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* As formas contemporâneas de trabalho e a desconstrução dos direitos sociais Profa. Tânia Maria Ramos de Godoi Diniz 2014 * Objetivo: O autor – Ricardo Antunes – retoma as grandes mudanças no sistema de produção de mercadorias e suas repercussões na classe trabalhadora, bem como seus impactos no campo dos direitos sociais. * Aponta alguns aspectos econômicos políticos e sociais das mudanças que afetaram o capitalismo a partir de 1960/70 Aspectos que sinalizam as transformações no mundo do trabalho Movimento de desconstrução dos direitos sociais conquistados * PROCESSO DE PRODUÇÃO Padrão Fordista Produção em massa de bens homogêneos Uniformidade e Padronização Grandes estoques e inventários Testes de qualidade posterior Produtos defeituosos ocultados nos estoques Perda de tempo de produção por causa de longos tempos de preparo, peças com defeito, pontos de estrangulamento nos estoques etc. Voltada para os recursos Integração vertical e (em alguns casos) horizontal Redução de custos através do controle dos salários Padrão Flexível Produção em pequenos lotes Produção flexível e em pequenos lotes/ variedade de produtos Sem estoques Controle de qualidade integrado ao processo Rejeição imediata de peças com defeito Redução do tempo perdido, reduzindo-se “a porosidade do trabalho”. Voltada para a demanda Integração ( quase) vertical, Subcontratação Aprendizagem na prática integrada ao planejamento à longo prazo * IDEOLOGIA Padrão Fordista Consumo de massa de bens duráveis: a sociedade de consumo Modernismo Dimensão do coletivo Padrão Flexível Consumo individualizado Pós-modernismo Individualização: a sociedade do “Espetáculo”. * ESTADO Padrão Fordista Regulamentação Rigidez Negociação Coletiva Estado de Bem-Estar Social Estabilidade Internacional através de acordos multilaterais Centralização Estado/Cidade “Subsidiador” Pesquisa e Desenvolvimento financiados pelas firmas Inovação liderada pela Indústria Padrão Flexível Desregulamentação Flexibilidade Divisão/ Individualização, negociação locais ou por empresa Privatização das necessidades coletivas e da seguridade social Desestabilização internacional; crescentes tensões geopolíticas Descentralização e agudização da competição inter-regional e interurbana Estado “Empreendedor” Pesquisa e desenvolvimento financiados pelo Estado Inovação liderada pelo Estado * Século XX: Sociedade do Capital Segunda metade do séc. XX: esgotamento dos modelos de produção de base Taylorista e Fordista. Transformações no mundo do trabalho com o surgimento do Toyotismo ou Modelo Japonês. Características: produção diversificada, trabalho polivalente e em equipe, produção horizontal para atender a demanda (sem estoque), CCQ`s. * Século XX: Sociedade do capital Ricardo Antunes: classe que vive do trabalho redução do trabalho improdutivo nas fábricas (supervisão, vigilância, inspeção, gerência intermediária) que passa a ser incorporado ao trabalho produtivo. Forma de reduzir custos e ampliar a extração da mais-valia. Trabalhador passa a ser mais explorado. * Século XX: Sociedade do Capital Reestruturação Produtiva/ Acumulação Flexível (anos 1970/expansão da programática neoliberal) Privatização, terceirização, trabalhos precários, desemprego estrutural, novos modelos de organização e gestão do trabalho, desmonte sindical, perda de direitos trabalhistas, etc. * Século XX: Sociedade do Capital Contraposição à ideia do Estado como mediador civilizador para: Estado forte para romper o poder dos sindicatos e controlar a moeda; Estado parco para gastos sociais; Estabilidade da moeda; Forte disciplina orçamentária; Reforma fiscal, diminuindo os impostos sobre os rendimentos mais altos; Desmontes dos direitos sociais. * Século XX: Sociedade do Capital São as instituições constitutivas de um capital financeiro com fortes características rentáveis que determinam tanto a repartição da receita quanto o ritmo do investimento e as formas do emprego assalariado; São os bancos, as companhias de seguro, os fundos de aposentadoria (fundos de pensão) , isto é, as organizações designadas com o nome de investidores institucionais; São eles os principais beneficiários da nova configuração do capitalismo. * Século XX: Sociedade do Capital Perda dos padrões de proteção social dos trabalhadores e dos “segmentos sociais vulneráveis”. As expressões da “questão social” tornaram-se alvo de ações solidárias e da filantropia. Emergência da filantropia e do terceiro setor nos anos 1990 e 2000. * Segundo a OIT, são 212 milhões de desempregados mundiais (sobrantes, descartáveis). Parte expressiva da população – 1,5 bilhões – sobrevive em condições indignas de tentativa de reprodução de sua própria vida, enquanto partícipe de uma sociedade humana. Vale destacar o contingente de jovens desempregados que chegaram a 10,2 milhões. * Trabalho no Século XX Padrão Fordista Realização de uma única tarefa pelo trabalhador Pagamento baseado no cargo Alto grau de especialização de tarefas Pouco ou nenhum treinamento no trabalho Organização vertical do trabalho Pouca aprendizagem Ênfase no controle do trabalho Nenhuma segurança no trabalho Padrão Flexível Múltiplas tarefas Pagamento pessoal Eliminação da demarcação de tarefas / treinamento no trabalho Organização mais horizontal do trabalho / Aprendizagem no trabalho Ênfase na co-responsabilidade do trabalhador Grande segurança no emprego aos trabalhadores centrais Nenhuma segurança no trabalho e condições de trabalho ruins para os empregados temporários * Qual é o novo tipo de trabalho Assalariados do setor de serviços Trabalhadores informais tradicionais/assalariados sem registro/por conta própria Trabalhadores rurais Empreendedorismo Cooperativismo Trabalhador voluntário Qual é o novo tipo de trabalho/trabalhador? * Qual é o novo tipo de trabalho Trabalhador infoproletariado Trabalhador “colaborador” Trabalhador polivalente Trabalhador multifuncional Trabalhador desespecializado Qual é o novo tipo de trabalho/trabalhador? * Trabalho imaterial Tendência do trabalho imaterial (atividades ditas cognitivas, que implicam capacidades e saberes) Tendência que expressa na complexidade da produção contemporânea, distintas modalidades de trabalho vivo A potencia criadora do trabalho vivo assume a forma do trabalho material como a modalidade tendencial do trabalho imaterial * Desconstrução dos direitos Flexibilização dos salários Flexibilização do horário de trabalho Desmonte da legislação social Flexibilização dos direitos do trabalho Que respostas podem ser pensadas diante dessa realidade? * Pensar de forma compartilhada Qual a visão sobre o trabalho, o emprego, a profissão e o mercado de trabalho? Quais os desafios profissionais, sociais e políticos da sociedade centrada no trabalho? • No seu entorno? • Em São Paulo? • No Brasil? • No mundo?
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