Buscar

Matéria completa de Hermenêutica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Análise de Discurso
O que pretende a análise de discurso? Ou que contribuição à análise de discurso pretende trazer? 
Problematizar as maneiras de ler. 
O que este texto significa? Como este texto significa? 
Desenvolver o senso crítico dos sujeitos.
Que efeitos de sentidos são produzidos na língua?
Esclarecer a relação dos sujeitos com a linguagem.
O sujeito significa significando-se (relação constitutiva)
Por em suspensão a neutralidade no uso da linguagem.
Estamos desde sempre comprometidos com a memória.
 
A contribuição da análise de discurso nos coloca em estado de alerta e, sem cairmos na ilusão de sermos conscientes de tudo, permite-nos uma relação menos ingênua com a linguagem. 
Como os discursos funcionam?
 
Saber como os discursos funcionam é colocar-se na encruzilhada de um duplo jogo da memória: o da memória institucional que estabiliza e, o da memória constituída pelo esquecimento que é que tornar possível a ruptura. 
Memória Institucional 
Memória constituída pelo esquecimento 
O sentido escolhido guarda uma relação direta com o sentido preterido. Dessa forma, tanto as razões acolhidas quanto às rejeitas produzem efeitos de sentido naquilo que se diz. Além disso, os sentidos impostos nas relações de força podem perder força ao longo do tempo, o que nos permite (re)visitar e, em alguns casos, resgatar o não-dito que havia intencionalmente ficado à margem. 
Movimento dos sentidos, errância dos sujeitos, lugares provisórios de conjugação e dispersão, de unidade e de diversidade, de indistinção, de incerteza, de trajetos , de ancoragem e de vestígios – isto é discurso, isto é o ritual da palavra. Mesmo o das que não dizem. 
INTERPRETAÇÃO 
Se de um lado, há imprevisibilidade na relação do sujeito com o sentido, da linguagem com o mundo, toda formação social, no entanto, tem formas de controle da interpretação. Não é todo mundo que pode interpretar. 
O Discurso 
A palavra discurso tem em si a ideia de curso, de percurso, de correr por, de movimento. Com o discurso observa-se o homem falando, significando.
Na análise de discurso, procura-se compreender a língua fazendo sentido, enquanto trabalho simbólico, parte do trabalho social geral, constitutivo do homem e sua história.
Os estudos discursivos visam pensar o sentido dimensionado no tempo e no espaço das práticas do homem, descentrando a noção de sujeito e relativizando a autonomia do objeto da linguística. 
Dessa maneira a análise de discurso reflete sobre a maneira como a linguagem está materializada na ideologia e como a ideologia se manifesta na língua. 
A análise de discurso produz um conhecimento a partir do próprio texto, porque o vê como tendo uma materialidade simbólica própria e significativa, como tendo uma espessura semântica: ela o concebe em sua discursividade. 
Para a análise de discurso a língua não é só um código entre outros, não há uma separação entre emissor e receptor, nem tampouco eles atuam numa sequência em que primeiro um fala e depois ou outro decodifica. 
Daí que, para a análise de discurso, num processo de comunicação não temos simplesmente transmissão de informação mas, antes, um complexo processo de constituição dos sujeitos envolvidos e produção de sentidos.
Quem fala?
Em que contexto se fala?
Para quem se fala?
O que se pretende com o que se fala?
As condições materiais de base sobre as quais se desenvolvem os processos discursivos. 
SUJEITO, HISTÓRIA E LINGUAGEM 
Na perspectiva discursiva, a linguagem é linguagem porque faz sentido. E a linguagem só faz sentido porque se inscreve na história. Dessa perspectiva, a noção de leitura é posta em suspenso. 
Nessa conjuntura, toda leitura precisa de um artefato teórico para que se efetue. 
A análise do discurso não estaciona na interpretação, trabalha seus limites, seus mecanismos, como parte dos processos de significação. Também não procura um sentido verdadeiro através de uma chave de interpretação. 
Não há uma verdade oculta atrás do texto. Há gestos de interpretação que o constituem e que o analista, com seu dispositivo, deve ser capaz de compreender. 
O que se pretende é saber como as interpretações funcionam. Quando se interpreta já se está preso em um sentido. A compreensão procura a explicitação dos processos de significação presentes no texto e permite que se possam “escutar” outros sentidos que ali estão.
Em suma, a análise de discurso visa a compreensão de como um objeto simbólico produz sentidos, como ele está investido de significância para e por sujeitos. Essa compreensão, por sua vez, implica em explicitar como o texto (Lei/Sentença) organiza os gestos de interpretação que se relacionam sujeito e sentido. 
 
 Lei/Sentença 
 
Cada material de análise exige que seu analista, de acordo com a questão que formula, mobilize conceitos que outro analista não mobilizaria, face a suas questões. 
O que define a forma do dispositivo analítico é a questão posta pelo analista (justiça, validade), a natureza do material (texto normativo, testemunho), a finalidade da análise (construção do caso, decisão judicial) e as diferentes teorias dos distintos campos disciplinares (Direito, psicanálise). 
Daí se faz a relação com o discurso. 
Enquanto o dispositivo analítico vária de acordo com a questão formulada pelo analista, o dispositivo teórico da interpretação, que objetiva mediar o movimento entre a descrição e a interpretação, se mantém inalterado por sustentar-se em conceitos e método. 
Desfeita a ilusão da transparência da linguagem, e exposto à materialidade do processo de significação e da constituição do sujeito, o analista retorna sobre sua questão inicial. 
A questão inicial ao mesmo tempo que desencadeia a análise, permite julgar os resultados 
Dessa forma, a questão inicial ao mesmo tempo que desencadeia a análise, orienta a maneira como o analista deve referir os resultados da análise à compreensão teórica do seu domínio disciplinar. 
O dizer não é propriedade particular.
E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. Gênesis 2:7
Apesar da pretensão científica, alguma coisa mais forte, que não pede licença, vem pelas filiações de sentidos constituídos em outros dizeres e atinge os sujeitos apesar de sua vontade. 
Contrapondo as imagens, podemos ver suas diferentes filiações de sentidos remetendo-as a memórias e a circunstâncias que mostram que os sentidos não estão só nas palavras, nos textos, mas na relação com a exterioridade, nas condições em que eles são produzidos e que não dependem só das intenções dos sujeitos.
Os dizeres deixam vestígios que o analista de discurso tem de apreender. São pistas que ele aprende a seguir para compreender os sentidos aí produzidos, pondo em relação o dizer com sua exterioridade, suas condições de produção. 
Os sentidos produzidos pelo dizer tem a ver com o que é dito, assim como o que não é dito, e com o que poderia ser dito e não foi. Desse modo, as margens do dizer, do texto, também parte dele. 
Condições de Produção e interdiscurso 
As condições de produção correspondem fundamentalmente os sujeitos e a situação. Também a memória faz parte da produção do discurso. A maneira como a memória aciona as condições de produção é fundamental 
Condições de produção 
Sujeito = *Posições dos sujeitos 
Contextos = * Imediato
 *Contexto histórico 
 *Ideológico 
Memória = Institucional
 Constituída pelo Esquecimento
Os contextos imediatos somente interessam na medida em que, mesmo neles, funcionam condições históricas de produção. Ou seja, os contextos fazem parte de uma história. 
A memória tem suas características quando pensada em relação ao discurso. Nessa perspectiva ela é tratada como interdiscurso. Este é definido como aquilo que fala antes, em outro lugar, independentemente. É o saber discursivo que torna possível todo dizer e que retornasob a forma do pré-construído ( o já-dito) 
A constituição (memória) determina a formulação, pois só podemos dizer (formular) se nos colocamos na perspectiva do dizível (memória). Além disso, o interdiscurso (memória) que determina aquilo que, da situação, das condições de produção é relevante para a discursividade.
Para que “minhas palavras” tenham sentido é preciso que elas já façam sentido. Isto é o efeito do interdiscurso. 
Ao falarmos nos filiamos a redes de sentidos mas não aprendemos como fazê-lo, ficando ao sabor da ideologia e do inconsciente. Por que somos afetados por certos sentidos e não por outros?
Efeito ideológico faz parecer que há apenas uma maneira de dizer aquilo que se diz. Dessa perspectiva, o esquecimento é estruturante. 
Esquecimentos
O esquecimento (2), que é da ordem da enunciação: ao falamos, o fazemos de uma maneira e não de outra, e, ao longo de nosso dizer, formam-se famílias parafrásticas que indicam que o dizer sempre podia ser outro. Este esquecimento produz em nós a impressão da realidade do pensamento. Essa impressão (ilusão referencial) estabelece uma relação “natural” entre palavra e coisa.
sem medo”, “com coragem ”/ “com força” “com violência”/ “bandido” “banido”
O esquecimento (1) é também chamado de esquecimento ideológico. Ele é da instância do inconsciente e resulta do modo pelo qual somos afetados pela ideologia. Por esse esquecimento temos a ilusão de sermos a origem do que dizemos. 
Os sujeitos “esquecem” que já foi dito - e este não é um esquecimento voluntário – para, ao se identificarem com o que dizem, se constituírem em sujeitos. 
Paráfrase e Polissemia 
Os processos parafrásticos são aqueles pelos quais em todo dizer há sempre algo que se mantém, isto é, o dizível, a memória. A paráfrase representa assim o retorno aos mesmos espaços do dizer. 
Paráfrase e Polissemia 
Na polissemia o temos é o deslocamento, ruptura de processos de significação. Ela joga com o equívoco. 
 
Os saltimbancos
(...) Puxa jumento, só puxava
Choca galinha, só chocava
Rápido cachorro guarda casa, corre e volta, só corria, só voltava
Mas chega um dia, chega um dia
Que o bicho chia, bicho chia
Bota pra quebrar e quero ver quem paga o pato, pois vai ser um saco de gato
Au, au, au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
O animal é tão bacana, mas também não é nenhum banana
Au, au, au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
Quando a porca torce o rabo, pode ser o diabo e ora vejam só
Textos e Musicas: Luiz Enriquez e Sérgio Bardotti
Versionista: Chico Buarque de Holanda 
Paráfrase e Polissemia 
É porque a língua é sujeita ao equívoco e a ideologia é um ritual com falhas que o sujeito, ao significar, se significa. Por isso, dizemos que a incompletude é a condição da linguagem: nem os sujeitos nem os sentidos, logo, nem mesmo o discurso, já estão prontos e acabados. Daí dizermos que os sentidos e os sujeitos sempre podem ser outros.
Formações Imaginárias 
As condições de produção, que constituem os discursos, funcionam de acordo com certos fatores: (1) relação de sentidos, (2) antecipação e (3) relação de forças.
Segundo a noção de relação de sentidos, não há discurso que não se relacione com outros: um discurso aponta para outros que o sustentam, assim como para dizeres futuros.
 
Segundo o mecanismo da antecipação, todo sujeito tem a capacidade de experimentar, ou melhor, de colocar-se no lugar em que o seu interlocutor “ouve” suas palavras. Nesse sentido, podemos nos antecipar ao outro quanto ao sentido que suas palavras produzem.
Finalmente, temos a chamada relação de forças. Segundo essa noção, podemos dizer que o lugar a partir do qual fala o sujeito é constitutivo do que ele diz. Há uma filiação do dizer à formação discursiva a qual pertence.
Resta dizer que não são os sujeitos físicos nem os seus lugares empíricos como tal, isto é, como estão inscritos na sociedade, e que poderiam ser sociologicamente descritivos, que funcionam no discurso, mas suas imagens que resultam de projeções.
São essas projeções (formações imaginárias) que permitem passar das situações empíricas – o lugar do sujeito - para as posições dos sujeitos no discurso. O que significa no discurso são essas posições. É todo um jogo imaginário que preside a troca de palavras.
As identidades resultam desses processos de identificação, em que o imaginário tem sua eficácia.
O imaginário necessariamente parte do funcionamento da linguagem. Ele é eficaz. Ele não brota do nada: assenta-se no como as relações sociais se inscrevem na história e são regidas por relações de poder.
Por fim, é preciso referir o dizer às suas condições de produção (língua, institucional e o imaginário) estabelecer as relações que ele mantém com a sua memória e também remetê-lo a uma formação discursiva para compreendermos o processo discursivo.
Formação discursiva 
Se o sentido não existe em si mas é determinado pelas posições ideológicas colocadas em jogo no processo sócio-histórico em que as palavras são produzidas, as palavras mudam de sentido segundo as posições daqueles que as empregam.
A formação discursiva se define como aquilo que numa formação ideológica dada determina o que pode e deve ser dito. Dessa forma, o discurso se constitui em seus sentidos porque aquilo que o sujeito diz se inscreve em uma formação discursiva e não outra para ter um sentido e não outro.
A formação discursiva se define como aquilo que numa formação ideológica dada determina o que pode e deve ser dito. Dessa forma, o discurso se constitui em seus sentidos porque aquilo que o sujeito diz se inscreve em uma formação discursiva e não outra para ter um sentido e não outro.
Toda palavra é sempre parte de um discurso. E todo discurso se delineia na relação com outros: dizeres presentes e dizeres que se alojam na memória.
toda formação discursiva dissimula, pela sua transparência de sentido que nela se constitui, sua dependência com relação ao ‘todo complexo dominante’ das formações discursivas, intricado no complexo das formações ideológicas”
A evidência do sentido, que, na realidade é um efeito ideológico, não nos deixa perceber seu caráter material, a historicidade da construção. Do mesmo modo podemos dizer que a evidência do sujeito, ou melhor, sua identidade, apaga o fato de que ela resulta de uma identificação: o sujeito se constitui por uma interpelação.
Ideologia e sujeito 
Um dos pontos fortes da Análise de Discurso é re-significar a noção de ideologia a partir da consideração da linguagem. 
O fato de que não há sentido sem interpretação, atesta a presença da ideologia. No movimento da interpretação – “o que isso quer dizer?” – o sentido aparece-nos como evidência, como se ele estivesse já sempre lá. 
Naturaliza-se o que é produzido na relação do histórico e do simbólico. Esse é o trabalho da ideologia: produzir evidências, colocando o homem na relação imaginária com suas condições materiais de existência. 
Ao dissimular sua existência no interior de seu próprio funcionamento, a ideologia produz um tecido de “evidências subjetivas” capaz de apagar o caráter material do sentido. 
Por sua vez, a evidência do sujeito – a de que somos sempre já sujeitos – apaga o fato de que o indivíduo é interpelado em sujeito pela ideologia. 
São essas evidências que dão aos sujeitos a realidade como sistema de significações percebidas, experimentadas. Essas evidências funcionam pelo chamados “esquecimentos”. 
 Enquanto prática significante, a ideologia aparece como efeito da relação necessária do sujeito com a língua e com a história para que haja sentido. A ideologia intervém com seu modo de funcionamento imaginário. São as imagens que permitem que as palavras colem com as coisas
A interpelação do indivíduo em sujeito pela ideologia traz necessariamente o apagamento da inscrição da língua na história para que ela signifique produzindo o efeito de evidência do sentido e impressão do sujeito ser a origem do que diz. 
Atravessado pela linguageme pela história, sob o modo do imaginário, o sujeito só tem acesso a parte do que diz. Ele é materialmente dividido desde sua constituição: ele é sujeito de e é sujeito à. 
Ele é sujeito à língua e à história, pois para se constituir, para (se) produzir sentidos ele é afetado por elas 
Sujeito discursivo é pensado como “posição”, ou seja, um lugar que se ocupa para ser sujeito do que diz. O modo como o sujeito ocupa seu lugar, enquanto posição, não lhe é acessível, ele não acesso direto à exterioridade que o constitui. 
A posição fala antes do sujeito. Assim é que podemos dizer que a posição significa o sujeito, isso lhe dá identidade. 
Ela é mãe porque diz isso. 
O sujeito e sua Forma Histórica 
A forma-sujeito histórica que corresponde à da sociedade atual representa bem a contradição – é um sujeito ao mesmo tempo livre e submisso. Ele é capaz de uma liberdade sem limites e uma submissão sem falhas: pode tudo dizer, contando que se submeta à linguagem. 
Tomando em conta a relação da língua com a ideologia, podemos observar como, através da noção de determinação, o sujeito gramatical cria um ideal de completude, participando do imaginário de um sujeito mestre de suas palavras: ele determina o que diz. 
Submetendo o sujeito mas ao mesmo tempo apresentando-o como livre e responsável, o assujeitamento se faz de modo a que o discurso apareça como instrumento (límpido) do pensamento e um reflexo (justo) da realidade. 
A injunção à não-contradição é a garantia da submissão do sujeito ao saber 
Na transparência da linguagem, é a ideologia que fornece as evidências que apagam o caráter material do sentido e do sujeito. É aí que se sustenta a noção de literalidade. 
Se a ilusão do sentido literal faz o sujeito ter a impressão da transparência, é tarefa do analista de discurso expor o olhar leitor à opacidade do texto. 
Literalidade é um produto histórico 
Incompletude: Movimento, Deslocamento e Ruptura 
A incompletude atesta a abertura do simbólico, pois a falta também o lugar do possível. Mas, é justamente por isso, que sujeito à determinação, à institucionalização e à cristalização.
Sujeito à falha, ao jogo, ao acaso, e também à regra, ao saber, à necessidade. Assim o homem (se) significa. Se o sentido e o sujeito poderiam ser os mesmos, no entanto, escorregam, derivam para outros sentidos, para outras posições. 
 A deriva, o deslize é o efeito metafórico, a transferência, a palavra que fala com outras. O equívoco, o non-sens, o irrealizado tem no processo polissêmico, na metáfora, o seu ponto de articulação.
As evidências do sujeito e dos sentidos corresponde a processo de identificação regidos pelo imaginário e esvaziados de sua historicidade. Processo que perde-se a relação com o real, ficando-se só com (nas) imagens.
O DISCURSO
 Sistema de signos Lingüística
Linguagem Língua Regras formais 
 Normas do dizer Gramática
 Maneiras de significar Discurso
A análise de discurso não trata da língua, não trata da gramática, embora todas essas coisas lhe interessam.
 
 Trata do discurso – Discurso é a palavra em movimento. Prática de linguagem: como o estudo do discurso observa-se o homem falando. Nesse sentido, podemos dizer que o discurso é parte do trabalho social, uma ação tipicamente humana e, por isso, própria do espaço público. Quando pensamos o discurso como uma ação humana queremos destacá-lo do condicionamento do mundo natural ou das necessidades. (Hannah Arendt) 
 Falando o homem significa; significando se significa. O mundo no qual o homem se encontra (estar-com # estar-em, estar-dentro) é o mundo em que sua estrutura se revela como algo-como-algo, ou seja, um mundo de significado no qual a linguagem MEDEIA todas as relações e experiências ou, ainda, se quisermos, reconcilia o homem com o “mundo das coisas”. No mundo constituído pela linguagem o que nos interessa é (não a verdade) o sentido que se movimenta pela língua quando os homens falam. 
 O que interessa à análise de discurso se o objeto de seus estudos é a língua produzindo sentido, isto é, o discurso? 
	Considerando o homem na sua história, considera os processos e as condições de produção da linguagem pela análise da relação estabelecida pela língua com os sujeitos que a falam e as situações em que se produz o dizer. De outro modo, podemos dizer que a análise de discurso se interessa pelas regularidades da linguagem em sua produção de sentidos.
__________________
Dessa maneira, os estudos discursivos visam pensar o sentido dimensionado no tempo (historicidade) e no espaço (público) das práticas do homem, descentrando a noção de sujeito e relativizando a autonomia do objeto da lingüística. Assim, interessa à análise de discurso a reflexão sobre como a linguagem está materializada na ideologia e como a ideologia se manifesta na língua.
Partindo da ideia de que a materialidade específica da ideologia é o discurso e a materialidade específica do discurso é a língua, a análise de discurso trabalha a relação língua-discurso-ideologia. Essa relação complementa com o fato de que não há discurso sem sujeito e não há sujeito sem ideologia: o indivíduo é interpretado em sujeito pela ideologia e é assim que a língua faz sentido.
Ver: Machado de Assis, O espelho.
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000240.pdf
Ver: Guimarães Rosa, O espelho PAREI AQUI!
http://cocminas.com.br/arquivos/file/o%20espelho.pdf
Enquanto a análise de conteúdo procura extrair sentidos dos textos, respondendo à questão: o que este texto quer dizer (?) a análise de discurso se ocupa em responder a questão como o texto significa (?), voltando, assim, sua atenção para materialidade que atravessa todo e qualquer texto. Na posição leitor ocorre, inevitavelmente, um assujeitamento acrítico em relação “já-dito” que desliza pelo dito. Ao invés de buscar extrair do texto um significado, a análise de discurso propõe produzir um discurso a partir do texto, como ponto de estabilidade, porque o (texto) vê como tendo espessura semântica.
Assim para a análise de discurso:
1 – a linguagem tem sua ordem própria, mas só relativamente autônoma (sujeito/situação);
2 – a história tem seu real afetado pelo simbólico (os fatos reclamam sentido);
3 – o sujeito de linguagem é descentrado, pois é afetado pelo real da língua e da história.
 As palavras simples do cotidiano já chegam até nós carregadas de sentidos que não sabemos como se constituíram e que no entanto significam em nós e para nós.
https://www.youtube.com/watch?v=WAwcu1ave4o 
https://www.youtube.com/watch?v=qpoijelJMRE 
___________________
Discurso 
 Texto
 Mensagem CÓDIGO
 EMISSOR RECEPTOR
REFERENTE
 Evento
Para a análise de discurso emissor e receptor estão realizando ao mesmo tempo o processo de significação e não estão separados de forma estanque, como é o caso para a análise de conteúdo. Há sempre um processo de construção de sujeitos e produção de sentidos. As relações de linguagem são relações de sujeitos e de sentidos e seus efeitos são múltiplos e variados, além disso, contingenciais no sentido de que não se trata processo automático e linear, por isso sujeito a falha e, portanto, é sempre possível esperar “um novo”. Daí a definição de discurso como efeito de sentidos entre locutores. Nesse sentido é que podemos dizer que o discurso é dual e destina-se ao espaçopúblico. Em outras palavras, podemos dizer que todo discurso destina-se à língua como sua condição de possibilidade ou materialização. 
Posição de leitor:
 O que significa esse texto
Leitor Texto
 Sentido
 
 Ferramentas/instrumentos 
1/língua Aparece:
2/lingüística 1/Código
3/gramática 								 2/Peça de comunicação
4/lógica									 3/Transparente
5/visão conceitual 
 
Hans Kelsen
Teoria Pura do Direito Capítulo VIII
Objetivo = Expurgar do direito elementos que, segundo o filosofia positivista e o paradigma moderno de ciência, são incompatíveis com o discurso jurídico. 
Elementos alienígenas = Moral; Ética; Justiça; Política; Valor.
A Lei positivada pelo Estado, como objeto do discurso jurídico, garantiria ao direito o status cientificidade. 
Discurso científico: Objeto - Lei positivada pelo Estado 
 Método - Lógico dedutivo 
“O direito é uma ordem normativa da conduta humana, ou seja, um sistema de normas que regulam o comportamento humano”. (Kelsen, Teoria Pura do Direito, 2003. pag. 5) 
Sistema:
Norma Fundamental
Constituição
Leis
Decretos/Resoluções
Sentenças 
Quando o Direito é aplicado por um órgão jurídico, este necessita de fixar o sentido das normas que vai aplicar, tem de interpretar estas normas. 
Fixar o sentido das normas: A linguagem é indeterminada e plurívoca;
 Interpretar é condição de possibilidade da norma
 O judiciário fixa (escolhe) o sentido; 
Nesse sentido, interpretação jurídica é uma operação mental que acompanha o processo da aplicação do direito no seu progredir de um escalão superior para um escalão inferior. 
Interpretação reduzida ao método lógico dedutivo 
A aplicação do direito deve ocorrer de um modo, isto é, respeitando uma forma, para que o sentido do texto do escalão inferior (norma individual) mantenha-se vinculado , coerente com o texto do escalão superior. 
Modo de Aplicação: Certeza / Segurança 
 Validade
 Lógico dedutivo 
A – B
B – C
Logo, A = C
A relação entre um escalão superior e um escalão inferior da ordem jurídica, como a relação entre constituição e lei, ou lei e sentença judicial, é uma relação de determinação ou vinculação. 
O texto permite deduzir apenas um sentido? Se mais de um, todos são igualmente válidos? 
Esta determinação nunca é, porém, completa. A norma do escalão superior não pode vincular em todas as direções o ato através do qual é aplicada. (o escalão superior tem o caráter de uma moldura). 
A indeterminação do ato jurídico pode ser a conseqüência não intencional da própria constituição da norma jurídica. Aqui temos em primeira linha a pluralidade de significações de uma palavra. 
O direito a aplicar forma, em todas essas hipóteses, uma moldura dentro da qual existem várias possibilidades de aplicação, pelo que é conforme ao direito todo ato que se mantenha dentro deste quadro ou moldura, que preencha esta moldura em qualquer sentido possível. 
Se todos os sentidos tem o mesmo valor, isto é, são igualmente válidos, qual deve ser aplicado no caso concreto? 
Não há absolutamente qualquer método segundo o qual, das várias significações possíveis, apenas uma possa ser destacada como “correta”. 
A questão de saber qual é, de entre as possibilidades que se apresentam nos quadros do Direito a aplicar, a “correta”, consiste num problema de política do direito. 
Se não há um sentido unívoco ou uma resposta correta a ser perseguida pelo juiz, pois todos são igualmente válidos, o direito concretiza-se a partir do elemento volitivo. 
A propósito importa notar que, pela via da interpretação autêntica, quer dizer, da interpretação de uma norma pelo órgão jurídico que a tem de aplicar, não somente se realiza uma das possibilidades reveladas pela interpretação cognoscitiva da mesma norma, como também se pode produzir uma norma que se situe completamente fora da moldura que a norma a aplicar representa. 
Existe vontade pura?
A partir do elemento volitivo, responsável pela fixação da norma, Kelsen não permitiria que elementos como moral, justiça e valores continuassem a contaminar o direito? 
O que é uma Constituição?
A Constituição, enquanto discurso público aberto, é sempre alvo (palco) disputas pelos destinatários sobre quais efeitos de sentido devem informar os dizeres e (ou) práticas dos atos normativos (lei/decisão) e políticos (administrativos/governabilidade) do Estado. 
Tendo em vista os interesses envolvidos e as diversas compreensões sobre o que é uma constituição, a disputa sobre quais efeitos de sentido devem informar a prática dos Atos Estatais é sempre marcada pela tensão que, se não adimistrada, pode levar a ‘fraturas sociais’ irreconciliáveis.
Tendo em conta o paradigma do Estado democrático de direito, a tensão constitucional será administrada na medida em que os cidadãos puderem, num só tempo, participar e entender as razões ou justificativas (políticas/normativas) sobre as quais a autoridade estatal toma suas decisões.
Atendendo as exigências da democracia, o processo, como procedimento em contraditório, oportuniza aos cidadãos a participação na construção das decisões, bem como, o controle das razões sobre as quais a autoridade estatal toma suas decisões. Assim, é que podemos dizer que o direito no Estado Democrático de Direito não é indiferente às razões normativas e políticas que fundamentam o agir estatal. 
Considerando que Constituição deva informar a prática das ações normativas e políticas do Estado, a questão sobre o que é uma constituição? tem sido, desde o princípio do constitucionalismo, (re)visitada constantemente por constitucionalistas, sociólogos e cientistas políticos. 
Desconfiado que a teoria jurídica liberal encobre a real constituição, ou seja, o que de fato atua de modo ativo e determinante sobre o agir Estatal, Lassalle, assumindo uma perspectiva sociológica, irá (re)visitar a questão sobre o que é uma constituição em busca daquilo que ocorre com frequência na realidade social.
Constituição
Vontade Política 
Agir Estatal
 Agir Normativo Agir Político
 
 Judiciário Legislativo Executivo
A Essência da Constituição
 Ferdinand Lassalle
O que é a Constituição?
 
 Teoria Jurídica Sociologia 
 
 Ordenamento Jurídico Realidade Social
 A Constituição é um texto normativo 
Teoria Jurídica A Constituição é um pacto entre soberano e povo
 
 A Constituição é uma Lei Fundamental 
Qual a diferença entre uma Constituição e uma lei comum?
Razões de ordem Política
Constituição é uma Lei Fundamental por estabelecer;
* Reserva de matérias;
* Proteção contra o executivo;
* Proteção contra leis e regimentos;
* Proteção contra reforma.
Razões de ordem Lógico
Constituição é uma Lei Fundamental em razão das seguintes características:
 Regras de competência;
Regras de mandamento;
Regras de julgamento;Regras Secundárias
 Regras de legislatura;	
Regras de organização de Estado. Estabelecem critérios institucionais, 
 para juízo de validade para o exame 
 das regras primárias. 
 
Violência “Sou obrigado
		
“Fui obrigado” Regras primária válida
“As coisas que tem um fundamento não o são por um capricho (acidente); existem por que necessariamente devem existir”.
A teoria jurídica deverá demonstrar que a Constituição, como Lei Fundamental, será uma Força ativa e determinadora. 
Será que existe em algum país alguma força ativa e determinadora que possa influir de tal forma em todas as leis e instituições?
Os fatores reais de poder que atuam no seio de cada sociedade são essa força ativa e 
eficaz.
Igreja
Banqueiros Fatores Reais de Poder
 Industriais
Investidores
Monarquia
Esta é em síntese, em essência, a Constituição de um país: a soma dos Fatores Reais de poder que regem uma nação.
A Essência da Constituição
Fatores Reais de Poder - Grupos politicamente organizados - Representação Política
	Interesses
 Art. 78CF Executivo
Representação Política 
 Legislativo
Tutela Jurídica dos Bens e
Interesses
Legislativo Art. 14 CF; Art. 60 CF.
Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Transformação Política dos Interesses
Fatores Reais de Poder- Interesses- Legislativo- Projeto de Lei- Comissões Parlamentares
 Lei Acordo político Avaliação política dos projetos de lei
Não sendo possível imaginar uma nação onde não existam os fatores reais de poder, a Constituição não é uma prerrogativa dos tempos modernos.
Quando num país irrompe e triunfa a revolução, o direito privado continua valendo, mas as leis do direito público desmoronam.
Quando podemos dizer que uma constituição é boa e duradoura?
O povo está acima da constituição?
Peter Haberle
Hermenêutica Constitucional
A teoria da interpretação constitucional tem colocado até aqui duas questões essenciais:
A indagação sobre as tarefas e os objetivos da interpretação; 
A indagação sobre os métodos (processo da interpretação constitucional) (regras de interpretação).
Quanto aos participantes da interpretação, qual o seu papel segundo a teoria da interpretação?
Até agora, a teoria da Interpretação tem pregado que, interpretação constitucional é coisa de uma sociedade fechada, isto é, dirige-se apenas à compreensão e à explicitação de sentido de uma norma (texto) por interpretes autorizados (juízes). 
Novo questionamento:
Sob a teoria da democracia, surge uma nova perspectiva conceitual: é possível estabelecer um elemento cerrado ou fixado com numeros clausus de intérprete da Constituição?
A investigação sobre os que participam do processo de interpretação é, de uma perspectiva sócio-constitucional, conseqüência do conceito republicano de interpretação aberta que há de ser considerado como objetivo da interpretação constitucional.
A partir do paradigma republicano, é imperativo que todas as forças da comunidade política tenham acesso, seja do ponto de vista teórico, seja do ponto de vista prático ao processo interpretativo. 
O ponto de vista republicano enfrenta pelo menos uma objeção: dependendo da forma como seja praticada, a interpretação constitucional poderá “dissolver-se” num grande número de interpretações e de interpretes. 
Segundo Haberle, essa objeção deve ser avaliada de maneira diferenciada, tendo em vista a legitimação dos diferentes intérpretes da Constituição.
Do ponto de vista teórico-constitucional, a legitimação fundamental das forças pluralistas da sociedade para participar da interpretação constitucional reside no fato de que essas forças representam um pedaço da publicidade e da realidade Constituição.
Quanto mais ampla for, do ponto de vista objetivo e metodológico, a interpretação constitucional, mais amplo há de ser o círculo dos que delas devam participar. É que se cuida de Constituição enquanto processo público.
Na perspectiva republicana os direitos fundamentais são parte da base de legitimação democrática para a interpretação aberta tanto no que se refere ao resultado, quanto no que diz respeito ao círculo de participantes. Na democracia liberal, o cidadão é interprete da Constituição. 
A democracia do cidadão está muito próxima da idéia que concebe a democracia a partir dos direitos fundamentais e não a partir da concepção segundo a qual o Povo soberano limita-se apenas a assumir o lugar do monarca.
Conseqüências para a Hermenêutica Constitucional:
1/relativização da hermenêutica constitucional jurídica;
2/ o juiz constitucional já não interpreta, no processo constitucional, de forma isolada;
3/ o conceito de participantes do processo constitucional relativiza-se na medida que se amplia o círculo daqueles que, efetivamente, tomam parte na interpretação constitucional;
4/ uma Corte Constitucional como Tribunal Constitucional, que a afere a legitimidade de interpretação de outro órgão, deve-se valer de diferentes métodos tendo em vista exatamente os participantes da interpretação;
5/ por último, a Corte Constitucional deve controlar a participação leal dos diferentes grupos na interpretação da Constituição, de forma que, na sua decisão, se levem em conta, interpretativamente, os interesses daqueles que não participaram.
Hesse e Lassale, análises da Constituição.
FERDINAND LASSALE
Nasceu em 1825, daí foi contemporâneo direto de Marx. Em 1862 a Europa estava passando por um período conturbado, contudo. um pouco antes, em fevereiro de 1848, na França, manifestações populares resultaram na insurreição que pôs fim ao governo de Luis Filipe, então apoiado por banqueiros e grandes proprietários, resultando na proclamação da efêmera república golpeada por Luis Bonaparte em 1851, fazendo-se imperador. Tais acontecimentos resultaram em revoltas e insurreições contra o absolutismo em toda a Europa. Era a "primavera dos povos." Levantes ocorreram na Prússia, em Berlim, Viena, Boêmia e na Itália, mas foram todos derrotados e sufocados.
Em 1850, a então Prússia já era uma grande potência econômica e a ascensão de Guilherme I, em 1862 (mesmo ano da palestra de Lassalle), solidificou a liderança do império em toda a região. De 1864 (ano da desastrosa morte de Lassalle) até 1871, Bismarck venceu as guerras contra a Dinamarca, Áustria e França, unificando definitivamente os estados germânicos na poderosa Alemanha. Finalmente, em janeiro de 1871, Guilherme I foi coroado "Kaiser", estava selada a fundação do Segundo Reich na Alemanha.
Não foram em vão, portanto, as revoltas de 1850. Não veio a revolução proletária que tanto queriam Lassalle quanto Marx, mas os tempos eram outros, o absolutismo estava no fim, a burguesia, enquanto classe, tomava também o poder político em toda a Europa e necessitava de segurança jurídica para seus contratos.
No ano de 1862, Lassale proferia em plena Berlim. Esta era a capital e importante centro cultural e industrial da Prússia, poderoso estado germânico da época. Tinha população de 300 mil habitantes em 1850 e, sucessivamente, foi também a capital do Segundo Reich, da República de Weimar e do Terceiro Reich. Em 1848, época das grandes insurreições em toda a Europa, Berlim já contava com grandes indústrias, fábrica de locomotivas, serviços diversos e grande massa de operários. Sendo Lassalle um ativistada revolução socialista, embora entendesse que a revolução do operariado alemão passasse pela unificação através de Bismarck e Guilherme I, da Prússia, evidente que não se dirigia, quando proferiu sua palestra, a autoridades do governo monárquico ou a banqueiros, grandes proprietários e industriais da Prússia.
Consoante o próprio Lassale :
“Antes de entrar na matéria, porém, desejo esclarecer que a minha palestra terá caráter estritamente científico; mas, mesmo assim, ou melhor, justamente por isso, não haverá entre vós uma única pessoa que possa deixar de acompanhar e compreender do começo até o fim o que vou expor.”
o próprio formato e didatismo do texto demonstram claramente que Lassalle estava se dirigindo a um público não muito familiarizado com a terminologia jurídica. É um diálogo ilustrativo e acessível ao mais rude dos operários da Berlim prussiana de 1862.
KONRAD HESSE
Hesse nasceu em 1919, na mesma cidade em que nasceu Kant, Königsberg, na Prússia Oriental, atual Kaliningrado, na Rússia. Concluiu o curso de Direito na Universidade de Göttingen, também na Alemanha, em 1950. Foi professor de Direito Público e Eclesiástico da Universidade de Freiburg, Alemanha, e presidente da Corte Constitucional Alemã.
Sua obra – A força normativa da Constituição – é resultado de palestra proferida em aula inaugural da Universidade de Freiburg, em 1959. A tradução é do Ministro Gilmar Mendes, atual presidente do Supremo Tribunal Federal, em comemoração ao centenário da Faculdade de Direito da Bahia, em 1991.
Ao fim da segunda guerra, a Europa estava destruída: além dos estragos causados pelos bombardeios, a fome, o desemprego, falta de alojamento para os refugiados, agitação social e o endividamento dos países ameaçavam a estabilidade do sistema capitalista. Nas conferências de Yalta e de Postdam, em 1945, os aliados dividiram a derrotada Alemanha do Terceiro Reich em quatro partes (Americanos, Britânicos, Franceses e Soviéticos). O medo do "fantasma do comunismo" impulsionou a formação da República Federal da Alemanha, na parte que coube aos aliados ocidentais, e sua reconstrução em bases capitalistas, enquanto a então União Soviética proclamava, em 1949, na área de sua ocupação, a República Democrática Alemã, sendo mais tarde a mesma Berlim de Marx e Lassalle dividida por um muro. Deu-se início à "guerra fria" e a formação da OTAN e do Pacto de Varsóvia. De um lado, Estados Unidos e aliados da Europa; de outro, a União Soviética e seus países satélites.
Tem-se, portanto, na década de 50, de um lado, um novo império intervencionista, conservador e reacionário – Os Estados Unidos; de outro, a União Soviética estatizada e governada punhos de ferro por Stálin; no meio, uma Europa destruída pela guerra e em reconstrução física e cultural, mas sob a hegemonia americana.
Ainda nos escombros da guerra e com a Alemanha dividida, pela guerra-fria, a grande novidade legislativa, na parte ocidental, em 1949, é a Lei Fundamental de Bonn, a nova Constituição Alemã, seguida da criação do Tribunal Constitucional, em 1951. Nessa onda, irá surgir a Constituição Italiana em 1947 e também sua Corte Constitucional, em 1956.
Nessa conjuntura, evidentemente, a Constituição a que se refere Konrad Hesse, em 1959, não é exatamente a mesma Constituição a que se refere Ferdinand Lassalle, em 1862.
Por fim, a aula inaugural proferida por Hesse, na Universidade de Freiburg,em 1959, certamente não foi prestigiada por operários rudes ou militantes revolucionários. Certamente, sua platéia era composta por estudantes de Direito, advogados, promotores e juízes recém saídos de uma guerra e que agora necessitavam de um Estado Democrático de Direito que garantisse os direitos fundamentais de todos os cidadãos da Alemanha e, sobretudo, que protegesse o Estado de novas aventuras.
LASSALE x HESSE
No seu livro, Lassale diz:
‘’A Constituição de um país é, em síntese, a soma dos fatores reais do poder que regem esse país’’. (p.42).
‘’Reúnem-se os fatores reais do poder, dá-se-lhes expressão escrita e, a partir desse momento, não são simples fatores reais do poder, mas verdadeiro direito. Quem contra eles atentar viola a lei e, por conseguinte, é punido. Conhecemos ainda o processo utilizado para converter tais escritos em fatores reais do poder, transformando-se dessa forma em fatores jurídicos’’. (p.42).
‘’Está pois demonstrada a relação que guardam entre si as duas Constituições de um país: essa Constituição real e efetiva, composta pelos fatores reais e efetivos que regem a sociedade e essa outra Constituição escrita que, para distinguir da primeira, vamos denominar de folha de papel’’. (p.47).
‘’Quando se pode afirmar que uma Constituição escrita é boa e duradoura? A resposta é clara e parte logicamente do que já consideramos: Quando essa Constituição escrita corresponder à Constituição real e tiver as suas raízes nos fatores do poder que regem o país’’. (p.56).
 
Com base nesses três excertos, pode-se afirmar que os fatores reais de poder são aqueles que regem a sociedade. Reunindo-os em expressão escrita, convertem-se em direito. Existem, pois, a Constituição real e efetiva – fatores de poder – e a Constituição escrita – folha de papel –. O caráter duradouro de uma Constituição escrita se dá na medida em que corresponde à Constituição real.
Segundo a tese de Ferdinand Lassale, as questões constitucionais não são jurídicas, mas sim políticas. Isso ocorre porque a constituição expressa as relações de poder dominantes em um país. As relações fáticas resultantes da conjugação destes fatores constituem a força ativa determinante das leis e das instituições da sociedade, fazendo com que estas expressem só a correlação de forças que resulta dos fatores reais de poder. Esses fatores reais do poder formam a constituição real do país. Na visão de Lassale, a constituição jurídica é apenas um pedaço de papel, e sua capacidade de motivar e regular limita-se à sua compatibilidade com a constituição real.
Lassale, numa visão sociológica da Constituição, chegou a assentar que ela seria simplesmente uma “folha de papel” , visto que a sociedade não poderia ser usurpada de sua soberania em virtude de um texto a que denominavam de Maior.
Ainda, na Europa, o dogma da legalidade, legado da Revolução Francesa, reinava absoluto, até o início do século XX, quando do advento das idéias de Hans Kelsen, das quais se extraía a noção de que as normas têm hierarquia entre si, começando pela fundamental, logo abaixo, a Constituição, e, abaixo, os demais atos, inclusive as leis.
Hesse, contrapõe-se ao posicionamento de Lassale, lança as bases da teoria que se intitulou Força normativa da constituição. Segundo Hesse, a Constituição não é e não deve ser um subproduto mecanicamente derivado das relações de poder dominantes, ou seja, sua força normativa não deriva unicamente de uma adaptação à realidade, mas, antes, de uma vontade de constituição.
Sem desprezar a importância das forças sócio-políticas para a criação e sustentação da Constituição jurídica (folha de papel para Lassale), Hesse sugere a existência de um condicionamento recíproco entre a Lei Fundamental e a realidade político-social subjacente.
Hesse faz com que o leitor questione sobre o papel da Constituição, em seu sentido mais sublime, inclusive em momentos de sua maior prova: quando da necessidade e crise extrema. Ele o faz na medida em que abre um caminho conciliador entre as radicais posições, quais sejam: normativa de um lado, e de outro diametralmente oposto, espelho das relações entre os fatores reais de poder.
Tal como afirmado por Hesse, a Constituição somente se converterá em força ativa quando se fizer presente, na consciência dos principais responsáveis pela ordem constitucional, não só a vontade de poder, mas também a vontade de constituição.
A partir destes estudos, não só analisados pelo meu prisma, mas também através de renomados doutrinadores, percebe-se que não há uma real contrariedade quanto ao proposto por Lassale e o proposto por Hesse. Quanto ao conteúdo há simessa disparidade, entretanto, quando analisado o contexto histórico vivido por cada um, vê-se que existe toda uma razão de ser para o que cada um propôs.
Não se deve só analisar o conteúdo isolado, pois este terá um significado restrito, mas sim observando-se o que influênciou para que se chegasse a tal pressuposto.
Baseando-se nestes pontos, observo que do ponto de vista didático há sim essa diferença, contudo, quando se aprofunda na questão e vamos além do que está escrito, vemos a influência que a realidade de cada um tomou em suas posições ideológicas.
Métodos e Princípios da Interpretação Constitucional
Método – caminho mediante o qual se constrói/escolhe um sentido, no caso em questão, um sentido normativo. 
Para a construção ou escolha de uma norma, ou seja, a fixação de um sentido à partir de um texto normativo, é indispensável a presença do elemento volitivo. 
O método, como caminho a ser seguido para a construção/escolha do sentido normativo, visa garantir ao ato de vontade, responsável pela decisão, uma pretensa racionalidade indispensável ao discurso jurídico moderno. 
A escolha de um método em detrimento de outro é sempre motivada por razões políticas, mesmo quando justificada com bases técnicas. 
 Gramatical
 Lógica
 Sistemática
 Métodos Histórica
 Sociológica
 Evolutiva
 Teleológica
 Axiológica 
 Supremacia da constituição
 Unidade da constituição
 Concordância prática ou da harmonização Princípios da Correção funcional
 Interpretação constitucional Eficácia integradora
 Força normativa da constituição
 Máxima efetividade
 Interpretação conforme a Constituição
 Proporcionalidade 
Interpretação Gramatical - O método gramatical é também denominado literal, verbal, textual, semântico ou filológico. Ele consiste no primeiro movimento do intérprete, que se volta para a literalidade do texto, considerando seu valor léxico e sintático no exame da linguagem. 
O intérprete de se ater ao primeiro sentido. 
Ao utilizar o método gramatical, o intérprete busca o sentido da lei com base no texto escrito, na letra da lei, fazendo a apreciação das verba legis, primeira fase da interpretação, pois
esta começa sempre pela compreensão das palavras. 
Não fugir à interpretação literal quando os termos da lei não toleram mais do que um certo sentido é indispensável à manutenção do princípio da segurança nas relações jurídicas. 
Método Lógico - Referido método busca a apreensão do sentido e alcance das normas jurídicas, aplicando ao dispositivo interpretado um conjunto de regras tomadas de empréstimo à Lógica e sem o auxílio de nenhum elemento exterior. 
A função do intérprete se limitava, portanto, em descobrir no texto rígido da lei a voluntas legislatoris. Interpretar a lei era tão somente reconstituir e revelar, com fidelidade, essa vontade. 
Ihering, "procurar o pensamento da lei na alma do seu autor, passando por cima das palavras". 
Na sua atividade de reconstituir a voluntas legislatoris, o intérprete tomava o texto legal como uma proposição e procurava desdobrá-lo em todas as suas implicações, obedecendo às regras da Lógica. 
Argumentos: a contrario sensu, segundo o qual a admissão de uma hipótese importa a rejeição das que lhe são contrárias/dedução/indução/silogismo 
Antecipação de tutela contra pessoa jurídica de direito público.
Artigo 273 do CPC
Artigo 475 do CPC 
Tendo em vista os dois artigos em questão o que se pode deduzir? 
Interpretação Sistemática: preconiza o exame do ordenamento em seu conjunto orgânico e no sistema jurídico vigente, faz reforçar a impossibilidade de que se possa analisar as normas isoladamente, já que, "não se pode conhecer, de modo algum, o Direito, levando em conta uma norma, senão um sistema" (CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, "Considerações em torno dos Princípios Hermenêuticos", in "RDP", 21/143 
A interpretação sistemática é fruto da concepção do ordenamento jurídico enquanto sistema. “Através dela, o intérprete situa o dispositivo a ser interpretado dentro do contexto normativo geral e particular, estabelecendo as conexões internas que enlaçam as instituições e as normas jurídicas.” 
Método histórico - busca o sentido e alcance da lei tomando em consideração as idéias, sentimentos e interesses dominantes ao tempo da sua elaboração (occasio legis). 
Tudo isto há de fornecer ao intérprete a chamada occasio legis, isto é, o somatório dos fatos e circunstâncias que resultaram na elaboração da norma interpretada, capacitando-o a melhor apreender-lhe o espírito. Numa linguagem mais objetiva
Numa linguagem mais objetiva podemos dizer que a occasio legis nos fornece o “porquê” da lei, indicando as condições históricas da sociedade e as necessidades que esta almeja lhe sejam atendidas. 
Método Teleológico - O método teleológico busca o fim do preceito normativo, para a partir dele determinar o seu sentido e alcance. Baseia-se na investigação da ratio legis – razão ou motivo que justifica e fundamenta o preceito
Essa razão ou motivo diz respeito à criação da norma, residindo na própria necessidade humana que esta visa amparar, ou seja, na sua finalidade prática. Há que se ter um motivo, uma justificativa, para a criação da norma jurídica, e é este motivo que vai possibilitar a revelação do seu verdadeiro sentido e alcance. 
Em uma linguagem mais objetiva, podemos dizer que a interpretação teleológica consiste na perquirição do “para quê” da norma jurídica, isto é, o fim a que ela se destina
A regra básica do método teleológico se constitui na afirmativa de que sempre é possível atribuir-se um propósito às normas, uma vez que o direito é essencialmente finalista. 
Fim da lei “é sempre um valor, cuja preservação ou atualização o legislador teve em vista garantir.” 
Muita confusão se tem feito entre os métodos histórico e teleológico. 
A interpretação histórica tem a ver com a occasio legis, isto é, as circunstâncias históricas que deram ensejo à criação da lei. A occasio legis revela o “porquê” da lei. Ela busca o sentido e o alcance da lei a partir da reconstituição da voluntas legislatoris, tendo, por isso mesmo, uma natureza subjetiva. 
A interpretação teleológica tem uma natureza objetiva. Ela se abstrai totalmente da voluntas legislatoris; a sua busca é pelo sentido da lei considerada em si mesma, isto é, pelo sentido objetivo da lei (a voluntas legis). Para chegar a voluntas legis, investiga-se qual é o fundamento racional da lei (a ratio legis). 
Da ratio legis, que constitui o fundamento racional objetivo da norma, precisamos distinguir a occasio legis que é a circunstância histórica de onde veio o impulso exterior para a criação da lei.. 
Método Sociológico é também chamado histórico-evolutivo ou progressista. A interpretação sociológica é uma decorrência da interdisciplinariedade entre os diversos ramos das ciências do espírito. Hoje, já não se admite mais o Direito enquanto ciência isolada, que a si mesmo se basta, e que possa encerrar-se em seus textos e fórmulas. Faz-se necessário haurir os conhecimentos desenvolvidos em outras ciências. E é nesse sentido que o Direito se vale da Sociologia 
Os fatores sociais a seremconsiderados no processo interpretativo são aqueles existentes no momento de aplicação da lei. Eis a diferença entre método histórico e método sociológico. Importa saber os fatores e valores da sociedade quando a lei foi criada. Mas essa tarefa compete ao método histórico. Já para o método sociológico importa saber quais são os fatores sociais atuais que podem e geralmente influenciam a aplicação do direito. 
Princípios da Interpretação
Constitucional
Supremacia da Constituição - Como afirma Luís Roberto Barroso, “Toda interpretação constitucional se assenta no pressuposto da superioridade jurídica da Constituição sobre os demais atos normativos no âmbito do Estado. Por força da supremacia constitucional, nenhum ato jurídico, nenhuma manifestação de vontade pode subsistir validamente se for incompatível com a Lei Fundamental”. 
Nasce no Constitucionalismo Norte Americano com a histórica decisão do caso Madison vs. Marbury que criou a idéia do controle de constitucionalidade a fim de garantir a validade da lei perante a Constituição (rígida). 
Princípio da unidade da constituição 
Segundo essa regra de interpretação, as normas constitucionais devem ser vistas não como normas isoladas, mas como preceitos integrados num sistema unitário de regras e princípios, que é instituído na e pela própria constituição. 
Princípio da concordância prática ou da harmonização 
Intimamente ligado ao princípio da unidade da constituição, que nele se concretiza, o princípio da harmonização ou da concordância prática consiste, essencialmente, numa recomendação para que o aplicador das normas constitucionais, em se deparando com situações de concorrência entre bens constitucionalmente protegidos, adote a solução que otimize a realização de todos eles, mas ao mesmo tempo não acarrete a negação de nenhum. 
Princípio da correção funcional 
Derivado, igualmente, do cânone hermenêutico da unidade da constituição, que nele também se concretiza, o princípio da correção funcional tem por finalidade orientar os intérpretes da constituição no sentido de que, instituindo a norma fundamental um sistema coerente e previamente ponderado de repartição de competências, não podem os seus aplicadores chegar a resultados que perturbem o esquema organizatório-funcional nela estabelecido, como é o caso da separação dos poderes, cuja observância é consubstancial à própria idéia de Estado de Direito. 
A aplicação desse princípio tem particular relevo no controle da constitucionalidade das leis e nas relações que, em torno dele, se estabelecem entre a legislatura e as cortes constitucionais 
Princípio da eficácia integradora 
Considerado um corolário da teoria da integração formulada por Rudolf Smend32, esse cânone interpretativo orienta o aplicador da constituição no sentido de que, ao construir soluções para os problemas jurídico-constitucionais, procure dar preferência àqueles critérios ou pontos de vista que favoreçam a integração social e a unidade política, porque além de criar uma certa ordem jurídica, toda constituição necessita produzir e manter a coesão sócio-política, enquanto pressuposto ou condição de possibilidade de qualquer sistema jurídico. 
Princípio da força normativa da constituição 
Reduzindo-o à sua expressão mais simples, poder-se-ia dizer que esse cânone interpretativo consubstancia um conselho − Friedrich Müller nos fala em apelo 34− para que os aplicadores da constituição, na solução dos problemas jurídico-constitucionais, procurem dar preferência àqueles pontos de vista que, ajustando historicamente o sentido das suas normas, lhes confiram maior eficácia. 
Princípio da máxima efetividade 
Estreitamente vinculado ao princípio da força normativa da constituição, em relação ao qual se apresenta como um subprincípio, o cânone hermenêutico-constitucional da máxima efetividade orienta os aplicadores da lei maior para que interpretem as suas normas em ordem a otimizar-lhes a eficácia. 
Princípio da interpretação conforme a Constituição 
Instrumento situado no âmbito do controle de constitucionalidade e não apenas uma simples regra de interpretação, conforme enfatizou em decisão exemplar o STF, o princípio da interpretação conforme a Constituição consubstancia essencialmente uma diretriz de prudência política. 
Recomenda que os aplicadores da constituição, em face de normas infraconstitucionais de múltiplos significados, escolham o sentido que as torne constitucionais e não aquele que resulte na sua declaração de inconstitucionalidade, esse cânone interpretativo visa valorizar o trabalho legislativo, aproveitando ao máximo ou conservando as leis. 
Força Normativa da constituição
Konrad Hesse
Partindo do exame daquilo que acontece na realidade social política, o que é fundamental para o propósito de decisão e ação no âmbito das instituições jurídicas e políticas do Estado para Lassalle?
Adotando um ponto de vista descritivo, isto é, avaliando aquilo que acontece com frequência para propósitos de decisão e ação, Lassalle atribui aos fatores reais de poder um papel fundamental em sua teoria da constituição. 
Desse ponto de vista, a capacidade de regular e de motivar da Constituição está limitada à sua compatibilidade com a Constituição real, o que levaria a própria negação da Constituição Jurídica. Noutras palavras, as forças políticas movem-se consoante suas próprias leis, que atuam independentemente das formas jurídicas.
Mas do ponto de vista dos cidadãos cujas preocupações, decisões e atividades criam ou constituem o assunto, o que seria considerado importante ou significativo para formação indispensável do conceito de constituição?
Konrad Hesse busca demonstrar que a doutrina de Lassalle é desprovida de fundamento uma vez que as normas constitucionais contêm, ainda que de forma limitada, uma força própria.
Existiria ao lado do poder determinante das relações fáticas, expressas pelas forças políticas e sociais, também uma força dominante do Direito Constitucional? 
Qual o fundamento dessa força do Direito Constitucional?
Qualquer tentativa de resposta deve ter como ponto de partida o condicionamento recíproco existente entre Constituição jurídica e a realidade político-social.
(1) Devem ser considerados nesse contexto, os limites e as possibilidades da atuação da constituição jurídica;
(2) Hão de ser investigados os pressupostos de eficácia da Constituição
O significado da ordenação jurídica na realidade e em face dela somente pode ser apreciado se ambas – ordenação e realidade – forem consideradas em sua relação, em seu inseparável contexto, e no seu condicionamento recíproco.
Reducionismo numa ou noutra direção (positivismo/Sociológica) leva quase inevitavelmente aos extremos de uma norma despida de qualquer elemento da realidade ou de uma realidade esvaziada de qualquer elemento normativo.
A radical separação, no plano constitucional, entre realidade e norma leva a uma confirmação, confessa ou não, da tese que atribui exclusivamente força determinante às relações fáticas.
Faz-se necessário encontrar um caminho entre o abandono da normatividade em favor do domínio das relações fáticas, de um lado, e a normatividade despida de qualquer elemento da realidade, de outro. 
Essa via somente poderá ser encontrada se se renunciar à possibilidade de responder às indagações formuladas com base numa rigorosa alternativa. A norma Constitucional não tem existência autônoma em face da realidade.
A essência da norma constitucional reside na sua vigência, ou seja, a situação por ela regulada que pretende ser concretizada na realidade.
Essa pretensão de eficácia não pode ser separada das condições históricas de sua realização, que estão, de diferentes formas, numa relação de interdependência.
Devem ser consideradas aqui as condições naturais, técnicas, econômicas e sociais. A pretensão de eficácia da norma jurídica somente será realizada se levar em conta essas condições. 
Há de ser, igualmente contemplado o substrato espiritual que se consubstancia num determinado povo, isto é, as concepções sociaisconcretas e o alicerce axiológico que influenciam decisivamente a conformação, o entendimento e autoridade das proposições normativas.
Cidadania no alicerce da constituição
Mas a pretensão de eficácia de uma norma constitucional não se confunde com as condições de sua realização; a pretensão de eficácia associa-se a essas condições como elemento autônomo.
Graças à pretensão de eficácia, a Constituição procura imprimir ordem e conformação à realidade política e social. Assim, a força condicionante da realidade e a normatividade da Constituição podem ser diferenciadas; elas não podem, todavia, ser definitivamente separadas ou confundidas.
A constituição adquire força normativa na medida em que consegue realizar essa pretensão de eficácia. Essa constatação leva à questão concernente às (1) possibilidades e aos limites de sua realização no contexto amplo de interdependência. 
Somente a Constituição que se vincule a uma situação histórica concreta e suas condicionantes, dotada de uma ordenação jurídica orientada pelos parâmetros da razão, pode, efetivamente, desenvolver-se.
Toda Constituição, ainda que considerada como simples construção teórica, deve encontrar um germe material de sua força vital no tempo, nas circunstâncias, no caráter nacional, necessitando apenas de desenvolvimento.
A força vital e a eficácia da Constituição assentam-se na sua vinculação às forças espontâneas e as tendências dominantes do seu tempo, o que possibilita o seu desenvolvimento e a sua ordenação objetiva. A constituição converte-se, assim, na ordem geral objetiva do complexo de relações da vida.
Embora a constituição não possa, por si só, realizar nada, ela pode impor tarefas.
A Constituição transforma-se em força ativa se essas tarefas forem efetivamente realizadas, se existir a disposição de orientar a própria conduta segundo a ordem nela estabelecida, se puder identificar vontade de concretizar essa ordem.
A Constituição converter-se-á em força ativa se fizerem-se presentes na consciência geral não só a vontade de poder, mas também a vontade de constituição. 
Essa vontade de Constituição origina-se de três vertentes diversas. (1) Baseia-se na compreensão da necessidade e do valor de uma ordem inquebrantável, que projeta o Estado contra o arbítrio desmedido e disforme. 
(2) Reside, igualmente, na compreensão de que essa ordem constituída é mais do que uma ordem legitimada pelos fatos e que, por isso, necessita de estar em constante processo de legitimação.
(3) Assenta-se também na consciência de que essa ordem adquire e mantém sua vigência através de atos de vontade.
(3) Finalmente, hão de ser investigados os pressupostos de eficácia da Constituição.
Esses pressupostos referem-se tanto ao conteúdo da Constituição quanto à práxis constitucional.
(a) Quanto mais o conteúdo de uma constituição conseguir corresponder à natureza singular do presente, tanto mais seguro há de ser o desenvolvimento de sua força normativa. Isso lhe há de assegurar o apoio e a defesa da consciência geral.
Importante notar que a correspondência ao presente não significa constitucionalização de interesses momentâneos ou particulares que exigiria uma constante revisão e, consequentemente, uma inevitável desvalorização da força normativa.
(b) Um ótimo desenvolvimento da força normativa da constituição depende não só de seu conteúdo, mas também de sua práxis. Quem se mostra disposto a sacrificar um interesse em favor da preservação de um princípio constitucional, fortalece o respeito à constituição.
Quando os pressupostos não puderem ser satisfeitos, dar-se-á a conversão dos problemas constitucionais , enquanto questões jurídicas, em questões de poder. Nesse caso a constituição jurídica sucumbirá em face à constituição real.
Finalmente, a interpretação tem significado decisivo para a consolidação e preservação da força normativa da Constituição. Segundo Hesse, a interpretação constitucional está submetida ao princípio da ótima concretização da norma. Em última instância, a interpretação garante à Constituição estabilidade. 
Evidentemente, o princípio da ótima concretização da norma não pode ser aplicado com base nos meios fornecidos pela subsunção lógica e pela construção conceitual. 
A interpretação adequada é aquela que consegue concretizar, de forma excelente, o sentido da proposição normativa das condições reais dominantes numa determinada situação. 
A finalidade de uma proposição constitucional e sua nítida vontade normativa não devem ser sacrificadas em virtude de uma mudança da situação, exceto se não puder ser realizada, caso em que teremos a oportunidade para revisão constitucional ou a interpretação construtiva. 
Por último, pode-se dizer que os princípios basilares da Lei Fundamental não devem ser alterados mediante revisão constitucional, conferindo preeminência ao princípio da Constituição jurídica sobre o postulado da soberania popular. 
 
 Método 
 Filosofia positivista 
 Objeto 
 O reducionismo metodológico toma a razão como instrumento e o outro como objeto. 
 Positivismo jurídico – O que é o direito? 
 Em virtude de Método um tipo de racionalidade/lógica 
	
 Direito é um sistema hierárquico de regras. 
Critérios de identidade (formal) nos indica exatamente “aquilo” que podemos chamar de direito, ou seja, as regras que se mantêm vinculadas às regras do escalão superior.
Regras secundárias instituem a forma para se criar/modificar/ revogar regras
 Direito é um sistema hierárquico de regras. 
Regras primárias ou mandamentais instituem uma conduta como permitida/ obrigatória/proibida 
 Hipótese de aplicação 
Argumentos de natureza política ou argumentos de política fundamentam/justificam o juízo de valor sobre aquilo que o legislador entende como melhor. 
Pré convencional - Alguém com uma moral pré convencional ainda não adotou ou internalizou as convenções da sociedade sobre o que é certo ou errado, mas, em vez disso, foca-se grandemente em consequências externas que certas ações possam ter. O comportamento moral consiste em seguir regras quando forem do interesse imediato do ator, e em reconhecer que os outros também têm seus próprios interesses, o que pode justificar uma troca entre atores, integrando interesses recíprocos, mas apenas até o ponto em que isso serve aos interesses do próprio ator.
Convencional - O correto é atender às expectativas das pessoas de referência, ser um "bom moço", no papel de filho, irmão ou amigo, tendo sido ensinado que há um valor inerente a tal comportamento. O ponto de vista inclui as perspectivas dos outros e sentimentos compartilhados, que têm precedência sobre os interesses individuais. A argumentação do estágio 3 pode julgar a moralidade de uma ação valorando as suas consequências em termos dos relacionamentos de uma pessoa, a qual agora começa a incluir coisas como respeito, gratidão, e a “regra de ouro”. 
comunidade de princípios – as pessoas estão fortemente ligadas aceitando que são governadas por princípios comuns e não por regra criadas por um acordo político. A política, para essas pessoas, é uma arena de debates sobre quais princípios a comunidade deve adotar como sistema, que concepção deve ter de justiça, equidade e justo processo legal e não a imagem diferente, apropriada a outros modelos, na qual cada pessoa tenta fazer valer suas convicções no mais vasto território de poder ou de regras possível. Os membros de uma sociedade de princípio admitem que seus direitos e deveres políticos não se esgotam nas decisões particulares tomada por suas instituições políticas, mas dependem, em termos mais gerais, do sistema de princípios que essas decisões pressupõeme endossa. 
Robert Alexy
A distinção entre regras e princípios é, portanto, uma distinção entre duas espécies de normas. 
Há vários critérios para se distinguir regras de princípios. Provavelmente aquele que é utilizado com mais freqüência é o da generalidade. Segundo esse critério, princípios são normas com grau de generalidade relativamente alto. 
O ponto decisivo na distinção entre regras e princípios é que princípios são normas que ordenam que algo seja realizado na maior medida possível dentro das possibilidades jurídicas e fáticas existentes. 
Princípios são, por conseguinte, mandamentos de otimização, que são caracterizados por poderem ser satisfeitos em graus variados. 
Já as regras são normas que são sempre ou satisfeitas ou não satisfeitas. Se uma regra vale, então, deve se fazer exatamente aquilo que ela exige; nem mais, nem menos. Regras contêm, portanto, determinações no âmbito daquilo que é fática e juridicamente possível. 
Conflito entre regras – um conflito entre regras somente pode ser solucionado se se introduzir, em uma das regras, uma cláusula de exceção que elimine o conflito, ou se pelo menos uma das regras for declarada inválida. 
Ex: se o sinal ainda não tiver sido tocado, mas o alarme de incêndio tiver soado, qual o procedimento tomar? Essas regras não conduzem a juízos concretos de dever-ser contraditórios? 
Em um determinado caso, se se constata a aplicabilidade de duas regras com conseqüências jurídicas concretas contraditórias entre si, e essa contradição não pode ser eliminada por meio da introdução de uma cláusula de exceção, então, pelo menos uma das regras deve ser declarada inválida. 
Colisão entre princípios – as colisões entre princípios devem ser solucionadas de forma completamente diversa. Se dois princípios colidem, um dos princípios terá que ceder. 
OBS: abstratamente são hierarquicamente iguais 
Isso não significa, contudo, nem que o princípio cedente deva ser declarado inválido, nem que nele deverá ser introduzida uma cláusula de exceção. O que ocorre é que um dos princípios tem precedência em face do outro sob determinadas condições. 
Colisão entre regras ocorrem na dimensão da validade, enquanto as colisões entre princípios – visto que só princípios válidos podem colidir – ocorrem, para além dessa dimensão, na dimensão do peso. 
A despeito da equiparação entre princípios e valores, há uma diferença. Aquilo que, no modelo de valores, é prima facie o melhor é, no modelo de princípios, prima facie devido. Princípios e valores diferenciam-se, portanto, somente em virtude de seu caráter deontológica, no primeiro caso, e axiológica, no segundo. 
Dessa forma, não há nenhuma dificuldade em se passar da constatação de que determinada solução é a melhor do ponto de vista do direito constitucional para a constatação de que ela é constitucionalmente devida. 
Colisão de Direitos Fundamentais
Os Direitos fundamentais não são absolutos e ilimitados. 
Pontos de vistas que podem demonstrar tal assertiva:
fenomenóligo-existencial 
Perspectiva histórica 
Dogmático-constitucional 
Os limites existem, antes de tudo, por causa da positividade dos direitos fundamentais. Em outras palavras, cada direito fundamental encontra seu limite lá onde termina seu alcance material. 
Abstratamente, os direitos fundamentais mantêm entre si e com outros bens constitucionalmente protegidos uma relação de harmonia. Porque são atribuídos por normas constitucionais, não há entre eles ordenação hierárquica e nem exclusão apriori. Contudo, in concreto, há conflito de direitos fundamentais. Que metódica, que critérios, que parâmetros podem assegurar decisões válidas desde os pontos de vista da vinculação ao texto constitucional e da certeza jurídica? 
Três possíveis respostas:
Subusunção lógica da colisão a norma abstratamente formulada; 
A teoria estruturante das normas; 
Ponderação de bens, que se operacionaliza mediante o princípio da proporcionalidade. 
A colisão de direitos fundamentais diferencia-se da restrição e conformação legislativas dos limites imanentes e da concorrência acumulativa. 
Restrição e configuração Legislativa dos direitos fundamentais 
Toda a vez que encontramos as expressões, tais como “nos termos da lei”, “na forma da lei”, “definida em lei”, etc, precisamos identificar se a autorização é para restrição ou conformação
O desenvolvimento normativo dos direitos fundamentais no plano legislativo infraconstitucional, se materializa sob duas modalidades:
restrição;
Configuração. 
*restritivas são as normas legais que limitam ou restringem posições que, prima facie, se incluem no domínio de proteção dos direitos fundamentais.
Constituição Federal
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996) 
Configuradoras são as normas legais que completam, precisam, concretizam ou diferem o conteúdo de proteção de um direito fundamental. 
Constituição Federal – art. 5º
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. 
A configuração pressupõe uma insuficiência ou deficit material do direito fundamental que impossibilita a sua máxima otimização ou prejudica a sua possibilidade de seu sentido prescritivo. 
Constituição Federal
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. 
LEI Nº 7.783, DE 28 DE JUNHO DE 1989.
Art. 1º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
        Parágrafo único. O direito de greve será exercido na forma estabelecida nesta Lei
Art. 6º São assegurados aos grevistas, dentre outros direitos:
        I - o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve;
     
   § 1º Em nenhuma hipótese, os meios adotados por empregados e empregadores poderão violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem.
      
        § 3º As manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não poderão impedir o acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa.
Limites Imanentes
O legislador poderá instituir limites aos direitos fundamentais sem reserva de lei, porque tais limites são imanentes ao sistema dos direitos fundamentais e à constituição como um todo, limites que derivam da conexão interna.
A instituição de direitos fundamentais sem reserva de lei não autoriza a conclusão de que há direitos fundamentais absolutos.
Colisão de direitos Fundamentais 
Haverá colisão ou conflito de direitos fundamentais sempre que se deva entender que a constituição protege simultaneamente dois valores ou bens em contradição concreta.
Hipóteses de conflito:
A concorrência de direitos fundamentais;
A colisão de direitos fundamentais;
Conflitos entre um direito fundamental e um bem jurídico
A concorrência de direitos fundamentais se dá quando através de um único comportamento o titular de um direito fundamental exerce vários direitos, de tal modo que a mesma ação pode ser subsumida em vários supostos de fato de distintos direitos fundamentais.
A colisão ocorre quando há um conflito entre direitos fundamentais e bens jurídicos constitucionais. Nessa hipótese, o exercício de um direito fundamental implica uma construção ou um prejuízo de um bem jurídico protegido pelo texto constitucional.
Lei de Colisão – Essa lei não só é importante porque descreve a estrutura lógica da solução da colisão, mas também porque indica

Outros materiais