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Introdução a Mecânica dos Solos Introdução a Mecânica dos Solos O solo é um material complexo: • Grande variedade de solos → Variando de blocos de pedras, duros e grandes até solos orgânicos (turfas) compressíveis e moles, passando por areias, siltes e argilas. • Grande variedade de densidades e conteúdos de água. • Num mesmo local podemos encontrar diferentes tipos de solos, sendo que a composição pode variar de grandes camadas (metros) a pequenas camadas (poucos centímetros). Importância da Mecânica dos Solos • Toda obra de engenharia fica assente sobre o solo, e o comportamento do solo deve inevitavelmente ser considerado. • Além do mais, em algumas obras o solo é utilizado como material de construção , assim como o concreto e o aço na construção de pontes. – Exemplos: Aterros rodoviários, base para pavimentos de aeroportos e barragens de terra. Mecânica dos Solos Comportamento do Solos Tensões são aplicadas Tensões são aliviadas Escoamento de água nos vazios Importância da Mecânica dos Solos Solo pode ser utilizado: Estado Natural Elemento de suporte de uma estrutura Fundação de Edifício e Pontes Como a própria estrutura Corte em Estradas e na Mineração Material de Construção Aterros de Barragens Base e sub-base de estradas Aplicações – Mecânica dos Solos Fundações: As cargas da estrutura são descarregadas no solo através dos elementos de fundação. O tipo de fundação, e os detalhes construtivos são conhecidos através dos conhecimentos adquiridos na mecânica dos solos. Aplicações – Mecânica dos Solos Túneis, estruturas de drenagem são projetadas e construídas utilizando os princípios da mecânica dos solos e a interação solo-estrutura; Aplicações – Mecânica dos Solos Murros de Arrimo e Cortinas Atirantadas são projetadas e construídas utilizando os princípios da mecânica dos solos e a interação solo-estrutura; Aplicações – Mecânica dos Solos Pavimentos dependem dos solos para transmissão das cargas geradas pelo tráfego. No projeto de pavimentos deve-se considerar os efeitos da expansão e contração do solo por variações da umidade do solo. Aplicações – Mecânica dos Solos Quando se realiza escavações no solo precisa-se determinar a estabilidade do talude para não haver desmoronamento. Quando as escavações são profundas necessita-se de escoramentos provisórios. Essas considerações sobre estabilidade de talude e necessidade de escoramentos são baseadas nos conhecimentos das mecânica dos solos. Aplicações – Mecânica dos Solos Para execução de aterros necessita-se conhecer o comportamento do solo , principalmente na presença da água. Deve-se conhecer a estabilidade do talude, o efeito do fluxo da água no solo, adensamento, e finalmente o processo de compactação do solo empregado. Um projeto eficiente de um aterro necessita desses conhecimentos. Aplicação – Mecânica dos Solos Projetos de barragens de terra, assim como em aterros necessita-se a estabilidade do talude, o efeito do fluxo da água no solo, adensamento, o processo de compactação do solo empregado, etc . Conceito de Solo e Rocha na Engenharia • A definição do que é solo depende em muitos casos de quem o utiliza. – Os agrônomos, por exemplo, o vêem como um material de fixação de raízes e um grande armazém de nutrientes e água para as plantas. – Para o geólogo, a capa de solo sobrejacente ao minério é simplesmente um material de rejeito a ser escavado. – Para o engenheiro civil, os solos são um aglomerado de partículas provenientes de decomposição da rocha, que podem ser escavados com facilidade, sem o emprego de explosivos, e que são utilizados como material de construção ou de suporte para estruturas; e rocha é todo o material que necessita de explosivo para seu desmonte Origem dos Solos • Solos são materiais que resultam do intemperismo das rochas. Ou seja, as rochas sofrem um conjunto de ações físicas e químicas que produzem sua destruição. • Intemperismo é o processo que transforma rochas maciças e tenazes em materiais plásticos e friáveis (solos). O intemperismo pode ser físico, químico ou biológico. Rocha Intemperismo Solo Tipos de Intemperismos • Intemperismo Físico: – Causa a desintegração da rocha através de agentes como água, temperatura, vegetação e vento. – Provoca desintegração da rocha, formando sedimentos dos tamanhos diversos , porém, é mantida a composição mineralógica da rocha matriz. – Formam-se pedregulhos e areias (solos de partículas grossas) até mesmo siltes (solos intermediários) . • Intemperismo Químico: – Processo caracterizado por reações químicas dos minerais constituinte das rochas e a água. – Sendo a água o principal agente os principais mecanismo de ataque são: oxidação, hidratação , etc. – A argila (solos partículas finas) representam o último produto da decomposição. – Nesse processo ocorre modificação mineralógica da rocha de origem. Tipos de Intemperismos • Intemperismo Biológico: – Ocorre devido a esforços mecânicos produzidos por vegetais, através de raízes, por animais através das escavações de roedores , da ação de minhocas ou de ação do próprio homem. – Fatores biológicos de maior importância incluem a influência da vegetação no processo erosivo da rocha e o ciclo de meio ambiente entre solo e planta e entre animais e solo. – Pode-se dizer que o intemperismo biológico é uma categoria de intemperismo químico em que as reações químicas que ocorrem nas rochas são provocados por seres vivos. Normalmente esses processos ocorrem simultaneamente. Em determinados locais e condições climáticas pode ocorrer a predominância de um dos processos. Fatores Importantes na Formação do Solo Fatores Importantes Rocha de Origem Clima Topografia Vegetação Formação dos Solos – Origem das Rochas • A composição mineralógica e a textura da rocha de origem, são elementos importantes na fase inicial do processo de intemperismo em face das diferenças nos tempos necessários a alteração. • Dependendo ainda de outros fatores, uma mesma rocha poderá formar solos com propriedades diferentes, enquanto que rochas com composição diferente poderão formar um mesmo tipo de solo. • Muitas propriedades físicas dos solos são ditadas pelo tamanho da partícula , forma e composição química dos grãos. Para compreender esses fatores devemos conhecer os tipos básicos de rochas que forma a costra terrestre. Quanto a origem as rochas são: – Rochas ígneas – Sedimentares – Metamórficas Formação das Rochas - Origem das Rochas • Rochas Ígneas: – São formadas pela solidificação do magma . Quando o magma atinge a superfície da terra, esfria formando as rochas ígneas extrusivas. – As vezes o magma cessa sua mobilidade abaixo da superfície da terra, e resfria formando as rochas ígneas intrusivas. • Rochas Sedimentares: – São rochas formadas pela compactação e/ou cimentação de depósitos de pedregulhos, areias, siltes e argilas. • Compactação → sobrecarga de pressão • Cimentação → Agentes como óxido de ferro, calcita etc. Esses agentes são arrastados pelo lençol freático preenchendo os vazios entre as partículas formandos as rochas sedimentares. • Rochas Metamórficas: – Metamorfismo é o processo de alteração da composição e textura das rochas por calor e pressão. Durante o processo novos minerais são formados. Formação das Rochas - Clima • O clima, através da temperatura e da chuva, é o fator preponderanteno tipo e extensão do intemperismo. • Na região equatorial onde a quantidade de chuva é grande e a temperatura alta, o intemperismo químico é mais ativo, bem como a formação de uma espessa camada de solo. • Em regiões temperadas, com estações bem definidas, há uma atuação conjunta dos dois tipos de intemperismo, sendo os processos físicos predominantes no inverno e os químicos no verão. • Com relação ao Brasil, regiões com altas índices pluviométricos a alta umidade do ar (Litoral Nordestino , Região Sudeste, Região Sul, Região Amazônica e Pantanal Mato-grossense) tendem a apresentar uma predominância do intemperismo químico, o contrário ocorrendo em regiões de clima seca(Sertão Nordestino e Cerrado). Formação das Rochas – Topografia e Vegetação • A topografia do terreno controla a percolação, infiltração e velocidade superficial da água e a erosão. • Solos formados em taludes íngremes são diferentes de solos formados em áreas poucos inclinadas. • A quantidade de ácido orgânicos que atacam as rochas dependem da vegetação existente da região e é importante na formação de alguns tipos de solos. • Finalmente, o tempo de atuação de todos esses fatores contribuem para gerar diferentes tipos de solos. Classificação dos Solos – Quanto a origem Quanto a Origem Solos Residuais Estão sobrejacentes a rocha que o constituiu Solos Transportados Sofrem transporte e não estão sobre a rocha que o constituiu Solos Orgânicos Apresenta como principal constituinte a matéria orgânica Classificação dos Solos - Solos Residuais • São aqueles de decomposição de rochas que se encontram no próprio local em que se formaram. • Para que eles ocorram é necessário que a velocidade de decomposição seja maior do que a velocidade de remoção por agentes externos. • A região tropical é favorável a degradação das rocha mais rápida, razão pela qual ocorre uma maior ocorrência de solos residuais, por exemplo no Brasil. • O perfil desse solo apresenta um grau de intemperização decrescente com a profundidade. A transição é gradativa e classificada em três zonas distintas: – Solo Residual Maduro – Saprolito – Blocos em material alterado. Classificação dos Solos - Solo Residual • Solo residual maduro: camada superficial, em que o solo perdeu toda a estrutura original da rocha-madre; • Saprolito: camada em que o solo mantêm a estrutura original da rocha-madre, inclusive, veios fissuras e camadas, mas perdeu sua consistência . – A vista pode confundir-se com uma rocha alterada , porém , pela pressão dos dedos, esboroa-se completamente. • Bloco em material alterado: horizonte em que a alteração progrediu, ao longo de fraturas ou zonas de menor resistência, deixando relativamente intactos grandes blocos da rocha original envolvidos por solos de alteração de rocha. Classificação dos Solos – Solos Transportados • Solos transportados: são aqueles que foram levados ao local atual por algum agente de transporte. • Solos coluvionares: são formados pela ação da gravidade. São aqueles que sofrem escorregamento para os pés do talude. • Solos aluvionares: são resultantes do carregamento pela água. Sua constituição depende da velocidade da água no momento da deposição. • Solos eólicos: transportados pelo vento. Classificação dos Solos – Solos Orgânicos • Solos orgânicos são aqueles que contém uma quantidade apreciável de matéria decorrente da decomposição de origem vegetal e animal, em vários estados de decomposição. • As turfas são um tipo especial de solos orgânicos em que ocorrem um importante concentração de folhas e caules em processo de decomposição. Granulometria dos Solos Granulometria dos Solos • A primeira característica que diferencia os solos é o tamanho das partículas que os compõem. • Alguns solos são visíveis a olho nu (grão de pedregulho ou areia) e outros possuem grãos tão finos que, quando molhados se transformam em uma pasta, não permitindo a visualização a olho nu. • Denominações específicas são empregadas para as diversas faixas de tamanhos de grão; entretanto, seus limites variam conforme o sistema de classificação. Granulometria dos Solos • De acordo com a NBR 6502, temos: • Pedregulho: Solos formados por minerais ou partículas de rocha, com diâmetro compreendido entre 2,0 mm e 60 mm. Quando arredondados ou semi-arredondados, são denominados cascalho ou seixo. • Pedregulho fino: grãos compreendidos entre 2,0 mm e 6,0 mm. • Pedregulho médio :grãos compreendidos entre 6,0 mm e 20,0 mm. • Pedregulho grosso: grãos compreendidos entre 20,0 mm e 60,0 mm. Granulometria dos Solos • De acordo com a NBR 6502, temos: • Areia: Solo formado por minerais ou partículas de rochas com diâmetros compreendidos entre 0,06 mm e 2,0 mm. • Areia fina • Areia com grãos de diâmetros compreendidos entre 0,06 mm e 0,2 mm. • Areia média • Areia com grãos de diâmetros compreendidos entre 0,20 mm e 0,60 mm. • Areia grossa • Areia com grãos de diâmetros compreendidos entre 0,60 mm e 2,0 mm. Granulometria dos Solos • De acordo com a NBR 6502, temos: • Silte: Solo formado por partículas com diâmetros compreendidos entre 0,002 mm e 0,06 mm. • Argila: Solo de granulação fina constituído por partículas com dimensões menores que 0,002 mm. • Bloco de rocha : Fragmento de rocha, transportado ou não, com diâmetro superior a 1 m. • Matacão: Fragmento de rocha, transportado ou não, com uma dimensão compreendida entre 200 mm e 1 m. • Pedra-de-mão: Fragmento de rocha com diâmetro compreendido entre 60 mm e 200 mm. Granulometria dos Solos • De acordo com a escala granulometria adotada pelo DNER, temos: PEDREGULHO: 2,0 mm < φ < 76,0 mm AREIA: 0,074 mm < φ < 2,0 mm SILTE: 0,005 mm < φ < 0,074 mm ARGILA: Φ < 0,005 mm Granulometria dos Solos • A seguir são apresentadas as classificações adotadas pela A.S.T.M (American Society for Testing Materials), A.A.S.H.T.O. (American Association for State Highway and Transportation Officials), ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e M.I.T (Massachusetts Institute of Technology) Análise Granulométrica Análise Granulométrica • Análise granulométrica: determinação das dimensões das partículas do solo e das proporções relativas em que elas se encontram, sendo representada graficamente pela curva granulométrica. O levantamento da Curva Granulométrica do Solo é realizo com base em dois procedimentos distintos: Peneiramento e a Sedimentação Análise Granulométrica • A análise granulométrica de um solo cujas partículas têm dimensões maiores que 0,074 mm (peneira nº 200 da A. S. T.M.) é feita pelo processo comum do peneiramento. • Para os solos finos, isto é, com dimensões menores que 0,074 mm, já não podemos usar o processo do peneiramento , utilizando-se, então, o método de sedimentação. Análise Granulométrica - PENEIRAMENTO 1)Toma-se uma amostra de solo seco com peso P, e submete-se a um peneiramento; 2) Em seguida, toma-se os pesos das porções retidas nas diversas peneiras: P1, P2, P3, ....Pn 3) Converte-se esses pesos em porcentagens do peso total: (P1/P x100; P2/P x100; P3/P x100;......, Pnx100; 4) Somando-se esses porcentagens, temos a porcentagem acumulada retida; 5) Tomando-se o complemento para 100 em cada porcentagem retida têm-se as “porcentagens acumuladas que passam” Análise Granulométrica - PENEIRAMENTO • As aberturas das malhas das peneiras normais da A .S.T.M. são, em milímetros,indicadas abaixo: Análise Granulométrica- PENEIRAMENTO A indicação da peneira refere-se à abertura da malha ou ao número de malhas quadradas, por polegada linear. Abaixo, representamos a peneira de 3/16" e a peneira nº 7 Análise Granulométrica - SEDIMENTAÇÃO • Para os solos finos, isto é, com dimensões menores que 0,074 mm, já não podemos usar o processo do peneiramento , utilizando-se , então , o método de sedimentação. • Dentre os diversos métodos de análise por sedimentação, o mais simples é o desenvolvido por Casagrande , frequentemente usado nos laboratórios de Mecânica dos Solos. • O ensaio se baseia na lei de Stokes (1850) , a qual estabelece uma relação entre o diâmetro da partícula e sua velocidade de sedimentação em um meio líquido de viscosidade e peso específico conhecidos. Análise Granulométrica - SEDIMENTAÇÃO • O ensaio de sedimentação é realizado medindo-se a densidade de uma suspensão de solo em água no decorrer do tempo. • A partir da medida da densidade da solução no tempo, calcula-se a percentagem de partículas que ainda não sedimentaram e a velocidade de queda destas partículas. • Com o uso da Lei de Stokes determina-se o diâmetro máximo das partículas ainda em suspensão, e com esses dados completa-se a curva granulométrica. Análise Granulométrica - SEDIMENTAÇÃO Sedimentação - Procedimento • Colocando-se uma certa quantidade de solo em suspensão em água, as partículas cairão com velocidades proporcionais ao quadrado de seus diâmetros. • No instante em que a suspensão é colocada em repouso, a sua densidade é igual ao longo de toda a profundidade. Quando as partículas maiores caem, a densidade na parte superior do frasco diminui. • Numa profundidade qualquer, em um certo momento, a relação entre a densidade existente e a densidade inicial indica a porcentagem de grãos com diâmetro inferior ao determinado pela Lei de Stokes. Sedimentação - Procedimento • Considere-se à esquerda do frasco, estão indicados grãos com quatro diâmetros diferentes igualmente representados ao longo da altura, o que corresponde ao início do ensaio. • À direita do frasco, está representada a situação depois de decorrido um certo tempo. Sedimentação - Procedimento • As densidades de suspensão são determinadas com um densímetro, que também indica a profundidade correspondente. Diversas leituras do densímetro, em diversos intervalos de tempo, determinarão igual número de pontos na curva granulométrica, como se mostra
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