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Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 1 Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 Meristemas; tecidos de revestimento; parênquima, colênquina e esclerênquima; estruturas secretoras; xilema e floema 木村光男 2018.1 *Para a parte teórica foi utilizado o livro Anatomia vegetal, EaD UFSC Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 2 Tecidos de crescimento: Meristemas Os meristemas são células indiferenciadas responsáveis pelo crescimento contínuo das plan- tas, apresentam paredes primárias delgadas, tamanho menor em relação às células diferencia- das. A classificação é dada pela localização do meristema na planta: Apicais: Origina-se no embrião de monilófitas, licófitas, gimnospermas e angiospermas. Co- mo o próprio nome diz, localiza-se no ápice do caule e raiz e também no ápice das ramifica- ções. Os promeristemas estão contidos nos ápices, e a sua divisão origina os tecidos meristemáti- cos primários do caule e raiz, que são: Procâmbio, meristema fundamental e protoderme, formando o corpo primário da planta. O meristema apical caulinar das angiospermas apresentam, em sua maioria, promeristema protegido pelo primórdio foliar. O promeristema é dividido em duas regiões: tunica e corpo. A tunica é a parte mais externa enquanto o corpo localiza-se logo abaixo da mesma, a cama- da mais externa da túnica desenvolve-se na protoderme. As células do corpo originam o procâmbio (precursor do tecido vascular ) e o meristema fun- damental (responsável pela formação dos tecidos do cortex e da medula do caule). Promeristema Primordio foliar Ápice caulinar de Solenostemon scutellaroides Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 3 Túnica Corpo Ápice caulinar de S scutellaroides Células do Meristema Fun- damental Células da protoderme Gema axilar Procâmbio Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 4 Imagem anterior em mai- or aumento As células do meristema fundamental são ‘mais gordinhos’ As células do procâmbio apresentam formato mais alongado em relação à protoderme Procâmbio Meristema fundamental Protoder- me Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 5 Ápice radicular: Diferente do ápice caulinar, não há primórdios foliares ou gemas axilares. A prote- ção do meristema apical é dada pela coifa, originado do caliptrogênio. No entanto, a organização dos meristemas primários é semelhante ao ápice caulinar, com protoderme, meristema fundamental e pro- câmbio. Ápice radicular de Allium cepa A linha em amarelo sepa- ra a coifa (a direita) das demais células Observa-se o formato mais arredondado das células da coifa Promeristema Protoderme Meristema fun- damental Procâmbio Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 6 Protoderme na região mais externa Meristema fundamen- tal na região interme- diária Procâmbio na região central Promeristema Coifa Meristemas secundários (laterais) Responsáveis pelo crescimento em espessura da planta, os dois tipos são: câmbio vascular e felogênio *Câmbio vascular será abordado mais pra frente O felogênio forma a periderme que substitui a epiderme nos caules e raízes (plantas com crescimento secundário) Epiderme Súber Felogênio Feloderme Porção espessada do caule de Pelargonium hortorum (Geraniaceae) Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 7 O felogênio fica entre o súber e feloderme Epider- me Súber Feloderme Parênqui- ma cortical Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 8 Tecidos de revestimento Epiderme: originado a partir da protoderme, forma uma única camada de célula, exceto nos casos de epiderme múltipla. Esse tipo de epiderme ocorre nos velames (raízes de algumas orquídeas epífitas), tem como função absorção de água, isolante térmico. Algumas plantas podem apresentar cutícula na parede externa. Maior parte das células da epiderme apresenta formato tabular, cúbico, paliçádico, isodiamétrico, dentro disso, existem células com funções específicas, como o estômato. O complexo estomático é responsável pela troca gasosa, constituído pelas células anexas (subisidiárias), células guarda, poro estomático e câmara subestomática. Folha de Tradescantia ze- brina (Commelinaceae), face abaxial Complexo estomático Células guarda Ostíolo Célula subsidiária Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 9 O complexo estomático pode ser classificado baseado na disposição e no número de células anexas: Anisocítico: Estômato circundado por 3 células anexas, de tamanhos diferentes Diacítico: 2 células anexas Anomocítico: Estômato envolvido por células subsdiárias que não se diferenciam das outras células epidérmicas, pode envolver número variável de célula anexa Paracítico: As células anexas (duas células) estão dispostos paralelamente ao maior eixo do estômato. Tetracítico: 4 células anexas No presente atlas será mostrado somente a tetracítica e anisocítica Folha de Tradescantia zebrina (Commelinaceae), face abaxial 4 células anexas, formando então complexo estomático tetracítico Folha de Kalanchoe sp (Crassulaceae), face abaxial Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 10 3 células anexas, de tamanhos diferentes, formando o complexo estomático anisocítico Folha de Kalanchoe sp (Crassulaceae), face abaxial Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 11 Tricomas Ocorre na epiderme das plantas, classificado em: Tricomas tectores (não glandulares): Sem ápice secretor, o ápice pode ser afilado, arredondado ou bifurcado. São os pelos de cobertura e evita a perda de água excessiva e protege contra pequenos pre- dadores. Tricomas glandulares: Pelos que apresentam base ou ápice secretora, envolvidos com a secreção de substâncias, como óleo, mucilagens, resinas, etc. Periderme As plantas que apresentam crescimento secundário, a epiderme (tecido de crescimento primário) é substituído pela periderme. A periderme é originado do felogênio, cuja atividade meristemática pro- duz súber na parte externa e feloderme internamente. O súber não apresenta espaços intercelulares, é um tecido compacto com células retangulares mortas com parede impregnada de lignina. Na porção mais apical do caule não é observado a formação da periderme Porção mais apical do caule de uma Pelar- gonium hortorum (Geraniaceae) Tricoma não glandular Tricoma glan- dular Epiderme Parênquima Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 12 Tecidos fundamentais Compõe os tecidos formados do meristema fundamental, são eles: parênquima, colênquima e escle- rênquima As células parenquimáticas geralmente apresentam formato isodiamétrico, com várias faces, alonga- do ou outros tipos de formas. Apresentando também pontoações primárias. Os parênquimas podem ser divididosem: Parênquima de preenchimento: Normalmente constituído de células poligonais, encontrado no córtex e na medula das raízes e dos caules. No córtex encontra-se o parênquima cortical e na medula das raízes e caules o parênquima medular. Parênquima clorofiliano: Como diz o próprio nome, apresenta bastante cloroplastos. Pode apresentar formatos diversos e se diferenciar em vários tipos de acordo com a sua função: Parênquima paliçádico: De formato cilíndrico e alongado, com pouco espaço intercelular. Parênquima lacunoso (ou esponjoso): Células de diferentes formatos e com espaços intercelu- lares amplos Parênquima plicado: Células com reentrâncias na parede da célula Parênquima de reserva: Parênquima de armazenamento, as substâncias armazenadas podem ficar no plastídio ou no vacúolo dessas células ou nos espaços intercelulares Parênquima amilífero: Células contendo grão de amido, acumulado nos amiloplastos Parênquima aquífero: Células que acumulam água, a água é acumulada no vacúolo Porção espessada do caule de Pelargonium hortorum (Geraniaceae) Tricoma não glandular Tricoma glandular A porção espessada apresenta periderme, com súber, felogênio, feloderme (para detalhes desta imagem, veja a página 6 e 7) Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 13 Colênquima Apresenta células alongadas de paredes primárias com espessamento irregular. Como essas células conferem plasticidade, o colênquima está presente em órgãos ainda em crescimento primário, o que permite a flexibilidade, sustentação e alongamento da planta. Além disso, apresenta cor branca bri- lhante. A classificação é feita de acordo com o tipo de deposição de parede primária espessada nas células: Colênquima lamelar: Espessamento nas paredes tangenciais internas e externas Colênquima angular: As paredes mostram maior espessamento nos ângulos, o espessamento da parede primária apresenta um aspecto triangular Colênquima anelar: O espessamento pode ocorrer em todas as paredes de forma regular Folha de Tetrapanax papyrifer (Araliaceae), região do pecíolo. O colênquima apresen- ta a cor característica branca brilhante Aspecto triangular, sendo então um colên- quima do tipo angular Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 14 Imagem anterior em maior aumento, maior nitidez do formato triangular for- mado pelas paredes Folha de Te- trapanax pap- yrifer (Araliaceae), região do pecí- olo. Região com colênquima Região com parênquima Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 15 Esclerênquima Apresenta parede celular fortemente espessada, com deposição de parede 1º e 2º lignificada. A ori- gem pode variar de acordo com o local. No corpo primário a origem é a partir do meristema funda- mental, quando estão nos elementos vasculares do xilema e floema, a origem é do procâmbio. As células são classificadas pela forma: fibra e esclereide Esclereíde: Apresenta parede secundária bem espessada, com pontoações simples. São classificados de acordo com a forma: Braquiesclereídes: Células isodiamétricas curtas Astroesclereídes: Em forma de estrela Macroesclereídes: Forma de prisma Osteoesclereídes: Células curtas, lúmen com forma de osso Tricoesclereídes: Forma de tricoma Fibras: Células alongadas com parede espessa, quando apresentam pontoações diminutas, são deno- minadas fibras libriformes, e fibroesclereídes no caso de pontoações areoladas Colênquima Parênquima de preenchi- mento Esclerênquima Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 16 Essas partes que parecem ligar uma célula à ou- tra, é a pontoação primária, onde ocorre a comu- nicação entre células Esclerênquima Fibras (corte transversal) Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 17 Imagem anterior em maior aumento Epiderme Colênquima angular Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 18 Secção transversal da fo- lha de Citrus sp (Rutaceae), com parên- quima clorofiliano Parênquima paliçádico, com formato mais alongado Parênquima lacunoso, formando lacunas (em asterisco) * * * Região do caule de uma Nymphaea sp Esclereíde Astroesclereíde Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 19 Secção transversal da folha de Nymphaea sp, região do mesofilo Parênquima aerífero Parênquima clorofiliano Parênquima clorofiliano, do tipo paliçádico Esclerênquima Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 20 Estruturas secretoras Estruturas secretoras externas Tricomas glandulares: Apresenta vários formatos, secretam substâncias lipofílicas Coléteres: Tipo de tricoma glandular que se desenvolve nos primórdios foliares e libera um fluido pegajoso, com a função de proteção de gema. Podem ser emergências ou tricomas unicelula- res ou multicelulares Glândulas de sal: Ocorre em plantas halófitas (de ambientes salinos), liberam íons minerais e carbonatos Glândulas digestivas: Ocorre em plantas de ambientes pobres em nutrientes, produz enzimas digestivas Nectários: Secreta líquido açucarado, podem ser classificados como florais (nos verticilos flo- rais) ou extraflorais (caules, folhas, pedicelo ou estípula) Hidatódios: Realiza o transporte de sais e água, encontrados na margem da folha Estruturas secretoras internas Células secretoras internas (idioblastos): Classificados de acordo com o conteúdo, podem se- cretar óleos, taninos, cristais, mucilagens, etc. Cavidades e canais secretores: Diferente das células secretoras, a secreção ocorre em espaços intercelulares. Podem ter origem lisígena ou esquisógena Laticíferos: Secretoras de látex, com a função de proteção contra herbivoria e bloquear feri- mentos Detalhe do parên- quima aerífero Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 21 Secção transversal da lâmina foliar de Ci- trus sp (Rutaceae) Cristal (idioblasto), estrutura secretora interna Parênquima paliçádico Epiderme Parênquima lacunoso Cavidade de secreção do tipo esquisógeno, estrutura de secreção interna Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 22 Cutícula Secção transversal da folha de Podo- carpus sp (Podocarpaceae) Epiderme Esclereíde Parênquima paliçádico Parênquima lacunoso *As bolinhas vermelhas são taninos Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 23 Epitélio Canal (ducto) de secreção, estrutura secretora interna Tanino Secção transversal da folha de Podo- carpus sp (Podocarpaceae) Secção transversal da folha de Avicenia sp (Acanthaceae) Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 24 Parênquima paliçádico Cristais Parênquima lacunoso Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 25Sistema vascular Xilema: Responsável pela condução de água e sais minerais das raízes para a parte superior da plan- ta, sentido ascendente. Apresenta paredes secundárias espessadas. Formado por 3 tipos de células: elementos traqueais (condutores), fibras e células parenquimáticas Elementos traqueais: Apresenta semelhança com a traqueia de insetos, apresenta formato lon- go com parede primária e secundária lignificada. A parede secundária pode ser depositada de várias formas: anelar (forma de anéis), helicoidal, escalariforme (escada), reticulada ou pontoada. No xile- ma ocorrem 2 tipos de elementos traqueais: traqueídes e elementos de vaso Traqueídes: Células longas com a ponta afilada a arredondada, sem perfuração. Nas pa- redes em geral, ocorre muitas pontoações areoladas. Elementos de vaso: Células perfuradas (com placa de perfuração) com pontoações. Fibras: Células longas com extremidade afilada e parede secundária lignificada. Classificados em fibrotraqueídes e fibras libriformes Parênquimas: Células de mesmo tamanho ou alongada, com paredes finas, porém, podem apre- sentar deposição de parede secundária posteriormente. Xilema primário e secundário O procâmbio forma o xilema primário durante o crescimento primário. Durante a formação, existe 2 tipos de xilema: protoxilema e metaxilema. Cripta Tricoma (glândula de sal), estrutura secretora externa Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 26 O protoxilema se diferencia primeiro (proto=primeiro), apresenta menor diâmetro. O metaxilema é formado posteriormente e apresenta diâmetro maior. No protoxilema, os elementos apresentam es- pessamento anelar e helicoidal, enquanto no metaxilema ocorre helicoidal, escalariforme e pontoado. O xilema secundário tem origem a partir do câmbio vascular e divide-se em sistema axial e sistema radial. Floema Responsável pela translocação de nutrientes orgânicos originados pela fotossíntese para toda a parte da planta, sentido descendente. É composta de 4 tipos celulares: elementos crivados, células paren- quimáticas especializadas, células parenquimáticas comuns e fibras ou esclereides. Elementos crivados: Células condutoras do floema, podem ser de 2 tipos: células crivadas e elementos de tubo crivado. Os elementos crivados apresentam áreas crivadas nas paredes laterais, onde ocorre a comunicação dos crivos. Os crivos formam-se nas regiões de pontoação primária. Nos elementos de tubo crivado, podem ter placas crivadas, onde encontra-se crivos maiores. Células parenquimáticas especializadas: Fazem parte a célula de Strassburger e células compa- nheiras, a última apresenta conteúdo citoplasmático denso com núcleo evidente. Células parenquimáticas comuns: Função de armazenamento Floema primário e secundário O floema primário é originado do procâmbio, divide-se em protofloema e metafloema. Os elementos crivados do metafloema são mais largos e numeroros em relação ao protofloema. O floema secundá- rio é formado pelo cambio vascular e organiza-se em sistema axial a sistema radial. Organização do xilema e floema primário: Nas raízes é organizado em cilindro vascular, enquanto no caule, folha e outras partes é organizado em feixe vascular. Secção transversal do caule de uma Poaceae, organização em feixe vascular Cada um desses é xilema e floe- ma primário (feixe vascular) Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 27 Metaxilema, obser- va-se a parede mais espessada e de diâ- metro maior Protoxilema, de diâmetro menor Células parenquimáticas Toda essa parte é o floema, dentro, é possível encon- trar algumas cé- lulas finas e me- nores, que são as células compa- nheiras Fibras pericíclicas Secção longitudinal do pecíolo de Ricinus comunis (Euphorbiaceae) A seta aponta um padrão de espessamento do tipo escalariforme, de um metaxilema Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 28 Seta aponta um padrão anelar, no protoxilema Padrão de espessamento pontoado, de um meta- xilema Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 29 Seta aponta um padrão ane- lar, no protoxilema Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 30 Padrão helicoi- dal, de um proto- xilema Padrão escala- riforme, de um m e t a x i l e m a (apresenta pa- rede espessa- da) Padrão helicoi- dal, de um proto- xilema Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 31 Elemento de tubo crivado Placa crivada Célula compa- nheira Atlas de Anatomia e Embriologia vegetal parte 1 木村光男 2018.1 32 Placa crivada Célula compa- nheira
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