Projeto de TCC filosofia

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FACULDADE NORTE CAPIXABA DE SÃO MATEUS
PEDAGOGIA
TATIANA MOREIRA RIBEIRO PEREIRA
A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL: REFLEXÕES COM AS TURMAS DO 1º E 4 ANO
SÃO MATEUS
2017
TATIANA MOREIRA RIBEIRO PEREIRA
A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL: REFLEXÕES COM AS TURMAS DO 1º E 4 ANO
Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao programa de Graduação em Pedagogia da Faculdade Norte Capixaba de São Mateus, como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciatura em Pedagogia
Orientadores: 
SÃO MATEUS
2017
1 INTRODUÇÃO
O ser humano tem a necessidade de compreender tudo que está em sua volta, onde alguns chamam de razão, outros chamam de consciência e que se leva a ir além, no sentido de querer saber as coisas para que se ganhe segurança. Uma segurança que venha a partir da explicação de um mundo que em primeiro momento é absolutamente desconhecido para nós. 
E dessa forma, a filosofia entra nesse contexto para tentar responder as questões que o ser humano carrega consigo. Entretanto, é necessário compreender o que significa filosofia, e de acordo com Chauí (2010) “[...] poderia ser : a decisão de não aceitar como naturais, óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes have-los investigado e compreendido”. (p. 21)
E nesse sentido, filosofar é buscar uma explicação que dê sentido as coisas da vida, é uma busca sem fim. Ela está relacionada tanto ao conhecimento teórico quanto a sabedoria prática. Esse entendimento , quando se é apropriado pelo ser humano faz com que haja a reflexão da realidade do mundo, das coisas mais complexas, como mais simples.
Assim, se a filosofia se faz tão importante para a formação humana, vale destacar a sua importância na educação. À medida que o ser humano vivencia experiências em seu cotidiano, inserindo-se no mundo vai adquirindo valores morais e éticos, aprendendo a conviver com inúmeros aspectos cognitivos, sócias e culturais. E dessa maneira, a educação visa trazer sua contribuição para que esses valores sejam aprendidos no contexto educacional com intuito de possibilitar a reflexão e novo conhecimento de mundo.
De acordo com Aranha (1996, p. 15):
A partir das relações que estabelecem entre si, os homens criam padrões comportamentos, instituições e saberes, cujo aperfeiçoamento é feito pelas gerações sucessivas, o que lhes permite assimilar e modificar os modelos valorizados em uma determinada cultura. É, a educação, portanto, que mantém viva a memória de um povo e dá condições para a sua sobrevivência. Por isso dizemos que a educação é uma instância mediadora que torna possível a reciprocidade entre o indivíduo e sociedade.
Nessa perspectiva, o ensino de filosofia ganha notoriedade ao se confrontar com novos saberes, reflexões e práticas educativas que se estabelecem entre o professor e aluno para que, faça com que o discente possa questionar o mundo ao desenvolver um pensamento crítico e reflexivo.
Enquanto a educação trabalha com o desenvolvimento dos jovens e das novas gerações de uma sociedade, a filosofia é reflexão sobre o que e como devem ser e desenvolver estes jovens e essa sociedade. (...) O educando, que é, o que deve ser, qual seu papel no mundo; a sociedade, o que é, o que pretende; qual deve ser a finalidade da ação pedagógica. Estes são alguns problemas que emergem da ação pedagógica dos povos para a reflexão filosófica, no sentido de que esta estabeleça pressupostos para aquela (LUCKESI, 1994, .p 31,32).
Baseado nestes princípios, de contribuição para um desenvolvimento crítico e reflexivo, a filosofia pode ser também objeto de importância para as crianças, haja vista que, o processo de desenvolvimento humano precisa começar desde cedo, pois, a criança possui o seu próprio jeito de pensar. Logo, o teórico americano Matthew Lipman preocupado em contribuir para a respeito do ensino de Filosofia para crianças. Desenvolveu uma proposta que levasse em consideração a aprendizagem da criança em relação a filosofia, ao propor métodos de ensino para crianças desde as idades da séries iniciais, levando os pequenos a discutirem conceitos filosóficos.
As relações entre Filosofia e Infância antes de Lipman remetiam-se tão somente à investigação da primeira acerca do conceito da segunda. Este autor foi o precursor deste trabalho pensando, não somente na relação entre Filosofia, Infância e escola, como também fundamentou pressupostos teórico-metodológicos e organizou um currículo e material didático que viabilizasse seu objetivo. Contudo, deve-se ler e entender sua proposta de forma crítica para perceber como ao tentar conceder habilidades ao pensamento das crianças, ele acaba as destituindo de suas potencialidades e possibilidades.
O programa lipmaniano de Filosofia para crianças tem como propósito desenvolver nas crianças habilidades cognitivas, mediante temas filosóficos em uma linguagem que a criança possa compreender. Assim, Lipman observa nas histórias uma perspectiva inicial para que a criança possa ser iniciada no mundo da filosofia.
As histórias para as crianças são mercadorias preciosas – bens espirituais. Constituem a espécie de bens de que não despojamos ninguém ao torná-los nossos. As crianças adoram os personagens de ficção das histórias que leem: apropriam-se deles como amigos – como companheiros semi-imaginários. Dando às crianças histórias de que se apropriar e significados a compartilhar, proporcionamo-lhes outros mundos em que viver – outros reinos em que habitar (LIPMAN, 1998, p. 62).
Uma Filosofia na sala de aula da escola fundamental abre um importante terreno de possibilidades. Seu papel refere-se menos a iniciar a criança na compreensão da estrutura social, cultural e política, quanto a aguardar na maturidade. Mas fundamentalmente, na afirmação de suas formas próprias de constituição de sentidos, de relações de convivência com suas realidades e culturas próprias.
Na contribuição de uma Filosofia para a sala de aula, refletem-se a capacidade do diálogo investigativo com crianças tornar-se um instrumento de vínculo entre o pensamento, o prazer e o conhecimento.
JUSTIFICATIVA
O projeto de pesquisa justifica-se pelo propósito de investigar a importância da aprendizagem no ensino de Filosofia com as turmas do 1º e 4º ano do Ensino Fundamental I de uma escola da rede pública, a fim de verificar como ocorre a aquisição do conhecimento das crianças a respeito dessa disciplina, em razão de que, a filosofia dirigida ao público infantil é um movimento de descobertas que pode auxiliar na reflexão e obtenção de um pensamento crítico.
Embora se saiba que é na infância que a mente está propícia a aprendizagens importantíssimas para o prosseguimento da vida, há a compreensão de que a criança não tem o potencial de filosofar pelo simples fato estar iniciando sua existência, sem ter clara uma visão de mundo. 
De acordo com a fala de Lipman (2001, p. 34):
As crianças aprendem lógica ao mesmo tempo em que aprendem linguagem. As regras da lógica, assim como as da gramática, são adquiridas quando as crianças aprendem a falar. Se dissermos a uma criança bem pequena “se você fizer isso você apanha”, pressupomos que a criança entende que “se não quero apanhar, eu não devo fazer isso”. Esta pressuposição geralmente está correta. As crianças bem pequenas, em outras palavras, reconhecem que negar o conseqüente exige negação do antecedente. Embora isso seja um exemplo de um raciocínio muito sofisticado, as crianças são capazes de fazê-lo ainda bem pequenas. 
Nessa perspectiva, é possível afirmar que o contato com o ensino de filosofia no contexto escolar poderá proporcionar aprendizados significativos desde os anos iniciais possibilitando que a criança crie um espaço de criatividade, de questionamentos,de capacidade perguntar, de sistematizar o que se pergunta, transformando a curiosidade diletante em curiosidade metódica. 
Torna-se importante refletir como os educandos contextualizam o ensino de filosofia no ambiente escolar em favor de seu desenvolvimento humano, justamente por abrir-se ao mundo de uma forma diferente a partir do conhecimento adquirido a partir dessa disciplina. 
[...] a filosofia contribui para se manter aberta sempre a pergunta pelo sentido de como vivemos e do que fazemos [...]. A filosofia é ela mesma transformadora, seu exercício impede o continuar pensando da forma em que se pensava. A filosofia serve ao pensamento, à sua própria lógica problematizadora, sem que isso signifique que preste uma utilidade definida externamente (KOHAN, 2000, p. 189).
Estimular a prática filosófica tem como objetivo investigar o desenvolvimento de todo um conjunto de competências, pensamentos e atitudes que naturalmente vão transferir para as outras disciplinas e se revelam vantajosas em sua vida no cotidiano. 
Com isso, iremos conseguir estimular as crianças a ouvir, fazer perguntas cada vez mais pertinentes, descobrir os valores das ideias dos outros, ganhar confiança do seu próprio pensamento, autonomia do pensar, desenvolver uma consciência ética, se expressar criticamente, descobrir as várias relações entre o pensar, falar, ouvir, agir e até mesmo respeitar a capacidade de cooperação, melhorando assim sua autoestima. 
DELIMITAÇÃO DO TEMA
Este projeto se delimitará em investigar a importância da aprendizagem no ensino de Filosofia com turmas do 1º 4º ano do Ensino Fundamental I, por meio de dados que serão coletados numa escola da rede pública em São Mateus, no ano de 2017, na qual serão realizadas atividades educativas, entrevistas e observações a fim de verificar como ocorre a aquisição do conhecimento das crianças a respeito dessa disciplina, em razão de que, a filosofia dirigida ao público infantil é um movimento de descobertas que pode auxiliar na reflexão e obtenção de um pensamento crítico.
FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
A filosofia é uma área do conhecimento humano, que por razões históricas reservou para si um questionamento profundo sobre o sentido da vida, sobre os valores morais, sobre a análise do poder, a relação do homem com a natureza, entre outros. Nesse sentido, é cabível questionar:
Qual a importância da aprendizagem no ensino de Filosofia no Ensino Fundamental I?
É necessário compreender como as crianças procuram assimilar o aprendizado do ensino em filosofia dentro do contexto escolar. 
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Investigar a importância da aprendizagem no ensino de Filosofia com turmas do Ensino Fundamental I.
Objetivos Específicos
Apresentar e discutir sobre a disciplina de Filosofia através de um levantamento bibliográfico a partir da análise de obras de teóricos da área;
Analisar a estrutura curricular da disciplina de Filosofia da rede pública de ensino;
Realizar uma pesquisa de campo com turmas do 1º e 4º ano do ensino fundamental I, na qual, serão disponibilizadas atividades educativas de filosofia, a fim de capacitá-los ao debate, questionamentos, confronto de ideias e aprendizados;
2 METODOLOGIA
O presente projeto surge da necessidade de investigar a importância da aprendizagem no ensino de Filosofia com turmas do 1º 4º ano do Ensino Fundamental I. Para que essa pesquisa se realize, é necessário seguir fazer uma pesquisa científica para que se cheguem as respostas claras, concisas e objetivas.
Lakatos e Marconi (2001, p. 163) defendem que “a seleção do instrumento metodológico está diretamente relacionada com o problema a ser estudado, a natureza dos fenômenos, o objetivo da pesquisa”.
Dessa forma, serão apresentados todos os recursos metodológicos que servirá como ferramentas para o recolhimento de dados e análise das informações, ressaltando todos os métodos na elaboração no decorrer da pesquisa.
No que diz respeito à classificação da pesquisa, segundo Ferrão (2012, p. 79) “A pesquisa divide-se em exploratória, descritiva e explicativa”.
Pretende-se realizar para esse projeto a pesquisa exploratória por ser baseado na oportunidade de familiarizar-se com a temática a partir das indagações feitas. Isso porque a partir de sua problemática a investigação contribuirá para que se construam hipóteses sobre o problema proposto. 
De acordo com Ruiz (2006, p.50), pesquisa exploratória:
Consiste numa caracterização inicial do problema, de sua classificação e de sua reta definição. Constitui, pois o primeiro estágio de toda a pesquisa científica; não tem por objetivo resolver de imediato o problema, mas tão-somente apanhá-lo, caracterizá-lo.
Esta pesquisa busca-se a partir da pesquisa descritiva observar, registrar e analisar no intuito de investigar a importância da aprendizagem da disciplina de filosofia, utilizando como meios de coleta de dados, atividades educativas, entrevistas e observações nas salas do 1º e 4 ano do ensino fundamental.
Como técnica da coleta de dados será utilizada a pesquisa bibliográfica. Esta pesquisa caracteriza-se como bibliográfica, pois a mesma possibilita o levantamento de dados a partir de referencial teórico, procurando esclarecer o problema detectado, para assim obter maiores informações sobre o tema estudado pela pesquisadora.
Segundo Cervo, Bervian e Da Silva (2007, p.60) diz que: 
 
A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em artigos, livros, dissertações e teses. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. 
Como forma de obter dados significativos é necessário observar, identificar e fazer as devidas considerações no ambiente a ser pesquisado para isso será realizada uma pesquisa de campo. Isto é, isto é, observar como é a forma de trabalho do docente e como acontece a aprendizagem dos alunos referente a disciplina de Filosofia.
Para Ruiz (2006, p. 50) “A pesquisa de campo consiste na observação dos fatos tal como ocorrem respontaneamente, na coleta de dados e no registro de variáveis presumivelmente relevantes para ulteriores análises”. 
Portanto, a pesquisa de campo será muito importante para a proposta de mostrar a importância da disciplina de filosofia nas séries de ensino fundamental I, pois aprofundar sobre o tema através da observação mais detalhada no ambiente educacional enriquecerá a pesquisa e proporcionará um aprendizado significativo para a pesquisadora.
As fontes podem ser classificadas da seguinte forma, conforme Cervo, Bervian e Da Silva (2007, p.80) diz que: 
 
Primárias: quando coletados em primeira mão, como pesquisa de campo, testemunho oral, depoimentos, entrevistas, questionários, laboratórios. Secundárias: quando colhidos em relatórios, livros, revistas, jornais e outras fontes impressas, magnéticas ou eletrônicas. 
 
A presente pesquisa será composta por fontes primárias e secundárias, pois para a sua realização serão coletadas informações através de entrevistas para o público alvo (professores e alunos), além das observações que serão realizadas nas duas turmas do ensino fundamental I em uma escola no município de São Mateus – ES, no intuito de levantar dados referentes ao problema pesquisado, à mesma também conta com referencial teórico de livros, artigos e revistas. 
 Ruiz (2006, p.51) reintera que a entrevista: 
Consiste no diálogo com o objetivo de colher, de determinada fonte, de determinada pessoa ou informante, dados relevantes para a pesquisa em andamento. Portanto, não só os quesitos da pesquisa devem ser muito bem elaborados, mas também o informante deve ser criteriosamente selecionado.
A entrevista será elaborada de acordo com o tema abordado, em forma de perguntas semi-estruturadas, para os professores e alunos responderem, no intuito, de fazer um levantamento de dados. A entrevista vai ser de fundamental importância para a o projeto de pesquisa em questão para observar o espaço escolar,compreender o trabalho pedagógico do docente dentro da sala de aula e entender como os alunos d das turmas do 1 e 4 ano do ensino fundamental compreender e assimilam a aprendizagem da disciplina de filosofia.
Dessa maneira, mediante a metodologia descrita acima será utilizada na pesquisa para que seja realizada uma pesquisa esclarecedora a respeito da importância da aprendizagem de alunos do ensino fundamental na disciplina de filosofia no intuito de formar cidadãos críticos e reflexivos.