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Aula 03
Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXIV Exame - Com videoaulas
Professor: Fábio Dutra
Direito Tributário para XXIV Exame da OAB 
Curso de Teoria e Questões 
Prof. Fábio Dutra- Aula 03 
 
Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 63 
AULA 03: Competência Tributária, Capacidade 
Tributária Ativa e Impostos de Competência da 
União e dos Municípios 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Observações sobre a aula 01 
Competência Tributária 02 
Conhecimentos Básicos para o Estudo dos Impostos 22 
Impostos de Competência da União 24 
Impostos de Competência dos Municípios 50 
Gabarito das Questões Comentadas em Aula 63 
 
Observações sobre a Aula 
 
Olá, amigo(a)! Tudo bem? 
Vamos dar continuidade ao nosso curso para o Exame da OAB? 
Deu pra revisar bastante o conteúdo estudado até a última aula? Espero 
que sim, já que o nosso cronograma, a partir desta aula, ficará um pouco mais 
tranquilo! 
Na aula de hoje, conforme o nosso cronograma, vamos estudar a 
competência tributária e suas características, bem como a capacidade 
tributária ativa. Nesse tópico, eu acredito que muitas dúvidas das aulas 
anteriores serão sanadas! Tudo vai começar a se encaixar! 
Depois de estudar a competência tributária, partiremos para o estudo 
dos impostos de competência da União e, mais adiante, dos impostos de 
competência dos Municípios! 
E então, vamos começar? 
 
 
 
 
Direito Tributário para XXIV Exame da OAB 
Curso de Teoria e Questões 
Prof. Fábio Dutra- Aula 03 
 
Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 63 
1 ± COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 Na aula passada, chegamos a estudar que a imunidade pode ser 
considerada uma incompetência tributária, pois a CF/88, de um lado previu a 
competência para criar tributos, de outro estabeleceu algumas limitações a 
esta competência, entre as quais estão as imunidades. 
 A essa competência para criar ou instituir tributos denominamos 
competência tributária. 
 Como é decorrência do princípio da legalidade (estudado em aula 
anterior), que preceitua que a instituição de tributos deve ser feita sempre por 
intermédio de lei formal, a competência tributária pressupõe a 
competência legislativa para instituir o tributo. Portanto, os tributos só 
podem ser instituídos por leis ordinárias, medidas provisórias e leis 
complementares (em alguns casos). 
 Neste momento, deve ter pairado alguma dúvida sobre quem poderia 
instituir tributos. A princípio, você deve entender que apenas os entes 
federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) possuem 
autonomia para instituição, extinção, majoração ou redução de 
tributos. 
 Até aqui, você já deve estar ter percebido que a Constituição Federal de 
1988 não criou nenhum tributo, mas unicamente definiu a competência 
tributária de cada ente para que este institua os tributos. 
 Além da competência tributária, a CF/88 determinou que também deve 
haver também a competência para legislar sobre direito tributário. Isso 
não se confunde com a competência tributária, pois aqui o objetivo é 
traçar regras sobre o exercício da competência tributária. Assim, 
embora ambas decorram de lei, possuem objetivos diferentes, ok? 
 Por exemplo, compete à União legislar sobre direito tributário, como será 
visto a seguir, mas isso não torna este ente competente para instituir o IPTU 
ou o ISS, já que se trata de imposto de competência municipal e distrital. 
 
 
Memorize: 
x A CF não cria tributo, apenas estabelece a 
competência tributária dos entes políticos. 
x A competência para legislar sobre direito tributário 
não se confunde com a competência tributária. 
 
Direito Tributário para XXIV Exame da OAB 
Curso de Teoria e Questões 
Prof. Fábio Dutra- Aula 03 
 
Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 63 
Vamos esquematizar isso para você não confundir: 
 
 
 
 
 
 Para entender a previsão da competência para legislar sobre direito 
tributário, vejamos o que diz o art. 24, I, da CF/88 e seus parágrafos: 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: 
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; 
(...) 
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União 
limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não 
exclui a competência suplementar dos Estados. 
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados 
exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas 
peculiaridades. 
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a 
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 
 Percebe-se, pela leitura do dispositivo supracitado que, embora a 
competência para legislar sobre direito tributário seja concorrente da União, 
Estados e DF, cabe àquela a definição das normas gerais. 
 Os Estados, portanto, ficam incumbidos de suplementar as normas 
gerais definidas pela União, podendo exercer competência legislativa 
plena, quando não existir a lei federal sobre normas gerais. 
 
 
 
COMPETÊNCIA 
LEGISLATIVA 
Competência 
Tributária 
Competência p/ 
legislar sobre D.T. 
Instituição de Tributos 
Regras sobre o exercício da 
competência tributária 
Direito Tributário para XXIV Exame da OAB 
Curso de Teoria e Questões 
Prof. Fábio Dutra- Aula 03 
 
Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 63 
 Nesse sentido, vamos ver o entendimento do STF: 
³$*5$92� 5(*,0(17$/� 12� 5(&8562� (;75$25',1È5,2�� ,39$�� /(,�
ESTADUAL. ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS EM RAZÃO DO TIPO DO VEÍCULO. 
1. Os Estados-membros estão legitimados a ditar as normas gerais 
referentes ao IPVA, no exercício da competência concorrente prevista 
no artigo 24, § 3º, da Constituição do Brasil. 
2. O Supremo possui orientação no sentido de que não há tributo 
progressivo quando as alíquotas são diferenciadas segundo critérios que não 
levam em consideração a capacidade contributiva. 
$JUDYR�UHJLPHQWDO�D�TXH�VH�QHJD�SURYLPHQWR´� 
 
(STF, RE 466.480-AgR/MG, Rel. Min. Eros Grau, 24/06/2008) 
 Para entender melhor o julgado, faz-se necessário saber que o 
CTN foi editado sob a égide da CF/46. Nessa CF, não havia previsão 
para IPVA, de forma que o CTN não contemplou o referido imposto. 
 Como hoje existe tal previsão constitucional, não havendo, contudo, 
normas gerais editadas pela União sobre o IPVA, o STF entendeu que se aplica 
o disposto no art. 24, § 3º, da CF/88. 
É importante destacar também que, sobrevindo lei federal de normas 
gerais sobre matéria anteriormente disciplinada pelos Estados, fica a lei 
estadual suspensa no que contrariar a lei federal. 
 
Ocorre suspensão da lei estadual, e não revogação! 
 Há que se ressaltar ainda a competência legislativa municipal (ou você 
não sentiu falta deles?). Embora não sejam citados no caput do art. 24 da 
CF/88, vejamos o que diz o art. 30, II, da própria CF: 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 
Observação: Quem legisla concorrentemente sobre direito tributário é a 
União, os Estados e o DF. Ao município cabe apenas suplementar a legislação 
federal e a estadual no que couber. 
Explicadas tais regras, pergunta-se: a lei federal que dispõe sobre as 
regras gerais em matéria tributária deve ser lei complementar ou ordinária? 
Direito Tributário para XXIV Exame da OAB 
Curso de Teoria e Questões 
Prof. Fábio Dutra- Aula 03Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 63 
Vejamos a resposta: 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação 
tributária, especialmente sobre: 
 (...) 
 Percebe-se, pois, que a referida lei deve ser complementar! 
 Na aula inicial do nosso curso, você aprendeu que o Código Tributário 
Nacional ± CTN - foi recepcionado pela CF/88 com status de lei complementar, 
correto? 
 Na realidade, o CTN possui força de lei complementar desde a CF 
pretérita ± CF/1967. Isso significa que não foi apenas com a CF/88 que 
esta norma adquiriu o status de lei complementar. 
 É de se destacar também que o CTN continua sendo uma lei ordinária, 
mas com status de lei complementar, pois o conteúdo nele tratado foi 
reservado à lei complementar pela nossa CF/88. Essas regras são mais 
detalhadas no estudo do Direito Constitucional, disciplina que você já deve 
estar estudando ou ainda irá estudar com o Prof. Ricardo Vale. 
 Nós veremos nos próximos tópicos algumas disposições do CTN acerca 
da competência tributária, bem como suas características e outros conceitos 
relativos ao tema. 
1.1 - Características da Competência Tributária 
 A competência tributária possui algumas características a ela inerentes, 
quais sejam: indelegável, imprescritível, inalterável, irrenunciável, e 
facultativa. Vamos explicar separadamente cada uma de suas características. 
1. A competência tributária é indelegável 
 A competência tributária é indelegável, não sendo possível que um ente 
delegue a sua competência para instituir determinado imposto, por exemplo, a 
outro. Vejamos o que diz o caput art. 7º do CTN: 
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição 
das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar 
leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria 
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a 
outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição (referência a 
outra CF). 
Direito Tributário para XXIV Exame da OAB 
Curso de Teoria e Questões 
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 O que se extrai do art. 7º do CTN é que a competência tributária é 
realmente indelegável, contudo, as atribuições administrativas 
decorrentes do exercício da competência tributária são delegáveis a 
outra pessoa jurídica de direito público. 
 
A delegação da função de arrecadar e fiscalizar os 
tributos instituídos, bem como as demais atribuições 
administrativas citadas no art. 7º do CTN denomina-se 
capacidade tributária ativa. 
 Assim, a União, por exemplo, ao fazer uso de sua competência tributária 
prevista no art. 149, caput, da CF/88, pode instituir uma contribuição para o 
custeio dos conselhos de fiscalização e regulamentação de categorias 
profissionais (contribuições corporativas), e delegar a atribuição de 
arrecadação do tributo ao próprio conselho - CRM ou CRA, por exemplo. 
 No mesmo sentido, o art. 153, § 4º, III, da CF/88 permite que os 
Municípios fiscalizem e cobrem o Imposto Territorial Rural (ITR). A união 
detém a competência para instituir o referido imposto (vamos estudar esse 
imposto ainda nessa aula), mas pode repassar, mediante lei, a capacidade 
ativa para os Municípios que assim optarem. 
Podemos dizer então que a capacidade tributária ativa é a aptidão 
para que a pessoa jurídica seja inserida no pólo ativo (ou sujeito ativo) 
da relação jurídica constituída com a ocorrência do fato gerador. Em 
outras palavras, trata-se do poder de exigir o tributo. Tal atribuição, nos 
termos do art. 119 CTN, só pode ser realizada por pessoa jurídica de direito 
público. 
 
Leve para a prova que a capacidade ativa só pode ser 
delegada a outra pessoa jurídica de direito público! 
 É possível perceber, ante o exposto, que a competência tributária 
(instituição do tributo) é política, sendo instituída por intermédio de lei e 
indelegável. No entanto, a capacidade tributária ativa (arrecadação, 
fiscalização e execução) pode ser delegada a outra pessoa jurídica de direito 
público. 
 Nessa linha, frisemos que, em sentido amplo, a competência tributária 
compreende tanto a instituição do tributo como a capacidade tributária ativa. 
Contudo, apenas esta é delegável. 
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 Vamos, portanto, esquematizar: 
 
 
 
 
 
 
DICA DE PROVA: Adote como corretas assertivas que tragam em seu 
enunciado a indelegabilidade da competência tributária. Essa é a regra! Só 
aceite a possibilidade de delegação, caso a questão cite expressamente que diz 
respeito à capacidade ativa - ou suas características. 
 Antes de finalizar essa característica, não podemos deixar de comentar 
as regras descritas nos §§ 1º a 3º do art. 7º do CTN. 
 O primeiro deles assevera que a pessoa que detiver a capacidade ativa 
terá as mesmas garantias e privilégios processuais conferidos ao titular da 
competência tributária. Nada mais justo, tendo em vista que o sujeito ativo 
substituirá o ente tributante na função de arrecadação tributária. 
Assim, pode-se dizer que a delegação da capacidade tributária ativa 
compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à 
pessoa jurídica de direito público que a conferir. Por exemplo, no âmbito 
do Direito Processual Civil, as pessoas políticas (União, Estados, DF e 
Municípios) possuem o dobro do prazo para recorrer das decisões judiciais. 
Essas prerrogativas são também repassadas à pessoa jurídica responsável pela 
cobrança dos tributos. 
 O § 2º, por seu turno, estabelece que a capacidade ativa pode ser 
revogada a qualquer tempo por ato unilateral do ente tributante. Ou 
seja, se há discricionariedade na delegação de tais atribuições, também haverá 
para a respectiva revogação. 
 Por último, o § 3º esclarece que não se confunde com capacidade ativa o 
cometimento a pessoas jurídicas de direito privado o encargo ou função de 
arrecadar tributos. Entenda-se, neste caso, o mero recebimento do valor e 
o seu posterior repasse ao ente instituidor. 
 Para ficar claro, tomemos como exemplo os bancos: são instituições 
financeiras que podem celebrar contrato com o poder público (União, por 
INSTITUIÇÃO 
DE TRIBUTOS 
Execução leis, atos etc. 
Arrecadação 
Fiscalização 
CAPACIDADE
ATIVA 
Delegável a outra PJ 
direito público INDELEGÁVEL 
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exemplo) para receber os tributos e repassá-los posteriormente aos cofres 
públicos. 
 Diferentemente, a capacidade tributária ativa inclui o poder de 
fiscalização do cumprimento das obrigações tributárias e cobrança dos tributos 
devidos. 
 
Pessoa jurídica de direito privado pode receber os 
tributos, não se confundindo com a capacidade 
tributária. 
 Para o completo entendimento do assunto, é importante que você tenha 
em mente a delegação das atividades de fiscalização e cobrança 
(capacidade ativa) não confere necessariamente à pessoa jurídica 
delegatária a disponibilidade dos recursos arrecadados. Ou seja, via de 
regra, deve-se arrecadar os tributos e repassá-los ao ente competente. 
 Quando, por outro lado, lei que instituiu o tributo nomeia outra pessoa 
jurídica para ser sujeito ativo (capaz de cobrar os tributos) e destina-lhe os 
recursosarrecadados, estamos diante do fenômeno da parafiscalidade. 
 Entendido? 
2. A competência tributária é imprescritível 
 O não exercício da competência tributária, nos termos do art. 8º do CTN, 
não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a 
Constituição a tenha atribuído. 
 Nesse sentido, a imprescritibilidade (ou incaducabilidade, como alguns 
denominam) traduz-se no fato de que a competência tributária pode ser 
exercida a qualquer tempo pelo ente que a detém. 
 Ainda que não seja exercida, não há possibilidade de que outra pessoa 
política institua tal tributo. 
3. A competência tributária é inalterável 
 Essa característica representa a inalterabilidade da competência 
tributária pelo ente federado. 
 Nesse sentido, os Municípios, por exemplo, encontram-se impedidos de 
aumentar a sua competência tributária, prevendo, por meio de lei 
infraconstitucional, um novo imposto. 
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DICA DE PROVA: 1mR�FDLD�HP�³SHJDGLQKDV´�GH�SURYD, dizendo que é possível 
alterar competência tributária, por meio de reforma à Lei Orgânica do 
Município ou mesmo por alteração na Constituição Estadual. Apenas reforma 
à CF/88 torna possível alteração de competência tributária. 
 Sobre a dica acima, lembre-se de que uma das cláusulas pétreas 
(prevista no art. 60, § 4º, I, da CF/88) é a proteção do pacto federativo. 
Portanto, não seria possível nem mesmo uma reforma constitucional, caso seja 
tendente a abolir a autonomia financeira de algum ente federado. 
 
Nada impede que haja reforma constitucional (por meio 
de emenda à Constituição), alterando a competência 
tributária dos entes federados. 
4. A competência tributária é irrenunciável 
 Do mesmo modo que a competência tributária é inalterável pelo ente 
federado, pode-se dizer que também é irrenunciável, pois o ente federado não 
pode renunciar algo que foi previsto na Constituição Federal. 
 Em que pese essa característica, o exercício da competência tributária é 
facultativo, como se passa a demonstrar no tópico subsequente. 
5. A competência tributária é facultativa 
 A doutrina majoritária considera o exercício da competência tributária 
uma facultatividade de cada ente federado. Ou seja, a CF/88 prevê a 
competência tributária, e os entes decidem, por critérios de conveniência 
política, se será ou não instituído o tributo. 
 
Uma vez instituído o tributo, sua cobrança é vinculada 
e obrigatória, pois isso compõe o próprio conceito de 
tributo, visto na aula inicial do nosso curso! 
 Nesse contexto, vejamos o que diz o art. 11 da Lei de Responsabilidade 
Fiscal (LC 101/99): 
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na 
gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de 
todos os tributos da competência constitucional do ente da 
Federação. 
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Parágrafo único. É vedada a realização de transferências 
voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no 
que se refere aos impostos. 
 Repare, na leitura do parágrafo único, que a norma prevê uma sanção 
aos entes que não instituírem todos os impostos de sua competência, previstos 
na CF/88. 
 O dispositivo da LRF foi inserido em nossa aula apenas para que você 
tenha conhecimento de que ele existe e pode vir a ser cobrado em prova. 
Sendo assim, grave que a sanção só existe se não forem instituídos todos os 
IMPOSTOS. 
 Ainda assim, caso uma questão mencione que a competência tributária é 
IDFXOWDWLYD��VHP�FLWDU�D�/5)��YRFr�GHYH�PDUFDU�³correto´� Tudo bem? 
 A título de exemplo sobre a facultatividade do exercício da competência 
tributária, citemos o Imposto sobre Grandes Fortunas ± IGF ± previsto no 
art. 153, VII, que até hoje não foi instituído. 
1.2 - Classificação da Competência Tributária 
 Aprendemos que a competência tributária é o poder conferido pela 
Constituição Federal aos entes federados para instituir tributos, sempre por 
meio de lei. 
 Vimos também algumas características inerentes ao conceito de 
competência tributária, e que o seu exercício é facultativo, haja vista que a CF 
apenas estipula quais tributos podem ser instituídos, mas a edição da lei 
instituidora é critério político do ente. 
 1HVVH� PRPHQWR�� SRUWDQWR�� D� SHUJXQWD� TXH� VH� ID]� p�� ³4uais tributos 
podem ser instituídos pela União ou pelos Municípios, por exemplo? E quais 
tributos os Estados e o DF são competentes para instituir?´� 
 Estudaremos, nos tópicos a seguir que a competência tributária pode ser 
classificada em: privativa, comum, cumulativa, residual e extraordinária. 
1.2.1 ± Competência Privativa 
 Primeiramente, cabe ressaltar que a competência tributária privativa diz 
respeito àqueles tributos cuja instituição somente pode ser feita por 
determinado ente político. Por exemplo, o Imposto sobre Produtos 
Industrializados, como será visto ainda nesta aula, pode ser instituído apenas 
pela União. 
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No Direito Constitucional, você aprende que a 
competência privativa pode ser delegada, ao contrário da 
exclusiva. Contudo, em Direito Tributário, a 
competência tributária privativa é indelegável 
(como vimos, é característica intrínseca da competência 
tributária a indelegabilidade). 
 Os tributos que possuem, por excelência, competência privativa são os 
impostos. Nesse contexto, a CF/88 definiu quais seriam os impostos federais, 
estaduais e distritais e municipais. 
 O art. 153 da CF/88 determina quais são impostos que ficaram sob a 
competência da União, quais sejam: 
x Imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II); 
x Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou 
nacionalizados (IE); 
x Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR); 
x Imposto sobre produtos industrializados (IPI); 
x Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos 
ou valores mobiliários (IOF); 
x Imposto sobre propriedade territorial rural (ITR); 
x Imposto sobre grandes fortunas (IGF). 
 Aos Estados e Distrito Federal, a competência relativa aos impostos foi 
prevista no art. 155, sendo eles os seguintes: 
x Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou 
direitos (ITCMD); 
x Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre 
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior 
(ICMS); 
x Imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA). 
 Por último, cabe aos Municípios e ao Distrito Federal instituir, com base 
nos preceitos do art. 156 da CF/88 os seguintes impostos: 
x Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU); 
x Imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, 
de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre 
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua 
aquisição (ITBI); 
x Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS). 
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 Antes que você me pergunte, já adianto: não é somente a espécie 
WULEXWiULD� ³LPSRVWRV´� TXH� HVWá submetida à competência privativa. Cabe 
privativamente à União a instituição dos empréstimos compulsórios. 
 Ademais, em regra, as contribuições especiais (art. 149, caput, da 
CF/88) também são de competência privativa da União. 
 
Alguns autores classificam a competência para instituir 
empréstimos compulsórios e contribuições especiais 
como competência especial! 
 5HSDUH�TXH�HX�IL]�TXHVWmR�GH�JULIDU�³HP�UHJUD´��SRLV�Ki�H[FHo}HV�� 
 Ao interpretar o § 1º do art. 149, da CF, percebe-se que apesar de a 
regra ser a instituição de contribuições especiais pela União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios possuem competência privativa para instituir 
as contribuições sociais para custeio dos regimes próprios de 
previdência de seus servidores titulares de cargos efetivos. 
 Há que se destacar que a competência é privativa no âmbito de 
cada ente. Assim, o Estado de Minas Gerais tem competência privativa para 
instituir as contribuições sociais para o custeio do seu Sistema de Previdência. 
Contudo, não o tem para instituir contribuições sociais para a Previdência do 
Município de Pouso Alegre, por exemplo, sendo esta privativa desse Município. 
 Além da competência acima citada, o Distrito Federal e os Municípios (os 
Estados não estão incluídos nesse rol!) possuem competência privativa 
para instituir a Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública 
(COSIP), com base no art. 149-A, da CF/88. 
 Em síntese, a competência privativa, em regra, diz respeito aos 
impostos. Contudo, devemos nos lembrar que a competência para instituir 
empréstimos compulsórios (E.C.) e contribuições especiais é da União, 
ressalvada, no último caso, a possibilidade de os Estados, DF e Municípios 
instituírem seu regime próprio de previdência bem como a competência 
privativa do DF e Municípios para instituir a COSIP. Entendido? 
1.2.2 ± Competência Comum 
 A competência comum diz respeito aos tributos vinculados, que, como já 
estudamos, são tributos cujo fato gerador é uma atividade estatal relativa ao 
contribuinte. Você se lembra de quais tributos estamos nos referindo? É isso 
mesmo: taxas e contribuições de melhoria. 
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 Denomina-se competência comum, pois todos os entes federados podem 
instituir tais tributos, respeitadas, por óbvio, as atribuições de cada ente, 
definidas na Constituição Federal. Para uma prova de Direito Tributário, você 
não precisa saber nada mais do que isso! 
 Nesse rumo, caso o Estado do Rio de Janeiro preste serviço público 
específico e divisível, é possível instituir uma taxa estadual para custear o 
referido serviço público. Do mesmo modo, se o Município de Juiz de Fora 
realizar uma obra pública da qual decorra valorização imobiliária, torna-se 
possível a instituição de uma contribuição de melhoria municipal. 
1.2.3 ± Competência Cumulativa 
 A competência cumulativa foi prevista no art. 147 da CF/88, nos 
seguintes termos: 
Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos 
estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, 
cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal 
cabem os impostos municipais. 
 Cabe destacar que os territórios federais não são entes federados, sendo 
considerados apenas descentralizações administrativo-territoriais pertencentes 
à União. Sendo assim, não dispõem de autonomia política e, 
consequentemente, não possuem competência tributária própria. 
 Contudo, conforme preceitua o § 1º do art. 33, da CF/88, os territórios 
federais podem ou não ser divididos em Municípios, gozando estes de 
autonomia política. 
 A referida divisão em Municípios reflete sobre a competência tributária 
da União, isto é, se os territórios federais não forem divididos em Municípios, 
compete à União os impostos estaduais e municipais. Havendo, por outro lado, 
a citada divisão, competirá à União apenas os impostos estaduais, já que os 
Municípios deterão a competência para instituir os seus próprios impostos 
municipais. 
 
Embora o texto constitucional mencione apenas 
³LPSRVWRV´�� JXDUGH� TXH� WDO� GLVSRVLomR� GL]� UHVSHLWR�
também aos demais tributos. 
 Para finalizar o estudo da competência cumulativa, a parte final do 
dispositivo constitucional menciona algo que já estudamos, que é a 
competência distrital para instituir também os impostos municipais. 
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 Essa competência decorra da impossibilidade de o Distrito Federal ser 
dividido em Municípios, conforme previsão no caput do art. 32 da CF/88. 
1.2.4 ± Competência Residual 
 $�FRPSHWrQFLD�UHVLGXDO�GL]� UHVSHLWR�j�FULDomR�GH�³QRYRV� WULEXWRV´��DOpP�
daqueles já existentes. 
 É com base no art. 154, I, e no art. 195, § 4º, que a União 
(unicamente a União) detém a competência para instituir novos impostos e 
novas contribuições para a seguridade social, respectivamente. 
 Para a instituição dos denominados impostos residuais, há que se 
obedecer algumas restrições estampadas no art. 154, I, da CF/88 (recomendo 
o acompanhamento na sua CF, como sempre). São elas: 
x Devem ser instituídos por lei complementar; 
x Devem obedecer ao critério da não cumulatividade; 
x Devem possuir fato gerador ou base de cálculo diversos dos demais 
impostos já discriminados na CF. 
 Quanto à primeira restrição, a consequência é que tais impostos não 
poderão ser instituídos por leis ordinárias ou medidas provisórias. 
Observação: De acordo com o art. 62, § 1º, III, da CF/88, as medidas 
provisórias não podem tratar de temas reservados a lei complementar. 
 A não cumulatividade, por seu turno, é um mecanismo que permite que 
o imposto cobrado em uma operação seja compensado com o que for cobrado 
na operação seguinte. 
 Por exemplo, digamos que uma fábrica de móveis venda sua produção 
para uma loja que, posteriormente, revende os móveis aos consumidores 
finais. A não cumulatividade ocorre quando o legislador permite que o 
estabelecimento revendedor, em nosso exemplo, pague somente a diferença 
entre o que foi pago na operação anterior (venda da produção) e o que é 
devido na revenda ao consumidor. 
 Por último, é de se ressaltar que o imposto residual deve ter fato 
gerador ou base de cálculo diferente dos outros impostos já previstos 
na Constituição Federal. 
 No tocante às contribuições para a seguridade social residual, o 
raciocínio é o mesmo, apenas se diferenciando quanto ao último requisito. Ou 
seja, a nova contribuição deve ter fato gerador ou base de cálculo 
diferente das contribuições para seguridade social (e não dos 
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impostos) já previstas na CF/88. Trata-se de entendimento do Supremo 
Tribunal Federal (RE 242.615/BA) 
 Veja também o seguinte posicionamento da Suprema Corte: 
7UHFKR�GR�YRWR�GR�0LQ��&DUORV�9HOORVR��³É que a técnica da competência 
residual da União é para o legislador ordinário (C.F., art. 154, I) e 
não para o constituinte derivado.´ 
(STF, ADI 939/DF, Pleno, Rel. Min Sydney Sanches, Julgamento em 
15/12/1993) 
 Para o STF, a competência residual prevista na CF/88 é para o legislador 
ordinário e não para o constituintederivado. O que isso quer dizer? Ora, 
quando o legislador for instituir um imposto novo (uso da competência 
residual), deverá obedecer as regras previstas no art. 154, I. No entanto, 
quando uma emenda constitucional acrescenta um novo imposto na CF/88, o 
constituinte derivado não está sujeito ao art. 154, I. 
1.2.5 ± Competência Extraordinária 
 Além da competência privativa, comum, cumulativa e residual, a União ± 
e somente ela ± detém ainda a competência tributária extraordinária. 
 Tal competência está prevista no art. 154, II, da CF/88, cuja redação é a 
seguinte: 
Art. 154. A União poderá instituir: 
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos 
extraordinários, compreendidos ou não em sua competência 
tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas 
as causas de sua criação. 
 Trata-se, portanto, da competência que a União possui para instituir o 
Imposto Extraordinário de Guerra ± IEG. 
 Cabe fazer algumas observações acerca do exercício de tal competência. 
Inicialmente, você deve saber que tal imposto pode ser instituído por lei 
ordinária ou mesmo por medida provisória, pois não foi feita nenhuma 
reserva à lei complementar. 
 Na dicção do CTN (art. 76), o IEG é temporário, devendo ser 
suprimido em até 5 anos, contados da celebração da paz. 
 É importante lembrar também que não há restrição quanto à não 
cumulatividade, ou seja, o IEG pode ser cumulativo. 
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 Outro detalhe a ser ressaltado é o de que o fato gerador do IEG não 
pode ser a guerra (não faz o menor sentido), mas sim um fato econômico 
relacionado ao contribuinte. Sobre esse fato, o legislador constituinte conferiu 
ampla discricionariedade para sua definição, conforme se nota na expressão 
³FRPSUHHQGLGRV�RX�QmR�HP�VXD�FRPSHWrQFLD�WULEXWiULD´� 
 
A instituição do IEG somente se faz possível em situação 
de guerra externa ou sua iminência. Não há, 
portanto, como instituir o imposto mediante uma guerra 
interna (guerra civil). 
 Com efeito, a União poderia instituir o IEG, tendo o mesmo fato gerador 
de outro imposto de sua competência ou mesmo da competência dos estados, 
por exemplo. 
 Estamos, então, diante de uma permissão constitucional para que haja 
bitributação ou bis in idem. 
 Muito provavelmente você deve ter ficado curioso para saber o 
significado de tais conceitos, correto? 
Veremos isso no tópico a seguir. Antes disso, vamos esquematizar em 
uma tabela o que vimos até o momento: 
CLASSIFICAÇÃO DA 
COMPETÊNCIA 
TRIBUTOS ENTES FEDERADOS 
Privativa 
Impostos, Empréstimos 
Compulsórios e Contrib. 
Especiais (com exceções) 
União (E.C. e, em regra, 
contrib. Especiais), 
Estados, DF e Municípios 
Comum 
Taxas e Contribuições de 
Melhoria 
União, Estados, DF e 
Municípios 
Cumulativa 
Tributos (embora o art. 
147 mencione impostos) Apenas União e DF 
Residual 
Novos Impostos e Novas 
Contribuições para 
Seguridade Social 
Apenas União 
Extraordinária IEG União 
1.3 ± Competência Tributária, Bitributação e Bis in idem 
 Com base na competência tributária conferida pela Constituição Federal, 
os entes instituem tributos sobre diversos fatos geradores. Em alguns casos, 
contudo, pode ocorrer diversas incidências sobre o mesmo fato gerador. 
 Quando tais incidências são decorrentes de tributos de competência 
da mesma pessoa jurídica de direito público, ocorre o fenômeno do bis in 
idem. É o caso, por exemplo da incidência do Imposto sobre a Renda das 
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Pessoas Jurídicas (IRPJ) incidente sobre a apuração do lucro das empresas, 
que ocorre cumulativamente com a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
(CSLL). Repare que neste caso ambos os tributos são de competência da 
União. 
 Ademais, podemos citar também o que ocorre com as contribuições para 
R�ILQDQFLDPHQWR�GD�VHJXULGDGH�VRFLDO��R�DUW�������,��³E´��SUHYr�D�LQVWLWXLomR�GH�
contribuição a cargo do empregador, da empresa e da entidade a ela 
equiparada na forma da lei, incidente sobre receita ou faturamento. No 
exercício dessa competência tributária, a União instituiu não apenas uma, mas 
sim duas contribuições, a saber: PIS/PASEP e COFINS. 
 Acrescente-se, ainda, que situação semelhante ocorre na importação, 
sendo esta mais uma fonte de custeio da seguridade social, prevista no art. 
195, IV, da CF/88. Amparado nesse dispositivo constitucional, o legislador 
instituiu duas contribuições incidentes sobre a importação: PIS/PASEP-
Importação e COFINS-Importação. 
 Diante dos argumentos supracitados, infere-se que não há vedação 
expressa ao bis in idem no âmbito da CF/88. Não obstante, a União teve o 
exercício da sua competência residual de certa forma restringido, já que o art. 
154, I c/c art. 195, § 4° exigiram que os novos impostos ou as novas 
contribuições não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos já 
discriminados na CF/88. 
 A bitributação, por outro lado, ocorre quando mais de um ente 
federado tributa o mesmo fato gerador. Em regra, nesse caso, percebe-se 
que há invasão de competência tributária, pois a CF/88 traçou os limites 
da competência de cada ente. 
 Um exemplo claro de bitributação seria a instituição, por parte de um 
município, de uma alíquota adicional sobre o IPVA, a ser cobrado dos veículos 
registrados em sua circunscrição. Note, pois, que isso é vedado, já que a 
competência para se instituir imposto sobre propriedade de veículos 
automotores cabe apenas aos Estados e ao Distrito Federal. 
 Entretanto, existem situações excepcionais em que se permite haver 
bitributação. É o caso do IEG, cuja própria redação constitucional permite que 
o imposto criado seja compreendido ou não na competência tributária da 
União. 
 Com base em tal autorização, é possível que a União crie o ICMS-
Extraordinário, a incidir sobre os mesmos fatos geradores do referido imposto 
estadual. Sendo o ICMS tributo de competência originalmente estadual, 
teríamos um caso típico de bitributação (tributação pela União e pelos 
Estados). 
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 Embora estejamos tratando, neste momento, do estudo da bitributação, 
chama-nos a atenção o fato de que os impostos extraordinários de guerra 
podem ser compreendidos ou não na competência tributária da União. 
Quando não compreendidos em sua competência, teríamos um exemplo de 
bitributação, conforme já explicado no parágrafo antecedente. 
 Todavia, se a União institui IEG utilizando fato gerador compreendido em 
sua competência tributária, teríamos uma hipótese de bis in idem, e não 
bitributação, você concorda? Ora, se a União institui o IR-Extraordinário, 
teríamos duas incidências (IR comum e IR-Extraordinário) de tributos federais 
sobre o mesmo fato gerador. Logo, a situação aventada se amoldaria no 
conceito de bis in idem. 
 
Instituição de IEG compreendido na competência da 
União: bis in idem. 
Instituição de IEG não compreendido na competência 
da União: bitributação. 
 Acompanhe, abaixo, o esquema que ilustra a distinção entre bitributação 
e bis in idem: 
 
 
 
 
 
Questão 01± FGV/XXII Exame de Ordem Unificado/2017 
 
Por meio da Lei Ordinária nº 123, a União instituiu contribuição não cumulativa 
destinadaa garantir a expansão da seguridade social, utilizando, para tanto, 
fato gerador e base de cálculo distintos dos discriminados na Constituição da 
República. A referida lei foi publicada em 1º de setembro de 2015, com 
entrada em vigor em 2 de janeiro de 2016, determinando o dia 1º de fevereiro 
do mesmo ano como data de pagamento. 
Por considerar indevida a contribuição criada pela União, a pessoa jurídica A, 
atuante no ramo de supermercados, não realizou o seu pagamento, razão pela 
qual, em 5 de julho de 2016, foi lavrado auto de infração para a sua cobrança. 
02 Incidências 
 Mesmo Fato Gerador 
Bis in idem 
Bitributação 
01 Ente Federado 
02 Entes Federados 
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Considerando a situação em comento, assinale a opção que indica o 
argumento que poderá ser alegado pela contribuinte para impugnar a referida 
cobrança. 
A) A nova contribuição viola o princípio da anterioridade nonagesimal. 
B) A nova contribuição viola o princípio da anterioridade anual. 
C) A nova contribuição somente poderia ser instituída por meio de lei 
complementar. 
D) A Constituição da República veda a instituição de contribuições não 
cumulativas. 
 
 
Comentário: No caso de instituição de novas contribuições destinadas à 
manutenção ou expansão da seguridade social, a União deve obedecer três 
regras: não cumulatividade, fato gerador ou base de cálculo distintos das 
demais contribuições e instituição por lei complementar. 
 
Assim sendo, como a referida contribuição foi instituída por lei ordinária, é 
inconstitucional. 
 
Gabarito: Letra C 
 
Questão 02 ± FGV/XIX Exame de Ordem Unificado/2016 
 
O Estado X, visando aumentar a sua arrecadação, instituiu novo imposto, não 
previsto na Constituição Federal. 
Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. 
A) O Estado X pode instituir imposto, mediante lei complementar, desde que 
previsto na Constituição Estadual. 
B) Para exercer a competência residual do Estado X, é necessária lei de 
iniciativa do Governador do Estado. 
C) O Estado X não pode instituir o imposto novo, tendo em vista que a 
competência residual para a instituição de novos impostos é somente da 
União. 
D) É vedada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a 
instituição de impostos não previstos na Constituição Federal. 
 
Comentário: 
 
Alternativa A: A competência tributária residual para instituir novos impostos 
foi conferida apenas à União. Alternativa errada. 
 
Alternativa B: Como se trata de competência da União, o Estado X não pode 
exercê-la. Alternativa errada. 
 
Alternativa C: Conforme comentado, a competência tributária residual para 
instituir novos impostos foi conferida apenas à União. Alternativa correta. 
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Alternativa D: Tal vedação não se aplica à União, já que o art. 154, I, 
permitiu que este ente institua novos impostos, além dos que foram previstos 
na CF/88. Alternativa errada. 
 
Gabarito: Letra C 
 
Questão 03 ± FGV/XVIII Exame de Ordem Unificado/2015 
 
A União instituiu determinado tributo federal e conferiu a uma autarquia as 
tarefas de fiscalizá-lo e arrecadá-lo. Tendo em vista a situação narrada, 
assinale a opção correta. 
A) A capacidade tributária ativa (realizar atos de fiscalização e arrecadação) é 
delegável. 
B) Trata-se de caso de delegação da competência tributária da União. 
C) Não é possível que a União revogue, a qualquer tempo e por ato unilateral, 
a atribuição que conferiu a tal autarquia. 
D) Em eventual discussão judicial proposta por um contribuinte do tributo, a 
autarquia não terá prazo em dobro para recorrer. 
 
Comentário: 
 
Alternativa A: Realmente, a capacidade tributária ativa, consistente na 
atribuição de arrecadar e fiscalizar os tributos, é delegável. Alternativa correta. 
 
Alternativa B: A situação tratada na alternativa refere-se à delegação da 
capacidade tributária ativa, e não delegação de competência tributária. A 
competência tributária é indelegável. Alternativa errada. 
 
Alternativa C: De acordo com o art. 7°, § 2°, do CTN, a delegação da 
capacidade tributária ativa pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato 
unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido. 
Alternativa errada. 
 
Alternativa D: De acordo com o art. 7°, § 1°, do CTN, a atribuição 
compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa 
jurídica de direito público que a conferir. Assim sendo, como o art. 188, do 
CPC, define que a Fazenda Pública (União, no caso da questão) possui o dobro 
do prazo para recorrer, este privilégio processual se estende à pessoa jurídica 
de direito público que receber a delegação da capacidade tributária ativa. 
Alternativa errada. 
 
Gabarito: Letra A 
 
 
 
 
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Questão 04 ± FGV/VI Exame de Ordem Unificado/2012 
 
A competência tributária não se confunde com a capacidade tributária ativa. 
Aquela se traduz na aptidão para instituir tributos, enquanto esta é o exercício 
da competência, ou seja, a aptidão para cobrar tributos. Nesse sentido, é 
correto afirmar que: 
A) compete à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir 
impostos, taxas, contribuições de melhoria, assim como as contribuições para 
o custeio do serviço de iluminação pública. 
B) em virtude do princípio federativo, que, entre outras consequências, 
delimita entre os entes políticos o poder de tributar, ao Distrito Federal 
compete apenas instituir espécies tributárias próprias dos Estados-membros da 
federação. 
C) a União pode instituir, via lei ordinária, impostos além dos previstos na 
Constituição, mediante dois requisitos: que eles sejam não cumulativos e que 
não tenham fato gerador próprio dos impostos já previstos 
constitucionalmente. 
D) em Território Federal, os impostos estaduais são de competência da União. 
Caso o Território não seja dividido em Municípios, cumulativamente, os 
impostos municipais também são de competência da União. 
 
Comentário: 
 
Alternativa A: A contribuição para custeio do serviço de iluminação pública 
compete tão somente ao Distrito Federal e aos Municípios. Alternativa errada. 
 
Alternativa B: De acordo com o art. 147, da CF/88, o Distrito Federal detém a 
competência tributária cumulativa, ou seja, compete-lhe instituir impostos 
estaduais e municipais. Alternativa errada. 
 
Alternativa C: A instituição de novos impostos deve ser realizada via lei 
complementar. Ademais, tais impostos devem possuir fato gerador e base de 
cálculo distintos dos demais impostos já previstos constitucionalmente. 
Alternativa errada. 
 
Alternativa D: De fato, esta é a regra relativa aos Territórios Federais. 
Alternativa correta. 
 
Gabarito: Letra D 
 
Questão 05 ± FGV/XIV Exame de Ordem Unificado/2014 
 
Empresa X, constituída em 1980, entrou com ação na Justiça Federal 
impugnando a cobrança da Contribuição Sobre o Lucro ± CSLL, alegando que, 
apesar de prevista no Art. 195, I, c, da Constituição Federal, trata-se de um 
tributo que tem o lucro como fato gerador. Dessa forma, haveria um bis in 
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idem em relação ao Imposto Sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (Art. 153, 
III da CRFB), o que é vedado pelo próprio texto constitucional. 
A partir do caso narrado e considerando a jurisprudência dominante do 
Supremo Tribunal Federal, assinale a afirmativa correta. 
A) A empresa tem razão porque os dois tributos têm o lucro como fato 
gerador, o que é vedado pela Constituição Federal. 
B) A empresa, por ter sido constituída anteriormente à Constituição Federal de 
1988, tem direito adquirido a não pagar a CSLL. 
C) A empresa não tem razão, porque ambos os tributos estão previstos na 
CRFB. 
D) A empresa tem razão, pela clara violação à vedação ao confisco prevista no 
Art. 150, IV, da CRFB. 
 
Comentário: Não há vedação expressa na CF/88 ao bis in idem. O caso citado 
de fato se enquadra no conceito de bis in idem por nós estudado durante a 
aula. Contudo, a CF/88 conferiu competência tributária para a União instituir 
imposto sobre a renda e também a contribuição social sobre o lucro, de forma 
que a cobrança é constitucional e a empresa não tem razão. 
 
Gabarito: Letra C 
 
2 ± CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O ESTUDO DOS IMPOSTOS 
 Antes de entrarmos no estudo propriamente dito dos impostos, é 
necessário que tenhamos algumas noções básicas para o completo 
entendimento do assunto. 
 9RFr�SRGH�DWp�Mi�GRPLQDU�R�TXH�YDPRV�IDODU�D�VHJXLU��PDV�VHPSUH�³vou 
bater na tecla´ com os conceitos básicos, para que o aluno consiga 
DFRPSDQKDU�R�ULWPR�GR�FXUVR�VHP�GHL[DU�³SHQGrQFLDV´��$ILQDO�GH�FRQWDV��YRFr�
está fazendo um curso ± e um curso muito completo -, e não lendo um livro, 
correto? 
 Portanto, iremos retornar com a mesma estória contada na Aula 1, com 
alguns acréscimos. Vamos lá! 
 Quando uma lei institui um tributo, prevê-se na norma um fato que, 
ocorrido, faz surgir o vínculo entre o contribuinte e o fisco. Essa previsão na 
norma denomina-se hipótese de incidência. Ao fato ocorrido no mundo real, 
chamamos de fato gerador. Por fim, é chamada de obrigação tributária a 
relação jurídica constituída entre o fisco e o contribuinte, quando da ocorrência 
do fato gerador. 
 Contudo, embora exista uma obrigação do contribuinte para com o fisco, 
esta ainda não pode ser exigida, pois é imprescindível que haja um 
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procedimento oficial para definir, a grosso modo, o valor exato a ser pago e 
por quem deverá ser pago. Esse procedimento é denominado lançamento. É 
com o lançamento que se constitui o crédito tributário, em favor do 
fisco. 
 O lançamento é realizado privativamente pela autoridade fiscal. 
Contudo, a lei pode exigir, em alguns casos, a participação do contribuinte. 
Quando o lançamento é realizado unicamente pela autoridade, denominamos 
lançamento de ofício. 
 Há também situações em que o contribuinte fica obrigado a prestar 
declarações que subsidiem a autoridade administrativa a realizar o 
lançamento, hipótese que caracteriza o lançamento por declaração. 
 Por último, no lançamento por homologação, o contribuinte realiza 
quase todas as atividades, inclusive realizando o pagamento antecipado, 
cabendo à autoridade a posterior conferência, realizando a homologação. 
 Ante o exposto, repare que há três modalidades de lançamento 
previstas no CTN. Por ora, é importante que você grave apenas isso, pois 
será visto com maiores detalhes em outra aula. A título de complemento, leia o 
art. 142 do CTN. 
 Para facilitar a fixação do que você viu no presente tópico, vamos ilustrar 
a linha do tempo até que o tributo seja exigível do contribuinte: 
 
 
 
 
 
 
 Bom, creio que agora você tem condições de estudar os impostos com 
muito mais facilidade! 
 Portanto, vamos seguir com a matéria! 
 
 
 
Instituição do 
Tributo por lei 
Ocorrência da 
situação prevista 
em lei 
Lançamento 
Hipótese de 
Incidência 
Fato Gerador 
(Surge Obrigação Tribut.) 
Crédito 
Tributário 
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3 - IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO 
 Na aula inicial do nosso curso, vimos algumas características gerais 
pertinentes aos impostos em geral. Além disso, também já vimos os princípios 
aplicáveis aos mais diversos impostos (legalidade, anterioridade e noventena, 
por exemplo), bem como os critérios estabelecidos pelo legislador constituinte 
acerca da competência tributária de cada ente. 
 A partir de agora, estudaremos cada um dos impostos previstos na 
CF/88 de competência da União. 
 Você perceberá que, em alguns casos, será citado o CTN, no tocante à 
base de cálculo, fato gerador e contribuintes do imposto, pois, como já 
aprendemos, no art. 146, III, a, da CF/88, há uma exigência específica para 
que lei complementar (e o CTN possui esse status��GHILQD�WDLV�³FRPSRQHQWHV´�
dos impostos. 
3.1 ± Imposto de Importação 
 Trata-se de imposto de nítida finalidade extrafiscal, pois é utilizado como 
meio de controle sobre as importações, interferindo diretamente na economia 
do país, gerando, por consequência, impactos negativos ou positivos na 
indústria nacional. 
 Por esse motivo, o legislador constituinte (CF, art. 153, § 1º), facultou 
ao Poder Executivo a alteração das alíquotas desse tributo (exceção à 
legalidade), desde que atendidas as condições e os limites legais. Ademais, o 
mencionado imposto também constitui exceção aos princípios da anterioridade 
e noventena, produzindo efeitos imediatos. 
3.1.1 ± Fato Gerador 
 Relativamente ao fato gerador, vejamos o que diz o art. 19 do CTN: 
Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a importação de 
produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no 
território nacional. 
Por se tratar de um momento difícil de ser apurado com exatidão, a 
legislação aduaneira estabeleceu que o momento, para fins de cálculo do 
imposto, em que se considera ocorrido o fato gerador, que é a data do 
registro da declaração de importação de mercadoria submetida a despacho 
para consumo. Podemos dizer que este é considerado o elemento 
temporal da hipótese de incidência. 
 
 
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3.1.2 ± Base de Cálculo e Alíquotas 
No que se refere à base de cálculo do II, vejamos o que diz o art. 20 do CTN: 
Art. 20. A base de cálculo do imposto é: 
I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada 
pela lei tributária; 
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, 
ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em 
condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de 
entrada do produto no País; 
III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a 
leilão, o preço da arrematação. 
 Assim, quando a alíquota aplicável à mercadoria importada for 
específica, a base de cálculo será a unidade de medida (Kg, ton, m³ etc.) 
adotada pela lei tributária. 
 De outra banda, se a alíquota for ad valorem, a base de cálculo será o 
preço normal, atualmente entendido como o valor aduaneiro (valor real, 
e não o declarado pelo importador), apurado conforme as regras do Acordo 
Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio ± GATT (tratado internacional do 
qual o Brasil é signatário). 
 Emse tratando de produto de produto apreendido ou abandonado, 
levado a leilão, a base de cálculo do II é o preço da arrematação. Embora, na 
prática, não haja incidência de II sobre tal hipótese (leilão), é o conceito 
teórico que você tem de levar para a sua prova, colega concurseiro (a)!!! 
A respeito das alíquotas do II, é importante saber que elas estão 
fixadas na Tarifa Externa Comum (TEC), que é uma tabela que contém 
milhares de produtos e mercadorias relacionadas ao seu respectivo código (de 
oito dígitos) e associadas a uma determinada alíquota. 
 Portanto, quando o importador preenche sua Declaração de Importação 
(documento base do despacho de importação), ele deve informar o código da 
mercadoria que está trazendo para o País, seguindo regras específicas para 
classificação. Novamente, eu alerto: você não precisa saber nada mais do 
que isso para fazer uma prova de Direito Tributário. 
 
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Quando o CTN estabelece, em seu art. 21, que tanto a 
base de cálculo como as alíquotas do II podem ser 
alteradas sem necessidade de lei, entenda-se que 
apenas as alíquotas possuem tal flexibilidade. 
O mesmo raciocínio serve para o IE (art. 26) e IOF 
(art. 65)! 
 Por fim, ressalte-se que a competência para alteração das alíquotas 
tanto do II como do IE não são privativas do Presidente da República. 
Ou seja, é possível outorgar essa competência à Câmara de Comércio 
Exterior (CAMEX). Trata-se de entendimento pacífico no âmbito do STF (RE 
570.680/RS). 
3.1.3 - Contribuintes 
 De acordo com a literalidade do art. 22 do CTN, os contribuintes do II 
são os seguintes: 
Art. 22. Contribuinte do imposto é: 
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; 
II - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados. 
 Quem seriam os equiparados ao importador? O Decreto-Lei 37/1966 nos 
responde: 
Art.31 - É contribuinte do imposto: 
I - o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a 
entrada de mercadoria estrangeira no Território Nacional; 
II - o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo 
respectivo remetente; 
III - o adquirente de mercadoria entrepostada. 
 Conforme eu já havia dito, a arrematação não constitui, na prática, fato 
gerador do imposto. Por esse motivo, o arrematante não foi eleito como 
contribuinte do imposto no DL 37/66. Ok? 
 
Em provas de Direito Tributário, normalmente as 
questões cobram o disposto no CTN. Por isso, recomendo 
memorizar o que consta em seus arts. 20 e 22! 
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3.1.4 - Lançamento 
 O lançamento do II ocorre por homologação. Conforme aprendemos, 
trata-se de modalidade em que a participação do contribuinte é essencial para 
a arrecadação do tributo. 
3.1.5 ± Síntese do II 
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO 
Fato Gerador: Entrada de produtos estrangeiros em território nacional 
Base de Cálculo: Se alíquota específica: unidade de medida adotada pela lei 
 Se alíquota ad valorem: Valor Aduaneiro (preço normal) 
Alíquota: Prevista na TEC (não se sujeita ao princípio da legalidade) 
Contribuinte: Importador ou quem a ele a lei equiparar 
Lançamento: Por homologação 
3.2 ± Imposto de Exportação 
 Assim como o Imposto de Importação, o IE é um imposto cujo objetivo 
principal é a intervenção no controle do comércio exterior, possuindo 
claramente finalidade extrafiscal. 
 Por conseguinte, a alteração das suas alíquotas também foi excepcionada 
do princípio da legalidade (art. 153, § 1º, da CF/88), bem como do princípio da 
anterioridade e noventena. 
 Vamos, pois, estudar adiante alguns detalhes pertinentes a esse 
imposto. 
3.2.1 ± Fato Gerador 
 Em cumprimento ao comando constitucional que determina que os fatos 
geradores dos impostos sejam definidos em lei complementar, o CTN dispôs o 
seguinte: 
Art. 23. O imposto, de competência da União, sobre a exportação, para o 
estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados tem como fato 
gerador a saída destes do território nacional. 
Observação: 
Produtos Nacionais: são os que foram produzidos no país. 
Produtos Nacionalizados: são os produtos estrangeiros importados a título 
definitivos para o país e submetidos ao desembaraço aduaneiro. 
 De forma análoga ao II, embora a o fato gerador do IE seja a saída dos 
produtos nacionais ou nacionalizados (mercadoria importa anteriormente a 
WtWXOR� ³GHILQLWLYR´���Ki�R�PRPHQWR��SDUD� ILQV�GH�FiOFXOR��HP�TXH�VH�FRQVLGHUD�
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ocorrido o fato gerador. Vejamos o que diz o parágrafo único do art. 213 do 
Regulamento Aduaneiro (Decreto 6.759/2009): 
Parágrafo único. Para efeito de cálculo do imposto, considera-se 
ocorrido o fato gerador na data de registro do registro de 
exportação no Sistema Integrado de Comércio Exterior 
(SISCOMEX). 
3.2.2 ± Base de Cálculo e Alíquotas 
 Vejamos o que diz o art. 24 do CTN: 
Art. 24. A base de cálculo do imposto é: 
I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada 
pela lei tributária; 
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, 
ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em 
condições de livre concorrência. 
Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II, considera-se a entrega 
como efetuada no porto ou lugar da saída do produto, deduzidos os 
tributos diretamente incidentes sobre a operação de exportação 
e, nas vendas efetuadas a prazo superior aos correntes no mercado 
internacional o custo do financiamento. 
 Caro candidato, não há muitas observações a serem feitas acerca desse 
imposto. O importante é que o candidato conheça a literalidade do CTN, as 
exceções previstas na CF/88, por se tratar de um imposto extrafiscal, e o 
detalhe de que apenas a alíquota pode ser majorada pelo Poder 
Executivo (a base de cálculo não pode). 
 Apenas a título de curiosidade, vejamos o que diz o Decreto-Lei 
1.578/1977 (base legal do Imposto de Exportação) a respeito da alíquota do 
IE: 
Art. 3o A alíquota do imposto é de trinta por cento, facultado ao 
Poder Executivo reduzi-la ou aumentá-la, para atender aos objetivos 
da política cambial e do comércio exterior. 
Parágrafo único. Em caso de elevação, a alíquota do imposto não 
poderá ser superior a cinco vezes o percentual fixado neste 
artigo. 
 Sendo assim, a alíquota base é 30%, podendo ser reduzida ou majorada. 
³4XDO�VHULD�R�OLPLWH�Pi[LPR"´�9DPRV�FDOFXODU�����[��� �150%. 
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Por último, não se esqueça de que a CAMEX também pode alterar a 
alíquota do IE. Ok? 
3.2.3 ± Contribuinte 
 De maneira bem direta, o art. 27 do CTN estabeleceu que o 
contribuinte do Imposto de Exportação é o exportador ou quem a ele a 
lei equiparar. 
 Pela redação do Regulamento Aduaneiro, inferimos qualquer pessoa que 
promova a saída de mercadoria do território aduaneiro (entenda-se território 
nacional) é considerada exportador. 
3.2.4 ± Lançamento 
 O IE segue a mesmo procedimento de lançamento do II, que é feito porhomologação. Não custa repetir que a participação do contribuinte é 
essencial para a arrecadação do tributo. 
3.2.5 ± Síntese do IE 
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO 
Fato Gerador: Saída de produtos nacionais ou nacionalizados do território nacional 
Base de Cálculo: Se alíquota específica: unidade de medida adotada pela lei 
 Se alíquota ad valorem: Preço normal 
Alíquota: Em regra, 30%, podendo ser reduzida ou majorada até 150% 
Contribuinte: Exportador ou quem a ele a lei equiparar 
3.3 ± Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) 
 O Imposto de Renda é mais um dos impostos de competência da União, 
previsto no art. 153, III, da CF/88. 
 Trata-se de imposto com finalidade fiscal, pois o objetivo da sua 
instituição é arrecadar recursos para o Estado. Como prova disso, é o imposto 
federal com maior volume de arrecadação. 
 Antes de estudarmos as disposições do Código Tributário Nacional acerca 
desse imposto, é importante destacar que a CF/88 submeteu a majoração do 
IR ao princípio da anterioridade, mas a excepcionou do princípio da noventena 
(aposto que você se lembra disso!). 
 Ademais, no art. 153, § 2º, I, o legislador constituinte estabeleceu que o 
IR será informado pelos critérios de generalidade, universalidade e 
progressividade, na forma da lei. O que vem a ser isso? Vejamos a forma como 
a doutrina costuma interpretar tais critérios: 
Generalidade Æ significa dizer que a tributação alcança todas as pessoas. 
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UniversalidadeÆ significa dizer que a tributação alcança todas as espécies de 
rendimentos. 
ProgressividadeÆ significa tributar com alíquotas maiores (progressivas) 
rendimentos mais elevados. 
Em síntese, perceba que os três critérios decorrem do princípio da 
isonomia, alcançando as pessoas de um modo geral (generalidade), e as 
rendas de modo universal (universalidade), sempre considerando que aquele 
que ganha mais deve sofrer maior incidência tributária (progressividade). Não 
ficou difícil, correto? 
3.3.1 ± Fato Gerador 
Para compreender o fato gerador do Imposto de Renda, vamos nos 
debruçar sobre o art. 43 do CTN: 
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos 
de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da 
disponibilidade econômica ou jurídica: 
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou 
da combinação de ambos; 
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os 
acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. 
 É importante que saibamos diferenciar a disponibilidade econômica e a 
jurídica: 
x Disponibilidade Jurídica: ocorre quando se tem direito a um crédito, não 
sujeito a alguma condição, ou seja, um direito que seja certo. 
 
x Disponibilidade Econômica: ocorre quando se obtém dinheiro em espécie 
(ou crédito em conta) ou bens nele conversíveis. 
 
 
Em qualquer uma das disponibilidades, tem-se por 
ocorrido o fato gerador do Imposto de Renda, conforme 
art. 43, caput, do CTN. 
 Além disso, precisamos também ter uma noção dos conceitos de renda e 
proventos de qualquer natureza, já que esses são os dois pressupostos de 
incidência do IR. 
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 Nos dizeres do CTN, o conceito de renda pode ser entendido como 
produto do capital, do trabalho ou da combinação do trabalho e do capital. 
Vamos exemplificar: 
Produto do capital Æ João é acionista de uma grande empresa e recebe 
dividendos, decorrentes do lucro auferido por esta. Trata-se de produto do 
capital, do dinheiro por ele investido na sociedade. 
Produto do trabalho Æ José é empregado de um posto de gasolina. Ao final 
do mês, recebe o produto do seu trabalho, ou seja, seu salário. 
Combinação de produto do capital com produto do trabalho Æ Pedro 
montou uma lanchonete, onde exerce a função de sócio e administrador. Ao 
final do mês, ele recebe rendimentos decorrentes do seu trabalho e do seu 
capital nela investido. 
Acredito que com os exemplos acima, não restou dúvida nenhuma sobre 
o conceito de renda. Entretanto, o que vem a ser provento? 
Trata-se de acréscimo patrimonial que não esteja compreendido no 
conceito de renda, que é o produto do trabalho ou capital. Imagino que você 
queira mais um exemplo, certo? Vamos lá: 
Se você ganhar na Mega-Sena, você vai receber um provento, pois não o 
SUrPLR�GH� ORWHULD�QmR�GHFRUUH�GR�SURGXWR�GR�VHX� WUDEDOKR� �YRFr�QHP�³VXRX´�
para consegui-lo, certo?) nem do produto do seu capital. Além disso, 
podemos citar também os ganhos de capitais verificados na alienação 
de bens, bem com os acréscimos patrimoniais cuja origem não pode 
ser comprovada pelo sujeito passivo. 
 De qualquer modo, é interessante notar que o inciso II, do art. 43, do 
CTN, menciona que os proventos de qualquer natureza caracterizam-se por 
outros acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda. Com 
efeito, renda também se caracteriza como acréscimo patrimonial, correto? 
Assim sendo, se houve acréscimo patrimonial, a princípio, haveria 
tributação! Mas o que dizer sobre as indenizações? Há incidência do IR sobre 
as indenizações? Se as indenizações não acrescem o patrimônio, não há que se 
falar em tributação. Nessa esteira, o STJ já editou a seguinte súmula: 
Súmula STJ 215 - A indenização recebida pela adesão a programa de 
incentivo à demissão voluntária não está sujeita à incidência do imposto de 
renda. 
 Antes que se chegue a duvidar do caráter indenizatório desta verba, 
cabe citarmos a ementa de um julgado em que se discutia tal situação no 
âmbito do STJ: 
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TRIBUTARIO - IMPOSTO DE RENDA - DEMISSÃO INCENTIVADA - CONCEITO 
JURIDICO DO PAGAMENTO RECEBIDO PELO EMPREGADO DESPEDIDO - NÃO 
INCIDENCIA DO TRIBUTO. 
- A "DEMISSÃO INCENTIVADA" RESULTA DE COMPRA E VENDA, EM QUE O 
OPERARIO ALIENA DE SEU PATRIMONIO O BEM DA VIDA CONSTITUIDO 
PELA RELAÇÃO DE EMPREGO, RECEBENDO, COMO PREÇO, VALOR 
CORRESPONDENTE AO DESFALQUE SOFRIDO. TAL PREÇO NÃO E FATO 
GERADOR DE IMPOSTO SOBRE RENDA OU PROVENTO. 
 
(STJ, Primeira Turma, REsp 127121/SP, Rel. Min. Humberto Gomes de 
Barros, Julgamento em 07/11/1997) 
Da mesma forma, também entendeu o STJ que as verbas recebidas à 
título incentivo à aposentadoria, por serem análogas àquelas citadas na 
súmula acima, também não se sujeitam à tributação, dado o caráter 
indenizatório. 
 
Tome cuidado, pois este assunto já foi cobrado pela 
FGV no Exame de Ordem! 
Finalizando o estudo do fato gerador do IR, o CTN assevera nos §§ 1º e 
2º do art. 43 o seguinte: 
§ 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou 
do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da 
fonte, da origem e da forma de percepção. 
§ 2o Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei 
estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua 
disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste 
artigo. 
 Note a coerência desses dispositivos com os critérios da generalidade e 
da universalidade. O objetivo do legislador foi exatamente incluir no 
âmbito da incidência do IR as pessoas e os rendimentos que poderiam 
³HVFDSDU´�GD�WULEXWDomR. É o caso, por exemplo, dosrendimentos auferidos 
no exterior por pessoas domiciliadas no Brasil. 
3.3.2 ± Base de Cálculo 
 (P� UHODomR� j� EDVH� GH� FiOFXOR� GR� ,5�� R� &71� SUHYr� TXH� ³é o montante, 
real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis´. 
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 Nesse ponto, é válido destacar que o CTN apenas discriminou a base de 
cálculo aplicável ao Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas. No entanto, como 
é sabido, tal imposto incide também sobre os rendimentos auferidos pelas 
pessoas físicas. 
Como nossa aula não é sobre legislação tributária, você não vai precisar 
guardar nada além do que foi exposto acima (real, arbitrado ou 
presumido). 
3.3.3 ± Contribuintes 
No tocante à sujeição passiva, segue a redação do art. 45 do CTN: 
Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que 
se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição 
ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou 
dos proventos tributáveis. 
Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou 
dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto 
cuja retenção e recolhimento lhe caibam. 
 Em síntese, contribuinte é o titular da disponibilidade de renda ou dos 
proventos de qualquer natureza. Além dos titulares, a lei pode atribuir 
essa condição ao possuidor, ou seja, mesmo não sendo proprietário do 
bem cuja renda foi gerada, pode ser considerado contribuinte. 
 Ademais, o CTN também esclarece que a lei pode responsabilizar a 
fonte pagadora (o empregador, por exemplo) pela retenção e recolhimento 
do IR devido pelo contribuinte (empregados, por exemplo). 
 Estudaremos em aula específica essa possibilidade de se cobrar o tributo 
de outra pessoa que não seja o contribuinte. Fique tranqüilo. 
3.3.4 ± Lançamento 
 Muitas pessoas afirmam que o IR é um tributo cujo lançamento é feito 
por declaração. Isso se dá por causa da famigerada Declaração de Imposto de 
Renda das Pessoas Físicas (DIRPF). 
 No entanto, destaque-se que o IR é lançado por homologação, pois o 
contribuinte presta sua declaração, antecipando o imposto porventura 
devido, sem prévio exame da autoridade administrativa. Esta, por sua 
vez, realiza a posterior homologação. 
 
 
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3.3.5 ± Síntese do IR 
Imposto de Renda 
Fato Gerador: Renda: produto do capital, trabalho ou ambos 
 Proventos de qualquer natureza: demais acréscimos patrimon. 
Base de Cálculo: montante real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos 
proventos tributáveis. 
Contribuinte: titular da renda e dos proventos ou seu possuidor. 
Lançamento: Por homologação 
3.4 ± Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) 
 &HUWDPHQWH�� YRFr� Mi� RXYLX� IDODU� GH� QRWtFLDV� FRPR� ³*RYHUQR� UHGX]� ,3,�
VREUH� DXWRPyYHLV´�� 7DPEpP� Mi� GHYH� WHU� SHUFHELGR� TXH� R� PHUFDGR�
normalmente se aquece diante de uma redução tributária dessas, não é 
mesmo? Trata-se do efeito extrafiscal do IPI. 
 Embora seja um tributo de considerável arrecadação tributária, não se 
pode desprezar o seu efeito sobre a intervenção na economia do País. 
 Como temos feito com os demais impostos estudados, vejamos algumas 
características de índole constitucional acerca do IPI, para depois estudarmos 
especificamente os seus fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes, ok? 
 No que se refere aos princípios aplicáveis, não obstante seja exceção ao 
princípio da anterioridade do exercício, sujeita-se ao princípio da noventena. 
Ou seja, qualquer majoração do IPI somente produz efeitos 90 dias após a 
publicação do decreto (lembre-se de que a majoração do IPI também constitui 
exceção ao princípio da legalidade). 
 Além disso, a Carta Magna também estabeleceu no art. 153, § 3º, da 
CF/88, os seguintes regramentos para o IPI: 
§ 3º - O imposto previsto no inciso IV: 
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto; 
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em 
cada operação com o montante cobrado nas anteriores; 
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao 
exterior. 
IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de 
capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei. 
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 Primeiramente, temos que saber que o IPI será necessariamente 
seletivo. Ou seja, não há escolha por parte do legislador ordinário. Mas o que 
vem a ser a seletividade? 
 A seletividade é a graduação das alíquotas do imposto conforme 
a essencialidade dos produtos tributos. Ou seja, produtos essenciais 
recebem tributação inferior aos produtos supérfluos. Logo, o arroz será 
tributado com alíquota inferior aos brinquedos, por exemplo. 
 A não cumulatividade, por sua vez, diz respeito à possibilidade de se 
compensar o imposto devido nas etapas anteriores de uma cadeia de produção 
com o montante devido nas operações subseqüentes, constituindo o 
mecanismo de débitos e créditos. Esse conceito já deve ser familiar, certo? 
Imagino que sim, pois já o explicamos nesta aula. 
 
O IPI deve ser seletivo e não cumulativo! 
 Há ainda no inciso III do § 3º do art. 153 uma imunidade específica 
do IPI, relativa às operações de exportações. Nesse sentido, o IPI não 
incide sobre produtos industrializados destinados ao exterior! 
 
Vamos recordar as outras imunidades do IPI: 
x Livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua 
impressão (art. 150, VI, d); 
x Ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou 
instrumento cambial (art. 153, § 5º); 
x Energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e 
minerais no País (art. 155, § 3º). 
 Com o advento da EC 42/03, foi acrescentado o inciso IV ao § 3º do art. 
153, da CF/88, passando a prever que o IPI terá reduzido seu impacto 
sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na 
forma da lei. 
 Trata-se de um incentivo concedido àqueles que adquirirem os 
denominados bens de capital, com a finalidade de promover o 
desenvolvimento econômico. 
Observação: Bens de capital são aqueles que são utilizados para produzir 
outros bens. Cite-se, como exemplo, as máquinas. 
 
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 Vale ressaltar que a redução do impacto do IPI sobre a aquisição 
de bens de capital não é autoaplicável, cabendo à lei ordinária dispor sobre 
o tema. Todavia, o dispositivo possui ao menos a eficácia negativa 
imediata, isto é, impede que lei disponha em sentido contrário. 
 
 
Cuidado! Possuir eficácia negativa imediata não 
significa ser autoaplicável. 
3.4.1 ± Fato Gerador 
No tocante ao estudo do fato gerador do IPI, vejamos o que diz o art. 46 
do CTN: 
Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos 
industrializados tem como fato gerador: 
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; 
II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo 
único do artigo 51; 
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a 
leilão. 
Parágrafo

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