristocracia romana). 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
III – O Código de Hamurabi é o mais importante documento jurídico da 
Antiguidade. 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
IV – Na cultura hebraica da Antiguidade, o direito é concedido por Deus ao 
povo. Contudo, os intérpretes e, mais especificamente os rabinos, podem 
modificá-los adaptando à evolução social. 
JUSTIFICATIVA: FALSA (Os rabinos só podem interpretá-los sem modificá-lo). 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
V – Cada homem tem seu lugar na sociedade, que é vinculado a uma casta, 
definidora de uma posição permanente na hierarquia social. Tal característica é 
representada pelo Direito Hindu. 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
 
Questão 3 - D 
Justificativa: I – “Só as leis podem fixar as penas, não se permitindo ao juiz 
interpretá-las ou aplicar sanção arbitrariamente”. Este postulado foi adotado 
pela Declaração do Homem da Revolução Francesa. 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
II – O Direito Penitenciário resultou da proteção do condenado. Esse direito se 
baseia na exigência da Ética de se respeitar a dignidade do homem como 
pessoa moral. 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
III – Após a Primeira Guerra Mundial, surgem em vários países a Lei de 
Execução Penal. 
JUSTIFICATIVA: FALSO (A PARTIR DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL) 
IV – Na Antiguidade, não se pode falar em um direito grego, mas sim em uma 
multiplicidade de direitos gregos. 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
V- Na metade do século XVI, iniciou-se um movimento de grande 
transcendência no desenvolvimento das penas privativas de liberdade, na 
criação e construção de prisão organizada para a correção do apenado. 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
 
Questão 4 - A 
Justificativa: O sistema adotado no Código de Hamurabi ou a lei de talião 
possuem caráter estritamente retributivo, uma vez que a pena era tratada 
como um fim em si mesmo. 
 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
Questão 5 - A 
Justificativa: O Direito Penal é regido pelo princípio da Legalidade, conforme 
preceitua o Artigo 1º do Código Penal de 1940. 
 
Questão 6 - A 
Justificativa: I – No Brasil Colônia, as legislações portuguesas ditavam o direito, 
como as Ordenações Afonsinas (1446), as Ordenações Manuelinas (1521), as 
Ordenações Filipinas (1603) e a Lei da Boa Razão (1769). 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
II – Pela constituição de 1824, o Poder Moderador retirou do Imperador 
poderes para interferir na organização política nacional. 
JUSTIFICATIVA: FALSA (O poder moderador, delegado privativamente ao 
imperador, era elemento básico da organização política nacional podendo 
interferir nos outros poderes) 
III – O 2º Código Penal (1890) não teve caráter correcional com fins de 
ressocializar e reeducar o detento, nem aboliu a pena de morte. 
JUSTIFICATIVA: FALSA (Com o advento do primeiro Código Penal no Brasil, 
houve a individualização das penas, mas somente a partir do 2º Código Penal 
(1890) é que foi abolida a pena de morte. 
IV - Norma é um enunciado em que se prescreve uma conduta. 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
V – “A prisão preventiva somente se justifica diante de prova da existência do 
crime e de sua autoria”. Tal postulado foi adotado pela Declaração dos Direitos 
do Homem da Revolução Francesa. 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
 
Questão 7 - D 
Justificativa: I – O Desembargo do Paço era órgão superior do sistema judicial 
da organização jurídica portuguesa. 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
II – No Brasil Colônia, os juízes de fora não tinham controle real sobre os 
poderes locais, somente, o corregedor da Comarca ou Correição. 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
JUSTIFICATIVA: FALSA (Além do corregedor da comarca ou correição, os juízes 
de fora tinham controle real sobre os poderes locais) 
III – No Brasil Colônia, o documento régio de nomeação e muitas vezes de 
provimento era denominado “Regimento”. 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
IV – O Poder Moderador, o Conselho de Estado e a Religião de Estado são as 
principais instituições da ordem jurídica imperial. 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
V – Corregedor da Comarca ou Correição tinha a responsabilidade de levar 
criminosos a julgamento. 
JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA 
 
Questão 8 - D 
Justificativa: As características do Regime Português colonial, dos códigos 
afonsinos e manuelinos, são corrupção, arrogância, autoritarismo, ignorância e 
submissão. 
 
Questão 9 - D 
Justificativa: O debate jurídico-político ao longo do Império seria marcado pelos 
temas: poder moderador e centralismo, soberania popular e representação 
política. No Brasil, com o advento do 1º Código Penal houve a individualização 
das penas, mas somente a partir do 2º Código Penal, em 1890, com o 
surgimento da República, aboliu-se a pena de morte e surgiu o regime 
penitenciário de caráter correcional com fins de ressocializar e reeducar o 
detento. 
 
Questão 10 - D 
Justificativa: Só a partir do Código de 1980, adotou-se o caráter ressocializador 
e reeducador na imposição da pena. 
 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
Introdução 
Essa aula tem como objetivo diferenciar o que é justo do injusto para 
possibilitar melhor compreensão sobre os direitos humanos, estabelecendo, 
ainda, se o direito de punir não for de encontro aos princípios que protegem os 
detentos, caracterizará abuso e não justiça. 
 
Pretende-se, também, demonstrar que a ideia de justiça aparece geralmente 
associada à de igualdade, pois os casos iguais devem ser apreciados de 
maneira igual, enquanto os casos diferentes devem sê-lo de maneira diferente. 
 
Será verificado que no Brasil a caminhada pelos direitos humanos é a própria 
luta do nosso povo oprimido, através de um processo histórico que se iniciou 
durante a colonização e continua até hoje na busca de uma sociedade justa, 
livre e igualitária. 
 
Objetivo: 
1. Demonstrar o conceito de justo para melhor entendimento dos direitos 
humanos; verificar o conteúdo material de justiça para que seja possível 
pressupor quais são os princípios essenciais que devem reger a nossa conduta 
nas relações; e compreender que, na regra geral, a coação não pode ser 
exercida pelo interessado; 
 
2. Verificar que os terrores da guerra, a terrível experiência nazista e fascista e 
os excessos estalinistas reavivaram a consciência da necessidade de encontrar 
fórmulas eficazes de proteção dos direitos humanos; mostrar que a prática da 
tortura constitui um dos exemplos mais flagrantes e dramáticos da impotência 
com que se defronta a proteção real dos mais elementares direitos humanos; e 
ressaltar o Pacto de São José da Costa Rica, sobretudo, o seu Artigo 7º, que 
trata do direito à liberdade pessoal. 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
Conteúdo 
Justo x injusto 
O que é justo e o que é injusto? 
 
Na linguagem usual, é frequente qualificar um fato de justo ou injusto. Assim, 
dizemos que foi justa ou injusta a decisão de um árbitro de futebol que 
expulsou um jogador ou de um guarda rodoviário que passou uma multa ou de 
um professor que reprovou um aluno. Nestes, como a maioria dos casos, a 
justiça refere-se a atos humanos. Mais raro e forçadoé referir essa qualificação 
a fatos naturais, como, por exemplo, a doença que torna inválido um homem 
jovem de quem havia ainda tanto a esperar. Ora, a justiça exige-se aos 
homens, não à Natureza. 
 
A ideia de justiça, isto é, a ideia dos princípios pelos quais nos devemos reger 
para qualificar de justo ou injusto um fato ou a solução de um problema, não é 
igual para todos. 
 
Poderia, então, pensar-se que a justiça é, sobretudo, um sentimento, uma 
valoração meramente subjetiva e emocional que não se presta a qualquer 
análise racional. Isso teria, como consequência, a impossibilidade de qualquer 
tentativa de construir uma ideia de justiça comum a todos os homens e que 
pudesse servir de base para a resolução de todas as questões humanas. 
 
A ideia de justiça aparece geralmente associada à de igualdade. Os 
casos iguais devem ser apreciados de maneira igual, enquanto os casos 
diferentes devem sê-lo de maneira diferente. A igualdade e, portanto, a justiça, 
pressupõem que se uma regra é válida para todos, ninguém pode infringi-la em 
benefício próprio e prejuízo alheio. 
 
Este princípio, segundo o qual os casos desiguais devem ser desigualmente 
tratados, completa-se com o da proporção (princípio da proporcionalidade). A 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
diferença de tratamento deve ser proporcional à disparidade de circunstâncias. 
Então, é injusto castigar um simples furto com a pena máxima de 30 anos, 
enquanto um homicídio tivesse por única pena alguns meses de prisão. 
 
Através do citado princípio, procurou chegar-se a uma primeira e breve 
formulação da justiça, descobrindo a sua essência no dever de dar a cada um o 
que lhe pertence. 
 
Se acreditarmos, como Aristóteles, que há homens nascidos para serem 
escravos e outros para serem senhores, a justiça formal exigirá que, de fato, os 
primeiros sejam escravos e os segundos senhores. Se entendermos, pelo 
contrário, que todos os homens são livres e substancialmente iguais, 
essa mesma concepção da justiça nos obrigará a tratar todos os seres humanos 
como iguais e dignos de respeito. Mas será vã qualquer tentativa de, com esse 
critério, descobrir qual das opiniões sobre a natureza humana é a mais justa. 
 
Dar um conteúdo material, isto é, concreto, à ideia de justiça pressupõe decidir 
quais são os princípios essenciais que devem reger a nossa conduta nas 
relações humanas e estabelecer os fundamentos da organização social. 
 
Justiça material 
Quais são os direitos fundamentais do homem que devem ser 
respeitados pelos outros homens e em que casos se deve ou não 
admitir a pena de morte? 
 
A procura de critérios válidos para configurar a justiça material foi, e é ainda 
hoje, uma das preocupações mais constantes de filósofos e estudiosos do 
direito, em geral, de todos aqueles que se preocupam com as questões políticas 
e sociais. Por exemplo, a história nos mostra que foram aceitas como justas, 
mesmo por povos da mais avançada cultura, instituições e práticas que hoje 
nos afiguram aberrantes. Um exemplo típico é a escravatura, que os maiores 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
pensadores gregos consideraram um princípio justo, pois constituiu a base 
econômica do mundo antigo. 
 
Com o exemplo anterior percebe-se que não há ação, por mais repugnante e 
atroz que nos pareça, que não se tenha sido reconhecida como normal por 
qualquer povo. No Egito dos Faraós, o incesto era habitual entre as famílias 
reais. Durante séculos, pensou-se que o Sol girava em volta da Terra, nem por 
isso o contrário deixava de ser verdadeiro. Com efeito, esta é a tese daqueles 
que defenderam e defendem a existência de uma justiça material. 
 
Na verdade, a dificuldade reside em encontrar um método de investigação 
que permita chegar seguramente à verdade. Nas ciências da Natureza aplica-se 
o método científico, cuja validade é geralmente aceita. No campo das ideias 
morais, entre as quais se inclui a justiça, esse método não é aplicável, 
não havendo acordo sobre a existência de outro método igualmente válido. Isso 
tem como consequência que, ao contrário do que acontece nas Ciências da 
Natureza, as investigações sobre o conteúdo da justiça não podem pretender 
alcançar uma validade geral. 
 
Direito e justiça 
A palavra “justiça” emprega-se, muitas vezes, referindo-se ao direito, em 
expressões como Palácio da Justiça, administração da justiça e outras 
semelhantes. Todos nós utilizamos com grande frequência a palavra “direito” 
em expressões tais como “tenho o direito de fazer tal coisa” ou “você não tem o 
direito de fazer tal coisa”. Se nos perguntassem o que queremos dizer com 
essas frases, provavelmente, responderíamos que “ter direito” significa “poder 
fazer ou exigir algo”. 
 
Mas afinal, o que é o Direito? 
 
Quando se fala de direito, refere-se geralmente a um poder que, não sendo 
possível agir de outro modo, é susceptível de se impor coercitivamente. Não se 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
trata de uma coação puramente material (“a lei do mais forte”), mas de uma 
coação socialmente aceita, ou seja, uma coação que a comunidade em que 
vivemos apoia ou mesmo cria. 
 
Nas sociedades primitivas a proteção do direito está, frequentemente, a cargo 
do próprio interessado. O reconhecimento social consiste apenas em 
estabelecer os casos e a maneira segundo a qual essa proteção pode exercer-
se. Assim, o primitivo direito romano permitia matar o ladrão surpreendido em 
flagrante, se o roubo fosse à noite. Nos nossos dias, essa defesa privada ainda 
existe. Assim, em certas circunstâncias, todos temos o direito de repelir pela 
força um ataque injusto que nos seja movido (legítima defesa). 
 
Nos dias atuais, a coação não pode ser exercida pelo interessado para proteger 
seus direitos, deve-se recorrer aos organismos sociais especializados, como são, 
por exemplo, os tribunais. Compete a estes últimos verificar se existe realmente 
o direito alegado e, se necessário, impô-lo pela força. 
 
A seguir você conhecerá o Direito Subjetivo e Direito Objetivo. 
 
Direitos e normas 
Você sabe o que é Direito Subjetivo e Direito Objetivo? 
 
Na linguagem jurídica, Direito Subjetivo é o poder socialmente 
reconhecido. Esse reconhecimento ocorre porque a comunidade adota um 
conjunto de normas que autorizam tais poderes e fixam o modo como devem 
ser respeitados. Por exemplo, na legítima defesa, tem-se o direito de repelir um 
ataque, pois a isso é autorizado por uma norma do Código Penal. Os códigos 
são conjuntos de normas estabelecidas pela organização social em que 
vivemos: o Estado. 
 
Ao conjunto de normas apoiadas por uma coação social organizada, damos o 
nome de Direito Objetivo ou simplesmente “Direito”. O Direito é formado 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
por um conjunto de normas. A palavra “norma” é um termo-chave em 
teoria jurídica. Em princípio, pode-se definir norma como um enunciado em que 
se prescreve uma conduta. 
 
Existem várias normas de condutas, tais como: regra de jogo de xadrez, regra 
de etiqueta, entre outros, porém, nesses exemplos, não há sanção se não 
forem seguidos. Se a violação acarretar em determinada sanção, as normas 
serão jurídicas. Essa sanção poderá ser de várias índoles: imposição de uma 
pena; indenização pelos danos causados; anulação de um contrato ou de um 
testamento (que não tenha sido feito da forma prescrita). 
 
Segurança jurídica 
Agora vamos conhecer o termo segurança jurídica. 
 
A segurança jurídica é entendida aqui no sentido de paz, de estabelecimento 
de uma convivência pacífica entre os homens e também no sentido da garantia 
dada aos cidadãos deque podem calcular as consequências jurídicas dos seus 
atos, como, por exemplo, que o contrato ou o testamento produzirão os 
devidos efeitos no futuro, tal como foi previsto pelos seus autores. 
 
O direito garante essa segurança pela sua própria existência pelo fato de ser 
constituído por normas gerais, ou seja, aplicáveis a todos os casos análogos, e 
em virtude de uma série de princípios, como, por exemplo, o da 
irretroatividade, segundo o qual uma lei não é aplicável aos fatos ocorridos 
antes da sua publicação. 
Segurança e justiça são muitas vezes ideias perfeitamente compatíveis, mas, 
por vezes, podem entrar em contradição. Enquanto a justiça exige a 
máxima proteção das liberdades humanas, a segurança, entendida 
como paz e tranquilidade públicas, leva a que, quando surgem graves 
alterações da ordem (guerras, catástrofes naturais, crises econômicas, entre 
outras) todas as legislações prevejam a possibilidade da suspensão da aplicação 
normal de alguns aspectos do direito e o fortalecimento da autoridade dos 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
governantes, inclusive restringindo a liberdade, suspendendo-se alguns direitos 
fundamentais para o reestabelecimento da ordem. 
 
Direitos Humanos 
O que significou o Cristianismo na construção dos Direitos Humanos? 
 
O cristianismo dá um importante passo ao proclamar, por um lado, a 
identidade substancial de todos os homens enquanto dotados de alma para 
salvar e, por outro, ao consagrar a existência de uma consciência pessoal, que 
não pode integrar na unidade totalitária do Estado. A Igreja passou a ter a 
função de dirigir essa consciência. A partir de Constantino, a união entre o 
poder eclesiástico e o temporal passou a pressupor a utilização da força 
coercitiva do Estado para impor uma determinada crença ou, pelo 
menos, para estabelecer diferenças de tratamento jurídico entre os 
cidadãos devido a diferenças de religião. 
 
O que significou o Cristianismo na construção dos Direitos Humanos? 
 
Após o triunfo da Reforma, a Inglaterra foi o primeiro país a reconhecer o 
direito à liberdade de consciência. Esta foi, de fato, a primeira e principal 
conquista da ideia dos direitos humanos. O Estado não tem o direito de 
impor qualquer religião e de efetuar perseguições por motivos religiosos. Foi 
sob o signo dos direitos humanos que se deram, no século XVIII, as batalhas 
pela independência de nossos povos. Invocaram-se então a liberdade, a 
igualdade e a fraternidade proclamadas pela Revolução Francesa (1789) e 
pela Declaração de Independência dos Estados Unidos da América do Norte 
(1776). 
 
Na América do Norte, as Declarações de direitos de muitos Estados e a própria 
Declaração de Independência dos Estados Unidos, em 04 de julho de 1776, 
refletem essa concepção. Mas o seu pleno triunfo na Europa fica a dever à 
Revolução Francesa e a sua formulação mais famosa é, precisamente, a 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão feita na Assembleia Nacional, 
em 26 de agosto de 1789: 
 
Artigo 2º A finalidade de toda a associação política é a conservação dos direitos 
naturais e inalienáveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade 
e a resistência à opressão. 
 
A Declaração de 1789 indicou com exemplar clareza quais eram esses direitos 
naturais: liberdade de pensamento, de expressão, de reunião e de associação, 
proteção contra a detenção arbitrária, submissão exclusiva à lei e não ao 
arbítrio de governantes ou juízes. 
 
A palavra-chave dos liberais é “liberdade” e com ela a ideia dos direitos do 
homem e a concepção do Estado como meio de proteger. 
 
No dizer expressivo de Ricardo Chimenti: 
 
Por direitos humanos ou direitos do homem hão de se entender as 
prerrogativas inerentes à dignidade da espécie humana e que são reconhecidas 
na ordem constitucional. Os direitos do cidadão, por sua vez, são inerentes à 
possibilidade de um homem participar dos negócios jurídicos de uma sociedade 
politicamente organizada, ter voz ativa nos destinos do Estado. 
 
As crises mundiais e o direito de liberdade 
Após a Primeira Guerra Mundial, surgiram várias crises que ameaçavam o 
direito de liberdade. Entre 1918 e 1939, dava a impressão que a concepção 
liberal ia desaparecer. 
 
A Segunda Guerra Mundial e a revolução mundial posterior a 1945 
demonstraram que essas profecias eram um tanto precipitadas e que o 
problema dos direitos humanos continua ocupar lugar importante nas 
preocupações de juristas e políticos. Os terrores da guerra, a terrível 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
experiência nazista e fascista e os excessos estalinistas reavivaram a 
consciência da necessidade de encontrar fórmulas eficazes de proteção dos 
direitos humanos. 
 
A primeira consequência dessas críticas formuladas à concepção liberal dos 
direitos humanos foi a consideração que, ao lado das liberdades formais por ela 
reconhecida, deviam estabelecer-se também certos direitos de caráter social e 
econômico que assegurassem uma vida digna a todos os cidadãos, tanto do 
ponto de vista material como cultural. Nasce assim o direito ao trabalho, direito 
a algum meio de um sistema de segurança social, direito ao lazer e direito à 
educação e à cultura. A segurança social protege o cidadão desde o berço até à 
sepultura. Em 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas 
aprovou uma declaração universal de direitos, sendo reafirmado o direito de 
todo o homem à liberdade e à dignidade. 
 
A prática da tortura e a pena de morte 
Você sabia que a prática da tortura constitui um dos exemplos mais 
flagrantes e dramáticos da impotência com que se defronta, ainda nos nossos 
dias e mesmo em países de elevado nível cultural, a proteção real dos mais 
elementares direitos humanos? 
 
A tortura foi, durante séculos, um meio habitual de investigação judicial. Desde 
a Idade Média até fins do século XVIII. Prevalecia a ideia de que era 
indispensável a confissão do réu para se poder pronunciar a sua condenação e 
de que este não confessaria senão submetido à coação física constituída pela 
tortura. 
 
Podemos dizer que há uma diferença entre tortura e pena de morte, na 
atualidade. Enquanto a tortura não tem hoje em dia defensores que se 
atrevam a manifestar publicamente a sua opinião, já que está proibida 
legalmente em todo o mundo, a pena de morte continua a contar com 
partidários ardorosos e é reconhecida em vários países. 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
 
Os argumentos para abolir a pena de morte compreendem desde razões de 
ordem geral, como a de que ninguém pode dispor da vida do seu semelhante, 
até outras de caráter mais prático, a possibilidade de erro judicial irreparável, a 
defesa da reforma do delinquente como finalidade da pena. Mas não faltam 
também defensores. O seu argumento fundamental reside no valor exemplar 
da pena. Para certo tipo de criminosos, só o temor da sua aplicação pode 
dissuadi-lo eficazmente contra a prática do delito. A pena de morte 
torna-se assim um ato de defesa social. 
 
É importante saber que o que evita realmente o delito não é a gravidade da 
pena, mas a certeza da sua aplicação. As atrocidades cometidas durante a 
instrução judicial no antigo regime só podem ser explicadas com uma polícia 
ineficaz e sem meios técnicos de controle social, as possibilidades de capturar o 
autor de um delito eram muito remotas. Era necessária a ameaça com penas 
terríveis para dissuadir os criminosos potenciais da prática dos delitos. 
 
Na verdade, atualmente, as penas podem ser menores porque as possibilidades 
de captura são também bastante superiores.Esse é o único caminho de 
conseguir uma eficaz defesa social e não a conservação de resíduos medievais. 
 
Direitos Humanos no Brasil 
No Brasil, a caminhada pelos direitos humanos é a própria luta do nosso povo 
oprimido, através de um processo histórico que se inicia durante a colonização 
e continua hoje na busca de uma sociedade justa, livre, igualitária, 
culturalmente diferenciada e sem classes. 
 
Hoje, tal direito está garantido na Constituição brasileira, nos Artigos 1º, III; e 
5º, § 3º. É um assunto fundamental para garantia da ordem, tanto que, nas 
hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da 
República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações 
decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer 
fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para 
a Justiça Federal (Artigo 109, § 5º, CRFB/88). 
 
 
Atenção 
 De acordo com o § 3º do Artigo 5º da CRFB/88, os tratados e 
convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, 
serão equivalentes às emendas constitucionais. 
 
Pacto de São José da Costa Rica 
Para finalizar essa aula, conheça alguns pontos ressaltados no Pacto 
de São José da Costa Rica (Decreto nº 678/92), Artigo 7º, ao Direito à 
Liberdade Pessoal: 
 
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoal. 
 
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pelas causas e 
nas condições previamente fixadas pelas constituições políticas dos 
Estados-Partes ou pelas leis de acordo com elas promulgadas. 
 
3. Ninguém pode ser submetido à detenção ou encarceramento arbitrários. 
 
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões da sua 
detenção e notificada, sem demora, da acusação ou acusações 
formuladas contra ela. 
 
5. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à 
presença de um juiz ou outra autoridade autorizada pela lei a exercer 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
funções judiciais e tem direito a ser julgada dentro de um prazo razoável 
ou a ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. 
Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu 
comparecimento em juízo. 
 
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou 
tribunal competente, a fim de que este decida, sem demora, sobre a 
legalidade de sua prisão ou detenção e ordene sua soltura se a prisão ou 
a detenção forem ilegais. Nos Estados-Partes cujas leis preveem que 
toda pessoa que se vir ameaçada de ser privada de sua liberdade tem 
direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente a fim de que este 
decida sobre a legalidade de tal ameaça, tal recurso não pode ser 
restringido nem abolido. O recurso pode ser interposto pela própria 
pessoa ou por outra pessoa. 
 
7. Ninguém deve ser detido por dívida. Este princípio não limita os 
mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de 
inadimplemento de obrigação alimentar. Por oportuno se torna dizer que 
o Supremo Tribunal Federal (STF) editou, em 2009, a Súmula Vinculante 
nº 25, que traduz: “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer 
que seja a modalidade do depósito”. A partir de então, somente é 
aplicável no Brasil a prisão civil por dívida ao responsável pelo 
inadimplemento de obrigação alimentícia. 
 
Referências 
ALBERGARIA, João. Manual de direito penitenciário. Rio de Janeiro: Aide, 
1993. 
BEMFICA, Francisco Vani. Da Lei penal e sua aplicação, da execução da 
pena. Rio de Janeiro: Forense, 1996. 
CHIMENTI, Ricardo Cunha. Curso de direito constitucional. São Paulo: 
Saraiva, 2005. 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
FONSECA, Ney Moreira. O Poder Judiciário municipal e a aplicação social 
da pena. Rio de Janeiro: Forense, 1998. 
LOPES, Maurício Antônio Ribeiro. Código Penal. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2001. 
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de direito penal. 17. ed. São Paulo: Atlas, 
2001. v. I. 
RIZZOTTO, Nunes. O princípio constitucional da dignidade humana. Rio 
de Janeiro: Saraiva, 2006. 
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de processo penal. São 
Paulo: Saraiva, 2003. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Assinale as opções abaixo que poderão ser VERDADEIRAS ou FALSAS: 
I – Aristóteles acreditava que todos os homens eram livres e substancialmente 
iguais. 
II – Os casos iguais devem ser apreciados de maneira igual, enquanto os casos 
diferentes devem sê-lo de maneira diferente. A ideia de justiça aparece 
associada à igualdade. 
III – Pela definição de norma, que é um enunciado em que se prescreve uma 
conduta, pode-se dizer que a regra de xadrez é uma norma. 
IV – Após o Triunfo da Reforma, a Inglaterra foi o primeiro país a impor a sua 
religião à sociedade, efetuando perseguições por motivos religiosos. 
V – A Revolução Francesa (1789) e a Declaração de Independência dos Estados 
Unidos da América do Norte (1776) tiveram como base a luta pelos direitos 
humanos. 
a) F-V-F-V-V 
b) F-V-V-F-V 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
c) F-F-V-F-V 
d) V-V-F-V-F 
e) V-F-V-V-F 
 
Questão 2 
Após analisar cada uma das questões abaixo, verifique quais são as verdadeiras 
ou falsas: 
I – Os direitos do cidadão são inerentes à possibilidade de um homem 
participar dos negócios jurídicos de uma sociedade politicamente organizada, 
ter voz ativa nos destinos do Estado. 
II – No final do século XVIII, a guilhotina surgiu como um invento humanitário 
para substituir as formas mais penosas. 
III – A cadeira elétrica e a câmara de gás foram uma descoberta inglesa. 
IV – A pena de morte continua a contar com partidários ardorosos e ainda é 
reconhecida em vários países, como Coreia do Norte e EUA. 
V – A tortura foi, durante séculos, um meio habitual de investigação judicial. 
 
a) V-V-F-V-V 
b) F-V-V-F-V 
c) V-F-V-F-V 
d) F-F-V-V-F 
e) V-F-V-F-F 
 
Questão 3 
Analise as assertivas abaixo: 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
I – A história sempre mostrou que a escravatura foi considerada injusta, pois 
nunca conseguiu se firmar como base econômica do mundo antigo. 
II – No Egito dos Faraós, não era permitido o incesto entre famílias reais. 
III – Quanto ao método de investigação que permita chegar seguramente à 
verdade, nas ciências naturais, aplica-se o método científico, cuja validade é 
aceita. Na justiça, esse método não é, porém, aplicável. 
IV – Serão equivalentes às emendas constitucionais os tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada casa do 
Congresso Nacional, em 2 turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos membros 
(Artigo 5º, §3º, CRFB). 
V – Pela Súmula Vinculante nº 25, STF, é lícita a prisão civil de depositário 
infiel. 
a) F-F-F-V-V 
b) V-F-F-V-V 
c) F-F-V-V-F 
d) F-F-V-F-F 
e) F-V-F-V-V 
 
Questão 4 
Para Aristóteles existiam duas classes de homens, aqueles que nasceram livres 
e aqueles que nasceram para serem escravos, o conceito de justiça formal 
exigirá que os primeiros sejam escravos e os segundos senhores, “mutatis 
mutandis”. A concepção de justiça deve ser entendida como: 
a) Todos os homens são livres, com exceção daqueles que cumprem pena 
em regime fechado; 
b) Todos os homens são livres e substancialmente iguais; 
 
 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
c) Todos os homens iguais e consequentemente

Outros materiais