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Odontogênese – Parte 1 Acadêmico : Diogo Henrique Vaz de Souza (Diogão) Odontogênese Odontogênese e o processo de formação do germe dentário para posterior erupção na cavidade oral. Começa com a interação do epitélio oral e do ectomesênquima subjacente originando a banda epitelial primária e depois a lâmina dentária Os germes dentários seguem 5 etapas de formação que são : botão, capuz, campânula, coroa e raiz. A partir da fase de campânula ocorre a diferenciação dos tecidos que irão formar esmalte, dentina, cemento e osso, que são amelogênese, dentinogênese, cemementogênese e osteogênese Embriologia Estomodeo : cavidade oral primitiva O estomodeo e revestido por um ectoderma que é um delgado epitélio Por volta do 22° dia de desenvolvimento embrionário este epitélio o ectoderma entra em contato com o endoderma no intestino anterior formando então a membrana bucofaríngea, que persiste até o 27° dia de desenvolvimento embrionário e então ela se desintegra. E dessa maneira fica estabelecida a comunicação entre o estomodeo e a faringe/ formando o intestino primitivo que é a faringe A faringe é o intestino primitivo Odontogênese Na odontogênese existem os estágios de espessamento do epitélio oral, lâmina dentária, botão, capuz e sino ou campânula Embriologia nessa fase a cavidade oral primitiva ou estomodeo e revestida por um epitélio de apenas duas ou três camadas de células, que recobre um tecido que está sendo invadido por uma população de células ectodérmicas das cristas neurais. Um vez no local esse tecido ectodérmico sofre transição epitélio mesenquimal originando estruturas de natureza conjuntiva daí, sua denominação ectomesênquima. A partir daí ocorrem interações entre o epitélio e o ectomesênquima Epitélio e lâminas vestibular e dentária O cordão epitelial depois de se formar sofre uma bifurcação resultando em duas populações epiteliais proliferativas que seguem a mesma forma dos arcos correndo portanto uma paralela à outra então chamadas de : LÂMINA VESTIBULAR LÂMINA DENTÁRIA Odontogênese O espessamento do epitélio inicia-se na sexta semana de desenvolvimento intrauterino Lâmina epitelial primária : é o espessamento do epitélio de revestimento da cavidade bucal primitiva A lâmina epitelial primária origina outas duas estruturas que são : Lâmina vestibular e lâmina dentária Lâmina vestibular : dá origem ao sulco vestibular Lâmina dentária : forma os germes dentários Lâmina dentária acessória : forma os molares permanentes Lâmina sucessória : forma os permanentes susucessores Lâminas dentária e Vestibular Lamina dentária : origina o germe dentário Lâmina vestibular : origina o sulco vestibular Formação dos dentes – odontogênese A formação dos dentes decorre da proliferação do epitélio da lâmina dentária em direção ao ectomesênquima Cada germe dentário é originado a partir de um broto da lâmina dentária Fases : Botão Capuz Campânula Botão Após sua proliferação inicial ao longo dos futuros arcos a lamina dentaria passa a apresentar em alguns locais atividades mitóticas diferenciadas Como resultado disso a partir a oitava semana de vida intrauterina em cada arco origina-se 10 pequenas esférulas que invadem o ectomesênquima representando o inicio da formação dos germes dos dentes decíduos Costuma-se observar numerosas imagens de mitose, fato que reflete sua alta atividade proliferativa Por sua vez o ectomensenquima apresentam nessa fase denominada botão uma discreta condensação de suas células em torno da parte mais profunda da esférula epitelial Correlações clínicas Apesar de os dentes decíduos começarem sua formação a partir da lâmina dentária, a época de estabelecimento do botão é diferente para cada dente. Por isso em certa fase do desenvolvimento, apenas alguns botões são observados na lâmina dentária. Capuz Com a continuação da proliferação epitelial o botão não continua a crescer uniformemente, apresentando, portanto, um crescimento desigual que leva a adotar um crescimento desigual o que leva adotar uma forma que se assemelha a um boné, razão pela qual esta fase é conhecida como capuz. No centro da sua parte mais profunda, o capuz epitelial apresenta uma concavidade, sob a qual é observada maior concentração de células ectomesenquimais do que a visualizada no estágio anterior. Capuz Uma vez estabelecida a fase de capuz observa-se vários componente do germe dentário. A porção epitelial dessa fase tem várias porções distintas denomina-se órgão de esmalte pois é responsável pela formação do esmalte. As células localizadas na concavidade adjacente à condensação ectomesenquimal constituem o epitélio interno do órgão de esmalte e as células localizadas no epitélio externo do capuz epitelial são chamadas de epitélio externo do órgão de esmalte. A porção central do órgão de esmalte recebe o nome de retículo estrelado em função da forma das células que o compõem. Capuz Então o ectomesênquima aumenta seu grau de condensação formando a papila dentária. A partir dessa fase do desenvolvimento a papila dentária é responsável pela formação da polpa e da dentina. Capuz Ainda nessa fase o ectomesênquima que rodeia tanto o órgão de esmalte quanto a papila dentária sofre uma condensação de uma forma que suas células alinham-se ao redor do germe em desenvolvimento, formando assim uma capsula que separa o restante do ectomesênquima da maxial e da mandíbula : o folículo ou saco dentário. Capuz O saco dentário é responsável pela formação do periodonto de inserção que é formado pelo cemento, ligamento periodontal e osso alveolar Nessa fase capilares penetram o folículo dentário, especialmente na região adjacente do epitélio externo do orgão de esmalte. Assim a nutrição da porção epitelial do germe dentário provém da vascularidade do folículo. Campânula Nessa nova fase a parte epitelial do órgão de esmalte ( germe dentário ) apresenta o aspecto de um sino com uma cavidade mais acentuada e consequentemente com duas margens mais profundas : fase de campânula. Todavia quando diminui a divisão células tanto do órgão de esmalte quanto das células mesenquimais ocorre a diferenciação das diversas células do germe dentário. Dessa maneira essa fase é denominada também de fase de morfo ou histodiferenciação. Campânula Na porção epitelial a porção central corresponde ao retículo estrelado continua a crescer em volume por causa do aumento da distância entre as células e seus prolongamentos. Esse fenômeno é provocado pela maior quantidade água associado a outras moléculas, como os proteoglicanos. As células do epitélio externo do órgão de esmalte são achatadas tornando-se pavimentosas; As células do epitélio interno por sua vez alongam-se constituindo células cilíndricas baixas com núcleo central e citoplasma contendo ribossomos livres, poucas cisternas de retículo endoplasmático granular do complexo de golgi, o qual ocupa o lado oposto à papila dentária. Campânula Nessa fase aparece entre o epitélio interno e o retículo estrelado duas ou 3 camadas de células chamadas de estrato intermediário que se acredita que ele participe na formação do esmalte Na campanula no local em que o epitelio interno e o epitélio externo se encontram ocorre a formação do que chamamos de ângulo e didaticamente recebe o nome de alça servical é o local em que por volta do final da fase de coroa tanto as células do epitélio interno como as células do epitélio externo irão se proliferar e formar o que chamamos de Bainha Radicular de Hertwing que induz a formação da raíz do dente. Campânula O folículo dentário torna-se mais evidente pois passa a envolver o germe dentário por completo inclusive a extremidade oclusal. Nesta fase a porção da lamina dentaria entre o epitélio bucal e o órgão de esmalte desintegra-se. Além disso o osso do processo alveolar em formação acaba recobrindo o folículo dentário formando a cripta óssea. Campânula O dente em desenvolvimento separa-se do epitélio oral porém grupos de células epiteliais da lâmina dentária permanecem nos pertuitos osseos essas regiões se chamam gubernáculo ou canal gubernacular que desempenhará importante papel na erupção desse germe dentário. Campânula Na fase de campânula, verificam-se alguns fenômenos morfogenéticos que levam à determinação da forma da coroa do futuro dente. Isso se deve à formação de dobras no epitélio interno do órgão do esmalte Células de epitélio interno localizadas nos vértices das cúspides, até então cilíndricas baixas com núcleo próximo à lâmina basal, tornam-se cilíndricas altas O seu núcleo passa a se localizar do lado oposto à papila dentaria Após esse fenômeno, denominado inversão da polaridade, essas células se transformam em pré- ameloblastos Campânula Nesse momento, na papila dentaria, as células ectomesenquimais periféricas, sob influência dos pré-ameloblastos, param de se dividir, aumentam de tamanho e começam sua diferenciação em odontoblastos, passando a secretar a primeira camada de matriz de dentina – a dentina do manto Essa matriz dentinária tem como componente mais abundante o colágeno tipo I O contatos com os odontoblastos e com a matriz dentinária desencadeiam a diferenciação dos pré-ameloblastos em ameloblastos, os quais sintetizam e secretam a matriz orgânica do esmalte – que também é, basicamente, proteica, porém de natureza não colágena. Campânula Esses eventos começam nos locais correspondentes às futuras cúspides do dente e progridem sequencialmente, descendo pelas vertentes das cúspides até a região da alça cervical. Diversos produtos, como fatores de crescimento, fatores de transcrição, moléculas de adesão, integrinas e elementos da matriz extracelular, participam das várias interações epitélio-ectomesênquima que, juntas, constituem o fenômeno conhecido como indução reciproca, quecaracteriza a fase de campânula. Referências Prof. Carlos Deyver de Souza Queiroz DDs MSc UNIRV
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