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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SUPORTE BÁSICO DE VIDA 1 www.medresumos.com.br MEDICINA DE TRÁFEGO A medicina do tráfego consiste em uma nova especialidade médica muito mais abrangente que o atendimento pré-hospitalar, que entre outras, é uma das facetas da mesma. Esta nova especialidade consiste em um ramo da ciência médica que trata da manutenção do bem estar físico, psíquico e social do ser humano que se desloca, qualquer que seja o meio que propicie a sua mobilidade, cuidando também das interações deste deslocamento e dos mecanismos que o propiciam com o homem, visando ao equilíbrio ecológico. O mercado de trabalho para medicina do tráfego e o seu real desenvolvimento teve suas origens no período de transição entre o século XIX e o século XX, quando neste contexto histórico, os primeiros automóveis chegavam ao Brasil e o tráfego mostrava indícios de desenvolvimento e globalização. Milhões de pessoas, a cada ano, permanecem por longos períodos em leitos hospitalares após sofrerem graves lesões em acidentes de trânsito e muitas delas após deixarem os hospitais jamais serão capazes de viver, trabalhar ou se divertir como antes do acidente. A partir do momento do acidente, a sociedade retira a pessoa da via, leva-a a um hospital, paga-lhe o tratamento, o salário até que volte a trabalhar e, caso não consiga retornar, dá sustento à vítima ou à sua família. São mais de 20 bilhões de reais a cada ano que deixam de ser aplicados no desenvolvimento do Brasil para custear danos que poderiam não ter ocorrido. O médico do tráfego tem papel fundamental do ponto de vista preventivo destas sequelas que os acidentes deixam não só para a vítima, mas para a sociedade de um modo geral. OBS 1 : Tráfego ≠ Trânsito. O tráfego é um termo que abrange todo meio de deslocamento (seja ele marítimo, terrestre, aéreo, etc.). O termo trânsito é restrito aos meios de deslocamento terrestre. HISTÓRICO Em 1898, chega o primeiro automóvel ao Brasil, trazido por Santos Dumont, um modelo Peugeot importado de Paris. Até então, os únicos meios de deslocamento no país era cavalos e transportes de tração animal (como carroças). Em 1900, São Paulo (capital), que na época apresentava 240.000 habitantes, já tinha uma frota de 16 automóveis. Começava aí preocupação com outros fatores: as vias não eram adequadas para tais máquinas, os motoristas não adequadamente habilitados, etc. Em 1903 e em 1913, em virtude da disputa de espaço e eventuais colisões, surgem os primeiro regulamento d trânsito e de automóveis, elaborado pela própria Prefeitura de São Paulo: ACTO nº 146 de 26 de Fevereiro de 1903 Art. 6º - A ninguém é permitido conduzir automóvel sem que se ache munido de uma carta de habilitação, concedida pela Prefeitura, depois do exame do qual o peticionário mostre conhecer todos os órgãos do aparelho e a forma de manobrar, assim como possua os requisitos necessários de prudência, sangue frio e visualidade. Decreto nº 931 de 16 de Setembro de 1913: Regulamento e registro do tráfego de automóveis (Distrito Federal) Art. 21. Só poderão ser matriculados como condutores de vehiculos accionados por motor mecânico de qualquer espécie os indivíduos que forem para isso julgados habilitados pela policia e tenham provado previamente: (c) que não sofrem de moléstia transmissível por simples convivência transitória, nem de mal que o possa privar subitamente do governo do vehiculo; (d) que tem os órgãos visuais e auditivos em condições de funcionamento que lhes permita o exercício da profissão de condutor de vehiculo. Em 1910, com uma população de cerca de 469.000 habitantes, a frota de automóveis já era de 1.757. Novas leis eram cada vez mais lançadas e atualizadas. Oito anos depois, a Ford inaugura no centro da cidade a primeira linha de montagem de veículos do país. Decreto nº 931 de 16 de Setembro de 1913: Regulamento e registro do tráfego de automóveis (Distrito Federal) Art. 24 – Nenhum condutor de automóvel, quando com passageiro, poderá conduzir vehiculo fumando e bem assim o respectivo ajudante. Na década de 20, a população de São Paulo já passava dos 600.000 habitantes, a frota de automóveis já era de 3400. Com o aumento da frota, os acidentes e traumas já chamava o interesse por parte dos médicos legistas, no aumento da mortalidade e da morbidade geradas pelos veículos automotores. Marcava aí, o início dos estudos epidemiológicos a cerca deste evento. Na década de 40, por meio do Decreto-Lei nº 9545 de 5 de agosto de 1946, publicado no Diário Oficial de 7 de agosto de 1946, houve a disposição sobre a habilitação e exercício da atividade de condutor de veículos automotores. Arlindo Ugulino Netto. SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV) 2016 Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SUPORTE BÁSICO DE VIDA 2 www.medresumos.com.br Na década de 50, em que a população já passava dos 2 milhões de habitantes e a frota era de cerca de 76000 automóveis, houve um incremento da indústria automobilística após a II Guerra Mundial. O fim desta guerra dá um novo fôlego à importação e, em 1957, a indústria automobilística se instala de vez na grande São Paulo. Na década de 60, com o aumento do número de veículos e de vitimas de acidentes de transito, é criado então a especialidade Medicina do Tráfego. Esta especialidade surge inicialmente como um ramo da medicina legal fruto de observação dos acidentes do trânsito. Em Dezembro de 1960, na cidade de San Remo da Itália, houve um congresso alarmando os números e prejuízos trazidos pelos acidentes automobilísticos de até então. Por intermédio deste encontro, foi criada a Associação Internacional de Acidentes e Medicina de Tráfego (Internecional Association for Accidente and Traffic Medicina – IAATM). Prof. Dr. Hilário Veiga de Carvalho, médico legista brasileiro da USP, foi o fundador e vice-presidente da IAATM. Em 1963 em Roma, houve o primeiro Congresso da IAATM. Desde então, vem acontecendo regularmente este mesmo congresso em vários países. No Brasil, o primeiro congresso veio a ser realizado em meio de 1994 (13º Congresso Internacional da IAATM). Em Janeiro de 1974, foi fundada a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), com a direção do Prof. Hilário Veiga de Carvalho, também fundador da IAATM. Em Agosto de 1980, a ABRAMET, no Conselho de Especialidade da Associação Médica Brasileira, realizou a emissão de Títulos de Especialistas. Em 1989, por meio do convênio entre a AMB e a CFM, a Medicina de Tráfego foi firmada como especialidade médica. Este firmamento foi concretizado por meio da Resolução 1402/94 do Conselho Federal de Medicina. A partir daí, foi efetiva a suba participação na elaboração do novo Código de Trânsito Brasileiro. Em 1980, médicos do DETRAN/SP ingressam na ABRAMET. Em 1981, a ABRAMET realiza o 1º Congresso Brasileiro de Segurança do Tráfego. Em 1985, a ABRAMET aplica o 1º Curso para Médico Perito Examinador o qual foi dado o nome “Atendimento Médico de Urgência ao politraumatizado Vítima de Acidentes de Trânsito”. Em 1992, foi lançado o primeiro Jornal da ABRAMET. Em 1997, foi lançada a Revista da ABRAMET Em 2002, e Medicina de Tráfego já é considerada uma das 52 especialidades médicas reconhecidas pelos CFM, AMB e CNRM. Em 2003, foi criado o Projeto Diretrizes e Residência Médica em Medicina de Tráfego. Atualmente, a ABRAMET já apresenta representações regionais nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Brasília, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe. MODELO CLÁSSICO DA MEDICINA DE TRÁFEGO A medicina do tráfego (MT) é, portanto, uma especialidade médica que se propõe a contribuir para a prevenção do acidente de trânsito, encontrar meios de minimizar as suas consequências e colaborar para a melhor organização educacional e legal do tráfego.A MT funciona seguindo um modelo clássico baseado em uma tríade acidentogênica clássica (entre parênteses, a tríade atual) integrada composta pelos seguintes elementos: Homem (ser humano): corresponde aos aspectos psicossomático (saúde, doenças e medicamentos, comportamento, educação, individual ou coletivo), funcional (condutor, passageiro, controlador, pedestre), e social (privado e profissional). Veículo (Máquina): envolve os seguintes aspectos: tipo (equipamentos, recursos), periculosidade, ergonomia, ruídos e vibrações, manutenção, combustíveis. Via (Meio ambiente): corresponde aos seguintes aspectos: terrestre (rodoferroviário), fluidos (água e ar), condições ambientais, infraestrutura viária (comunicação, navegação, sinalização, resgate), urbano, rodovias, recreação, poluição. Conhecendo a tríade que direciona as atenções da MT, esta vem mostrar que “acidentes não acontecem, mas são causados por algum fator”. Isto quer dizer que não há acidentes ao acaso, mas estudos científicos das causas e efeitos de eventos inoportunos vieram provar que a gênese dos acidentes se baseia em algum erro em um dos componentes da tríade. Por hipótese alguma, acidentes são causados sem o envolvimento de defeitos no carro, cansaço do motorista, via má conservada, tempo ruim, etc. O médico de tráfego tem seu campo de ação voltado para estes componentes, no objetivo de avaliar possíveis erros em um deles e prevenir, assim, a gênese dos acidentes. O médico do tráfego deve abordar, por exemplo, motoristas que apresentam longas cargas de horários de trabalho, avaliar o sono e as maquinas dos mesmos, as vias por onde eles seguem, etc. OBS 2 : Epidemiologicamente, a primeira causa de mortes são os homicídios, ficando os acidentes de transito com o segundo lugar do índice de mortes (45000 pessoas morreram em 2003). Dentro deste dado, temos ainda que para cada vítima que tenha ido a óbito, temos 15 pacientes sequelados destes acidentes (mortalidadexmorbidade = 1:15). Nessa Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SUPORTE BÁSICO DE VIDA 3 www.medresumos.com.br proporção, temos uma mulher para cada 3,5 homens mortos em acidentes automobilísticos. Outro número importante é a comparação para o número de mortos no Brasil (213 mortes/100 mil km/ano) e no Canadá (03 mortes/100 mil km/ano). A diferença esteja talvez baseada nas diferenças de segurança veicular nos dois países: os carros canadenses são obrigados a virem com airbag e freios ABS (enquanto que no Brasil, são equipamentos opcionais), diminuindo o índice de mortes no grupo dos envolvidos em acidentes. OBS 3 : Níveis de mortalidade por AT (Fonte: SIM / MS 1995): < 15 anos: 10 óbitos/100 mil hab 15 – 17 anos: 13 óbitos/100 mil hab 18 – 19 anos: 21,6 óbitos/100 mil hab 20 anos: 20 – 30 óbitos/100 mil hab > 70 anos: 40 óbitos/100 mil hab. Principais vítimas: crianças e idosos (atropelamentos); adultos jovens (colisões de carros ou motos). ÁREAS DE ABRANGÊNCIA A MT atua desde a prevenção de acidentes (como durante o exame do condutor quando se faz o teste de habilitação) ao atendimento pré-hospitalar de vítimas de acidentes. Além disso, a MT atua em diversas outras áreas: legislativa (no poder executivo e judiciário), produção de normas técnicas, comunicação social (educação e mudança comportamental), CID-10 e Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A MT tem ainda um papel de importante atuação na atividade econômica integrada, seja por meio da indústria e comércio (como por exemplo, de veículos e equipamentos, construção, combustíveis, transporte e turismo, impostos, seguros) seja por meio dos prejuízos socioeconômicos (desastres, congestionamentos, produtividade, danos ambientais, sobrecarga econômica). A medicina do tráfego apresenta grandes campos de atuação que atualmente, são ocupados por outros médicos que não são capacitados adequadamente para tais campos. As áreas são: preventiva, curativa, medicina, legal, ocupacional, viagens e aeroespacial. Medicina do Tráfego Preventiva: é baseada na educação por meio do ensino aos novos condutores ou até mesmo para os próprios médicos por meio da especialização médica. Para isso, devem ser feitos exames para condução veicular (perícia preventiva), habilitações, fiscalizações preventivas (doenças, estados anormais, discrepância), equipamentos e medidas de segurança, Safe Community, acessibilidade, meio ambiente (veículos, vias, poluição). O médico do tráfego que atua nesta área deve ministrar aulas educativas, palestras, cursos e conhecer a fundo a legislação. Medicina do Tráfego Curativa: baseia-se no atendimento pré-hospitalar. Este tem fundamental importância, uma vez que 50% das vitimas que vão a óbito em acidentes morrem ainda no local do mesmo, 30% morrem a caminho e 20% morrem já no hospital. Um atendimento pré-hospitalar bem feito significa a prevenção de sequelas e quem sabe, o salvamento de vidas. Daí a importância de um especialista para tal modalidade. Como exemplos de atendimentos pré-hospitalares temos: Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), Corpo de Bombeiros Militares (CBM 193: Resgate), Polícia Rodoviária Federal (PRF 191), Defesa Civil (199), ONGs, etc. O médico que atua neste campo tem a obrigação de saber realizar um atendimento pré-hospitalar adequado e qualificado. Medicina do Tráfego Legal: realiza perícias, avaliações, colaborando com a elaboração de dispositivos legais dos sistemas de trânsito. O médico do tráfego que atua neste campo tem o dever de realizar perícias, pareceres, exames de condutor, laudos de seguradoras, etc. Medicina do Tráfego Ocupacional: baseia-se na prevenção das doenças profissionalizantes (surdez, zumbidos, problemas respiratórios, neuroses, problemas osteomusculares); aspectos ergonômicos; condições inseguras de tráfego; normatização de exames para motoristas profissionais; exames admissionais, periódicos e demissionais. O médico que atua nesta área deve avaliar as condições de trabalhos dos motoristas de empresas, exames admissionais e periódicos. Medicina do Tráfego das Viagens: diz respeito ao cuidado medico com relação aos deslocamentos humanos; planejamentos de viagens; prevenção e tratamento de doenças infectocontagiosas prevalentes nas regiões de destino; prevenção e tratamento de acidentes com animais peçonhentos imunizações para o viajante (saber qual a vacina adequada a ser administrada antes da viagem); saber lidar com as patologias relacionadas ao meio de transporte; mudanças geográficas (altitude, clima, etc.); ecoturismo. O médico de tráfego que atua neste campo deve realizar planejamentos com o grupo turístico, ministrar orientações para os que realizam expedições e turismos de aventura, saber lidar com endemias, clima, vacinações (saber qual a dose e o momento de aplicação), trabalhar em aeroportos, etc. Medicina do Tráfego Aeroespacial: legalizada e reconhecida recentemente pelo CFM/ABRAMET por meio do anexo II de 12jun2008 da Resolução 1785/06 da CFM. Este ramo trata das tripulações envolvidas com tais deslocamentos bem como o transporte aero-médico (helicópteros de resgate, UTI aéreas, etc.). OBS 4 : Os médicos do tráfego devem atuar sempre que possível compondo equipes multiprofissionais que envolvam: medicina, poderes públicos, policiamento, engenharia, psicologia, perícias técnicas, educadores, direito, etc. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SUPORTE BÁSICO DE VIDA 4 www.medresumos.com.br EXAME MÉDICO DO CANDIDATO Á CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO (CNH) A Resolução nº80 de 19 de Novembro de 1998 dispõe sobre os exames de aptidão física e mental e os exames de avaliação psicológica para os futuros condutores candidatos à Carteira Nacional de Habilitação. O exame do condutor não se restringe a apenas uma simples “exame de vista”, como por muitos é chamado. Sabe-se hoje que para habilitar um condutor adequadamente é necessário avaliá-lo como um ser psicomotor.A maioria dos médicos no Brasil ainda não despertou para a importância do exame do condutor por não serem especialistas no ramo medicina do tráfego, em sua maioria. Pelo contrário, ao invés de um mero exame de vista, deve ser feito um exame pericial por intermédio de um médico de tráfego que conheça bem a legislação e avalie o paciente rigidamente como manda a lei. A perícia médica que é realizada para obtenção da permissão para dirigir consiste nos seguintes exames gerais: Questionário padrão Avaliação oftalmológica; Avaliação otorrinolaringológica; Avaliação neurológica; Avaliação cardiorrespiratória; Avaliação do aparelho locomotor; Exames complementares ou especializados a critério médico. QUESTIONÁRIO PADRÃO Inicialmente, o usuário (periciando ou periciado) é submetido a um questionário padrão com questionamentos gerais que trazem um histórico médico-social do indivíduo, substituindo a anamnese. É critério do candidato responder com veracidade ou não os questionamentos, muito embora toda a responsabilidade esteja em seu nome: o mesmo questionamento apresenta um campo de assinatura e registro de identidade do candidato que põe as suas respostas sob a sua responsabilidade. Este questionário deverá ser guardado pelo tempo determinado pela validade da CNH. QUESTIONAMENTO PADRÃO 1. Você toma algum remédio, faz algum tratamento de saúde? ( ) sim ( ) não 2. Você tem algum defeito físico? ( ) sim ( ) não 3. Você já sofreu tonturas, desmaios, epilepsias, convulsões? ( ) sim ( ) não 4. Você tem diabetes, doença cardíaca, neurológica ou outras doenças? ( ) sim ( ) não 5. Você já necessitou de tratamento psiquiátrico? ( ) sim ( ) não 6. Você já foi operado? ( ) sim ( ) não 7. Você faz uso de drogas ou imoderado de álcool? ( ) sim ( ) não OBS 5 : Importante saber que, por lei, duas condições preconizam o indivíduo ao direito de se submeter ao teste da CNH: ser maior de 18 anos; saber ler e escrever. EXAME MÉDICO O exame médico não deve ser confundido com uma consulta médica por alguns motivos: o indivíduo não procura o médico do tráfego por vontade própria, mas por uma imposição legal; o candidato não tem o direito de escolher qual o perito, assim como faz antes de ser submetidos a consultas; o usuário não é paciente, mas sim periciando, que será submetido a uma perícia médica completa regida por lei; a relação perito-periciando e não deve haver vínculo algum, diferentemente da relação médico-paciente. O prazo de validade do exame médico depende da idade do condutor: Até 65 anos: 05 anos de validade. 65 anos em diante: 03 anos de validade. A avaliação psicológica do candidato à CNH consiste nos testes de atenção, testes de raciocínio lógico (inteligência) e testes de equilíbrio (agressividade). O candidato à Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou condutor de veículo automotor será considerado, segundo o parecer do psicólogo, de acordo com os seguintes resultados: Apto: quando apresentar desempenho condizente na Avaliação Psicológica para a condução de veículo automotor na categoria pretendida. Apto com restrições: quando apresentar distúrbios ou comprometimento psicológico, que estejam no momento temporariamente sob controle, fazendo constar o prazo de validade para a revalidação da CNH. Ex: epilepsias, Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SUPORTE BÁSICO DE VIDA 5 www.medresumos.com.br hipertensão arterial, cardiopatias, doença de Parkinson (neste caso, a validade da CNH pode diminuir para uma avaliação mais contínua e recente do perito). Inapto temporário: quando apresentar alguma deficiência psicológica nos aspectos psicológicos avaliados, que sejam porém passíveis de recuperação ou correção. Ex: míopes que não portaram os óculos no momento do exame tornam-se aptos inaptos temporários até um novo exame. Inapto: quando apresentar inadequação nas áreas avaliadas que estejam fora dos padrões da normalidade e de natureza não recuperável. Ex: esquizofrênicos, amaurose bilateral (cegueira total), doenças degenerativas, Alzheimer. OBS 6 : Quando o indivíduo apresenta alguma deficiência física que possa o impedir de tirar a CNH, ele pode recorrer a uma junta médica. Esta, composta por três médicos especialistas que trabalham no DETRAN, avalia a deficiência e, se for possível, indica-se uma opção como um veículo adaptado, caso contrário, o usuário torna-se inapto. Estando o usuário insatisfeito com o resultado, independente de qual seja, ele pode recorrer ao CETRAN (Conselho Estadual do Transito), cujo presidente é o próprio Secretário de Segurança do Estado (pois o trânsito, ainda hoje, é tratado como um assunto de segurança pública), que elege uma nova junta médica para uma nova avaliação. Se o indivíduo ainda não se contentou com o resultado, pode ele recorrer a ultima instância federal: o CONTRAN (Conselho Nacional de Transito). OBS 7 : Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos médicos do tráfego atualmente é a dissimulação e a simulação apresentada por muitos usuários. A dissimulação acontece naqueles casos de indivíduos com limitações físicas que possam o tornar inaptos mas que, ao serem examinados, procuram formas de esconder esta limitação. A simulação é o contrário: indivíduos sadios se fazem de limitados para conseguir benefícios do governo, como redução de impostos no preço de veículos. OBS 8 : Segundo o Código de Transito Brasileiro, não há limite de idade para dirigir. Deve-se diminuir, entretanto, a validade da CNH para uma avaliação mais constante do usuário (a partir de 65 anos, a validade cai de 5 para 3 anos). OBS 9 : A altura mínima para dirigir é de 1,40m. Caso não alcançado este limite, o usuário pode recorrer à junta médica para avaliar quais as adaptações necessárias para o possível uso. EXAME FÍSICO – AVALIAÇÃO OFTALMOLÓGICA Avaliação oftalmológica se baseia nos seguintes critérios: mobilidade ocular intrínseca e extrínseca; acuidade visual; campo visual; visão cromática; visão estereoscópica; teste de ofuscamento e visão noturna. A acuidade e campo visual deverão apresentar: Para direção de veículos da Categoria “A”: acuidade visual igual a 0,50=20/40 (cerca de 50% da visão) em cada um dos olhos separados ou 20/30 (cerca de 70% da visão) em cada olho; campo visual: limites satisfatórios - isóptera lateral = 140 o em cada olho. O candidato a Categoria “A” portador de visão monocular que satisfizer os índices anteriores só poderá ser liberado para dirigir decorridos 6 meses da perda da visão, devendo o laudo médico indicar o uso de capacete de segurança com viseira protetora, sem limitação de campo visual, sendo vedada atividade remunerada. Ex: se um paciente ver 20/20 com um olho, 20/70 com o outro olho, mas vê 20/30 com os dois, torna-se apto. Para direção de veículos da Categoria “B”: acuidade visual igual a 0,66=20/30 (Tabela Snellen) em cada um dos olhos; campo visual: limites satisfatórios – isóptera horizontal = 140 o em um dos olhos. O candidato da categoria “B” portador de visão monocular, só poderá ser liberado para dirigir decorridos 6 meses da perda da visão sendo vedada a atividade remunerada e com: acuidade visual igual a 0,80=20/25 (Tabela Snellen) no olho de melhor visão. Os candidatos com estrabismo poderão ser classificados na Categorias A ou B com: acuidade visual igual a 0,80=20/25 (Tabela Snellen) no olho de melhor visão. Para direção de veículos da Categoria “C”, “D”, “E”: acuidade visual mínima, igual a 0,66=20/30 (Tabela Snellen) em cada um dos olhos. OBS 10 : O candidato deverá ser capaz de identificar as cores vermelha, amarela e verde. OBS 11 : A tabela de Snellen, também conhecida como optótico de Snellen ou escala optométrica de Snellen, é um diagrama utilizado para avaliar a acuidade visual de uma pessoa. A tabela recebe seu nome em homenagem ao oftalmologista holandês Herman Snellen, que a desenvolveu em1862. Se o periciando é capaz de observar as letras da linha 8 (tabela ao lado), diz-se que ele apresenta acuidade visual de 20/20 (visão perfeita ou 100% para a distância de 6 m). EXAME FÍSICO – AVALIAÇÃO OTORRINOLÓGICA Avaliação oftalmológica serve para medir a acuidade auditiva do usuário, que será avaliada através de voz coloquial, sem auxilio de leitura labial e, a critério médico, otoscopia, audiometria (feita por fonoaudiólogos) ou otoneurológico. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SUPORTE BÁSICO DE VIDA 6 www.medresumos.com.br O candidato a obtenção da Permissão para Dirigir portador de deficiência auditiva bilateral igual ou superior a 40 decibéis considerado apto no exame otoneurológico só poderá dirigir veículos automotores da categoria “A” e “B”, sendo vedada a atividade remunerada. Os condutores de veículos automotores habilitados nas categorias “C”, “D” e “E” que na renovação do exame de aptidão física e mental vierem a acusar deficiência auditiva igual ou superior a 40 decibéis estarão impedidos de dirigir veículos desta categoria. Quando, a juízo médico, o uso de próteses auditivas corrige até os níveis admitidos nesta resolução a deficiência da audição, o candidato à obtenção ou renovação da Carteira Nacional de Habilitação poderá habilitar-se à condução de veículos automotores de qualquer categoria, nela constando a obrigatoriedade de seu uso (apto com restrições). O candidato com perda auditiva unilateral pode ser considerado apto para qualquer categoria. O condutor surdo por ser considerado apto, apesar de sua limitação física, se constar a obrigatoriedade do uso de aparelhos em sua CNH. EXAME FÍSICO – AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA Será avaliada a motilidade ativa, passiva e reflexo; coordenação e força muscular (dinamometria manual), sensibilidade superficial e profunda, equilíbrio, linguagem e sua compreensão e expressão. Usuários com epilepsia devem ser avaliados sob um parecer de um neurologista, relatando quais os medicamentos que está fazendo uso, aderência ao tratamento e quando foi a ultima crise. Este tipo de periciando pode apenas obter a CNH categoria B. Usuários com Doença de Parkinson (tremor, rigidez, bradicinesia) não apresentam restrição para dirigir caso estejam fazendo o tratamento adequadamente. Deve-se apenas diminuir o prazo de validade da CNH para uma avaliação mais continua. Usuários com Alzheimer são impedidos de obter sua CNH. EXAME FÍSICO – AVALIAÇÃO CARDIOLÓGICA Usuários com hipertensão arterial cujos valores sejam: Até 159x99 mmHg, estará apto para a CNH categoria A, B, C, D e E. De 160 a 180 x 100 a 110 mmHg torna-se apto com restrições (2 anos) para A, B, C, D e E. Acima de 180x110 mmHg torna-se inapto temporariamente. Pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio tornam-se aptos após 8 semanas, com cerca restrição do prazo de validade. Pacientes que foram submetidos à ponte de safena tornam-se aptos após 12 meses, com restrição do prazo de validade. EXAME FÍSICO – AVALIAÇÃO DO APARELHO LOCOMOTOR Será explorada a integridade e funcionalidade de cada membro separadamente, constatando a existência de malformações, agenesias ou amputações assim como o grau da amplitude articular dos movimentos. Com relação aos membros inferiores serão efetuados avaliação do trofismo muscular e marcha com o intuito de identificar integridade e claudicações. Na coluna vertebral avaliar deformidades que comprometam a sua funcionalidade com especial atenção aos movimentos do pescoço. A força muscular para categoria A e B deve ser 20kgf em cada uma das mãos; para C, D e E deve ser 30kgf em cada uma das mãos. OBS 11 : Pacientes com problemas neurológicos (alterações de sensibilidade ou motricidade), amputações, deficiências na amplitude muscular e doenças degenerativas geralmente são encaminhados para uma junta médica especial para a avaliação de adaptações veiculares. Depois da junta organizada pelo DENTRAN, o usuário pode recorrer para uma outra junta do CETRAN e depois, para o CONATRAN. SITUAÇÕES ESPECIAIS Algumas situações especiais chamam a atenção dos órgãos competentes pela fiscalização: uso de aparelhos celulares e álcool, extremos de idade, sono, gestantes e motocicletas. Direção e celulares: o Código de Transito Brasileiro (CTB) proíbe o uso do celular ao volante, bem como o uso de otofones, inclusive o viva-voz. O principal fator que faz jus a proibição é a distração. Seu uso quadriplica o risco de acidentes. Riscos semelhantes ao uso de celulares são: ler, escrever, ouvir rádio, CD, comes e bebes, etc. Álcool e direção: o álcool afeta o desempenho (ação reflexiva) e o comportamento do motorista, pondo em risco a sua sobrevivência. O motorista infrator pode ser avaliado pelos seguintes parâmetros: Exame geral: hálito, aparência, atitude, coordenação, marcha, equilíbrio, etc. O novo limite de alcoolemia pela Lei 11.705 (Lei Seca) é de 0,3 mg/L de ar expirado. O antigo limite permitido pelo CTB era de 6g/L de ar expirado. Não existe nível seguro de alcoolização. O ideal é evitar misturar bebida com volante. As variáveis para a alcoolemia são: função hepática, estado emocional, ritmo de ingestão, quantidade e qualidade de bebida, jejum, massa corpórea, hábito de beber, associações com remédios/drogas. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SUPORTE BÁSICO DE VIDA 7 www.medresumos.com.br O motorista jovem: são os principais envolvidos em acidentes de transito justamente pelos seguintes fatores: falhas de controle da situação, pouco conhecimento das leis de transito, tomada de decisão, pressão dos amigos, procura por desafios, consumos de álcool/drogas. O motorista idoso: as alterações relacionadas ao processo de envelhecimento são os seguintes: prejuízos cognitivos (memória, atenção, reflexos, etc.), diminuição da velocidade psicomotora (osteoporose, perda da força muscular, diminuição da coordenação motora), mudanças sensório-perceptivas (baixa da acuidade visual e adutiva), doenças crônicas (catarata, diabetes, AVC, etc), polifármacos (anti-hipertensivos, hipoglicemiantes, analgésicos, benzodiazepínicos, etc.) Sono e direção: os acidentes provocados pelo sono apresentam características próprias: colisões frontais ou na traseira, ausência de frenagem no asfalto, motorista solitário, período entre 00:00 às 06:00 e algumas doenças (como Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono, narcolepsia, insônia. O período crítico para os jovens é 00:00 às 06:00 e para os idosos, 12:00 às 16:00. É indicado que durante longas viagens, o motorista repouse por no mínimo 8 horas. Gestação e direção: a gestante não tem restrição para dirigir. Há apenas um alarmante para fatores de risco: é aconselhável cuidados ao dirigir durante o 1º trimestre (devido à lipotimias, enjôos, hipoglicemia, etc) e no 3º trimestre (por ter um maior risco de colisões). Deve-se alertar o uso de cintos de segurança e de air bags. O local de transporta mais seguro para gestantes é o banco traseiro, ainda alertando o uso de cinto neste banco. Motocicletas: as motos representam um risco de acidentes sete vezes maior que os carros. Os acidentes de motos geram as lesões mais graves (principalmente na cabeça). As lesões mais comuns são dos membros superiores e inferiores. Apenas crianças acima de 7 anos podem ser transportadas. O capacete é obrigatório para o acompanhante. OBS 12 : A atividade designada como motoboys que surgiu na década de 90, passou a ser regulamentada apenas por meio da resolução 168/04. RESOLUÇÃO 267 DE 15 DE FEVEREIRO DE 2008 Dispõe sobre o exame de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o credenciamento das entidades públicas e privadas de que tratam o art. 147, I e §§ 1º a 4º e o art. 148 do Código de Trânsito Brasileiro. Art. 2º Caberá ao Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN, criar e disciplinar o uso do formulário Registro Nacional de Condutores Habilitados – RENACH, destinadoà coleta de dados dos candidatos à obtenção da Autorização para Conduzir Ciclomotor - ACC, da Carteira Nacional de Habilitação - CNH, renovação, adição e mudança de categoria, bem como determinar aos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, no âmbito de suas circunscrições, a sua utilização. § 1º O preenchimento dos formulários com o resultado do exame de aptidão física e mental e da avaliação psicológica é de responsabilidade das entidades credenciadas pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal. § 2º As informações prestadas pelo candidato são de sua responsabilidade. CAPÍTULO I – DO EXAME DA APTIDÃO FÍSICA E MENTAL E DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA Art. 4º - 1. ANAMNESE: Questionário padrão e interrogatório complementar 2. EXAME FÍSICO GERAL a) Tipo morfológico, estado geral, comportamento, atitudes, falar, andar, atenção, concentração, humor, deformidades, aparelhos; b) Exames específicos: oftalmológico, osteolocomotor, otorrinolaringológico, cardiorrespiratório, neurológico, avaliação dos distúrbios do sono. c) Exames complementares ou especializados. §1º O exame de aptidão física e mental do candidato portador de deficiência física será realizado por Junta Médica Especial designada pelo Diretor do órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal. § 2º As Juntas Médicas Especiais ao examinarem os candidatos portadores de deficiência física seguirão o determinado na NBR 14970 da ABNT. OBS 13 : Anexos: Avaliação oftalmológica: o Categoria A e B: 20/40 (50%) em cada um dos olhos ou 20/30 (66%) ou pelo menos PL no outro. Visão periférica horizontal de 60 graus. Laudo médico após 90 dias de perda de visão; Uso obrigatório de lentes corretivas. o Categorias C, D e E: 20/30 (66%) e, cada um dos olhos ou 20/30 em um dos olhos e 20/40 (50%) no outro, com visão binocular de 20/25. Visão periférica horizontal de 120 graus. Uso obrigatório de lentes corretivas. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SUPORTE BÁSICO DE VIDA 8 www.medresumos.com.br o Estrabismo: Portadores de estrabismo poderão ser aprovados somente na ACC e nas categorias A e B, segundo os seguintes parâmetros: acuidade visual central igual ou superior a 20/30 (equivalente a 0,66) no melhor olho; visão periférica na isóptera horizontal igual ou superior a 120º em pelo menos um dos olhos. o Teste de visão cromática: vermelho, verde e amarelo. o Visão noturna e ofuscamento: visão em baixa luminosidade e recuperação após ofuscamento direto. Avaliação otorrinolaringológica: o Teste da voz coloquial (palavras dissílabas) a dois metros, sem leitura labial, ambiente silencioso; o Em casos de reprovação: audiometria tonal aérea; o Perda auditiva menor que 40 dB – todas as categorias o Perda de 40 dB ou mais na melhor orelha – inapto temporariamente o Após tratamento (prótese auditiva), se a perda for menor que 40 dB – qualquer categoria o Após tratamento (prótese auditiva), se a perda for igual ou maior que 40 dB – categorias A e B, com exame neurológico normal o Candidatos não passíveis de correção: veículos com retrovisores laterais o OBS: uso obrigatório de prótese Avaliação cardiorrespiratória: o Pressão arterial e ausculta cardiopulmonar o Registrar no RENACH o PA inferior a 160x100 mmHg – qualquer categoria o Igual ou superior a 160/180 x 100/110 mmHg – diminuição da validade da CNH à critério médico o Igual ou superior a 180x110 – inapto temporariamente o Deve constar o relatório do médico assistente em anexo o ICC ou patologias que possam causar perda da consciência em anexo Avaliação Neurológica o Exame geral: mobilidade, fala, força muscular, coordenação motora, percepção, sensibilidade. o Equilíbrio estático e dinâmico o Dinamometria manual: 20 kgf em cada uma das mãos para categoria A e B; e 30 kgl em cada uma das mãos para categorias C, D e E. o Avaliar afasias, disartrias, percepção aeroespacial. o Candidatos portadores de epilepsia: necessitam de exames complementares. Aqueles que apresentarem um ano sem crise convulsiva, plena aderência ao tratamento e parecer favorável do médico são aptos somente para a categoria B, com diminuição do prazo de validade da CNH, a critério médico. Avaliação dos distúrbios do sono o Investigar Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) apenas aos candidatos à carteira C, D e E. o Parâmetros objetivos: HAS maior que 130x85 mmHg IMC maior que 30 kg/m³ Perímetro cervical maior que 45 cm para homens e 38 para mulheres Escala de Malampatti (amplitude de abertura da boca para parâmetros de intubação) na escala 3 ou 4, que significa intubação difícil. o Parâmetros subjetivos: escala de sonolência de Epworth. O candidato que apresentar Epworth maior ou igual a 12 e/ou 2 indícios subjetivos estará aprovado temporariamente ou encaminhado para estudo polissonográfico Art. 5º - Na avaliação psicológica deverão ser aferidos, por métodos e técnicas psicológicas, os seguintes processos psíquicos (Anexo XIII): Tomada de informação; Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SUPORTE BÁSICO DE VIDA 9 www.medresumos.com.br Processamento de informação; Tomada de decisão; Comportamento; Auto-avaliação do comportamento; Traços de personalidade. CAPÍTULO II – DOS RESULTADOS DOS EXAMES Apto: quando não houver contraindicação para a condução de veículo automotor na categoria pretendida; Apto com restrições: quando houver necessidade de registro na CNH de qualquer restrição referente ao condutor ou adaptação veicular; Inapto temporário: quando o motivo da reprovação para a condução de veículo automotor na categoria pretendida for passível de tratamento ou correção; Inapto: quando o motivo da reprovação para a condução de veículo automotor na categoria pretendida for irreversível, não havendo possibilidade de tratamento ou correção. Art. 9º - Na avaliação psicológica o candidato será considerado pelo psicólogo perito examinador de trânsito como: apto (quando apresentar desempenho condizente para a condução de veículo), inapto temporário (quando não apresentar desempenho condizente para a condução de veículo automotor, porém passível de adequação); inapto (quando não apresentar desempenho condizente para a condução de veículo automotor). § 1º O resultado inapto temporário constará na planilha RENACH e consignará prazo de inaptidão, findo o qual, deverá o candidato ser submetido a uma nova avaliação psicológica. § 2º Quando apresentar distúrbios ou comprometimentos psicológicos que estejam temporariamente sob controle, o candidato será considerado apto, com diminuição do prazo de validade da avaliação, que constará na planilha RENACH. § 3º O resultado da avaliação psicológica deverá ser disponibilizado pelo psicólogo no prazo de dois dias úteis. CAPÍTULO III – JUNTA MÉDICA ESPECIAL Art. 11 - O candidato considerado inapto, inapto temporário ou apto com restrições no exame de aptidão física e mental e/ou considerado inapto ou inapto temporário na avaliação psicológica, poderá requerer, no prazo de trinta dias, contados a partir do conhecimento do resultado destes, a instauração de Junta Médica e/ou Psicológica aos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, para reavaliação do resultado. § 1º A Junta Médica deverá ser constituída por, no mínimo, três médicos peritos examinadores de trânsito nomeados pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal. Art. 12 – Mantido o laudo de inaptidão, inaptidão temporária ou apto com restrições pela Junta Médica ou Psicológica caberá, no prazo de trinta dias, contados a partir do conhecimento do resultado da reavaliação, recurso ao Conselho Estadual de Trânsito – CETRAN ou ao Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE. Art. 13 – § 1º O órgão ou entidade executivo de trânsitodo Estado ou do Distrito Federal deverá, no prazo de quinze dias úteis, contados do recebimento do requerimento, designar Junta Médica ou Psicológica. Art. 14 – A Junta Especial de Saúde deverá ser constituída por, no mínimo, três médicos, sendo um com conhecimentos específicos vinculados à causa determinante do resultado de inaptidão ou, no mínimo, três psicólogos, sendo um com conhecimentos específicos vinculados à causa determinante do resultado de inaptidão. I – Médicos e psicólogos com no mínimo de 2 anos de formados; II – Médicos especialistas (ABRAMET) ou Residência Médica III – Psicólogos especialistas ou capacitação em psicólogo perito examinador.
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