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Terapia Gênica Biotecnologia Molecular Farmacêutica Geraldo Renato de Paula possibilidade de modificar o genoma do homem; após a descrição genética; talvez signifique o último nível de busca do autoconhecimento: 1: grandes filósofos- relação do homem consigo mesmo e com o ambiente; 2: perspectiva da escala evolutiva e o interior o psíquico revelado; 3: nível molecular – identificação única de cada indivíduo; conhecimento genes responsáveis por causar doenças; este conhecimento cresce diariamente; nova abordagem na terapia de doenças. Terapia gênica: consiste na introdução de genes que produzirão produtos terapêuticos nos indivíduos portadores de doenças genéticas ou outras; “ Podemos antecipar o cultivo in vitro de células germinativas e manipulações tais como a substituição de cromossomos e segmentos. A aplicação final da biologia molecular será o controle direto de sequências nucleotídeos nos cromossomos humanos, combinados ao reconhecimento, seleção e integração dos genes desejados” Lederberg 1963. 1970 primeiro experimento de engenharia genética em humanos; Década de 1970, fortemente marcada por discussões sobre segurança; Várias questões ainda necessitam ser melhor esclarecidas: Como as células alvos para a correção serão acessadas? Como o gene terapêutico será entregue? Qual a proporção de células alvo terão que adquirir o gene para controlar a doença? A transcrição do gene terapêutico necessita ser precisamente controlada para ser efetiva? A superexpressão do gene poderá causar problemas fisiológicos? As células modificadas serão mantidas indefinidamente ou novas aplicações serão necessárias? Protocolo: 1: isolamento do gene e seus elementos reguladores 2: inserir este gene em um vetor 3: inserir o vetor no indivíduo doente; Importante: In vivo: o gene é inserido diretamente no organismo; ex vivo: células são retiradas, modificadas, cultivadas e reintroduzidas no indivíduo; a definição do protocolo irá depender da doença: Quando a doença afeta um órgão específico este deve ser tratado diretamente; quando a doença tem efeito sistêmico, os alvos comuns são fígado (intensa atividade metabólica) e o músculo (facilidade de acesso); doença monogenética recessiva: apenas há expressão do gene funcional e na maioria das vezes em baixo nível; doença monogenéticas dominantes: requer o silenciamento do gene anormal. J. Biosci. 39(3), June 2014, 537–541. Estratégias de tratamento: 1- doenças derivadas da ausência de ptn funcional (genéticas clássicas) Ex: hemofilia, Fibrose cística, anemia falciforme, etc; - Adição in vivo ou ex vivo do gene “normal” sob o controle de reguladores para produção de ptn terapêutica. 2- proliferação celular anormal: câncer Introdução nas células neoplásicas de gene suicidas; genes codificadores de toxinas; genes que codificam citocinas que ativam o sistema imune, que o capacita ao combate de células tumorais; 3- presença de ptn anormal dominante Ex: leucemia mielóide crônica, oncogene BCR/ABL atividade enzimática alterada; - Estratégia ablativa – bloqueia a expressão do oncogene por RNA antisense. Estratégias de tratamento: 4- Doença infecciosa –viral: AIDS RNA que interfere com a proliferação viral; 5- Vacinas de DNA Obs: benefícios reais até o momento são frustrantes Métodos de transferência devem ser aprimorados; Métodos físicos e químicos de transferência gênica: Microinjeção do DNA nu (vetor plasmidial diretamente no músculo), pouco eficiente, utilizado em vacinas; Biobalística: DNA é liberado lentamente e pode apresentar bons níveis de expressão; limitação: uso clínico limitado a superfícies expostas; Eletroporação: não está bem estabelecido para terapia gênica; Lipossomos ou outros polímeros catiônicos: baixa eficiência, alta segurança, baixo custo, DNA de grande tamanho. Vetores: os vetores podem ou não se integrar ao genoma da célula alvo; apresenta maior ou menor estabilidade; plasmidial: o gene é inserido em um plasmídio de expressão em eucariotos, promovendo a síntese da ptn desejada nas células ou tecidos; Viral: o transgene substitui regiões gênicas dos vírus; As sequências substituídas quase sempre são responsáveis pela patogenicidade do vírus; esses vetores são ditos atenuados ou incapazes de causar doença; DNA linearizado – pouco estável; DNA mitocondrial; cromossomo artificial Vetor ideal: capacidade de acomodação do transgene de tamanho ilimitado; baixa imunogenicidade e citotoxicidade; expressão estável; direcionamento para tipos celulares específicos; baixo custo; fácil produção e manipulação; possibilidade regular a expressão do gene exógeno; ainda não existe Vetores retrovirais: Vantagem de inserir o seu genoma no genoma da célula, gerando estabilidade ao transgene; contudo a inserção é aleatória; partícula frágil, dificultando manipulação e a obtenção em altos títulos, só infecta células em divisão; infecção viral ocorre através do reconhecimento de receptores na superfície celular pelas glicoptns, o nucleocapsídeo contendo o genoma diplóide (RNA) penetra no citoplasma celular; Ocorre então transcrição reversa formando DNA dupla fita, em que os genes do vírus são flanqueados por sequencia repetitiva longa (LTR); esse genoma é então integrado ao genoma celular pela integrase; possui a sequência empacotadora psi. Adenovirus: São muito eficientes em infectar uma grande quantidade de tecidos; não possui envelope e sua partícula é muito estável; pode inserir uma grande quantidade de DNA; desvantagens é que não se insere no genoma da célula, e gera resposta imune no tecido transfectado. Adeno-associados: São vírus defectivos e dependem da co-infecção com um vírus auxiliar; característica marcante é se inserir em ponto específico do cromossomo 19; desvantagem é que seu genoma é pequeno não permitindo a inserção de grande quantidade de DNA. Herpes-virus: - Tropismo pelas células neuronais, além da latência que levaria estabilidade a expressão; - Desvantagem é tendência a destruir as células infectadas Vetores não virais apresentam 2 principais limitações: 1- frequência de transfecção é menor; 2- a duração da expressão gênica é menor - Resultados animadores no tratamento de distrofia muscular em camundongos. - Aumento da massa muscular dos camundongos por mais de 2 anos após uma única aplicação Terapia gênica de melanoma: Estimulação do sistema imune do paciente; Alta letalidade em estágios em que há formação de metástase; Nestes caso de 10 a 20% desses tumores respondem a imunoterapia; ensaio clínico envolvendo 10 pacientes no estágio IV, foi realizada a transferência do gene HLA-B7 (MHC), que estimula a migração linfócitos T; resultou na expressão da ptn que limitou o crescimento do tumor e houve remissão parcial em parte dos pacientes. Terapia gênica cardiovascular: Início em 1994 e aumentando ao longo dos anos; diversas enfermidades; fator que favorece a abordagem é que o transgene não necessita ser expresso por longos períodos; a expressão transitória suficiente para gerar uma resposta biológica, como crescimento de vasos colaterais pode ser suficiente; os mais empregados são VEGF (vascular endothelial growth factor) e FGF (fibroblast growth factor) ambos são potentes estimuladores de desenvolvimento de células endoteliais; baixo índice de mortalidade observado (9 de100 pacientes com isquemia crítica e 3 em 85 com isquemia do miocárdio), nenhuma das mortes foi atribuída ao procedimento. Terapia gênica Hemofilia A: Níveis deficientes de fator VIII, baixos níveis de expressão são suficientes para corrigir o quadro clínico; fibroblastos obtidos por biópsia de pele são cultivados in vitro e transfectados com um plasmídio contendo o gene;as células que passam a expressar o fator VIII, são selecionadas, expandidas in vitro sendo posteriormente administradas aos pacientes; resultados correção do quadro clínico em parte significativa dos pacientes. Terapia gênica da Fibrose cística : É uma das doenças genéticas mais frequentes (1:2500 nascimentos); disfunção das glândulas exócrinas, que produzem secreções mais espessas; no pulmão, essas obstruem a passagem de ar e retêm bactérias, facilitando as infecções bacterianas; no trato gastrintestinal, a falta de secreção adequadas comprometem o processo digestivo; o gene CFTR (cystic fibrosis transmebrane conductance regulator) codifica uma ptn que regula a transferência de cloreto e sódio pela membrana; transferência mediada por lipossomos através de spray nasal com resultados positivos de expressão e restabelecimento do transporte de cloreto normal. Métodos biológicos de transferência gênica Imunodeficiência combinada severa: Transferência do gene adenosina deaminase (ADA) ex vivo para linfócitos; base molecular a ADA converte deoxiadenosina para deoxiinosina que é usada para a síntese de nucleotídeos; o acúmulo de deoxiadenosina é tóxico e leva a morte dos linfócitos; resultado número de linfócitos retornou ao normal e manteve-se estável por 6 meses, inclusive com desenvolvimento de RI; desvantagem é que a vida dos linfócitos é limitada e novas aplicações periódicas seriam necessárias levando ao alto risco de contaminação e alto custo; tratamento ideal seria modificação em células tronco do SI localizadas na medula óssea, onde todas as células do SI seriam modificadas expressando o gene ADA. Câncer: Acúmulo de mutações que leva á perda do controle do ciclo celular; objetivo remover o tecido tumoral do organismo; a estratégia é dar a este tecido propriedades especiais que possibilite a sua eliminação; expressar genes que chamem a atenção do sistema imune; tornar as células sensíveis a uma pró-droga, através da inserção de um gene suicida (timidina quinase - ganciclovir; citosina deaminase - 5-fluorocitocina); expressão de genes supressores de tumor levando a célula a apoptose (p53). Phases of Clinical Trials # Subs. Length Purpose % Drugs Successfully Tested Phase I 20 – 100 Several months Mainly Safety 70% Phase II Up to several 100 Several months- 2 yrs. Short term safety; mainly effectiveness 33% Phase III 100s – several 1000 1-4 yrs. Safety, dosage & effectiveness 25-30% Phase IV Up to 1000 Up 4 yrs Safety 25- 30% - Aprovada (EMA, 2012) a primeira terapia gênica para uso em humanos (Nature Biotechnology, vol 30, number 12, Dec 2012); Tratamento de uma raríssima (300 a 500 pacientes na Europa) deficiência de lipase lipoproteína (LPL). Glybera (Amsterdam Molecular Therapeutics); O preço do tratamento depende do peso do paciente, em média um paciente necessita de 19 vials de Glybera, a um custo de €44,000 (about $50,000) per vial. O alto preço para tratamento não é novo na área da saúde. Recorde prévio Soliris (eculizumab), ~$540,000. Transplante de fígado pode custar $250,000–300,000; Terapia de reposição enzimáticas (ERTs) para doenças raras podem chegar a $50,000/ano, Tratamento da hemophilia pode chegar a $100,000/ano.
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