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inflamação reparo tec 01

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Curso de 
 Inflamação 
e Reparo Tecidual 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
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MÓDULO I 
 
 
CURSO DE INFLAMAÇÃO E REPARO TECIDUAL 
SUMÁRIO 
 
MÓDULO I 
1. MECANISMOS DA INFLAMAÇÃO 
1.1. Introdução à inflamação 
1.2. Células inflamatórias 
1.3. Fases do processo inflamatório 
1.4. Processo de fagocitose 
 
MÓDULO II 
1. MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO 
1.1. Aminas vaso ativas: histamina e serotonina 
1.2. Sistemas plasmáticos 
1.3. Metabólitos do ácido aracdônico 
1.4. Fator ativador de plaquetas 
1.5. Citocinas 
 
MÓDULO III 
1. INFLAMAÇÃO AGUDA 
1.1. Classificação das inflamações 
1.2. Evolução das inflamações agudas 
1.3. Fatores que alteram a resposta inflamatória 
1.4. Farmacologia da inflamação 
 
MÓDULO IV 
1. INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
 
 
 
 
 
 
 
2 
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1.1. Conceito e características da inflamação crônica 
1.2. Classificação das inflamações crônicas 
1.3. Agentes etiológicos 
1.4. Formação dos granulomas 
 
 
MÓDULO V 
1. REPARO TECIDUAL 
1.1. Células lábeis, estáveis e permanentes 
1.2. Regeneração 
1.3. Cicatrização 
1.4. Fatores que interferem no processo de reparação 
1.5. Reparo dos tecidos especializados 
2. Bibliografia Consultada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
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1. MECANISMOS DA INFLAMAÇÃO 
 
1.1. Introdução à inflamação 
A inflamação ou flogose (derivado de "flogístico" que, em grego, significa 
"queimar") é a reação local dos tecidos a uma agressão, que, portanto, perderam 
sua homeostase e morfostase. Ela ocorre como uma resposta inespecífica, 
caracterizada por uma série de alterações que tendem a limitar os efeitos da 
agressão. 
A inflamação pode ser conceituada, portanto, como uma resposta local do 
tecido vascularizado agredido, caracterizada por alterações do sistema vascular, dos 
componentes líquidos e celulares, bem como por adaptações do tecido conjuntivo 
vizinho. Desta forma, pode ser considerada uma reação de defesa local. 
Inúmeras são as causas ou os agentes responsáveis pelas alterações 
encontradas na inflamação, sendo divididos em grupos conforme a natureza do 
agente. Assim, têm-se os agentes químicos, para designar o grupo das substâncias 
químicas, endógenas ou exógenas, que causam injúrias às células (ex.: tetracloreto 
de carbono, álcool); os agentes físicos, que agrupam as causas de natureza 
mecânica, elétrica, radioativa, de mudanças na temperatura etc.; e os agentes 
biológicos, englobando todos os seres vivos capazes de alterar a função celular (ex.: 
vírus, bactérias, fungos). 
Para tornar-se um agente inflamatório, ou seja, um estímulo que 
desencadeie esses fenômenos de transformação nos tecidos, o agente lesivo tem 
que ser suficientemente intenso para provocar tais reações e ultrapassar as 
barreiras de defesa externas (como a derme, por exemplo), sem contudo alterar a 
vitalidade do tecido em que atua. 
Por muito tempo, a inflamação foi considerada uma doença, e somente 
a partir do século XVIII é que Hunter propôs que a mesma fosse uma resposta 
benéfica. Desde Celsus (contemporâneo de Cristo) que se caracteriza a 
inflamação por quatro sinais "cardinais": rubor, calor, tumor e dor. Virchow, no 
século XIX, acrescentou um quinto sinal: a perda da função. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 1. Esquema mostrando os sinais cardinais da inflamação. 
Fonte: http://www.biomaterial.com.br/ inflama/Image120.gif 
 
 
O rubor e o calor são o resultado de um aumento da circulação na área 
inflamada. O tumor é a conseqüência do aumento local do líquido intersticial e a 
dor depende do acúmulo, no local, de substâncias biológicas que atuam sobre 
as terminações nervosas. A perda da função é a conseqüência do somatório de 
vários fatores, especialmente do edema e da dor. Os sinais cardinais referem-
se a inflamações da superfície corpórea ou das articulações, porém, 
inflamações com as mesmas características ocorrem em todos os tecidos e 
órgãos agredidos. 
Dependendo de sua duração, as inflamações são divididas em agudas e 
crônicas. Assim, inflamações que duram desde poucos minutos até poucos dias 
são chamadas de agudas, enquanto que as que persistem por semanas e 
meses são chamadas de crônicas. 
Do ponto de vista funcional e morfológico, as inflamações agudas se 
caracterizam pelo predomínio de fenômenos exsudativos, ou seja, conseqüentes 
a alterações da permeabilidade vascular, permitindo o acúmulo na região 
inflamada de líquido (edema), fibrina, leucócitos, especialmente os neutrófilos, e 
4 
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5 
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hemácias. Nas inflamações crônicas, além destes elementos, ocorrem, no local, 
fenômenos produtivos, ou seja, proliferação de vasos, fibroblastos (com 
conseqüente deposição de colágeno), como também migração e proliferação 
local de monócitos e linfócitos. 
 
1.2. Células inflamatórias 
As células que participam da reação inflamatória foram classificadas por 
Spector (1980), da seguinte forma: 
• Células endoteliais; 
• Células próprias do tecido (mastócitos, fibroblastos e macrófagos fixos); 
• Células migratórias (leucócitos sangüíneos). 
 
Os leucócitos são as células sangüíneas de maior importância no 
processo inflamatório. Podem ser divididos em dois grupos: um primeiro grupo das 
células que possuem granulações específicas visíveis por ação de corantes 
especiais em seu citoplasma (denominadas de leucócitos granulócitos) ou com 
várias formas de núcleo (polimorfonucleares). E um segundo grupo das células que 
possuem granulações, porém essas não são visíveis com o auxílio desses corantes, 
denominadas de leucócitos agranulócitos. No primeiro grupo temos neutrófilos, 
eosinófilos e basófilos e, no segundo, linfócitos e monócitos. Esses últimos são 
também considerados mononucleares, ou seja, seus núcleos possuem forma 
constante, invariável. 
Além dos leucócitos, muitas outras células do tecido conjuntivo estão 
envolvidas em diferentes etapas do processo inflamatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 2. Ilustração esquemática dos componentes das respostas inflamatórias agudas e crônicas: 
células e proteínas circulantes, células dos vasos sangüíneos e células e proteínas da matriz 
extracelular. Fonte: http://www.elseviermedicina.com.br/downloads/PartesProduto/sample_robbins.pdf 
 
 
I. Células endoteliais 
Há poucos anos ainda se considerava a célula endotelial como uma 
membrana celular passiva, que forma a interface entre o sangue e os tecidos, dado 
a sua estrutura simples, com escassez de organelas celulares quando vista ao 
microscópio de luz. Na atualidade, nosso conceitode endotélio foi radicalmente 
mudado, pois ficou claro que a célula endotelial é um componente funcionalmente 
ativo da parede vascular, capaz de mostrar diversas propriedades metabólicas, de 
síntese e regenerativas, estando implicada na regulação de vários fenômenos, tais 
como: fluxo sangüíneo, coagulação, proliferação de células da parede vascular, 
reatividade imunológica, resposta do organismo a estímulos patogênicos. 
O endotélio é formado por um epitélio pavimentoso simples. A célula 
endotelial é pobre em mitocôndrias e lisossomas, mas possui uma quantidade 
regular de retículo endoplasmático rugoso (RER), complexo de Golgi proeminente e 
citomembrana rica em sistemas enzimáticos. É importante ressaltar a presença de 
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miofibrilas e de proteínas no citoplasma, como actina e miosina, relacionadas com 
sua capacidade contrátil. 
 
 
Fig. 3. Detalhe das células endoteliais (1) de pequenos capilares no tecido conjuntivo (2) 
Fonte: http://www.micron.uerj.br/atlas/celula/cel10.htm 
 
 
Entre as funções do endotélio podemos citar: limitada capacidade 
fagocitária, síntese de colágeno tipo IV, elastina, laminina, fibronectina e 
glucosaminoglicanos e, talvez, outros componentes da membrana basal. Participam 
da formação de elementos da cascata da coagulação e do fenômeno da aderência 
leucocitária, graças à secreção da molécula de adesão do endotélio a leucócitos 
(ELAM). Estes, por sua vez, contribuem com o mesmo fenômeno, secretando 
moléculas de adesão intracitoplasmática (ICAM). 
 
II. Neutrófilos 
São leucócitos granulócitos polimorfonucleares (PMN), formados na medula 
óssea, e como o próprio nome diz, possuem núcleo pleomórfico, multilobulado, 
citoplasma granuloso e medem cerca de 10 µm de diâmetro. Os neutrófilos jovens 
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apresentam núcleo em forma de ferradura (neutrófilo bastonete), enquanto os mais 
adultos, maduros, mostram núcleo bastante lobulado (neutrófilo segmentado). 
 
 
Fig. 4. Detalhe microscópico do neutrófilo. Fonte: http://www.virtual.epm.br 
 
 
O citoplasma dos neutrófilos é rico em granulações, que não se coram pelos 
métodos usuais de coloração, pois não possuem afinidade por tais corantes – por 
isso são denominados neutrófilos. Estes grânulos, que são classificados em 
primários, secundários e terciários, de acordo com suas características de 
eletrodensidade à microscopia eletrônica, são ricos em enzimas digestivas, como 
hidrolases, peroxidases e fosfatases ácidas, lisozima, etc. 
 
 
Fig. 5. Detalhe da microscopia eletrônica do neutrófilo. 
Fonte: http://www.sbi.org.br/sbinarede/ SBInarede35/index.html 
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Os grânulos azurófilos ou primários são os mais densos e contêm 
mieloperoxidase, lisozima, elastases, catepsinas, proteinases, colagenase, N-
acetil- glucoronidase e glicerofosfatase. Os grânulos secundários contêm 
lisozima, colagenase, gelatinase, fosfatase alcalina, lactoferrina, citocromo b-
245 e receptores para laminina. 
Todas estas enzimas são essenciais para lisar as substâncias 
fagocitadas, porém, não só quando da fagocitose, como também quando o 
neutrófilo é ativado, ou quando se desintegra, são elas liberadas no interstício, 
onde agem agredindo os tecidos inflamados. 
Os neutrófilos se originam de células da medula óssea e levam cerca 
de seis dias para atingir a maturação. Quando maduros, poderão continuar na 
medula por alguns dias antes de passar à circulação. Na circulação, 
permanecem cerca de 6h a 7h e, a seguir, deixam os vasos e se instalam no 
interstício. Fora dos vasos vivem pouco, morrendo após o máximo de dois 
dias. Logo, é necessário que a produção de neutrófilos pela medula seja capaz 
de compensar a sua contínua destruição para manter o número fisiológico 
circulante. O fato de serem células com uma vida média curta e extremamente 
móvel, explica, em parte, porque predominam nas fases iniciais do processo 
inflamatório em relação às demais células. 
Denomina-se de neutrofilia e neutropenia, respectivamente, o aumento e a 
diminuição do número de neutrófilos na circulação periférica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 6. Microscopia de um caso de neutrofilia. 
Fonte: http://library.med.utah.edu/WebPath/ INFLHTML/INFL001.html 
 
 
Os polimorfonucleares neutrófilos constituem a primeira onda de 
migração. Nos tecidos inflamados, o neutrófilo se movimenta e aparentemente 
se locomove melhor, quando pode se apoiar em estruturas pré-formadas. A 
fibrina conseqüente à polimerização de fibrinogênio exsudado dos vasos pode 
servir de apoio a esta movimentação. 
Tanto substâncias exógenas quanto endógenas podem ser 
quimiotáticas. Dentre as mais importantes estão: produtos bacterianos, compo-
nentes do complemento, especialmente o C5a, produtos da lipoxigenação do 
ácido araquidônico, especialmente o leucotrieno B4. Além de seu papel na 
quimiotaxia, os agentes quimiotáticos exercem outras funções, entre as quais a 
de ativação dos leucócitos. Esta ativação se acompanha de ativação de 
fosfolipases, com conseqüente produção dos metabólitos do ácido 
araquidônico, degranulação com liberação para o interstício de enzimas, além 
de modulação das moléculas de adesão da membrana do leucócito. 
 
 
 
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III. Eosinófilos 
Como os neutrófilos, os eosinófilos são células fagocitárias que se 
originam na medula óssea. Na circulação, permanecem por 6h a 12h, 
passando a seguir para os interstícios, onde desagregam após alguns dias. 
Os grânulos dos eosinófilos são lisossomas especiais; contêm algumas 
enzimas semelhantes às dos neutrófilos, porém possuem maior quantidade de 
peroxidases que, aparentemente, são as responsáveis pelo aspecto cristalino 
do conteúdo de alguns dos grânulos. Na sua membrana, há receptores para IgE 
e frações do complemento. 
 
 
Fig. 7. Detalhe microscópico do eosinófilo. 
Fonte: http://www.virtual.epm.br 
 
 
Os eosinófilos maduros desenvolvem receptores para imunoglobulinas e 
complemento, e podem ser ativados por muitos fatores como IL-2, fatores 
derivados de linfócitos T, de macrófagos, do endotélio, PAF, TNF, interferons e 
fatores derivados de parasitas. Uma vez ativados se degranulam e liberam seus 
produtos. Diferentemente dos neutrófilos, têm vida longa (vários dias e mesmo 
semanas) e, desta forma, agem por muito mais tempo. 
O papel dos eosinófilos, na inflamação, vem sendo esclarecido. Eles 
estão relacionados com a destruição de complexos antígeno-anticorpo, sendo 
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muito encontrados em reações de hipersensibilidade, especialmente naquelas 
relacionadas a anticorpos de tipo IgE. Os eosinófilos contêm substâncias 
bloqueadoras da ação da histamina, e substâncias bloqueadoras de leucotrienosliberados pelos mastócitos. Assim sendo, desempenham papel nas fases tardias 
de algumas das inflamações, colaborando para a recuperação da área lesada e 
na modulação das reações alérgicas. 
 
IV. Basófilos e Mastócitos 
Os basófilos e os mastócitos originam-se dos mesmos precursores da 
medula óssea. Não são propriamente elementos do exsudato inflamatório, mas 
desempenham funções importantes na inflamação. Os basófilos são células 
circulantes, enquanto os mastócitos só vão se diferenciar quando saem dos 
vasos e se localizam nos interstícios dos órgãos e tecidos. 
Os basófilos são as células brancas menos numerosas no sangue circulante, 
correspondendo a 0,5 a 1,5% do total de leucócitos nas espécies animais. Medem 
de 10 a 12 µm de diâmetro, possuem um núcleo bilobulado ou de formato irregular e 
citoplasma com grânulos basofílicos, cuja tonalidade varia do azul escuro ao roxo. 
São, portanto, classificados como granulócitos PMN. 
 
 
 Fig 8. Basófilo em detalhe 
http://www.fcf.usp.br/Ensino/Graduacao/Disciplinas/Exclusivo/Inserir/Anexos/ 
LinkAnexos/C%C3%A9lulas%20sangu%C3%ADneas.pdf 
 
 
Assim como os mastócitos, armazena uma rica bateria de mediadores 
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químicos, como a histamina e a serotonina. E, à semelhança dos mastócitos, são 
caracterizados por receptores que se ligam com grande afinidade à porção Fc da 
IgE. Apesar das semelhanças, não são idênticos àquelas células. Têm sido 
relacionados a reações de hipersensibilidade tardia. 
Os mastócitos de diferentes tecidos assumem características próprias 
destes tecidos, que se definem por diferenças na sua secreção e nos seus 
receptores. Assim, os mastócitos da mucosa intestinal diferem daqueles da pele 
ou do interstício pulmonar. Tanto os mastócitos quanto os basófilos têm 
receptores com grande afinidade para IgE e são ativados por poucas moléculas 
desta imunoglobulina. Ambos desempenham papel importante em reações de 
hipersensibilidade. 
 
 
Fig. 9. Ilustração esquemática dos mastócitos liberando histamina. 
 Fonte: http://pwp.netcabo.pt/ sistema.imune/mastocitos2.jpg 
 
 
V. Linfócitos e Plasmócitos 
Os linfócitos e plasmócitos constituem a população de células 
associadas à resposta imune. Eles se originam na medula óssea e 
posteriormente colonizam os órgãos do sistema linfóide, onde se reproduzem. 
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Desempenham importante papel não só nas inflamações relacionadas à 
resposta imunológica, como também pelos seus numerosos produtos, as 
linfocinas (secretadas pelos linfócitos T) e as imunoglobulinas (secretadas pelos 
linfócitos B, plasmócitos). Participam também das reações inflamatórias ori-
ginariamente não imunes. 
Existem três grupos diferentes de linfócitos: os linfócitos B relacionados à 
produção de imunoglobulinas, os linfócitos T e suas diferentes subpopulações (T 
auxiliares e T supressores-citotóxicos), e os linfócitos NK (natural Killer) que são 
citotóxicos independentemente de estimulação antigênica. 
Os linfócitos B são derivados de uma célula-tronco (célula-mãe) da medula 
óssea, e amadurecem até transformarem-se em plasmócitos, os quais secretam 
anticorpos. 
Os linfócitos T são formados quando as células-tronco migram da medula 
óssea até a glândula timo, onde eles se dividem e amadurecem. Os linfócitos T 
aprendem como diferenciar o que é próprio do organismo do que não o é, no timo. 
Os linfócitos T maduros deixam o timo e entram no sistema linfático, onde eles 
atuam como parte do sistema imune de vigilância. 
Os linfócitos NK, discretamente maiores que os linfócitos T e B, são assim 
denominados por atacarem determinados microorganismos e células cancerosas. O 
“natural” de seu nome indica que elas estão prontas para destruir uma variedade de 
células-alvo, assim que são formadas, em vez de exigirem a maturação e o processo 
educativo que os linfócitos B e T necessitam. As células assassinas naturais também 
produzem algumas citocinas, substâncias mensageiras que regulam algumas das 
funções dos linfócitos T, dos linfócitos B e dos macrófagos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 10. Figura mostrando quatro linfócitos NK atacando uma célula neoplásica. 
Fonte: http://www.ciencianews.com.br/universo.htm 
Os linfócitos apresentam grande heterogeneidade morfológica e funcional, 
visto serem extremamente plásticos, e possuem considerável capacidade para 
mudar de tamanho e formato. Possuem núcleo esférico, oval ou denteado, mas não 
lobulado, e são destituídos de grânulos específicos citoplasmáticos; por isso são 
classificados como agranulócitos mononucleares (MN). 
 
 
Fig. 11. Detalhe microscópico dos linfócitos. Fonte: 
http://www.ff.ul.pt/paginas/jvitor/Labio/a_h_foto3.jpg
 
 
Ao contrário dos leucócitos PMN, não são células terminais, uma vez que os 
linfócitos B podem se diferenciar em plasmócitos, células produtoras de anticorpos 
(imunoglobulinas). Estes possuem um núcleo excêntrico ou periférico e um 
citoplasma bem acidófilo, associado a uma intensa síntese protéica; à microscopia 
eletrônica de transmissão mostram no citoplasma RER bem desenvolvido. 
 
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Fig.12. Desenho que demonstra as características ultra-estruturais dos plasmócitos. Observe a 
imensa quantidade de retículo endoplasmático rugoso e o complexo de Golgi desenvolvido no 
citoplasma. O núcleo possui cromatina condensada na periferia dando um aspecto de roda de 
carroça. As mitocôndrias estão aumentadas e desenvolvidas (muitas cristas alongadas). 
Fonte: http://ioh.medstudents.com.br/imuno2.htm 
 
 
VI. Macrófagos 
Os macrófagos, como a maioria das células que participam da 
inflamação, originam-se na medula óssea. A célula precursora do macrófago dos 
tecidos é o monócito do sangue, o qual se origina na medula óssea a partir de 
monoblastos. 
 
 
Fig. 13. Detalhe microscópico do monócito. 
Fonte: http://www.fo.usp.br/lido/patoartegeral/ patoarteinfl7.htm 
 
 
 
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Diferentemente do que acontece com neutrófilos e eosinófilos, quando o 
monócito cai na circulação, ainda não é uma célula perfeitamente amadurecida; 
mantém a capacidade de se reproduzir e pode sobreviver por longo tempo nos 
tecidos. Da medula óssea, os monócitos passam à circulação, e desta para os 
tecidos, onde recebem a denominação de histiócitos ou macrófagos. 
 
Fig. 14. Ilustração esquemática mostrando o fenômeno de diapedese do monócito e migração para o 
interstício, resultando na diferenciação do macrófago. 
Fonte: http://cristiana7.blogspot.com 
 
 
Embora desempenhem funções importantes de defesa, suas atividades 
são muito variadas, indo da apresentação de antígenos até a produção de várias 
citocinas essenciais, não só na inflamação, como também nos fenômenos 
imunológicos. 
São especialmente preparados para a fagocitose, apresentando 
receptores para o segmento Fc de imunoglobulinas, para frações de 
complementoe para muitas outras substâncias, inclusive carboidratos; sua 
membrana apresenta vários antígenos, entre eles os antígenos de 
histocompatibilidade do grupo II (MCA lI-Major histocompatibility antigens), 
essenciais na apresentação de antígenos aos linfócitos T. 
Os macrófagos são encontrados em praticamente todos os órgãos e 
tecidos e, como os mastócitos, têm características diferentes conforme o órgão 
em que se situam. São exemplos de macrófagos fixos: as células de Kupffer do 
fígado, a micróglia do tecido nervoso, os osteoclastos e as células de 
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Langerhans da pele. 
Nem todos os macrófagos teciduais são iguais. Alguns deles são 
estimulados e se diferenciam em células exclusivamente fagocitárias; estas 
possuem um sistema de lisossomas que contêm numerosas enzimas hidro-
líticas, algumas das quais com importante ação microbicida. Outros macrófagos 
podem se diferenciar em células capazes de agir sobre células neoplásicas, ou 
ainda, exercer outros tipos de atividade lítica. Sob a ação de determinados 
estímulos, podem se transformar em células epitelióides, que têm a 
capacidade de se unir umas às outras formando estruturas nodulares, os 
granulomas. Nestes, as células epitelióides podem fundir seus citoplasmas 
formando células gigantes. As células epitelióides são células especiais que 
perdem parte de sua capacidade fagocitária, adquirindo o poder de produzir e 
excretar enzimas líticas para o interstício. 
 
MACROFAGOS (Células gigantes)
MACROFAGOS (Células gigantes)
 
Fig. 15. Detalhe microscópico dos macrófagos formando células gigantes. 
Fonte:http://torre.fffcmpa.tche.br/Volumes/Prof.+Claudio/inflama%C3%A7%C3%A3o+1.ppt#348,88, 
Slide 88 
 
 
Os macrófagos secretam várias substâncias que podem ter papel 
importante na defesa ou na destruição dos tecidos, tais como a lisozima (um 
potente agente bactericida), o fator ativador do plasminogênio, fatores 
estimuladores da proliferação de fibroblastos e de vasos, colagenase, elastase, 
18 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
 
além de metabólitos derivados de oxigênio e araquidonatos. Secretam ainda 
fatores do complemento (C2, C3, C4, C5), interferon e pirogênio. Podem 
também ter imunoglobulinas presas à membrana, o que aumenta o seu poder 
para destruir microrganismos. 
 
VII. Fibroblastos 
É a célula mais comum do tecido conjuntivo frouxo e seu formato depende 
essencialmente de sua localização. De um modo geral, é uma célula fusiforme ou 
estrelada, com núcleo alongado e hipocrômico nas células jovens (fibroblastos) ou 
fusiforme e hipercrômico nas adultas (fibrócitos). 
O desenvolvimento de seu RER e a existência de um nucléolo muito 
evidente, indicam uma capacidade de síntese protéica intensa. Seu papel principal é 
a síntese de colágeno para a reparação de tecidos; um tipo especial desta linhagem 
celular, o miofibroblasto, é fundamental para a retração cicatricial. 
À microscopia eletrônica, as fibrilas de colágeno apresentam uma 
periodicidade com bandas transversais, à semelhança de fibras musculares 
estriadas. 
 
 
Fig. 16. Detalhe de microscopia eletrônica do fibroblasto (1) envolto por fibras colágenas (2) em corte 
transversal e (3) em corte longitudinal. 
Fonte: http://www.micron.uerj.br/atlas/Conjuntivo/conjem.htm 
 
19 
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Fig. 17. Detalhe de microscopia eletrônica das fibras de colágeno (1) com as estriações típicas 
Fonte: http://www.micron.uerj.br/atlas/Conjuntivo/conjem.htm 
 
 
1.3. Fases do processo inflamatório 
Classicamente, existem alguns fenômenos básicos comuns a qualquer tipo 
de inflamação, que independem do agente inflamatório. Esses momentos ou fases 
caracterizam a inflamação do tipo aguda, a qual sempre antecede a inflamação do 
tipo crônica. A divisão desses momentos em cinco itens, a seguir explicitados, é 
meramente didática. Todos eles acontecem como um processo único e 
concomitante, o que caracteriza a inflamação como um processo dinâmico. 
 
I. Fenômenos irritativos 
O primeiro momento do processo inflamatório se caracteriza pela agressão 
(o tecido destruído por uma queimadura, por exemplo), que resultará em importantes 
modificações morfológicas e funcionais dos tecidos agredidos, promovendo a 
liberação de mediadores químicos, que irão desencadear as demais fases 
inflamatórias. 
Essas substâncias atuam principalmente na microcirculação do local 
inflamado, provocando, dentre outras modificações, o aumento da permeabilidade 
vascular. Vale dizer que em qualquer fase da inflamação observa-se a fase irritativa; 
em cada uma delas, há liberação de mediadores químicos diferentes. 
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II. Fenômenos vasculares 
Os fenômenos vasculares ocorrem como alterações hemodinâmicas da 
circulação e de permeabilidade vascular no local da agressão. Isso acontece após 
alguns minutos do início da ação do agente flogístico, intervalo em que se processa 
a liberação dos mediadores químicos. 
A primeira alteração que se observa, é uma fugaz vasoconstrição 
arterial, que logo é seguida por dilatação ativa e intensa de arteríolas, capilares 
e veias do local. Os esfíncteres pré-capilares se relaxam e, como 
conseqüência, numerosos capilares, que estavam fechados, em repouso, se 
abrem, aumentando significativamente o número de capilares funcionantes. 
Em toda a área se observa um grande número de capilares dilatados e 
ingurgitados. Diz-se que a área ficou hiperemiada, que representa a 
observação microscópica do "rubor" e do "calor", há séculos conhecidos como 
características da inflamação. 
 
 
 
 
Fig. 18. Ilustração esquemática da anatomia da microcirculação normal e na inflamação aguda, 
quando ocorre vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. 
 
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VASODILATAÇÃO
Vaso
VASODILATAÇÃO
Vaso 
Fig. 19. Detalhe microscópico da vasodilatação. 
Fonte:http://torre.fffcmpa.tche.br/Volumes/Prof.+Claudio/ 
inflama%C3%A7%C3%A3o+1.ppt#346,40,Slide 40 
 
 
II. Fenômenos exsudativos 
Os fenômenos exsudativos são uma das principais características do 
processo inflamatório. O fenômeno ocorre devido a um aumento da 
permeabilidade dos capilares e vênulas e se caracteriza pela migração, para o 
foco inflamatório, de líquidos e células. Distinguem-se dois tipos de exsudação 
nessa fase: a exsudação plasmática, composta essencialmente por líquidos, e a 
exsudação celular. 
 
 
Fig. 20. Detalhe microscópico dos espaços alveolares do pulmão, apresentando vasodilatação com 
exsudação plasmática e de PMN. 
Fonte: http://library.med.utah.edu/WebPath/INFLHTML/INFL005.html 
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O aumento da permeabilidade vascular pode ser originado de mecanismos 
diretos, em que o próprio agente agressor atua sobre a parede vascular, ou 
indiretos,em que há a ação de mediadores químicos. Nesse caso, o aumento da 
permeabilidade pode ser devido ao surgimento de fendas na parede, isto é, surgem 
poros entre as células endoteliais. Os capilares e vênulas têm paredes muito 
finas, constituídas principalmente pelo endotélio, membrana basal e alguns 
pericitos. As células endoteliais (endoteliócitos) e os pericitos contêm em seu 
citoplasma, actina e miosina, sendo contráteis. Devido a sua contração, podem 
modificar as junções intercelulares, ampliando-as. A exsudação plasmática é a 
responsável pela formação do edema inflamatório. 
 
 
Fig. 21. Ilustração esquemática mostrando o fenômeno exsudativo, resultante da contração das 
células endoteliais e vasodilatação, o que normalmente é mais acentuado nas vênulas. 
 Fonte: http://library.med.utah.edu/WebPath/INFLHTML/INFL071.html 
 
 
Fig. 22. Aspecto clínico do edema inflamatório resultante de abscesso mandibular, associado à 
hiperemia da região. 
 Fonte: http://www.fo.usp.br/lido/patoartegeral/patoarteinfl3.htm 
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Na inflamação, existe um aumento da permeabilidade vascular, que 
pode variar com o tipo de agressor e sua intensidade. O aumento imediato e 
de curta duração da permeabilidade vascular inicia-se rapidamente após a 
agressão, atinge o máximo após 10min a 35min, e termina em 30min a 45min. 
Este tipo de resposta ocorre após agressões leves e de pouca duração e pode 
ser produzido pela injeção de histamina. Depende de aumento de permeabi-
lidade das vênulas e ocorre como conseqüência da abertura das junções entre 
as células endoteliais. 
O aumento imediato e prolongado ocorre quando a agressão é mais 
intensa e depende de alterações graves da parede vascular, com necrose do 
endotélio, tanto de capilares quanto de vênuIas, o que explica a rápida e 
prolongada passagem do conteúdo dos vasos para o interstício. 
O aumento retardado pode ocorrer até dias após a agressão, e 
envolve os capilares e as vênulas. Um exemplo conhecido de todos é a 
exposição ao sol. Somente após várias horas de exposição é que vamos notar 
o rubor, calor e dor e eventualmente o edema (bolhas). A permeabilidade au-
menta em conseqüência de alterações do endotélio dos capilares, levando a 
"vazamentos", pelas áreas de endotélio lesado, assim como pelas junções 
intercelulares. 
 
Fig. 23. Aspecto clínico da inflamação da pele (queimadura) por exposição excessiva à radiação 
solar. Fonte: http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/riscos.htm 
 
 
Na inflamação, como conseqüência do aumento da permeabilidade 
vascular, ocorre o aumento da concentração dos elementos figurados do 
sangue, isto é, ocorre uma hemoconcentração, o que aumenta a viscosidade 
sangüínea. Como conseqüência disso, há lentificação da circulação (estase) e, 
depois, marginação leucocitária. As hemácias têm fluxo axial; os leucócitos, fluxo 
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mais marginal. 
Esta alteração aumenta o contato das células com o endotélio, 
facilitando sua saída dos vasos. Por outro lado, com a progressiva queda da 
velocidade da circulação, a área inflamada passa a ser mal oxigenada, o que 
traz vários tipos de conseqüências, inclusive a própria morte dos tecidos 
envolvidos na inflamação. 
Os fenômenos celulares da inflamação envolvem o acionamento das 
capacidades celulares de movimentação, de adesão e de englobamento de 
partículas. O principal fenômeno é à saída de leucócitos da luz vascular e sua 
migração para o local agredido. 
Esse fenômeno segue algumas fases: 
1) Marginação: compreende a aproximação das células do sangue ao 
endotélio. Ou seja, os leucócitos saem da porção central do fluxo sangüíneo (local 
onde são comumente encontrados) e vão para a periferia do fluxo. Isso é possível 
graças à diminuição da velocidade do fluxo (estase sangüínea), decorrente dos 
fenômenos vasculares. 
 
 
Fig. 24. Aspecto microscópico da marginação leucocitária numa vênula. Percebe-se como um 
leucócito neutrófilo aproxima-se do endoteliócito (setas), praticamente aderindo-se nessa célula. A 
marginação leucocitária é uma das etapas da leucodiapedese; fora do vaso já se notam alguns 
leucócitos que já completaram a leucodiapese. Em algumas situações, os leucócitos do tipo 
25 
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macrófagos (quando estão no interior dos vasos são denominados de monócitos) podem se unir e 
formar as chamadas células gigantes (G). 
Fonte: http://www.fo.usp.br/lido/patoartegeral/Banco_de_imagens/patoarteimages1Infltext10.htm 
 
2) Pavimentação: adesão dos leucócitos ao endotélio. Ultimamente, têm 
sido descritas proteínas, as adesinas, que são induzidas ou ativadas pelos 
mediadores químicos e participam da pavimentação. Algumas destas adesinas 
são próprias dos leucócitos, outras do endotélio, outras ainda existem nas duas 
células. Nos leucócitos normais não-estimulados, as adesinas encontram-se 
em vesículas do citoplasma e na superfície; sob ação de vários fatores 
quimiotáticos, além de frações do complemento, elas aumentam em 
quantidade, favorecendo a adesão. Existem casos em que há deficiência 
genética destas proteínas e os pacientes sofrem de infecções bacterianas 
freqüentes, por falta de resposta inflamatória adequada. 
As moléculas de adesão são representadas por três famílias: selectinas 
(principalmente no endotélio) E, P e L, integrinas e imunoglobulinas. 
 
MolMolééculas de adesão envolvidasculas de adesão envolvidas
Na migraNa migraçção ão leucocitleucocitááriaria
? Selectinas
? Integrinas
? Superfamília das imunoglobulinas
algumas são constitutivas e outras são induzidas
 
Fig. 25. Adesinas. Fonte: http://www.lia.ufsc.br/Inata_Inflama2.ppt#562,33,Slide 33 
 
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Selectinas: O aumento de aderência entre o leucócito e o endotélio gerado 
pelas selectinas, é importante no fenômeno de rolamento. Algumas das selectinas, 
como a selectina P, são restritas ao endotélio e existem pré-formadas na 
membrana da célula endotelial e no interior dos corpúsculos de Weibel-Palade, 
característicos da célula endotelial. Quando o endotélio é estimulado, ele 
aumenta a expressão da selectina P na sua membrana, aumentando a adesi-
vidade do endotélio aos leucócitos, explicando as primeiras fases da 
marginação e pavimentação. 
A selectina E, também chamada de ELAM (endotheliaI-Ieukocyte-adhesion-
moIecuIe), é produzida pelas células endoteliais e pelas plaquetas, porém, 
deverá ser sintetizada após estímulo por mediadores como a histamina, a 
trombina e o PAF (pIateIet-activation-factor). Sua síntese leva algum tempo e é 
mantida enquanto o estímulo persistir - o que assegura a permanência do au-
mento de adesividade do endotélio. As selectinas L são produzidas pela 
maioria dos leucócitos. 
 
 
 SELECTINAS 
Componentes Distribuição Ligantes 
L-selectina Maioria dos leucócitos Endotélio 
E-selectina Células endoteliais Granulócitos 
P-selectina Células endoteliais e plaquetasNeutrófilos 
 
 
Integrinas: A segunda família de adesinas é composta pelas integrinas, 
que são glicoproteínas transmembrana dos leucócitos, e que, além de interagir 
com as moléculas de adesão do endotélio, também se comportam como 
receptores para componentes da matriz extracelular. Elas estão presentes em 
forma inativa na membrana dos leucócitos e, na presença dos mediadores, são 
ativadas. 
Imunoglobulinas: A família das imunoglobulinas é composta pelas 
ICAMs (intercelluIar-adhesion-moIecuIes) e pelas VCAMs (vascuIar-celluIar-
 
 
 
 
 
 
 
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adhesion-moIecuIes). Como no caso da selectina "P", elas não estão pré-
formadas, sendo necessário estímulo para que se desencadeie sua síntese, o 
que, como já referido, exige certo tempo. 
Logo no início da resposta inflamatória, como conseqüência das 
alterações do padrão circulatório, os leucócitos aproximam-se e aderem ao 
endotélio de forma frouxa (selectina "P"). Porém, à medida que mediadores se 
liberam, ou são sintetizados, a adesão torna-se mais forte (ICAM-VCAM-
integrinas ativadas dos leucócitos). 
3) Diapedese: fenômeno em que os leucócitos, por meio de seus 
movimentos, atravessam a parede vascular e o fazem passando pelas 
junções intercelulares alargadas. Uma vez aderidos ao endotélio, os leucócitos 
emitem pseudópodos, que se introduzem nas junções intercelulares e vão se 
espremendo, de forma a passar para fora do endotélio. São 
momentaneamente contidos pela membrana basal. Como produzem 
proteases, com facilidade lesam a membrana basal e acabam saindo para o 
interstício. 
Juntamente com o leucócito, podem passar passivamente eritrócitos. 
Denomina-se de leucodiapedese os movimentos diapedéticos dos leucócitos; dos 
eritrócitos, são denominados de eritrodiapedese. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 26. Aspecto microscópico da leucodiapedese. Observa-se o momento em que o leucócito sai do 
vaso (leucodiapedese) por poros (P) ou fendas que se abrem na parede vascular. As células 
endoteliais (setas) se separam, permitindo a passagem dos leucócitos. Veja que, fora do vaso, já 
existem células inflamatórias do tipo neutrófilos e linfócitos (cabeças de seta). Líquido plasmático (L) 
também é visível, mostrando que, juntamente com as células, há exsudação plasmática. No círculo 
cinza (parte superior da figura), vemos um leucócito na transição entre o meio intra e extravascular. 
Fonte: http://www.fo.usp.br/lido/patoartegeral/ Banco_de_imagens/patoarteimages1Infltext11.htm 
29 
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Inflamação
•• Fases da reacFases da reacçção ão 
InflamatInflamatóóriaria
1- aumento de fluxo 
sanguíneo à área 
afectada
2- aumento da 
permeabilidade 
capilar local
3- migração de células 
da via sanguínea 
para a área 
afectada
 
Fig. 27. Resumo das primeiras fases da inflamação. Fonte: http://imunologia.ufp.pt/Imuno_MED/ 
TeoricasImunologia2006/Teorica07.ppt#258,5,Slide 5 
 
 
 
Fig. 28. Nesse corte histológico, temos um resumo das etapas de exsudação celular da inflamação. 
Os leucócitos saem da região central do fluxo sangüíneo e migram para a região da parede vascular 
30 
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31 
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(M); depois, ocorre pavimentação dessas células (P), ou seja, elas se aderem às células endoteliais 
para poderem sair pela fenda aberta na parede vascular, migrando para o interstício (MI); por fim, a 
leucodiapedese se completa, quando a célula atinge o interstício (CI). Veja que as células elegem 
uma via preferencial de saída, como se nota pelo acúmulo de leucócitos em uma determinada região 
da parede vascular (no caso dessa figura, próximo à letra P). Fonte: 
http://www.fo.usp.br/lido/patoartegeral/ Banco_de_imagens/patoarteimages1Infltext12.htm 
 
 
4) Quimiotaxia: Uma vez fora dos vasos, os leucócitos migram pelo 
interstício em uma direção predominante, dirigindo-se para o foco da 
agressão. Esta migração dirigida é a conseqüência da presença de 
substâncias quimiotáticas no foco inflamatório. A célula possui, em sua 
membrana plasmática, receptores para algumas substâncias e parece existir um 
mecanismo, baseado na mudança conformacional do receptor, que faz com que a 
célula "perceba" a existência de maior quantidade dessa substância em locais 
específicos. Percebendo essa maior quantidade, a célula migra para o local. 
A migração das células, da luz do vaso ao foco inflamatório, não se faz 
de modo aleatório. De fato, os polimorfonucleares neutrófilos (PMNs) são as 
células dominantes nas primeiras 24h a 48h após a agressão. A seguir, 
começam a migrar os monócitos do sangue que, ativados nos tecidos, 
recebem a denominação de macrófagos; seguem-se os eosinófilos, e as 
células imunologicamente ativas como os linfócitos. As hemácias migram em 
menor número, porém, quando a agressão é muito grave, levando a 
comprometimento grave dos vasos, podem vir a serem as células dominantes. 
O exsudato inflamatório, conseqüente do aumento da permeabilidade 
vascular, é importante na contenção e limitação da agressão, pois dilui o 
agente agressor, facilita a sua retirada do local e traz para o interstício 
anticorpos, complemento e outras macromoléculas envolvidas na inibição. Ou 
mesmo destruição de certos agressores, assim como na modulação da 
própria resposta inflamatória. 
Outro elemento que sai do vaso é o fibrinogênio que, em contato com 
o interstício, se polimeriza, constituindo a fibrina, importante elemento nas 
inflamações agudas. 
 
 
 
 
 
 
 
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Mais recentemente, os mecanismos responsáveis pelas diferentes 
fases do processo inflamatório vêm sendo esclarecidos. Assim, substâncias 
farmacologicamente ativas são liberadas ou sintetizadas como conseqüência 
da agressão. Elas são conhecidas como os mediadores químicos da inflamação 
e serão consideradas mais adiante. 
 
III. Fenômenos reparativos e produtivos 
Os últimos fenômenos do processo inflamatório estão relacionados aos 
aumentos de quantidade dos elementos teciduais - principalmente de células -, 
resultado das fases anteriores do processo inflamatório. Há uma grande formação 
de vasos sangüíneos (angiogênese) e uma substituição do parênquima (a parte 
funcional do órgão) por fibras colágenas (fibrose). Essas fases da reação 
inflamatória visam destruir o agente agressor e reparar o tecido injuriado e serão 
estudadas em outro módulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 29. Resumo das fases da inflamação aguda. 
Fonte: http://www.biologymad.com/ Immunology/inflammation.jpg 
 
 
1.4. Processo de fagocitose 
Uma das principais funções dos PMNs e dos macrófagos é a 
fagocitose. Atraídos para o foco inflamatório, estes fagócitos procuram englo-
bar os agentes da agressão ou outras estruturas anômalas ali encontradas. 
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Fig. 30. Processode fagocitose. 
Fonte: http://medicina.med.up.pt/bcm/20042005/trabalhos/2005/ mediadoresinflamacao.pdf 
 
 
O fagócito reconhece às estruturas que serão fagocitadas, quando elas 
têm certas características como estarem recobertas por fatores do soro, as 
opsoninas. Entre as opsoninas mais importantes estão as IgGs e o fragmento 
C3b do complemento. 
 
Fig. 31. Ilustração esquemática mostrando a opsonização dos microorganismos antes da fagocitose 
pelos macrófagos. Fonte: http://cristiana7.blogspot.com 
 
 
 
34 
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As partículas opsonizadas prendem-se a receptores específicos da 
membrana dos fagócitos. Uma vez aderidas, elas desencadeiam reações no 
citoplasma do fagócito, que promovem o englobamento da partícula e sua 
internalização, Assim se forma uma estrutura intracitoplasmática revestida por 
membrana, o fagolisossoma. 
 
 
Fig. 32. Processo de fagocitose. Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/28/ 
Fagocitose.png 
 
 
Lisossomas do fagócito aderem-se à superfície do fagossoma e se 
abrem, liberando enzimas para o seu interior. Uma vez destruída ou neutraliza-
da a partícula, os receptores são reciclados para a membrana celular e pode 
sobrar do fagossoma um "corpo residual". 
A ligação da partícula opsonizada ao receptor para IgG é suficiente 
para desencadear a fagocitose. A ligação com o receptor de C3b requer a 
ligação simultânea com a fibronectina e a laminina dos tecidos ou ainda com 
produtos solúveis de linfócitos T. A internalização da partícula pela célula se 
inicia pela formação de pseudópodos a sua volta, que acabam por envolvê-la, 
com a formação do fagossoma. 
Segue-se a fusão da membrana do fagossoma com a membrana dos 
lisossomas, formando-se os fagolisossomas. Os lisossomas descarregam sua 
bateria de grânulos na luz do fagolisossomas. Durante este processo, há 
vazamento de produtos metabólicos e enzimas para fora do fagócito. O 
fenômeno da fagocitose é regulado pelos mesmos processos que regulam a 
formação de pseudópodos na movimentação celular. 
35 
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A morte do agente ou a degradação da partícula fagocitada depende de 
dois tipos de fenômenos: um dependente de oxigênio e outro não. 
Mecanismo dependente de O2 - a fagocitose é um mecanismo dependente 
de oxigênio que estimula numerosos eventos intracelulares, incluindo uma explosão 
respiratória (“burst”), glicogenólise, oxidação de glicose aumentada via ciclo da 
hexose-monofosfato e produção de metabólitos reativos de oxigênio (radicais livres). 
A geração dos metabólitos do oxigênio é atribuída à rápida ativação de uma oxidase 
(NADPH oxidase), que oxida o NADPH (dinucleotídeonicotinamida adenina); no 
processo reduz o oxigênio ao íon superóxido (O
-
2 ), de acordo com a seguinte 
equação química: 
 
 
 
O íon superóxido (2 O2) é então convertido em água oxigenada ou peróxido 
de hidrogênio (H O2 2), principalmente por desmutação espontânea. A oxidase 
NADPH está presente na membrana ou, quando a membrana está invaginada, no 
fagolisossoma. Assim, o peróxido de hidrogênio é produzido no lisossoma. Esses 
metabólitos do oxigênio são as principais armas matadoras de bactérias. 
Nos grânulos dos neutrófilos, existe outra enzima, a mieloperoxidase 
que, em presença de cloro, converte o H2O2 em HOCl, um poderoso oxidante 
com maior poder microbicida. A mieloperoxidase também é encontrada nos 
grânulos dos macrófagos, que se valem do mesmo sistema. 
Mecanismo independente de O2 – a morte bacteriana pode também 
ocorrer na ausência de uma explosão oxidativa, por substâncias presentes nos 
grânulos dos leucócitos. Estas incluem: 
1. proteína aumentadora da permeabilidade bacteriana (BPI), uma proteína 
altamente catiônica associada ao grânulo e que causa alterações na permeabilidade 
da membrana mais externa de microorganismos; 
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2. lisozima, que hidroliza as ligações ácido-N-acetil-glucosamina murâmica, 
presentes no revestimento glicopeptídeo de todas as bactérias; 
3. lactoferrina, uma proteína fixadora de ferro presente em grânulos 
específicos; 
4. proteína básica principal, uma proteína catiônica de eosinófilos, que 
possui uma ação bactericida limitada, mas que é citotóxica para muitos parasitas. 
Após a morte bacteriana, hidrolases ácidas presentes em grânulos azurófilos 
degradam a bactéria no interior do fagolisossoma. O pH do fagolisossoma diminui 
para 4 a 5 após a fagocitose, sendo este o pH ótimo para a ação dessas enzimas. 
A atividade de muitas destas enzimas é controlada por antienzimas, um 
bom exemplo sendo a alfa-1-antitripsina, produzida pelo fígado, que inibe a 
ação da elastase. Na sua falta, ocorre aumento da atividade da elastase com 
sérias conseqüências, como, por exemplo, nos pulmões, em que a progressiva 
degradação das fibras elásticas (causada pelas freqüentes e passageiras 
infecções pulmonares, acompanhadas de migração e degranulação de 
fagócitos) leva ao desenvolvimento do enfisema. 
 
 
Fig. 33. Processo de fagocitose. Fonte: http://kepler.uag.mx/uagwbt/microbiologia/ciencias/ 
imagenes.cfm 
 
 
 
---------------------------------FIM DO MÓDULO I------------------------ 
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