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resumo civil

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16. Contratos nominados no Direito Brasileiro:
16.1. Compra e Venda;
16.1.1. Cláusulas Especiais à Compra e Venda
16.2. Troca ou Permuta
16.3. Contrato Estimatório
16.4. Doação
16.5. – Locação de coisas
16.6. - Empréstimo;
16.7. Prestação de Serviço
16.8. Empreitada
16.9. - Depósito;
16.10. - Mandato;
16.11. Transporte
16.12. Gestão de Negócios;
16.13. Jogo e Aposta;
16.14. Fiança.
16.15. Transação
16.16. Compromisso
16.17. A constituição de renda;
16.18. A promessa de contrato e o pré-contrato.
17. Atos unilaterais - espécies
18. Modalidades contratuais recentes: Contratos de software; Contratos
Internacionais
13 de agosto de 2009
(vista)
14 de agosto de 2009
CAPÍTULO I - Da Compra e Venda
Seção I - Disposições Gerais
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório.
Art. 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem.
Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato.
Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa.
Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar.
Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação.
Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para a sua determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor.
Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço, prevalecerá o termo médio.
Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço.
Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
Art. 491. Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço.
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador.
§ 1o Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do comprador, correrão por conta deste.
§ 2o Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados.
Art. 493. A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa, dar-se-á no lugar onde ela se encontrava, ao tempo da venda.
Art. 494. Se a coisa for expedida para lugar diverso, por ordem do comprador, por sua conta correrão os riscos, uma vez entregue a quem haja de transportá-la, salvo se das instruções dele se afastar o vendedor.
Art. 495. Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o comprador cair em insolvência, poderá o vendedor sobrestar na entrega da coisa, até que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo ajustado.
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade;
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.
Art. 498. A proibição contida no inciso III do artigo antecedente, não compreende os casos de compra e venda ou cessão entre co-herdeiros, ou em pagamento de dívida, ou para garantia de bens já pertencentes a pessoas designadas no referido inciso.
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão.
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço.
§ 1o Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo da área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio.
§ 2o Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso.
§ 3o Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus.
Art. 501. Decai do direito de propor as ações previstas no artigo antecedente o vendedor ou o comprador que não o fizer no prazo de um ano, a contar do registro do título.
Parágrafo único. Se houver atraso na imissão de posse no imóvel, atribuível ao alienante, a partir dela fluirá o prazo de decadência.
Art. 502. O vendedor, salvo convenção em contrário, responde por todos os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição.
Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de todas.
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência.
Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço.
Seção II
Das Cláusulas Especiais à Compra e Venda
Subseção I
Da Retrovenda
Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias.
Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o vendedor,para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente.
Parágrafo único. Verificada a insuficiência do depósito judicial, não será o vendedor restituído no domínio da coisa, até e enquanto não for integralmente pago o comprador.
Art. 507. O direito de retrato, que é cessível e transmissível a herdeiros e legatários, poderá ser exercido contra o terceiro adquirente.
Art. 508. Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo imóvel, e só uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras para nele acordarem, prevalecendo o pacto em favor de quem haja efetuado o depósito, contanto que seja integral.
Subseção II
Da Venda a Contento e da Sujeita a Prova
Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.
Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina.
Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que recebeu, sob condição suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comodatário, enquanto não manifeste aceitá-la.
Art. 512. Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em prazo improrrogável.
Subseção III
Da Preempção ou Preferência
Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto.
Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel.
Art. 514. O vendedor pode também exercer o seu direito de prelação, intimando o comprador, quando lhe constar que este vai vender a coisa.
Art. 515. Aquele que exerce a preferência está, sob pena de a perder, obrigado a pagar, em condições iguais, o preço encontrado, ou o ajustado.
Art. 516. Inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção caducará, se a coisa for móvel, não se exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se exercendo nos sessenta dias subseqüentes à data em que o comprador tiver notificado o vendedor.
Art. 517. Quando o direito de preempção for estipulado a favor de dois ou mais indivíduos em comum, só pode ser exercido em relação à coisa no seu todo. Se alguma das pessoas, a quem ele toque, perder ou não exercer o seu direito, poderão as demais utilizá-lo na forma sobredita.
Art. 518. Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem. Responderá solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé.
Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa.
Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros.
Subseção IV
Da Venda com Reserva de Domínio
Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago.
Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros.
Art. 523. Não pode ser objeto de venda com reserva de domínio a coisa insuscetível de caracterização perfeita, para estremá-la de outras congêneres. Na dúvida, decide-se a favor do terceiro adquirente de boa-fé.
Art. 524. A transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em que o preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de quando lhe foi entregue.
Art. 525. O vendedor somente poderá executar a cláusula de reserva de domínio após constituir o comprador em mora, mediante protesto do título ou interpelação judicial.
Art. 526. Verificada a mora do comprador, poderá o vendedor mover contra ele a competente ação de cobrança das prestações vencidas e vincendas e o mais que lhe for devido; ou poderá recuperar a posse da coisa vendida.
Art. 527. Na segunda hipótese do artigo antecedente, é facultado ao vendedor reter as prestações pagas até o necessário para cobrir a depreciação da coisa, as despesas feitas e o mais que de direito lhe for devido. O excedente será devolvido ao comprador; e o que faltar lhe será cobrado, tudo na forma da lei processual.
Art. 528. Se o vendedor receber o pagamento à vista, ou, posteriormente, mediante financiamento de instituição do mercado de capitais, a esta caberá exercer os direitos e ações decorrentes do contrato, a benefício de qualquer outro. A operação financeira e a respectiva ciência do comprador constarão do registro do contrato.
Subseção V
Da Venda Sobre Documentos
Art. 529. Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos.
Parágrafo único. Achando-se a documentação em ordem, não pode o comprador recusar o pagamento, a pretexto de defeito de qualidade ou do estado da coisa vendida, salvo se o defeito já houver sido comprovado.
Art. 530. Não havendo estipulação em contrário, o pagamento deve ser efetuado na data e no lugar da entrega dos documentos.
Art. 531. Se entre os documentos entregues ao comprador figurar apólice de seguro que cubra os riscos do transporte, correm estes à conta do comprador, salvo se, ao ser concluído o contrato, tivesse o vendedor ciência da perda ou avaria da coisa.
Art. 532. Estipulado o pagamento por intermédio de estabelecimento bancário, caberá a este efetuá-lo contra a entrega dos documentos, sem obrigação de verificar a coisa vendida, pela qual não responde.
Parágrafo único. Nesse caso, somente após a recusa do estabelecimento bancário a efetuar o pagamento, poderá o vendedor pretendê-lo, diretamente do comprador.
16) CONTRATOS EM ESPÉCIE
1. CONTRATO DE COMPRA E VENDA (481/532, CC) – 1ª parte
a. Introdução: para se concluir um Contrato de Compra e Venda, em decorrência da relatividade objetiva dos contratos, é necessária a TRADIÇÃO para atribuir propriedade:
i. Bem móvel tradição (CC, 1267, caput)
ii. Bem imóvel levar o título aquisitivo a registro de imóveis (CC, 1245, § 1º);
iii. A USUCAPIÃO – sentença registro no cartório propriedade;
b. Conceito: (481, CC)
“Contrato de Compra e Venda é aquele em que um dos contratantes se obriga a transferir o domínio (propriedade) do objeto contratado ao outro contratante.”
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.
c. Partes
i. Comprador
ii. Vendedor 
d. Elementos constitutivos (482, CC)
2. Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
Portanto, a coisa e o preço são os elementos constitutivos especiais do contrato de compra e venda. Porém, estar diante de coisa e preço não autoriza ninguém a definir Contrato como sendo de Compra e Venda pois poderá ser:
• Locação – que possui coisa e preço ou,
• Empréstimo – que só possui preço.
É ainda necessário conhecer o elemento constitutivo geral que é o CONSENSO.
e. Classificação
i. Pode ser consensual ou não;
ii. Será comutativo (pois sabe o que compra e o que paga), mas pode ser aleatório como na compra antecipada de uma rede de peixe ( só será pago se tiver peixe na rede);
iii. Será bilateral por excelência.
f. Obrigações das partes –
 principais obrigações das partes contratantes:
i. Vendedor: entregar a coisa transferindo ao comprador a sua propriedade; garantira efetividade do direito sobre a coisa;
ii. Comprador: pagar o preço; receber a coisa (direito e dever).
g. Análise dos elementos constitutivos
i. Objeto: 
1. O bem deve estar em comércio. Ex: bem público é inalienável, portanto diz-se que o bem é afetado (praça, banco da praça).O bem não pode estar constritado: penhora judicial, sequestro judicial ou arresto; são bens impedidos de comércio.
2. Deve ser determinado ou determinável;
3. Deve ser atual ou futuro.
ii. Preço:
1. Fixo e certo
2. Determinado ou determinável (quando fixado por terceiro, 485, CC, ou por preço de mercado ou bolsa, 486,CC) ou ainda, 
h. Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa.
i. Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar.
1. Indexável (487, CC); 
j. Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação.
1. Não pode ser de arbítrio de uma das partes (489, CC).
k. Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço.
1. Direito de retenção do vendedor (cheque “pro-solvendo” e não cheque “pro-soluto”) , 491 + 495, CC;
Art. 491. Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço.
Art. 495. Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o comprador cair em insolvência, poderá o vendedor sobrestar na entrega da coisa, até que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo ajustado.
l. Despesas – decorrentes da compra e venda (490, CC)
Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
m. Riscos – princípio “Res Perit Domino” (492, CC).
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador.
§ 1o Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do comprador, correrão por conta deste.
§ 2o Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados.
20 de agosto de 2009
16.1) DA COMPRA E VENDA
Legitimidade dos contratantes e suas implicações:
• Ascendentes para descendentes (496) (179 – prazo para anular)
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
COMPRA E VENDA DOAÇÃO
Precisa anuência dos demais descendentes?
SIM NÃO
O objeto do contrato deve ser levado à colação quando da morte do alienante? NÃO SIM
• Nulidades específicas (497, I a IV, 498)
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade;
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.
Art. 498. A proibição contida no inciso III do artigo antecedente, não compreende os casos de compra e venda ou cessão entre co-herdeiros, ou em pagamento de dívida, ou para garantia de bens já pertencentes a pessoas designadas no referido inciso.
Hasta Pública (gênero)
1. Praça (imóvel)
2. Leilão (móvel)
• Entre cônjuges (499)
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão.
STB CUB CPB
Separação Total de Bens Comunhão Universal de Bens Comunhão Parcial de Bens
(A) - Absoluta (A) - Absoluta RLB 
(L) – Legal (T) - Total Regime Legal de Bens
• Vendedor casado. (art. 1647, I, CC)
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
Regra:
1. Bens móveis - independe de anuência do cônjuge;
2. Bens imóveis - depende de anuência do cônjuge (1647, I, CC);
Exceção: regime STB – Separação Total de Bens.
• Condomínio (art. 504, CC) Tradicional
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência.
Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço.
Imóvel locado (legislação):
1. Não urbano – Estatuto da Terra
2. Locações – Código Civil
3. Urbano – Lei do Inquilinato, 8245/91 (art, 27 à 34)
Obs: em caso de alienação o inquilino terá preferência de compra do bem; exceto quando o bem for de dois proprietários (art. 34, lei 8245/91), caso em que um dos proprietários terá preferência sobre o inquilino para comprar a fração do outro.
• Venda “AD CORPUS” – venda de um corpo
• Venda “AD MENSURAM” – venda que leva em conta as medidas do imóvel.
Aplica-se ao Mercado de Imóveis; a praxe é a venda “AD CORPUS”.
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço.
§ 1o Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo da área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio.
§ 2o Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso.
§ 3o Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus.
Art. 501. Decai do direito de propor as ações previstas no artigo antecedente o vendedor ou o comprador que não o fizer no prazo de um ano, a contar do registro do título.
Parágrafo único. Se houver atraso na imissão de posse no imóvel, atribuível ao alienante, a partir dela fluirá o prazo de decadência.
Cláusulas especiais à Compra e Venda EXERCÍCIO;
QUESTÕES SOBRE CLÁUSULAS ESPECIAIS A COMPRA E VENDA (justifique suas respostas)
1. Enumere quais são as cláusulasespeciais à Compra e Venda, previstas no Código Civil brasileiro, fazendo a indicação de quais artigos se aplicam à cada uma de tais cláusulas.
• Retrovenda (505 a 508); venda a contento, sujeita a prova (509 a 512); preempção, preferência (513 a 520); venda com reserva de domínio (521 a528); venda sobre documentos (529 a 532).
2. Como se inclui em um Negócio Jurídico uma cláusula especial à Compra e Venda?
• Por cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior.
3. Um contrato de Compra e Venda cujo objeto seja um bem móvel, pode contemplar cláusula especial de retrovenda? Porque?
• Não; o art. 505, CC, só admite retrovenda para bem imóvel.
4. O que é direito de retrato?
• É o direito, previsto na clásula especial de retrovenda, do vendedor reaver o bem imóvel vendido.
a. Qual o prazo máximo para que o vendedor exerça tal direito?
• O prazo máximo decadencial é de tres anos.
b. Como tal direito será implementado, caso venha a ser exercido?
• Restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias.
i. É possivel exercer tal direito, dentro do prazo, mesmo diante da recusa do comprador? Como?
 Sim. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o vendedor, para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente.
c. Tal direito comporta cessão?
• O direito de retrato é cessível.
d. Tal direito é transmissível a herdeiros?
• O direito de retrato é transmissível a herdeiros e legatários.
e. Tal direito é oponível a terceiro, que venha a adquirir o bem, por força de contrato celebrado com o chamado comprador originário?
• O direito de retrato poderá ser exercido contra o terceiro adquirente.
f. Tal direito é passível de exercício por mais de uma pessoa?
• Sim; se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo imóvel, e só uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras para nele acordarem, prevalecendo o pacto em favor de quem haja efetuado o depósito, contanto que seja integral.
5. O que é venda a contento e quando tal negócio se reputa perfeito?
• A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.
6. O que é venda mediante amostra?
• Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina.
7. Qual o prazo para que o comprador a contento ou mediante amostra manifeste seu aceite?
• Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em prazo improrrogável.
8. Os termos preferência, preempção e prelação são sinônimos?
• A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto.
9. Como deverá ser exercido o direito de preferência?
• O vendedor pode também exercer o seu direito de prelação, intimando o comprador, quando lhe constar que este vai vender a coisa.
10. É possível atribuir o direito de preferência a alguém, versando sobre a compra de um bem móvel?
• Sim, é possível exercer o direito de preferência se a coisa for móvel ou imóvel.
11. Existe alguma limitação temporal a observação do direito de preferência criado por meio de cláusula especial à compra e venda, LIVREMENTE PACTUADA ENTRE OS INTERESSADOS?
• O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel.
a. Caso exista omissão a tal previsão temporal, por quanto tempo deverá o vendedor respeitar o direito de preferência atribuido a alguém?
 Inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção caducará, se a coisa for móvel, não se exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se exercendo nos sessenta dias subseqüentes à data em que o comprador tiver notificado o vendedor.
12. Quais as consequências jurídicas atribuíveis as pessoas que celebrarem contrato de compra e venda em que alguém tenha sido preterido de seu direito de preferência?
• Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem. Responderá solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé.
13. O direito de preferência é passível de cessão?
• O direito de preferência não se pode ceder.
14. O direito de preferência é passível de sucessão por “causa mortis”?
• O direito de preferência não se passa aos herdeiros.
15. O que é uma venda com reserva de domínio?
• Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago.
a. Diferencie-a de uma simples venda e compra a prazo;
b. Diferencie-a de uma alienação fiduciária, analisando também, quais os remédios jurídicos processuais aplicáveis, tanto na venda com reserva de domínio como na alienação fiduciéria.
16. Como se deve proceder ao inserir, em um contrato de venda e compra, a cláusula de reserva de domínio, para que a mesma seja válida?
• A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros.
17. Qualquer objeto é passível de celebração em um contrato de compra e venda com reserva de domínio?
• Não pode ser objeto de venda com reserva de domínio a coisa móvel de caracterização perfeita, para estremá-la de outras congêneres. Na dúvida, decide-se a favor do terceiro adquirente de boa-fé.
18. Em contrato de venda e compra com reserva de domínio, se faz pertinente o príncipio “res perit domino”?
• Não; a transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em que o preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de quando lhe foi entregue.
19. A compra de ouro, por meio da Bolsa de Mercadorias e Futuros, é uma modalidade de compra sobre documentos? Sim.
16.2) DA TROCA OU PERMUTA
Na teoria as palavras troca e permuta são sinônimas, mas na prática se fala em troca para bens móveis e permuta para bens imóveis.
ART 533, CC
CAPÍTULO II - Da Troca ou Permuta
Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes modificações:
I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca;
II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.
OBS: TORNA
Troca sem torna é aquela sem diferença a exigir; por sua vez, troca com torna é aquela com diferença a exigir daquela parte que recebeu o maior valor.
CONCEITO:
Troca é o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa para a outra que não seja dinheiro.
CLASSIFICAÇÃO:
Contrato bilateral, oneroso, comutativo e, em regra, consensual.
OBJETO: (duas coisas)
Tudo que pode ser comprado e vendido também pode ser trocado.
RELAÇÃO COM A COMPRA E VENDA
Semelhanças:
1. Ambos usam a transferência do objeto contratado;
2. Ambos tem aplicada a Teoria da Evicção;
3. Ambos tem aplicada a Teoria dos Vícios;
Diferenças:
1. Despesas:
a. Art. 533, I na Troca ou Permuta as partes ratearão entre si as despesas que instrumentalizarão o contrato;
b. Art. 490 na Compra e Venda o comprador pagará as despesas que instrumentalizarão o contrato;
2. Objeto contratado:
a. Na Troca ou Permuta temos coisa por coisa;
b. Na Compra e Venda temos coisa por dinheiro.
DISPOSIÇÕES LEGAIS:
O contrato de troca ou pemuta é regido pelos artigos de 481 até 532com a modificação implementada pelo artr. 533 do CC.
QUESTÕES SOBRE TROCA/ PERMUTA (justifique suas respostas)
1. Havendo discordância entre os permutantes, no que diz respeito ao custeio das despesas decorrentes da tradição dos bens permutados, e não havendo cláusula contratual a esse respeito, como deverá ser resolvida tal pendência?
• Salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca;
2. Qual o prazo, e a partir de quando iniciar-se-á a sua fluência, para que se pleiteie a anulação em caso de infração ao disposto no artigo 533, inciso II do Código Civil?
• Dois anos a partir da data da conclusão do ato.
16.4) DOAÇÃO
CONCEITO: (art. 538, CC)
“Doação é o contrato pelo qual uma das partes se obriga a transferir gratuitamente um bem de sua propriedade para o patrimônio da outra que ao aceitar se enriquece na medida em que aquele empobrece”.
Ou seja, doação é o contrato pelo qual uma pessoa se obriga a transferir do seu patrimônio uma coisa para a outra pessoa que aceita receber.
CAPÍTULO IV - Da Doação - Seção I - Disposições Gerais
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
Não são exemplos de doação: 
• Doação de banco para praça pública com a inscrição de quem doou;
• Presentinhos para o agente público.
PARTES:
Doador é aquele que se obriga a transferir a coisa de seu patrimônio e,
Donatário é aquele que aceita receber a transferencia da coisa doada.
NATUREZA CONTRATUAL:
Tem que haver “Animus Donandi”, ou seja, caráter desinteressado do ponto de vista do doador.
PROMESSA DE DOAÇÃO:
A questão é a exequibilidade da promessa uma vez que a doação por si só já pressupõe a liberalidade do doador.
CLASSIFICAÇÃO:
Contrato unilateral por excelência porque somente uma das partes tem obrigação; a outra só possui direitos. Como Negócio Jurídico é bilateral uma vez que existem duas vontades a ser consideradas.
Contrato gratuito e, em regra, solene (art. 541, CC); exceção feita pelo parágrafo único do mesmo artigo para os bens móveis de pequeno valor (assim entendido pelo conceito de homem médio padrão) pela tradição do bem.
OBS:
Exceções no Contrato de Doação em que não há necessidade de aceitação pelo donatário:
1. Art 543,CC menor absolutamente incapaz em caso de doação pura;
Art. 543.
Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura.
2. Art. 546, CC doação “PROPTER NUPCIAS” em contemplação de casamento futuro.
Art. 546.
A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar.
28 de agosto de 2009
16.4) DOAÇÃO (ARTS. 538/ 564, CC)
(...)
ANÁLISE DE QUESTÕES RELACIONADAS A PRESSUPOSTOS CONTRATUAIS:
Quanto à legitimidade para doar;
Quanto à legitimidade para receber doação;
Quanto à forma.
ANÁLISE DO ELEMENTO “OBJETO” DO CONTRATO DE DOAÇÃO (...)
CAPÍTULO IV - Da Doação - Seção I - Disposições Gerais
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto.
Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.
Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição.
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.
Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura.
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
Art. 545. A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário.
Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar.
Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário.
Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro.
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual.
Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo.
Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às conseqüências da evicção ou do vício redibitório. Nas doações para casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à evicção, salvo convenção em contrário.
Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral.
Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito.
Art. 554. A doação a entidade futura caducará se, em dois anos, esta não estiver constituída regularmente.
Seção II
Da Revogação da Doação
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo.
Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por ingratidão do donatário.
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
II - se cometeu contra ele ofensa física;
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.
Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do artigo anterior, for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador.
Art. 559. A revogação por qualquer desses motivos deverá ser pleiteada dentro de um ano, a contar de quando chegue ao conhecimento do doador o fato que a autorizar, e de ter sido o donatário o seu autor.
Art. 560. O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros do donatário, se este falecer depois de ajuizada a lide.
Art. 561. No caso de homicídio doloso do doador, a ação caberá aos seus herdeiros, exceto se aquele houver perdoado.
Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, assinando-lheprazo razoável para que cumpra a obrigação assumida.
Art. 563. A revogação por ingratidão não prejudica os direitos adquiridos por terceiros, nem obriga o donatário a restituir os frutos percebidos antes da citação válida; mas sujeita-o a pagar os posteriores, e, quando não possa restituir em espécie as coisas doadas, a indenizá-la pelo meio termo do seu valor.
Art. 564. Não se revogam por ingratidão:
I - as doações puramente remuneratórias;
II - as oneradas com encargo já cumprido;
III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural;
IV - as feitas para determinado casamento.
Quem pode doar?
Em regra, qualquer pessoa, salvo:
1. Incapaz, que não pode doar
2. Casado (art. 550, CC)
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
3. Cônjuge (art. 544, CC); ascendente para descendente;
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
4. Cônjuge (art. 1647, I, CC); depende de anuência (na Compra e Venda a falta de anuência pode ser suprida pelo juiz, porém na Doação não);
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
5. Cônjuge (art. 1647, IV, CC); depende de anuência;
Quem pode receber?
Qualquer pessoa, desde que se trate de doação pura.
Art. 542, CC nascituro;
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.
Art. 543, CC incapaz;
Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura.
Quanto à forma: (art. 541, CC)
Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.
A regra é por escrito, mas a forma verbal será válida de acordo com o parágrafo único desse mesmo artigo.
Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição.
No caso de:
Existir a vontade, Objeto móvel, pequeno valor se concluirá com a tradição imediata;
Portanto, o contrato de doação se reputa celebrado no momento do consenso, mas só produzirá seus efeitos se houver a tradição da coisa logo em seguida.
OBJETO DA DOAÇÃO: (art. 548, CC)
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.
O objeto pode ser:
• Nulo
• Parcialmente nulo
• Anulável
A doação universal de bens não é válida, ou seja, é nula de pleno direito.
PRESERVAÇÃO DA LEGÍTIMA DOS HERDEIROS (art. 549, CC)
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.
Devedor que ao se tornar doador, também se torna insolvente, não pode doar; aqui insolvente é aquele que tem mais passivo do que ativo penhorável.
Ex. A insolvência depende:
PASSIVO (-) ATIVO (+)
Casa utilizada para residência própria e de sua família. (impenhorável – bem de família – Lei 8009/90) R$ 1.000.000,00
Veículo utilizado como TÁXI para seu sustento e de sua família. (impenhorável – bem de família – Lei 8009/90) R$ 250.000,00
Dívida (causa?)
R$ 50.000,00 
Portanto, mesmo tendo ativo maior do que passivo, se encontra INSOLVENTE por se tratar de bens impenhoráveis.
03 de setembro de 2009
16.4) DOAÇÃO (...)
(ARTS. 538/ 564, CC)
1. Espécie de doação
a. Pura, simples, típica, ordinária – mera liberalidade sem qualquer tipo de condicionamento ou encargos atrelados ao negócio jurídico;
b. Modal (ou com encargo) – é aquela em que o doador impõe ao donatário um benefício que deverá ser cumprido em favor do próprio doador, de um terceiro, do interesse geral ou ainda do próprio donatário (art. 553, CC);
Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral.
Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito.
São exemplos:
• Doou-te esse carro para que as terças feiras leve-me à sessão de hemodiálise;
• Doou-te esse carro para que leve minha mãe ao médico sempre que precisar;
• Doou-te esse terreno para que construas um hospital público;
• Doou-te esse dinheiro para que construas uma casa própria;
Neste tipo aplica-se a Teoria dos Vícios Redibitórios (art. 441, CC);
SeçãoV - Dos Vícios Redibitórios
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
c. Condicional
d. Remuneratória – é a prevista no art. 540, 2ª parte do CC e que tem o intuito de recompensar serviços ou favores prestados ao doador. Exemplo: ao devolver carteira achada recebe doação em agradecimento.
Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto.
e. Com cláusula de reversão (art. 547, CC) – é o caso em que se o doador sobreviver ao donatário o bem retornará para o doador; exemplo: Processo sucessório de cotas empresariais.
Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário.
Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro.
f. Conjuntiva (art. 551, CC) – na morte de um dos cônjuges sua parte vai para o outro;
Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual.
Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo.
2. Revogação da doação
a. Conceito: é o direito atribuído ao doador de requerer o desfazimento da doação diante de fato considerado ingratidão do donatário ou em decorrência da inexecução de encargo.
b. Causas
i. Ingratidão	
ii. Inexecução de encargo
c. Irrenunciabilidade prévia – o doador não pode renunciar a revogação antes da ocorrência de algum dos fatos, tais como ingratidão ou inexecução de encargo;
“FACULTAS AGENTI” – direito potestativo de agir ou não;
“NORMA AGENTI” – direito-dever;
d. Caráter personalíssimo (da ação revogatória) – art. 560, CC – só o doador terá legitimidade ativa para pleitear ação revogatória, salvo homicídio doloso consumado do donatário contra o doador.
Art. 560. O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros do donatário, se este falecer depois de ajuizada a lide.
e. Casos de ingratidão (“rol taxativo”) – art. 557, CC , 
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
II - se cometeu contra ele ofensa física;
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.
Exceto - art. 564, CC.
Art. 564. Não se revogam por ingratidão:I - as doações puramente remuneratórias;
II - as oneradas com encargo já cumprido;
III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural;
IV - as feitas para determinado casamento.
São exemplos de obrigações naturais:
• Obrigações prescritas;
• Dívidas de jogos tolerados.
QUESTÕES SOBRE CONTRATO DE DOAÇÃO (justifique suas respostas)
1. O contrato de doação será sempre formal?
• Não, poderá ser verbal para bens de pequeno valor desde que de imediato se efetue a tradição da coisa doada.
2. A doação de ascendente para descendente depende de anuência dos demais herdeiros necessários?
• Não, mas o objeto deverá ser levado a colação quando da morte do alienante.
3. Pessoa absolutamente incapaz pode sozinho aceitar doação de qualquer espécie?
• Não, se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura.
4. Existe alguma limitação à validade de uma doação baseada na proporcionalidade do objeto doado face ao conjunto patrimonial do doador?
• Sim. É nula a doação que provoque a insolvência do doador.
5. Quais as causas de pedir próximas que podem fundamentar ação revogatória de contrato de doação?
• Ingatidão e inexecução de encargo.
6. Diante da ocorrência de situação, considerada pela legislação pátria como ingratidão do donatário, e a par do que dispõe o artigo 556 do Código Civil, estará o doador obrigado a requerer a revogação da doação?
• Não. “FACULTAS AGENTI” – tem o direito protestativo de agir ou não.
7. O direito ao pleito de revogação por ingratidão é personalíssimo ao doador?
• Sim, salvo homicídio doloso consumado do donatário contra o doador.
8. Qualquer espécie de doação é passível de revogação por ingratidão?
• Não, só as arroladas no CC.
9. Pessoa casada que pretenda efetuar doação dependerá de outorga de seu cônjuge?
• Sempre.
04 de setembro de 2009
16.3) CONTRATO ESTIMATÓRIO (ARTS. 534/ 537, CC)
(OU DE CONSIGNAÇÃO)
CAPÍTULO III - Do Contrato Estimatório
Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada.
Art. 535. O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço, se a restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que por fato a ele não imputável.
Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou seqüestro pelos credores do consignatário, enquanto não pago integralmente o preço.
Art. 537. O consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser restituída ou de lhe ser comunicada a restituição.
Introdução 
ideal: auferir lucro sem, ou com pouco investimento.
Exemplos e observações tributárias
São exemplos de bens os veículos automotores, as jóias, os semoventes; caso haja repasse do bem diretamente do consignante ao comprador incorre-se em sonegação de imposto (tributário);
Conceito: o contrato estimatório é o negócio jurídico por meio do qual o consignatário recebe do consignante bem móvel, ficando autorizado a vendê-lo e obrigando-se a pagar preço estimado previamente senão restituir ou adquirir a coisa dentro do prazo ajustado.
Partes: consignante – proprietário; consignatário – vendedor; terceiro - comprador
Observação quanto à classificação: trata-se de contrato real, aquele que se reputa celebrado quando houver a entrega (tradição) do bem móvel; 
Faculdades atribuídas ao consignatário
• Devolver
• Vender a terceiro pagando o preço
• Comprar para si pagando o preço
Principais efeitos jurídicos:
1. O consignante não perde o domínio do bem enquanto o mesmo se encontra consignado;
2. O consignatário deverá pagar as despesas decorrentes da custódia, venda e expedição do bem enquanto este se encontrar consignado;
3. O consignatário não se liberará da obrigação de pagar o preço, se a restituição do bem se tornar impossível, ainda que por fato a êle não imputável; (art. 535, CC)
4. As coisas dadas em consignação enquanto s encontrarem consignadas não poderão ser penhoradas (659/ 670, CPC) ou sequestradas (822/825, CPC) por credores do consignatário; (art. 536, CC)
5. O consignante não pode dispor da coisa antes da sua devolução. (art. 537, CC)
Seção II
Do Seqüestro
Art. 822. O juiz, a requerimento da parte, pode decretar o seqüestro:
I - de bens móveis, semoventes ou imóveis, quando Ihes for disputada a propriedade ou a posse, havendo fundado receio de rixas ou danificações;
II - dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de condenado por sentença ainda sujeita a recurso, os dissipar;
III - dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de casamento, se o cônjuge os estiver dilapidando;
IV - nos demais casos expressos em lei.
Art. 823. Aplica-se ao seqüestro, no que couber, o que este Código estatui acerca do arresto.
Art. 824. Incumbe ao juiz nomear o depositário dos bens seqüestrados. A escolha poderá, todavia, recair:
I - em pessoa indicada, de comum acordo, pelas partes;
II - em uma das partes, desde que ofereça maiores garantias e preste caução idônea.
Art. 825. A entrega dos bens ao depositário far-se-á logo depois que este assinar o compromisso.
Parágrafo único. Se houver resistência, o depositário solicitará ao juiz a requisição de força policial.
QUESTÕES SOBRE CONTRATO ESTIMATÓRIO (justifique suas respostas)
1. Quais as partes contratantes do contrato estimatório?
• Consignante e consignatário.
2. Quais as faculdades atribuídas ao consignatário?
• Pode vender, devolver ou adquirir o bem.
3. Qual a defesa manejável pelo consignante, caso um credor do consignatário efetue penhora ou sequestro do objeto do contrato estimatório?
• Ação de reintegração de posse.
4. Enquanto o objeto do contrato estimatório estiver em poder do consignatário, os credores do consignante poderão proceder a penhora de tal bem?
• Não.
5. A regra “res prit domino” sofre alguma alteração, no que diz respeito ao contrato estimatório?
• Sim, pois enquanto o bem estiver consignado perecerá para o consignatário.
6. O direito de propriedade do consignante sofre alguma restrição, durante o contrato estimatório? Explique.
• Não, mas enquanto o bem estiver consignado o consignante não poderá dispor dele.
10 de setembro de 2009
16.5) CONTRATO LOCAÇÃO DE COISAS 
(ARTS. 565/ 578, CC + Normas Especiais)
CAPÍTULO V - Da Locação de Coisas
Art. 565. Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição.
Art. 566. O locador é obrigado:
I - a entregar ao locatário a coisa alugada, com suas pertenças, em estado de servir ao uso a que se destina, e a mantê-la nesse estado, pelo tempo do contrato, salvo cláusula expressa em contrário;
II - a garantir-lhe, durante o tempo do contrato, o uso pacífico da coisa.
Art. 567. Se, durante a locação, se deteriorar a coisa alugada, sem culpa do locatário, a este caberá pedir redução proporcional do aluguel, ou resolver o contrato, caso já não sirva a coisa para o fim a que se destinava.
Art. 568. O locador resguardará o locatário dos embaraços e turbações de terceiros, que tenham ou pretendam ter direitos sobre a coisa alugada, e responderá pelos seus vícios, ou defeitos, anteriores à locação.
Art. 569. O locatário é obrigado:
I - a servir-se da coisa alugada para os usos convencionados ou presumidos, conforme a natureza dela e as circunstâncias, bem como tratá-la com o mesmo cuidado como se sua fosse;
II - a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de ajuste, segundo o costume do lugar;
III - a levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros, que se pretendam fundadas em direito;
IV - a restituir a coisa, finda a locação, no estado em que a recebeu, salvas as deteriorações naturais ao uso regular.
Art. 570. Se o locatário empregar a coisa em uso diverso do ajustado,ou do a que se destina, ou se ela se danificar por abuso do locatário, poderá o locador, além de rescindir o contrato, exigir perdas e danos.
Art. 571. Havendo prazo estipulado à duração do contrato, antes do vencimento não poderá o locador reaver a coisa alugada, senão ressarcindo ao locatário as perdas e danos resultantes, nem o locatário devolvê-la ao locador, senão pagando, proporcionalmente, a multa prevista no contrato.
Parágrafo único. O locatário gozará do direito de retenção, enquanto não for ressarcido.
Art. 572. Se a obrigação de pagar o aluguel pelo tempo que faltar constituir indenização excessiva, será facultado ao juiz fixá-la em bases razoáveis.
Art. 573. A locação por tempo determinado cessa de pleno direito findo o prazo estipulado, independentemente de notificação ou aviso.
Art. 574. Se, findo o prazo, o locatário continuar na posse da coisa alugada, sem oposição do locador, presumir-se-á prorrogada a locação pelo mesmo aluguel, mas sem prazo determinado.
Art. 575. Se, notificado o locatário, não restituir a coisa, pagará, enquanto a tiver em seu poder, o aluguel que o locador arbitrar, e responderá pelo dano que ela venha a sofrer, embora proveniente de caso fortuito.
Parágrafo único. Se o aluguel arbitrado for manifestamente excessivo, poderá o juiz reduzi-lo, mas tendo sempre em conta o seu caráter de penalidade.
Art. 576. Se a coisa for alienada durante a locação, o adquirente não ficará obrigado a respeitar o contrato, se nele não for consignada a cláusula da sua vigência no caso de alienação, e não constar de registro.
§ 1o O registro a que se refere este artigo será o de Títulos e Documentos do domicílio do locador, quando a coisa for móvel; e será o Registro de Imóveis da respectiva circunscrição, quando imóvel.
§ 2o Em se tratando de imóvel, e ainda no caso em que o locador não esteja obrigado a respeitar o contrato, não poderá ele despedir o locatário, senão observado o prazo de noventa dias após a notificação.
Art. 577. Morrendo o locador ou o locatário, transfere-se aos seus herdeiros a locação por tempo determinado.
Art. 578. Salvo disposição em contrário, o locatário goza do direito de retenção, no caso de benfeitorias necessárias, ou no de benfeitorias úteis, se estas houverem sido feitas com expresso consentimento do locador.
Introdução 
Trata-se de contrato belicoso no que tange a relação entre locador e locatário, ou seja, o locador queixa-se do locatário e este por sua vez paga o aluguel demonstrando insatisfação;
Até a entrada do novo Código Civil existiam na lei tres tipos de locação: de coisa, de serviços e de obras. Atualmente as locações de serviço são empreitadas e de obras é tratada em outro âmbito.
Conceito: (art. 565, CC)
Art. 565. Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição.
“Locação é o contrato pelo qual uma das partes se obriga , mediante contraprestação em dinheiro, a conceder a outra parte, temporariamente, uso e gozo de coisa não fungível.”
Partes contratantes:
• Locador, arrendador ou senhorio é aquele que recebe a remuneração em decorrência de fornecer uso e gozo, temporário, de um bem.
• Locatário, arrendatário ou inquilino é aquele que paga a remuneração em decorrência de receber uso e gozo, temporário, de um bem.
Obs.: Fiador ou garantidor é parte de outro contrato, acessório do de locação, denominado contrato de fiança, portanto não é parte do contrato principal.
Espécies de Locação: Até a entrada do novo Código Civil existiam na lei tres tipos de locação: de coisa, de serviços e de obras. Atualmente as locações de serviço são empreitadas e de obras é tratada em outro âmbito.
Disposições no Código Civil:
Além dos arts. 565 a 578, o CC trata dessa espécie no art. 2036.
Art. 2.036. A locação de prédio urbano, que esteja sujeita à lei especial, por esta continua a ser regida.
Obs.: a palavra PRÉDIO no artigo é sinônima de IMÓVEL.
Classificação:
O contrato de locação de coisa é bilateral, oneroso, comutativo, de trato sucessivo e, em regra, impessoal, sendo ainda consensual (não solene).
Elementos constitutivos:
1. Temporalidade – no que diz respeito ao uso e gozo da coisa alugada, é de tempo determinado;
2. Remuneração – por aluguel; este pode ser determinado ou determinável, por estar atrelado um percentual de uma referência determinada, como no caso das lojas de “Shopping Center” que pagam aluguel sobre porcentagem do seu faturamento mensal.
Considerações gerais sobre:
• Legitimidade – para se locar há que se ter dentro do patrimônio jurídico do locador o direito de dispor do uso e gozo do bem.
o Pais têm o direito de locar o bem dos filhos? (art. 1689, I e II)
SUBTÍTULO II - Do Usufruto e da Administração dos Bens de Filhos Menores
Art. 1.689. O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar:
I - são usufrutuários dos bens dos filhos;
II - têm a administração dos bens dos filhos menores sob sua autoridade.
o Condômino tem o direito de locar o bem comum? (art. 1323, 1ª parte)
Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre a administração da coisa comum, escolherá o administrador, que poderá ser estranho ao condomínio; resolvendo alugá-la, preferir-se-á, em condições iguais, o condômino ao que não o é.
o Condômino tem a preferência de locar o bem comum? (art. 1323, 2ª parte)
Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre a administração da coisa comum, escolherá o administrador, que poderá ser estranho ao condomínio; resolvendo alugá-la, preferir-se-á, em condições iguais, o condômino ao que não o é.
o Tutor ou curador têm o direito de locar o bem dos tutelados ou curatelados? (art. 1747, V e art. 1774, CC) é permitido locar desde que o façam por preço conveniente, ou seja, dentro da média do mercado.
Art. 1.747. Compete mais ao tutor:
V - promover-lhe, mediante preço conveniente, o arrendamento de bens de raiz.
Art. 1.774. Aplicam-se à curatela as disposições concernentes à tutela, com as modificações dos artigos seguintes.
• Coisa 
o Deve ser infungível sob pena de não poder ser devolvida;
o Pode ser material ou imaterial, tais como, a marca ou a patente;
o Deve ser inconsumível sob pena de transformar a locação em mútuo; ex.: locação por pompa ou ostentação, ou seja loca consumível que por acordo de vontades entre as partes não deve ser consumido.
o Os bens podem ser móveis ou imóveis;
Modalidades de locações e suas importâncias práticas (...)
A questão é saber qual é a norma aplicável a cada caso e isso só é possível identificando primeiro a modalidade de locação; se é locação de móvel ou de imóvel; se for de imóvel, se é urbano ou rural, e assim por diante.
11 de setembro de 2009
16.5) CONTRATO LOCAÇÃO DE COISAS(...) 
(ARTS. 565/ 578, CC + Normas Especiais)
MODALIDADES
1. MÓVEIS
a. CÓDIGO CIVIL (REGRA)
b. NORMAS ESPECIAIS (EXCEÇÃO)
2. IMÓVEIS
a. RURAIS art. 95, LEI 4504/64 (ESTATUTO DA TERRA)
b. URBANOS  
i. art. 2036, CC + art. 1º,LEI 8245/91(LEI DO INQUILINATO -LI)
ii. exceção: art. 1º, § ú, “a”, “b”, LI (continuam reguladas pelo CC e por Normas Especiais; demais art. 1º, caput, LI)
c. observações:
i. prédio imóvel
ii. urbano ou rural segundo o critério da destinação econômica e não da localização geográfica;
PRINCIPAIS DIREITOS E DEVERES DAS PARTES
Principais obrigações do locador
1. Entregar ao locatário a coisa locada no estado de servir ao uso a que se destina;
2. Assegurar ao locatário o uso pacífico do bem locado, transferindo a posse mansa e pacífica ao inquilino;
3. Manutenção da coisa (releventes, não as que se desgastam pelo uso diário).
Principais obrigações do locatário
1. Pagar o aluguel pontualmente;
a. Dívida portável (portable) – devedor vai ao credor para pagar;
b. Dívida quesível (querable)- credor vem ao devedor para cobrar;
2. Usar a coisa como se sua fosse;
3. Restituir a coisa quando findo o contrato no estado que a recebeu, salvo deteriorações ordináriasdecorrentes do tempo ou do uso normal do bem.
TRANSFERÊNCIA DA POSIÇÃO CONTRATUAL (CESSÃO) x SUBLOCAÇÃO (Art. 13, LI)
Cessão Sublocação
PRINCIPAIS CAUSAS DE EXTINÇÃO
1. Distrato
2. Transcurso de prazo
3. Infração contratual
4. Denúncia vazia (sem motivação para ocorrer a retomada)
5. Denúncia cheia (com motivação para ocorrer a retomada; reforma, uso próprio e outros)
REMÉDIOS PARA A RETOMADA DO BEM
O instrumento adequado depende do objeto:
Móvel REINTEGRAÇÃO DE POSSE
Imóvel DESPEJO
QUESTÕES SOBRE LOCAÇÃO PREDIAL URBANA (justifique suas respostas)
1. Meu apartamento possui tres vagas de garagem; somente utilizo duas, de forma que irei alugar a um outro condômino uma vaga. Qual a norma jurídica aplicável?
• Código civil.
2. Vou alugar por um fim-de-semana, uma gleba rural para realizar um churrasco de confraternização. Qual a norma jurídica aplicável?
• Lei do inquilinato.
3. Um contrato de locação predial urbana com prazo de duração de doze anos, quando o locador é casado, depende de alguma solenidade especial?
• Depende da vênia conjugal, se igual ou superior a dez anos.
4. Quais as implicações da venda de um imóvel locado, durante o prazo de vigência do contrato de locação?
• O adquirente poderá denunciar o contrato com prazo de 90 dias.
5. A responsabilidade do sublocatário, com relação aos débitos do sublocador, é solidária?
• Sim, responde solidariamente com o sublocador ao locador.
6. O locador pode fornecer recibo ao locatário contendo quitação genérica?
• Não. Deve fornecer recibo discriminado das importâncias por este pagas.
7. Deve o locatário arcar com taxa de contrato e de aferição de sua idoneidade?
• Não. É obrigação do locatário.
8. Durante a locação, quem deve arcar com o IPTU (Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana)?
• O locador.
9. Em um condomínio de apartamentos, o locatário é obrigado a custear despesas com a plantação de palmeiras no jardim?
• Não. Despesas extraordinárias são por conta do locador.
10. Em um condomínio de apartamentos, o locatário é obrigado a custear conserto do porteito eletrônico?
• Sim, pois trata-se de despesa ordinária de manutenção.
11. Quais são as condições para que o locatário preterido em seu direito de preferência, mova ação visando obter para si o imóvel locado, que fora alienado a pessoa que não ele, inquilino?
• Reclamar perdas e danos ou depositando o preço haver para si o imóvel locado.
12. Quais as garantias que o locatário pode oferecer ao locador, no contrato de locação predial urbana?
• Caução, fiança, seguro de fiança locatícia ou cessão fiduciária de quotas de investimento.
13. Pode haver acúmulo de mais de uma modalidade de garantia locatícia?
• Não. É vedado sob pena de nulidade.
a. Quais os efeitos da cumulação no campo contratual:
i. Na seara civil?
ii. Na seara penal?
• Civil – multa; penal - prisão.
14. Poderá o locador cobrar, indiscriminadamente, aluguel antecipado?
• Não poderá.
a. Existem consequencias criminais para tal cobrança?
• Prisão simples.
15. O que é “período de nojo”, e qual a implicação do mesmo no despejo do inquilino?
• Período de afastamento, quando não deve ser feita citação.
16. Localize e explique as hipóteses de denúncia vazia aplicáveis à locação residencial.
• Não.
17. Aplica-se denúncia vazia a contrato de locação versando sobre igreja devidamente registrada e constituída?
• Não.
18. Qual o valor da causa em ação de despejo?
• Não.
19. A ação de despejo poderá transitar em Juizado especial Cível?
• Não.
20. Onde deve ser proposta a ação de despejo?
• Não.
21. Qual o rito próprio às ações de despejo?
• Não.
22. É possível obter “liminar” para desocupação em ação de despejo?
• Não.
23. É possível ao locador mover ação de despejo em face do sublocatário?
• Não.
24. Quando o imóvel estiver sublocado, como deve agir o locador, para poder despejar o inquilino?
• Não.
CASO FÁTICO
Joraide,solteirona, abastarda, na qualidade de fiadora de seu irmão Epimeteu, em contrato de locação predial urbana celebrado em 02/ 02/ 2000, pelo prazo de 30 meses e prorrogado por prazo indeterminado.
Com efeito, ao verificar o instrumento de contrato supra citado, voce percebe que houve renúncia ao benefício de ordem, bem como, renúncia ao direito de exoneração do fiador, sendo ainda importante registrar que o afiançado, em que pese inexistir demanda judicial a respeito, há doze meses não vem cumprindo com suas obrigações inquilinárias, fato este que preocupa a fiadora, que pretende livrar-se do vínculo obrigacional, mas encontra resistência por parte do locador que alega proibição prevista no artigo 39 da lei do inquilinato.
Diante da situação acima, pergunta-se: (responda mediante detalhada justificação)
1. É possível que Zoraide se livre do vínculo obrigacional?
a. Caso lhe seja permitido, como ela deverá agir?
b. A partir de que momento ele esterá liberada da fiança?
c. Caso já houvesse demanda judicial (despejo cumulado ou não com cobrança ou ação executiva direta – porventura cabível), ainda assim seria possível a fiadora livrar-se do vínculo?
2. Caso a fiadora pretenda mover ação em face do locador visando garantir a situação de rompimento de suas obrigações para com este, qual a ação cabível?
3. A demora na tomada de providências judiciais cabíveis, por parte do locador em face do inquilino e/ ou do seu fiador é capaz de gerar algo de positivo para Zoraide?
a. Caso exista novação objetiva e/ ou novação subjetiva ao contrato de locação, quais reflexos gerarão no contrato de fiança?
4. O que vem a ser objeção à executividade?
a. Quais os fundamentos substantivos e adjetivos dessa demanda?
b. É possível a Zoraide utilizar-se de tal instrumento jurídico?
i. Em que situação?
c. Existe diferença entre objeção à executividade e exceção de pré-executividade?
d. Existe diferença entre embargo à execução e objeção à executividade?
17 de setembro de 2009
16.5) CONTRATO DE EMPRÉSTIMO 
(ARTS. 579/ 592, CC)
INTRODUÇÃO
O contrato de empréstimo poderá ter como objeto coisas fungíveis ou coisas infungíveis.
CONCEITO
Empréstimo é o contrato pelo qual uma das partes entrega uma coisa a outra que se obriga a restituí-la.
ESPÉCIES
São espécies do gênero empréstimo o contrato de comodato (art. 579 a 585, CC) que tem como ojeto coisas infungíveis, e o contrato de mútuo (art. 586 a 592, CC) que tem como objeto coisas fungíveis e/ou consumíveis.
COMODATO (Art. 579, 1ª parte)
CAPÍTULO VI - Do Empréstimo
Seção I - Do Comodato
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto.
Obs: coisas infungíveis que podem ser móveis ou imóveis.
CONCEITO DOUTRINÁRIO
“Comodato é o contrato unilateral a título gratuito pelo qual alguém entrega a outrem coisa infungível para ser usado temporariamente e depois restituída”.
Obs.: coisa fungível e consumível está no art. 85 e 86, respectivamente, do CC.
Seção III - Dos Bens Fungíveis e Consumíveis
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
PARTES CONTRATANTES
São partes contratantes o COMODANTE que é aquele que empresta, tendo que ter no seu patrimônio o direito de dispor do bem e o COMODATÁRIO é aquele que recebe o bem emprestado com a obrigação de devolvê-lo após o uso.
CLASSIFICAÇÃO
Contrato gratuito, ou seja, as despesas ordinárias destinadas ao uso e a conservação da coisa são do comodatário (art. 584, CC).
Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada.
Contrato unilateral pois só o comodatário tem obrigações com o bem;
Contrato real porque só se celebra com a tradição da coisa (art. 579, 2ª parte, CC)
CAPÍTULO VI - Do EmpréstimoSeção I - Do Comodato
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto.
De trato sucessivo com prazo determinado, indeterminado ou de evento indeterminado.
Contrato pessoal celebrado “INTUITO PERSONA”;
Contrato não solene pois não necessita ser escrito; para a retomada utiliza-se a reintegração de posse.
OBRIGAÇÕES DO COMODATÁRIO
1. Velar pela coisa conservando-a (arts. 582, 1ªp; 583; 584; 585, CC)
2. Servir-se da coisa de modo adequado (art. 582, 1ªp)
3. Restituir a coisa em momento oportuno
COMODATO MODAL (OU DE ENCARGO)
É o empréstimo com condição para o uso do bem emprestado.
COMODANTE, TUTOR, CURADOR, ADMINISTRADOR
Art. 580. Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios não poderão dar em comodato, sem autorização especial, os bens confiados à sua guarda.
REMÉDIO PARA A RETOMADA
Ação de reintegração de posse – no caso de contrato sem prazo determinado, se faz necessário uma notificação com prazo para denunciar o contrato estabelecendo um termo final. Não cumprido o prazo da notificação se inicia o esbulho possessório (até 1 ano e 1 dia é nova; a partir daí é velha).
COMODATO x ALUGUEL (art. 582, “in fine”)
Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante.
17 de setembro de 2009
16.5) CONTRATO DE EMPRÉSTIMO (...) 
(ARTS. 579/ 592, CC)
MÚTUO (Art. 586, 1ª parte)
Seção II - Do Mútuo
Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
Obs: coisas fungíveis podem ser móveis e o dinheiro por excelência.
CONCEITO DOUTRINÁRIO (Professor Orlando Gomes)
Mútuo é o contrato pelo qual uma das partes empresta a outra coisa fungível, tendo a outra parte a obrigação de restituir igual quantidade de bens do mesmo gênero e qualidade.
PARTES CONTRATANTES
Mutuante é aquele que empresta o bem;
Mutuário é aquele que toma emprestado o bem.
CLASSIFICAÇÃO
Contrato unilateral
Gratuito, porém algumas vezes pode ser oneroso;
Contrato real
De trato sucessivo
Não solene.
ESPÉCIES
1. Mútuo puro (ou gratuito) – é aquele em que não existe cobrança pelo empréstimo.
2. Mútuo feneratício (ou oneroso) - é aquele em que existe cobrança pelo empréstimo. Duas são as características importantes:
a. O objeto emprestado é dinheiro
b. Existe cobrança de juros (compensatórios ou remuneratórios)
Obs.: os juros podem ser:
• Remuneratórios quando remuneram a indisponibilidade do bem;
• Moratórios quando surgir a deflagação da mora por motivo de não cumprimento da obrigação.
PRINCIPAL CARACTERÍSTICA CONTRATUAL 
O mútuo transfere temporariamente a propriedade, portanto ela é resolúvel (art. 587, CC).
Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, por cuja conta correm todos os riscos dela desde a tradição.
PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES DO MUTUÁRIO
1. Art. 586, 2ª parte – restituição da coisa: 
Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
2. Art. 591 – o mutuário deverá pagar juros previstos feneratícios; A taxa máxima legal de juros é 1 % em cada uma das modalidades (compensatórios ou moratórios); arts. 591 e 406, CC + 161, 1º, CTN.
Obs.: Lei de Usura decreto 22.626/33 ; MP 1965. 
Usura só é crime para a tradição católica; para a protestante não é crime.
Literatura: “A ética protestante e o direito do capitalismo” de Max Weber.
Histórico no Brasil:
1. CC de 1916 – a cobrança de juros era livre;
2. Lei de 1933 – determinava, no máximo, 2 vezes 6% a.a.
3. CF88, art. 192, 3º - determinava que os juros não poderiam ultrapassar 12 % a.a.
4. MP 1965/96 – deu diretrizes sobre os juros
5. EC 40/2003 – revogou o artigo 192 da CF88;
6. Atualmente os juros são regulamentados pelos arts. 591 e 406, CC + 161, 1º, CTN.
Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual.
Art. 590 – o mutuário deverá dar garantias de que irá cumprir a obrigação no caso de mudança notória de sua fortuna no curso do contrato.
Art. 590. O mutuante pode exigir garantia da restituição, se antes do vencimento o mutuário sofrer notória mudança em sua situação econômica.
MÚTUO FENERATÍCIO
Mútuo feneratício é o contrato que tenha por objeto dinheiro e contenha obrigação do mutuário pagar juros compensatórios em favor do mutuante.
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Os Bancos são espécies de Instituição Financeira e estas não estão vinculadas à taxa de juros prevista pelo CC; os juros bancários são controlados pelo Banco Central pela lei especial 4595/64 que submete as instituições financeiras aos parâmetros do Conselho Monetário Nacional (CMN).
PARA PI ATÉ PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
24 de setembro de 2009
16.7. Prestação de Serviço
(ARTS. 593/ 609, CC)
1. CARATER RESIDUAL
A lógica residual (art. 593, CC) vem da resposta às seguintes questões:
• O contrato é celetista? Se não:
• O contrato é estatutário? Se não:
• Então, residualmente, o contrato é de prestação de serviço.
CAPÍTULO VII - Da Prestação de Serviço
Art. 593. A prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis trabalhistas ou a lei especial, reger-se-á pelas disposições deste Capítulo.
2. NOMENCLATURAS
O contrato de prestação de serviço é também chamado por alguns doutrinadores de contrato autônomo.
3. NORMAS APLICÁVEIS
Caso não haja norma especial, aplica-se supletivamente Código Civil; porém se ficar caracterizada uma relação de consumo aplicar-se-á o CDC – Código de Defesa do Consumidor.
4. CONCEITO DOUTRINÁRIO
(professor Caio Mario da Silva Pereira)
“Prestação de Serviço é o contrato em que uma das partes se obriga para com a outra a fornecer-lhe a prestação de uma atividade mediante remuneração.”
5. PARTES CONTRATANTES
Prestador (contratado, executor) é quem recebe remuneração;
Tomador (contratante, solicitante, dono do serviço) é quem remunera porque recebe o serviço.
6. CLASSIFICAÇÃO
Contrato bilateral, oneroso, comutativo, pessoal, via de regra (art. 605, CC), consensual (não formal).
Art. 605. Nem aquele a quem os serviços são prestados, poderá transferir a outrem o direito aos serviços ajustados, nem o prestador de serviços, sem aprazimento da outra parte, dar substituto que os preste.
Assinatura a rogo: (art. 595, CC)
Art. 595. No contrato de prestação de serviço, quando qualquer das partes não souber ler, nem escrever, o instrumento poderá ser assinado a rogo e subscrito por duas testemunhas.
7. PRINCIPAL CARACTERÍSTICA
Remuneração pelos serviços prestados (arts. 594, 2ª parte e 596)
Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada mediante retribuição.
Art. 596. Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por 
arbitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade.
8. PRINCIPAL DIFERENÇA COM EMPREITADA
A prestação de serviço trata do serviço meio para atingir um fim;
Por sua vez, a empreitada trata do serviço com obra determinada (fim).
9. PRINCIPAL DIFERENÇA COM CONTRATO DE TRABALHO
Será um contrato de trabalho sempre que um atender, concomitantemente, os seguintes requisitos, previstos no art. 3º da CLT:
• Pessoalidade
• Dependência econômica
• Subordinação
• Continuidade
Caso falte algum desses requisitos será prestação de serviço.
10. OBJETO
Obrigação de fazer consistente numa atividade material

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