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CC CCJ02675

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REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0267
Título
Caso Concreto 5
Descrição
A narrativa jurídica simples narra e descreve os fatos, as circunstâncias em que eles 
ocorreram, acompanhados das provas colhidas (polifonia), de maneira objetiva, 
com imparcialidade, em ordem cronológica ou linear. Cumpre destacar, ainda, que as 
circunstâncias são de grande relevância porque delas advém a tipificação da conduta, ou 
até a descaracterização dela, entre outros aspectos jurídicos. Deve apresentar as seguintes 
características: verbos no passado, terceira pessoa do singular, imparcialidade, cronologia 
dos fatos, polifonia em paráfrase (discurso indireto) e os elementos da narrativa que lhes 
são próprios: Quem?, O quê?, Onde?, Quando?, Como? Por quê?.
Não se deve confundir relatar com resumir; tendo, pois, que relatar e descrever a cada 
parágrafo apenas um fato, as provas referentes a ele, e as circunstâncias em que o fato 
ocorreu. Esse procedimento deve ser o mesmo para todos os demais parágrafos que 
compõem o corpo textual do Relatório Informativo. Ou seja, a cada parágrafo relata-se e 
descreve-se apenas um fato, as provas colhidas, e as circunstâncias em que esse fato 
aconteceu (Fato, Provas e Circunstâncias); lembrando-se sempre de que a estrutura 
formal de qualquer texto jurídico é sempre técnica; não trazendo qualquer semelhança 
com o texto ficcional ou literário.
O Relatório Informativo também pode ser iniciado pela forma verbal ?Trata-se de...?, 
pois o índice de indeterminação do sujeito-enunciador provoca distanciamento em 
relação ao seu enunciado ou relato. Frisa-se, porém, que não há obrigatoriedade quanto 
ao uso dessa forma verbal; registra-se aqui apenas uma marca que é recorrente na escrita 
jurídica.
Ao introduzir a polifonia, faça uso dos conectores conformativos, mas com moderação e 
razoabilidade.
Em resumo, o relatório é um tipo de narrativa em que os fatos importantes de uma 
situação de conflito devem ser cronologicamente organizados, sem interpretá-los 
(ausência de valoração); apenas informá-los na lide ou demanda processual. Segundo De 
Plácido (2006, p.1192), relatório "designa a exposição ou a narração acerca de um fato ou 
de vários fatos, com a discriminação de todos os seus aspectos ou elementos relevantes".
QUESTÃO 1: Leia atentamente o caso concreto e produza um relatório. Observe todas 
as orientações acumuladas ao longo do semestre.
Caso concreto
Uma briga de casal na madrugada de 27 de outubro de 2013, no Condomínio Portal Sul, 
na Rua Pio Corrêa, no Humaitá, resultou na morte do porteiro Antonio Maximiniano 
Sales, de 38 anos. Ele foi assassinado com três tiros no peito após se negar a abrir o 
portão para um homem identificado apenas como Jaime, namorado da comerciante 
Margareth Garcia, de 46 anos, moradora do condomínio. De acordo com testemunhas, 
Jaime e Margareth discutiram por volta de 1h. O rapaz foi embora e, ao retornar às 2h, foi 
barrado na entrada principal.
Irritado, Jaime xingou Maximiniano que, segundo amigos, tinha ordem de Margareth 
para não permitir mais a entrada do rapaz. Jaime foi embora e 20 minutos depois voltou 
ao condomínio.
Um porteiro que trabalha num edifício ao lado do Portal Sul e testemunhou o crime disse 
que o rapaz aproveitou a chegada de um outro morador do prédio para entrar e seguir até 
a cabine da portaria principal.
Ele estava completamente bêbado, chegou até mesmo a cair e machucar a testa na 
calçada. Em seguida, ele entrou e aí só escutei os estampidos dos tiros ? disse a 
testemunha.
Ainda segundo a testemunha, após os disparos, Jaime foi embora imediatamente. O vidro 
da portaria apresentava marcas de sangue.
QUESTÃO 2: Objetivas.
1 - Conforme sustentam Néli Fetzner, Nelson Tavares e Alda Valverde (2013, p. 158):
?Define-se o relatório como um tipo de narrativa em que os fatos importantes de uma 
situação de conflito devam ser cronologicamente organizados, sem interpretá-los 
(ausência de valoração); os fatos da lide ou da demanda processual devam ser apenas 
informados?.
Identifique o trecho que corresponde à definição transcrita:
(A) Segundo a autora, iniciaram o relacionamento em 1975. Compraram um terreno, 
onde começaram a construir a casa. Acrescentou que contribuiu com o seu dinheiro e o 
dos pais para que o réu erguesse o imóvel. Esclareceu que ficaram noivos após quatro 
anos de namoro e deram entrada nos papéis para o casamento religioso.
(B) O relacionamento da autora com o réu iniciou-se em 1975. Acreditando na boa-fé do 
réu, a autora investiu seus parcos recursos na compra de um terreno, onde começaram a 
construir uma casa. Ali ergueram um imóvel. Depois, ficaram noivos e, após quatro anos 
de namoro, finalmente, deram entrada nos papéis de casamento.
(C) O réu, demonstrando a sua boa-fé, deu entrada nos papéis de casamento. Entretanto, 
preocupado com a segurança financeira do casal, comprou um terreno e ali ergueu a casa 
que seria o lar de ambos.
(D) O réu agiu de má-fé, uma vez que induziu a autora a acreditar que pretendia se casar 
com ela. A compra do terreno e a posterior construção de uma casa geraram a falsa 
crença de que a amava.
(E) O réu deve indenizar a autora, porque lhe causou profunda dor e constrangimento. 
Afinal, ela se entregou por quinze anos a uma relação que julgava verdadeira. Além 
disso, distribuiu os convites de casamento a parentes e amigos, na certeza de que iria 
formalizar uma relação que considerava estável. Entretanto, dois dias antes do casamento, 
este foi rompido, sem justificativa.
2. Todos os itens abaixo fazem parte da composição do relatório jurídico, EXCETO: 
(A) Sequência linear de fatos.
(B) Seleção de fatos relevantes para a compreensão da lide.
(C) A voz de uma ou mais testemunhas que possam contribuir para o conhecimento da 
lide.
(D) O uso da narrativa na primeira pessoa quando o próprio advogado for o autor da 
ação.
(E) Uso dos pronomes ?como? e ?por que?.
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