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Desenvolvimento do Sistema Respiratório Cavidade nasal e seios paranasais Nasofaringe Laringe Traqueia Brônquio primário Pulmão Órgãos superiores Órgãos inferiores Órgãos Inferiores Laringe, traqueia, brônquios e pulmões Formados a partir do endoderma da porção ventral do intestino primitivo anterior: DIVERTÍCULO RESPIRATÓRIO (28º dia do desenvolvimento) (Sad ler, 2 0 0 5 ) Maki Nakamura Realce Maki Nakamura Realce Maki Nakamura Realce Região ventral do intestino anterior, na região caudal ao 4º par de bolsas faríngeas forma-se o primórdio respiratório endoderma desta região evagina-se formando o divertículo respiratório (ou broto pulmonar ou tubo laringotraqueal) Divertículo cresce ventrocaudalmente e vai sendo envolvido pelo mesoderme esplâncnico adjacente (Sad ler, 2 0 0 5 ) Maki Nakamura Realce Maki Nakamura Realce (Junqueira e Carneiro, 2006) Estrutura Básica do Sistema Respiratório Epitélio respiratório e glândulas origem endodérmica Tecidos conectivos, precursores endoteliais, musculatura lisa das vias aéreas e vasos sanguíneos, vasos linfáticos, cartilagem e células mesoteliais (pleura) origem mesodérmica (mesoderma placa lateral esplâncnico) (Ju n q u eira e C arn eiro , 2 0 0 6 ) Inicialmente o divertículo respiratório comunica-se totalmente com o intestino anterior Com a expansão caudal do divertículo, duas pregas (cristas) longitudinais começam a se desenvolver uma em direção à outra e acabam se fundindo Fusão das cristas = septo traqueoesofágico (Sadler, 2005) Maki Nakamura Realce Maki Nakamura Realce Septo traqueoesofágico divide a porção cranial do intestino interior em porção ventral, o tubo laringotraqueal e dorsal, a orofaringe e o esôfago Septo separa quase completamente a parte respiratória da digestiva, exceto pelo orifício da entrada da laringe, que mantém comunicação com a faringe, o orifício laríngeo Maki Nakamura Realce (S ad le r, 2 0 0 5 ) Orifício laríngeo Comunicação da laringe com a faringe Epiglote cartilagem que evita a comunicação entre o sistema respiratório e o digestivo, se desenvolve da a partir da proliferação dos arcos faríngeos Desenvolvimento da Laringe A laringe se desenvolve da porção cranial do tubo laringotraqueal Cartilagem e músculo da laringe se desenvolvem do mesênquima dos arcos faríngeos (arcos caudais) Musculatura inervada pelo nervo vago (nervo cranial X) (S ad le r, 2 0 0 5 ) Se desenvolve pelo alongamento da extremidade caudal do tubo laringotraqueal Desenvolvimento da Traquéia (S ad le r, 2 0 0 5 ) Endoderma do tubo forma o epitélio e glândulas. Mesoderma esplâncnico forma o tecido conjuntivo , músculo liso e cartilagem. Desenvolvimento da Traquéia Maki Nakamura Realce Desenvolvimento dos Brônquios e Pulmões Traquéia divide em duas tumefações: os brotos brônquicos primitivos: 5ª semana. Brotos brônquicos crescem lateralmente para os canais pericardioperitoneais (primórdio das cavidades pleurais). Brônquios primários se subdividem-se em brônquios secundários. Direito forma 3 brotos: lobo superior, lobo médio e inferior. Esquerdo forma 2 brotos: lobo superior e inferior. Progressão do desenvolvimento pulmonar: pleura visceral (origem mesoderma esplâncnico). Desenvolvimento dos Brônquios e Pulmões Cada brônquio lobar sofre sucessivas ramificações. 24ª semana: 17 gerações de ramos formados e formação de bronquíolos respiratórios Cada brônquio adquire uma massa de mesênquima circundante (mesoderma esplâncnico) placas cartilaginosas, musculatura lisa e tecido conjuntivo brônquico; capilares pulmonares. A medida que os pulmões se desenvolvem eles adquirem uma camada de pleura visceral originada do mesoderme esplâncnico. Com a expansão pulmonar a camada de mesoderme somático que reveste a parede corporal acaba formando a pleura parietal. (Sad ler, 2 0 0 5 ) (Junqueira e Carneiro, 2006) Maturação dos Pulmões Último órgão a estar totalmente diferenciado Apenas com a primeira respiração é que os pulmões estarão aptos a captar oxigênio Maturação dividida em 4 períodos: - Pseudoglandular - Canalicular - Sacular - Alveolar Maki Nakamura Realce (Junqueira e Carneiro, 2006) Período Pseudoglandular (6ª a 16ª semana) Pulmão semelhante a uma glândula exócrina. 16ª semana todos os elementos principais estão formados, exceto aqueles envolvidos com as trocas gasosas (bronquíolos terminais). Fetos nascidos neste período são incapazes de sobreviver. (M o o re & Persau d , 2 0 0 8 ) Maki Nakamura Realce (M o o re & Persau d , 2 0 0 8 ) Período Canalicular (16ª à 26ª semana) Bronquíolos terminais se dividem em bronquíolos respiratórios. Bronquíolos respiratórios formam ductos alveolares (passagens tubulares). Vascularização do sistema respiratório começa a se desenvolver. Vasos sanguíneos ficam em justaposição com o epitélio pulmonar. Respiração possível: alguns alvéolos primitivos (sacos terminais) já estão formados. (M o o re & Persau d , 2 0 0 8 ) Período Sacular (26ª à 36ª semana) (M o o re & Persau d , 2 0 0 8 ) Muitos sacos terminais (alvéolos primitivos) se desenvolvem. Células epiteliais dos sacos tornam-se muito delgadas. Capilares começam a fazer protuberância para o interior dos alvéolos em desenvolvimento . Rede capilar prolifera no mesênquima ao redor os alvéolos e há desenvolvimento de capilares linfáticos. Sacos terminais continuam a ser produzidos até a infância. (Moore &Persaud, 2008) Período Sacular (26ª a 36ª semana) Contato íntimo entre as células epiteliais e endoteliais estabelece a barreira hematoáerea trocas gasosas. Sacos terminais revestidos principalmente por células epiteliais de origem endodérmica células alveolares do tipo I ou pneumatócitos. (M o o re & Persau d , 2 0 0 8 ) Período Sacular (26ª à 36ª semana) Dispersas entre as células pavimentosas estão as células epiteliais arredondadas secretoras de surfactante pulmonar células alveolares do tipo II. A produção de surfactante inicia na 20ª semana, mas está presente em pequenas quantidades. Aumento da produção nas últimas duas semanas da gravidez. 26ª a 28ª semana: quantidades suficientes de surfactante para permitir a sobrevivência de um bebê prematuro. (A lb erts et al., 2 0 0 8 ) Maki Nakamura Realce Maki Nakamura Realce Maturação dos Pulmões Período Alveolar (32ª semana aos 8 anos) Revestimento epitelial se adelgaça para uma camada epitelial extremamente fina: caracteriza um alvéolo maduro. Aumento no número de bronquíolos respiratórios e alvéolos. (A lb erts et al., 2 0 0 8 ) (Schoenwolf et al., 2009) Estágios finais da gravidez Aumento da produção de surfactante para que o feto possa encher o pulmão de ar. Células alveolares do tipo I ficam mais finas e os capilares fazem muitas protrusões e a membrana hematoaérea é bastante delgada para permitir trocas gasosas. Movimentos respiratórios fetais (MRF)s começam antes do nascimento, ocorrendo aspiração do líquido amniótico. Movimentos respiratórios, quantidade de líquido aspirado e o espaço torácico adequado são muito importantes para o desenvolvimento do pulmão e condicionamento da musculatura.Maki Nakamura Realce (Gilbert, 2010) Surfactante = fosfolipídeos e proteínas Produção de sufarctante e trabalho de parto Nascimento Líquido pulmonar deve ser rapidamente reabsorvido: vasos linfáticos maiores e mais numerosos; veias e artérias pulmonares; pressionamento do tórax durante o parto = saída pela boca e nariz. Expansão dos alvéolos e dos pulmões. Até 8º ano aumenta o número de alvéolos e capilares = aumento da superfície de troca gasosa. Aumento do número de alvéolos ocorre por divisões de alvéolos primitivos (não maduros) por septação por tecido conjuntivo. O que leva a formação do broto respiratório? Mecanismos moleculares do desenvolvimento do sistema respiratório Expressão de Ft ao longo do eixo A/P do intestino primitivo marca regiões (domínios) específicos Pdx1 = região IA presuntivo do pâncreas Hex = fígado Nkx2.1 (fator tireoidinao) = região presuntiva da tireóide e divertículo respiratório Development 133, 1611-1624 (2006) Formação inicial do broto mediada pela sinalização FGF10. FGF10 expressa no mesênquima e atua como quimioatraente e sinal proliferativo. Células endodérmicas do broto possuem o receptor para FGF10, o FGFr2b. Animais nocautes para estas proteínas não formam pulmões. Development 133, 1611-1624 (2006) Mecanismos moleculares do desenvolvimento do sistema respiratório Uma vez formado o broto se formou o que impede que ele cresça indefinidamente numa única região? 1. Shh altamente expresso no porção distal do epitélio do broto. - Mesoderme possui o receptor para SHH. - Sinalização de Shh leva a um bloqueio na expressão de FGF10. 2. Inibição da proliferação e migração pelo bloqueio da via FGF10/FGFr2b. (Alberts et al., 2008) Quando ocorre o bloqueio de FGF10 no mesênquima próximo á região distal do broto pela sinalização de Shh, ocorre uma redistribuição de FGF10 para regiões adjacentes (duas regiões uma de cada lado da antiga região). Formação de novos brotos que crescem em direção a estas novas fontes de FGF10 = divisão dicotômica. (Alberts et al., 2008) Desenvolvimento anormal dos pulmões e da árvore respiratória Agenesia pulmonar: falha do divertículo pulmonar em formar os brotos brônquicos Hipoplasia pulmonar: número reduzido de segmentos pulmonares e sacos terminais Defeitos moleculares intrínsecos da morfogênese da ramificação Condições que reduzem o volume da cavidade pleural, reduzindo o crescimento dos pulmões Hérnia diafragmática congênita: vísceras abdominais invadem a cavidade pleural Oligoidrâmico (baixo volume de líquido amniótico): redução na quantidade de líquido aspirado pelo feto (Schoenwolf et al., 2009) Atresia esofágica: esôfago com fundo cego Fístula traqueoesofágica: ligação anormal entre a luz da traquéia e do esôfago Permitem que o leite seja aspirado para o pulmão Correção cirúrgica Atresia esofágica pode estar associada com defeitos cardiovasculares (tetralogia de Fallot) Fístula esofágica associação de VATER ou VACTERL (Sch o en w o lf et al., 2 0 0 9 ) Bibliografia complementar: ALBERTS, B.; BRAY, D.; LEWIS, J.; RAFF, M.; ROBERTS, K.; WATSON, J.D. Biologia molecular da célula. Rio de Janeiro: Artmed. 5ª Ed. 2009. GILBERT, S.F. Developmental Biology. 9th edition. Sinauer, 2010. WELLINGTON V. CARDOSO & JINING LÜ. Regulation of early lung morphogenesis: questions, facts and controversies. Development 133, 1611-1624 (2006).
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