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EXAME IRIDOLÓGICO NA CLÍNICA MÉDICA VETERINÁRIA Kath Freire de Vasconcelos1, Nara Martins Correia de Oliveira2 e Fabrício Bezerra de Sá3 ________________ 1. Discente do Curso de Graduação em Medicina Veterinária e Bolsista do programa de Educação Tutorial de Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av.Dom Manoel de Medeiros, s/n, Recife, PE, CEP 52171900. E-mail: kath.vet@gmail.com 2. Discente do Curso de Graduação em Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n, Recife, PE, CEP 52171900. 3. Professor Adjunto do Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n, Recife, PE, CEP 52171900. Introdução A iridologia é uma ciência que permite ao iridologista analisar integralmete o indivíduo através da observação da íris. Por meio dela é possível conhecer, em um dado momento, a constituição geral ou parcial da pessoa ou animal, bem como os estágios evolutivos – agudo, subagudo, crônico e degenerativo – das alterações que acometem um ou mais órgãos, sejam estas alterações de ordem hereditária ou adquiridas, e também, prever o que está por vir, sendo, portanto, também, um método diagnóstico preventivo [1]. A observação da íris para se detectar alterações orgânicas já era usada no Antigo Egito e há séculos é utilizada pelos chineses, no entanto a iridologia moderna surgiu com o médico húngaro Ignatz Von Peczeley (1855-1911), em meados do século 19 [2, 3]. Aos dez anos de idade Peczeley fraturou acidentalmente a pata de uma coruja e observou na sua íris a presença de um sina que a medida em que ocorria a calcificação este mudava de características [1, 2, ]. Aos 22 anos Peczeley, ao ser preso, por suas atividades revolucionárias, encontrou tempo na cadeia para se dedicar aos seus estudos sobre iridologia [2, 4]. Em 1873, Peczeley publicou o primeiro livro sistemático sobre Iridologia, e foi a partir dos seus trabalhos que esta ciência ganhou adeptos e seguidores no mundo inteiro [1]. Ele também foi o primeiro a representar topograficamente os órgãos na íris e a elaborar um mapa da íris. Posteriormente este mapa foi sendo aperfeiçoado por outros estudiosos desta ciência [5]. A íris é composta por três camadas: uma camada epitelial anterior; uma camada média de estroma de tecido conjuntivo, que contém os dois músculos lisos; e a camada posterior de camada pigmentada, que constitui a extensão anterior da camada pigmentada da retina [4, 6]. A íris é inervada pelas fibras parassimpáticas do III nervo craniano (nervo oculomotor) e pelo nervo ciliar longo do sistema nervoso simpático. O músculo esfíncter da íris e o músculo ciliar são inervados pelas fibras do III nervo craniano e tem a função de reduzir o diâmetro da pupila. Já o músculo dilatador da íris é inervado pelo nervo ciliar longo [7]. Na íris estão representados todos os órgãos do corpo, nela estão impressos a Biopatografia (bio = vida, pato = patologias = doenças, grafia = impressão) do indivíduo [8]. Na íris o genótipo se expressa por meio da constituição geral dos órgãos de choque, ou seja, aqueles órgãos que não completaram o seu desenvolvimento embriológico e que por serem mais fracos são os primeiro a serem atingidos diante de estímulos nocivos. Já os sinais fenotípicos são expressos por alterações da parte simpática do sistema nervoso autônomo (SNA), assim como por eventuais alterações fisiológicas de origem química [8]. Para fins didáticos a íris é dividida em sete anéis concêntricos (Figura 1A) e em doze ângulos radiais semelhantes à distribuição das horas do relógio (Figura 1B), onde cada segmento corresponde à localização de um ou mais órgãos [4] Além da localização da estrutura afetada na íris é possível observar o estágio evolutivo da lesão. (Figura 1C). Cada estágio evolutivo, agudo, subagudo, crônico ou degenerativo, é representado por uma coloração que são, rspectivamente, a branca, o branco-acinzentada, a cinza e a enegrecida [9]. Esta mudança de coloração na íris, de acordo com o estágio evolutivo, se deve a abertura das fibras, que conforme um órgão vai sofrendo um maior acometimento, vão se abrindo fazendo com que sejam evidenciadas as camadas mais profundas da íris, que ficam cada vez mais escuras tanto maior for a profundidade [4]. A coloração, em cada um desses estágios indica, respectivamente, metabolismo aumentado decorrente de um consumo maior de nutrientes com o intuito de se vencer a agressão sofrida, e uma maior produção de muco, de radicais livres e de substâncias ácidas; diminuição do poder curativo da estrutura em decorrência de uma falta de absorção e retenção de nutrientes, devido a um excesso de consumo, a má perfusão sanguínea ou a um estímulo demasiadamente forte; dificuldade de absorção e retenção de nutriente, alterações vásculo-nervosas importantes, que promovem o aparecimento de doenças mais graves; e destruição tecidual da estrutura afetada [8]. Diante da riqueza de informações, acerca do metabolismo e da integridade das estruturas orgânicas, que a iridologia proporciona, este trabalho demostra como o exame iridológico pode ser realizado visando um diagnóstico preciso e eficaz. Material e métodos O projeto foi desenvolvido no Hospital Veterinário do Departamento de Medicina Veterinária da UFRPE com gatos atendidos no mesmo. Para a realização do exame foi utilizado uma lanterna como foco de luz, uma camera fotográfia digital e um mapa iridológico. Observou-se inicialmente se o animal apresentava alguma patologia oftalmica. Após constatar a sanidade dos olhos foi realizada a fotografia de ambas as Íris, com o auxílio do foco de luz, para minimizar o desconforto dos animais, causado pela utilização da lanterna. Após tirar as fotografias as mesmas foram observadas. A observação foi feita, no primeiro momento, no vídeo da câmera digital e depois, de forma mais minunciosa em um computador. Observou- se a púpila, a disposição das fibras e a constituição da íris. Após este exame geral observou-se as regiões correspondentes aos órgãos tendo sempre em mãos o mapa iridológico. Após a realização do exame da íris procedeu-se a anamnese do paciente. Resultados e Discussão A utilização de um recurso fotográfico para a análise da íris dos animais faz-se necessário pois visa diminuir o desconforto causado pela utilização do foco de luz nos mesmos e proporciona melhor visualização dos sinais, embora inicialmente e dependendo do animal a obtenção de uma imagem nítida seja difícil. Ao realizar este exame em gatos deve-se ter o cuidado de não estressar os animais, pois quando os mesmos encontram-se estressados ocorre a protusão da terceira palpebra o que dificulta a visualisação da íris. Segundo COSTA [4], na observação da íris quanto a sua constituição, pode-se observar a predisposição do animal a apresentar doenças. Animais de constituição forte apresentam fibras compactas, sem relevo e com uma coloração uniforme e brilhante e raramente apresentam patologias. Já os animais de constituição fraca apresentam fibras irregulares com várias formar e contornos em toda a sua extensão, além de apresentarem diferenças em sua tonalidade e geralmente, apresentam diversas patologias no decorrer de sua vida e, portanto merecem atenção especial, um exemplo de animais que possuem constituição fraca são aqueles que passam por sucessivos cruzamentos consangüíneos. Para a realização do exame também foi utilizado o mapa iridológico da espécie humana, pois ainda não existem mapas que expressem as particularidades de cada espécie (Figura 2), que serve de referência, principalmente, para as aves e os cães, devido à semelhança da íris destes a do ser humano. Infelizmente aindaexistem poucos estudos que comprovam a eficiência do emprego deste método na medicina veterinária, portanto vale ressaltar a importância da realização de mais estudos na área e conseqüentemente da elaboração de mapas iridológicos para cada uma das diferentes espécies animais. A sua utilização na clínica é fácil exigindo apenas perícia de que o utiliza. Ela não exige sedação dos animais, e exige paciência do veterinário, especialmente se tratando de gatos. A iridologia é um método diagnóstico eficaz, empregado em humanos e que pode e deve ser empregado em animais. Exemplo disso foi o fato de que ela surgiu, nos tempos modernos, a partir da observação da íris de um animal silvestre. Ela pode ser utilizada como auxílio no diagnóstico das enfermidades que acometem os animais proporcionando um diagnóstico mais seguro, bem como um tratamento mais eficiente com menos efeitos colaterais e a prevenção de futuras patologias. Referências [1] HELLMANN, F.; FAVERI, J. M.; MARION, R. T.; MULLER, T. L. Iridologia nas Disfunções Cardíacas. In: VII Congresso Brasileiro de Iridologia e V Congresso Internacional de Irisdiagnose, 2004, Valinhos - SP. VII Congresso Brasileiro de Iridologia e V Congresso Internacional de Irisdiagnose, 2004. Disponível em: <http://www.amiiris.com/port/trabalhos/7congresso/Disfun%E7%F 5es%20Card%EDacas%20-%20Jeanine.pdf>. Acesso em: 30/01/2009. [2] FLÔR, G. de S. Estresse: uma abordagem iridológica. São Paulo, 2004. Dissertação apresentada à FACIS/IBEHE, como exigência parcial para obtenção do título de especialista em iridologia e irisdiagnose. Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo Centro de Ensino Superior de Homeopatia IBEHE. Disponível em: <http://www.ambiiris.com/port/trabalhos/7congresso/ESTRESSE% 20UMA%20ABORDAGEM%20IRIDOL%D3GICA.pdf>. Acesso em: 30/01/2009. [3] HATADA, A. Iridologia alemã correlacionada com os medicamentos homeopáticos. Monografia apresentada como parte das exigências para obtenção do título de especialista em Iridologia- Irisdiagnose. São Paulo,2004. FACIS- IBEHE Faculdade de ciências da saúde de São Paulo, Centro superior em homeopatia IBEHE. [4] COSTA, V. T. Iridologia. Monografia apresentada para a conclusão do curso de Especialização Latu sensu em Clínica Médica e Cirúrgica em Pequenos Animais – UCB. Rio de Janeiro, 2007. [5] HERBER, S.; REHBEIN, M.; ZTEPAS, T.; POHL, C.; ESSER, P. Hilft die Irisdiagnose bei der Erkennung des kolorektalen Karzinoms?. Der ophtalmologe. 105 v. 6 n. 570-574 p. Junho de 2008. [6] DIESEM, C. Generalidades sobre órgãos sensoriais e tegumento comum. Cap. 14. 213-214 p. GUETY, R. Anatomia dos animais domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara, 1 v., 5 ed., 1975. [7] WALDE, I.; SCHAFFER, E.H.; KOSTLIN, R.G. Atlas de Clínica Oftalmológica do Cão e do Gato. São Paulo: Manole, 2ª Ed. 1998. Cap. 1 Considerações Anatômicas e Fisiológicas. 3 p. [8] MOCELLIN, M. Padrão iridológico do enfermeiro segundo o método RAY ID. Monografia apresentada como parte das exigências para obtenção do título de especialista em Iridologia- Irisdiagnose. Porto Alegre, 2006. FACIS- IBEHE Faculdade de ciências da saúde de São Paulo, Centro superior em homeopatia IBEHE. [9] JAE-YOUNG UM; NYEON-HYOUNG AN; GUI-BI YANG; GEON-MOK LEE; JU-JANG CHO; JAE- WOON CHO; WOO-JUN HWANG; HAN-JUNG CHAE; HYUNG-RYONG KIM; SEUNG-HEON HONG; HYUNG-MIN KIM. Novel Approach of Molecular Genetic Understanding of Iridology: Relationship Between Iris Constitution and Angiotensin Converting Enzyme Gene Polymorphism. The American Journal of Chinese Medicine. Vol. 33, n. 3, p. 501-505. 2005. Figura 1. Fig. 1A, Disposição concentrica da íris; Fig. 1B, Distribuição em doze ângulos radiais da íris. Fig. 1C, Anatomia da íris X cor do sinal iridológico. Figura 2. Mapa iridológico humano.
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