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RESUMO: APOPTOSE E MATRIZ EXTRACELULAR UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE MEDICINA APOPTOSE E MATRIZ EXTRACELULAR MÁRCIO PINHEIRO LIMA 10/09/2014 RESUMO: APOPTOSE E MATRIZ EXTRACELULAR APOPTOSE DEFINIÇÕES GERAIS Morte celular programada pode ocorrer por apoptose Fosfatidilserina é lançado para a parte extracelular da membrana plasmática das células apoptóticas o Reconhecido pela Anexina V Caspases (c para cisteína e asp para ácido aspártico): parte da maquinaria celular responsável pela apoptose o Sintetizadas nas células como procaspases ativadas por clivagem proteolítica catalisada por caspases já ativas o Existem procaspases executoras que clivam e ativam procaspases executoras e proteínas específicas na célula o Caspases iniciadoras têm pró-domínios longos que contém um domínio recrutador de caspases (CARD), que permite que se liguem a prteínas adaptadoras em complexos de ativação quando a célula recebe o sinal apoptótico. Quando nesses complexos as caspases permanecem muito próximas, o que é suficiente para ativá-las VIA EXTRÍNSECA LIGAÇÃO DE RECEPTORES •Receptores de morte pertencem à família TNF (inclui o próprio TNF e Fas) •Ao se ligar ao ligante Fas os domínios de morte na cauda do receptor recrutam proteínas adaptadoras FORMAÇÃO DO DISC •Proteínas adaptadoras recrutam procaspases-8, -10 ou ambas •O recrutamento forma o DISC (Death-inducing Signalling Complex) CASCATA DE CASPASES •As caspases iniciadoras no DISC se ativam •Após a ativação as caspases inciadoras ativam caspases executoras RESUMO: APOPTOSE E MATRIZ EXTRACELULAR VIA INTRÍNSECA A via intrínseca da apoptose depende da liberação de proteínas mitocondriais que normalmente ocupam o espaço intermembranas, com destaque para o citocromo c o No citosol o citocromo c se liga a uma proteína adaptadora de ativação de procaspases chamada Apaf1. A Apaf1 se oligomeriza num heptâmero chamado apoptossomo. As Apaf1 no apoptossomo então recrutam procaspases iniciadoras do tipo procaspase-9 o As procaspases-9 são ativadas por proximidade e viram caspases-9, que ativam outras caspases executoras VIA INTRÍNSECA LIGAÇÃO ENTRE VIA EXTRÍNSECA E VIA INTRÍNSECA A via intrínseca da apoptose pode ser regulada principalmente pela família de proteínas Bcl2 o As Bcl2 regulam a via intrínseca controlando a liberação de citocromo c e outras proteínas mitocondriais no citosol o Podem ser proapotóticas ou antiapoptóticas o Antiapoptóticas: Bcl2 e Bcl-XL o Proaptóticas BH123: Bax e Bak Bax é citosólica e só se desloca para a membrana mitocondrial quando recebe o sinal apoptótico Bak está ligada à membrana externa mitocondrial BH3-apenas: Bim, Puma, Noxa, Bid LIBERAÇÃO DO CITOCROMO C •O citocromo c é liberado da mitocôndria para o citosol FORMAÇÃO DO APOPTOSSOMO •No citosol o citocromo c se liga à Apaf1, causando a hidrólise do dADP ligado a dATP da proteína •A troca de de dADP por dATP ou ATP causa a formação do apoptossomo CASCATA DE CASPASES •As procaspases-9 são recrutadas para o apoptossomo através de seu domínio CARD (domínio recrutador de caspases) •As procaspases-9 próximas se ativam e podem clivar e ativar caspases executoras RESUMO: APOPTOSE E MATRIZ EXTRACELULAR Quando um estímulo apoptótico dispara a via intrínseca as proteínas BH123 formam oligômeros na membrana mitocondrial externa, liberando o citocromo c e outras proteínas As proteínas Bcl2 antiapoptóticas encontram-se na membrana externa mitocondrial, do RE e nuclear. Inibem a via apoptótica se ligando a uma proteína Bcl2 apoptótica inibida As proteínas BH3-apenas ligam os estímulos apoptóticos e a via intrínseca da apoptose o Inativam as proteínas Bcl2 antiapoptóticas. Essa inativação permite o agrupamento de Bax e Bak na superfície da membrana o Na ausência de sinais de sobrevivência celular uma via de sinalização que depende da MAP-cinase JNK ativa a Bim o Em resposta a dano no DNA que não pode ser reparado a proteína supressora tumoral p53 se acumula, o que causa a transcrição de genes que codificam Puma e Noxa o Quando receptores de morte ativam a caspase-8 na via extrínseca ela cliva Bid, gerando tBid. tBid se desloca para a membrana mitocondrial, onde inibe proteínas Bcl2 antiapoptóticas LIGAÇÃO DE VIA EXTRÍNSECA COM VIA INTRÍNSECA INIBIÇÃO DA APOPTOSE Os inibidores de apoptose (IAPs) ligam-se às caspases ativadas e as inibem, algumas vezes as marcando para destruição. Assim, protegem a célula de ativações espontâneas de caspases Na ativação da via intrínseca um dos tipos de proteínas liberadas pela mitocôndria são as anti-IAPs, que bloqueiam a atividade inibidora das caspases ESTÍMULO APOPTÓTICO •Chegada do estímulo apoptótico •Ativação de proteínas BH3-apenas INATIVAÇÃO •Proteínas BH3-apenas inativam proteínas Bcl2 antiapoptóticas •Removida a inibição, as proteínas BH123 se agregam LIGAÇÃO COM A VIA INTRÍNSECA •O agregamento das proteínas BH123 causa a liberação de citocromo c e outras proteínas no citosol • Início da via intrínseca RESUMO: APOPTOSE E MATRIZ EXTRACELULAR Fatores de sobrevivência são moléculas de sinalização extracelular que previnem a apoptose o Podem atuar de várias formas Estimulando a produção de proteínas Bcl2 antiapoptóticas Ativando a cinase serina/treonina Akt, que pode fosforilar e inativa a proteína Bad. Quando ativa a Bad promove apoptose ao inibir Bcl2 Inibindo proteínas anti-IAP RESUMO: APOPTOSE E MATRIZ EXTRACELULAR MATRIZ EXTRACELULAR LÂMINA BASAL A lâmina basal é o suporte do epitélio. Também circunda as células musculares, células adpiosas e células de Schwann. Nos glomérulos a lâmina basal atua como um filtro o DOENÇA RELACIONADA: epidermólise bolhosa juncional Constituída principalmente de duas classes de moléculas: proteínas fibrosas (normalmente glicoproteínas) e glicosaminoglicanos (GAGs), que podem se unir a proteínas centrais para formar proteoglicanos A maior parte da lâmina basal madura contém as glicoproteínas laminina, colágeno tipo IV e nidogênio e o proteoglicano perlecana. Outras moléculas, como o colágeno tipo XVIII e a fibronectina, importante na adesão do tecido cojuntivo com a matriz A laminina é a organizadora primária das camadas da lâmina. A laminina-1 é uma proteína flexível formada por três cadeias polipetídicas longas (α, β e γ), que podem se ligar a outras proteínas As moléculas de colágeno tipo IV formam múltiplas camadas flexíveis e planas Nidogênio e perlecana conectam as redes de colágeno e laminina A lâmina basal pode atuar como barreira seletiva ao movimento de células. No tecido epitelial, por exemplo, impede que fibroblastos a atravessem, mas não impede macrófagos, linfócitos ou processos nervosos INTEGRINAS Os receptores de matriz prendem a célula à lâmina basal e permitem à matriz afetar o comportamento celular ou à célula afetar a matriz Os principais receptores de matriz são as integrinas o As integrinas são compostas por subunidades α e β não covalentemente ligadas que atravessam a membrana o A porção extracelular se liga a proteínas da membrana basal como a laminina ou a fibronectina o A porção citosólica se liga a proteínas que a conectam ao citoesqueleto. A mais importante dessas é a talina As integrinaspodem sofrer mudanças de uma conformação ativa para uma conformação inativa. A mudança de conformação em uma extremidade afeta a outra o Quando inativa as porções da integrina ficam aderidas uma à outra o Quando uma integrina se liga a um ligante fora da célula os domínios extracelulares se desdobram juntamente com os intracelulares, que se ligam ao citoesqueleto, numa ativação “de fora pra dentro” o A talina compete com a cadeia α da integrina para ligação na cadeia β. Quando uma talina se liga à cadeia β esta se afasta da cadeia α, causando a separação das duas cadeias, numa ativação “de dentro pra fora” RESUMO: APOPTOSE E MATRIZ EXTRACELULAR Sinais recebidos de moléculas-sinal intracelulares (como o PIP2, ou de vias de sinalização por receptores ligados à proteína G e receptores tirosina-cinase) podem causar a ligação da talina A ativação das integrinas também pode influenciar a recepção de sinais nas vias de sinalização TIPOS DE INTEGRINA β1 Encontrada na maioria das células dos vertebrados β2 Expressas exclusivamente na superfície dos leucócitos. Ligam-se a contra-receptores da superfamília das Igs β3 Encontradas em uma variedade de células, incluindo plaquetas Β4 Hemidesmossomos MACROMOLÉCULAS DE MATRIZ: GAGs E PROTEOGLICANOS Na maioria dos tecidos conjuntivos as macromoléculas da matriz são produzidas pelos fibroblastos, na cartilagem pelos condroblastos e no osso pelos osteócitos Os glicosaminoglicanos (GAGs) são cadeias polissacarídicas não-ramificadas compostas por um amino-açúcar que geralmente é sulfatado (N-acetilglicosamina ou N-acetilgalactosamina) e um ácido urônico (ácido glicurônico ou ácido idurônico). Seus tipos principais são hialuronana, sulfato de codroitina e sulfato de dermatana, sulfato de heparana e sulfato de queratana o São fortemente hidrofílicos e negativamente carregados o Ocupam um grande volume o A grande quantidade de água que atraem cria uma pressão por inchaço (turgor) que permite à matriz suportar compressão o A hialuronunana é uma GAG atípica. Não é sulfatada e é composta por unidades dissacarídicas repetidas no mesmo padrão, e geralmente não está ligada a uma proteína central É produzida em grandes quantidades no desenvolvimento embrionário, onde atua como preenchimento, sendo degradada pela hialuronidase. Também é produzida na cicatrização Com exceção da hialuronana todos os GAGs a um núcleo protéico na forma de proteoglicanos o O GAG é ligada ao núcleo protéico primeiramente em uma cadeia lateral de serina, onde se fixa um ligante tetrassacarídico composto por xilose, galactose, galactose e ácido glicurônico Os proteoglicanos podem se ligar a moléculas sinalizadoras e podem aumentar ou diminuir sua atividade Alguns proteoglicanos estão ligados ou inseridos na bicamada lipídica e podem atuar como correceptores o Um tipo importante de proteoglicano de membrana são as sindecanas RESUMO: APOPTOSE E MATRIZ EXTRACELULAR SÍNTESE DA CADEIA PRÓ-α •Além de conter sinais de endereçamento, a cadeia pró-α contém pró-peptídeos adicionais HIDROXILAÇÃO DE PROLINAS E LISINAS SELECIONADAS •A hidroxilação forma hidroxiprolinas e hidroxilisinas na cadeia •Necessita do ácido ascórbico para ocorrer GLICOSILAÇÃO DE HIDROXILISINAS SELECIONADAS •Hidroxilisinas selecionadas são glicosiladas, dando um aspecto de glicoproteína ao pró-colágeno •Após esse processo o colágeno assume sua composição normal, sendo formado principalmente por prolinas, hidroxiprolinas e glicinas AUTOMONTAGEM DE TRÊS CADEIAS PRÓ-α E FORMAÇÃO DE HÉLICE TRIPLA •Nesta etapa o pró-colágeno encontra-se pronto para ser secretado SECREÇÃO •Na secreção os pró-peptídeos ainda se encontram ligados à molécula de pró-colágeno CLIVAGEM DOS PRÓ-PEPTÍDEOS •Enzimas específicas fora da célula removem os pró-peptídeos •A partir dessa etapa o colágeno deixa de ser pró-colágeno para virar colágeno AUTOMONTAGEM EM FIBRILAS E FIBRAS •As moléculas de colágeno se agrupam em fibrilas, que posteriormente se transformam em fibras COLÁGENO Os colágenos são compostos por uma tripla hélice onde três cadeias polipeptídicas (cadeias α). São ricos em prolina e glicina o A glicina, sendo o menor aminoácido, permite que o colágeno se enrole em tripla hélice Colágenos podem ser fibrilares (como o tipo I) e se reunirem como fibrilas de colágenos após serem secretados. Essas fibrilas podem então se unir e formar fibras colágenas, associados a fibrilas (como os tipos IX ou XII), ou formadores de rede (como o tipo IV) O colágeno resiste a forças tensoras SÍNTESE DO COLÁGENO RESUMO: APOPTOSE E MATRIZ EXTRACELULAR FIBRAS ELÁSTICAS Vários tecidos necessitam de força elástica para exercerem sua função. As fibras elásticas na matriz desses tecidos fornecem a resistência necessária O principal componente das fibras elásticas é a elastina o Principal proteína de matriz extra-celular das artérias O núcleo das fibras de elastina é coberto por uma camada de microfibrilas compostas por glicoproteínas como a fibrilina o DOENÇA RELACIONADA: síndrome de Marfan PROTEÍNAS DE LIGAÇÃO A matriz extra-celular contém várias proteínas que se ligam a fibras de colágeno, outras macromoléculas e receptores de superfície celular A fibronectina é um dímero e suas subunidades são ligadas por ligações dissulfeto. Cada dímero é dividido em várias subunidades e estas são divididas em módulos. A fibronectina é capaz de realizar ligações com diversas estruturas, como com o colágeno, células e heparinas. A fibronectina se liga às integrinas por meio da sequência RGD, formada por Arg- Gly-Asp DEGRADAÇÃO DE MATRIZ A matriz geralmente é degradada por proteases que atuam próximas às células que as secretam o Geralmente metaloproteases de matriz, que dependem da ligação de Ca2+ ou Zn2+ para sua atividade, ou serina-proteases, que possuem serinas reativas As proteases de matriz são estritamente reguladas por três mecanismos básicos: o Ativação local: as proteases são secretadas como precursores inativos que podem ser ativados localmente quando necessário. Um exemplo é o plasminogênio, que quando ativado por clivagem auxilia a destruição dos coágulos sanguíneos o Confinamento por receptores de superfície celular: nesse caso as proteases se ligam a receptores de superfície em células, confinando sua área de ação. Isso ocorre com o ativador de plasminogênio tipo urocinase (uPA), ligado à extremidade de axônios em crescimento o Secreção de inibidores: nesse caso a ação das proteases é restrita pela secreção de inibidores como os TIMPs e as serpinas
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