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PMT 2309 AULA 8 – 2018 Dentes, ancoramento e multiplicação de discordâncias Prof. Cesar R. F. Azevedo c.azevedo@usp.br Colaboração: Guilherme Apostólico Bortolini Lucas Sassmanhausen Moretto Kodaira Felipe Cebukin 1 1 Movimento e Multiplicação de Discordâncias http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html As interações entre as discordâncias móveis e sésseis geram dentes ao longo da linha das discordâncias móveis. Estes dentes induzem o ancoramento das discordâncias móveis, que aumenta a resistência do material à deformação plástica na primeira etapa da curva modelo de tensão versus deformação plástica de monocristais. A discordância ancorada, em pontos, sofrerá encurvamento, dando origem a uma fonte de multiplicação de discordâncias. 2 2 Geração de dentes (kinks e jogs) http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html Alguns mecanismos de produção destes dentes podem ser identificados: Intersecção e reação entre discordâncias. Minimização da energia de Peierls da discordância mista. Geração termicamente ativada de dentes (kinks e jogs) duplos por ascensão ou climb. 3 3 Potencial de Peierls-Nabarro e a formação de dentes http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html Para ultrapassar o máximo de energia potencial de Peierls-Nabarro, a tensão aplicada projetada deve ser maior do que a tensão crítica de cisalhamento do material tcrit. O potencial de Peierls-Nabarro define posições especiais de baixa energia potencial do reticulado, onde o núcleo da discordância prefere permanecer para minimizar o termo de excesso da energia livre de Gibbs (energia elástica). b 4 4 Potencial de Peierls-Nabarro e a formação de dentes University of Virginia, MSE 6020: Defects and Microstructure in Materials, Leonid Zhigilei 5 a tensão crítica de cisalhamento do material tcrit, é maior para a discordância em hélice ou em cunha? E com a e b? 5 Potencial de Peierls-Nabarro e a formação de dentes http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html Esta discordância mista, por exemplo, poderia ter a sua energia (energia potencial de Peierls-Nabarro ) minimizada pela sua “decomposição” em uma discordância pura em cunha (minimizando a energia relacionada com a existência do defeito linear) mais dentes. Há um aumento do comprimento da linha, mas sua energia potencial é menor. b 6 Formação dentes na mista maior energia menor energia 6 Geração de dentes (kinks e jogs) http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html Alguns mecanismos de produção destes dentes podem ser identificados: Intersecção e reação entre discordâncias. Minimização da energia de Peierls da discordância mista. Geração termicamente ativada de dentes (kinks e jogs) duplos. 7 7 Formação de dentes duplos por ativação térmica http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html Uma vez que um par de dentes em hélice é formado na discordância em cunha, os dois dentes em hélice podem se movimentar, ancorando a movimentação da discordância em cunha. b b b ldente ldente 8 Formação termodinamicamente ativada de dente duplo Separação dos dentes duplo Formação de novo dente duplo 8 Formação de dentes duplos em hélice por ativação térmica http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html A discordância em cunha estará ancorada pelos dentes de discordância em hélice e se movimentará apenas pela formação e movimentação dos dentes em hélice. b b b ldente ldente Vcunha? vhel vhel vhel vhel vhel vhel 9 Formação termodinamicamente ativada de dente duplo Separação dos dentes duplo Formação de novo dente duplo 9 http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html Movimento conservativo de discordâncias = movimentos no plano de escorregamento = escorregamento = movimentos sem a assistência de defeitos pontuais. Movimento não conservativo de discordâncias = movimentos fora do plano de escorregamento = ascensão = movimento necessitando a assistência de defeitos pontuais (lacunas) e termicamente ativados. Movimento conservativo e não conservativo de discordâncias 10 10 Movimento conservativo x não conservativo (↑T) de um dente em cunha em discordância em hélice http://www.bss.phy.cam.ac.uk/~amd3/teaching/A_Donald/Crystalline_solids_2.htm Presença do dente em cunha ancora a discordância em hélice. Não há movimento conservativo (por escorregamento) do dente em cunha. Plano de escorregamento da hélice Plano de escorregamento do dente em cunha v v 11 Movimento conservativo x não conservativo (↑T) de um dente em cunha em discordância em hélice http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html Uma discordância em hélice contendo dentes em cunha, como vimos no slide anterior (círculos laranja). Não há movimento conservativo (por escorregamento) do dente em cunha. 12 12 Movimento conservativo x não conservativo (↑T) de um dente em cunha em discordância em hélice http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html Os dentes em cunha ancoram a movimentação da discordância em hélice, que vai se curvando com o aumento da tensão de cisalhamento projetada (t>tcritico). A discordância em hélice dá origem a várias discordâncias mistas paralelas. 13 13 http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html Em caso de temperatura elevada, poderá ocorrer a ascensão do dente em cunha com aumento de tprojetada. 14 Movimento conservativo x não conservativo (↑T) de um dente em cunha em discordância em hélice. 14 Endurecimento por deformação plástica a frio de monocristais CFC (encruamento) – estágio 1 Estágio I: Após atingir a tensão crítica, a tensão de cisalhamento projetada no único sistema de escorregamento ativo (MODELO IDEAL) precisa ter o seu valor aumentado para continuar o processo de deformação plástica a frio do metal. Este endurecimento (encruamento q1) é devido à interação das discordâncias móveis (em escorregamento) com a floresta de discordâncias (sésseis). 15 Curva de tensão de cisalhamento versus deformação plástica a frio Endurecimento por deformação plástica a frio de monocristais CFC (encruamento) – interação entre discordâncias, primeiro estágio Estágio I: Ocorre “pequeno endurecimento” durante a deformação plástica a frio por causa da interação entre discordâncias em movimento e sésseis. Mecanismo do corte de árvores de discordâncias (interação entre discordância em movimento e demais discordâncias sésseis no cristal) gera o ancoramento e curvamento de discordâncias . http://www.nature.com/nature/journal/v463/n7279/fig_tab/nature08692_F4.html 16 Multiplicação de discordâncias http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html Precisamos pensar agora em mecanismos que multipliquem discordâncias para termos deformações plásticas macroscópicas (infinitos módulos do vetor de Burgers) e pular de uma densidade de discordâncias de 1010m/m3 para ~1020m/m3. Ou seja, cada discordância gerará 1010 discordâncias.... Como criar discordâncias durante a deformação plástica? 17 17 Multiplicação de discordâncias http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html Como criar discordâncias durante a deformação plástica? O mecanismo mais importante de geração de discordâncias é o mecanismo de Frank-Read. Charles Frank (Bristol, Inglaterra) e Thornton Read (Bell Labs, USA), que solucionaram o problema de como discordâncias múltiplas poderiam ser geradas por uma única “fonte”. Existem outros mecanismos importantes. 18 18 http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html Passo 1: Temos um segmento de discordância firmemente ancorado em dois pontos (círculos vermelhos). A força para movimentar a discordância (F = b·t ) é mostrada por uma sequência de setas. A tensão crítica é t. Multiplicaçãode discordâncias 19 F = b·t 19 http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html Passo 2- Se a força for alta o suficiente, a discordância se curvará de modo a continuar o seu movimento. O incremento no valor da tensão de cisalhamento para curvar a discordância é dada por: Dt = 2.G.b/R; onde R é o raio de curvatura da discordância. Multiplicação de discordâncias A força para movimentar a discordância é mostrada por uma sequência de setas. 20 20 http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html Passo 3 - O valor do incremento da tensão de cisalhamento é máximo quando a discordância assume a configuração de um semicírculo (menor curvatura da discordância). Dtmax = 2.G.b/R Multiplicação de discordâncias A força para movimentar a discordância é mostrada por uma sequência de setas. 21 F = b·t 21 http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html A partir da etapa 3 (com manutenção da tensão de cisalhamento), a movimentação da discordância - mista - torna-se instável e rápido. Multiplicação de discordâncias 22 F = b·t 22 http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html Antes do contato das duas frente, as discordâncias têm vetores de Burgers iguais mas com vetores de linha com sinais opostos, os segmentos de discordância em contato irão se aniquilar. Multiplicação de discordâncias 23 b b 23 Anel de discordância mista Sinais das discordâncias em trechos do anel 24 t = vetor de linha da discordância 24 http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html Aqui há uma tendência à redução do comprimento da linha (defeito). Forma-se, deste modo, um segmento reto e um anel (loop) de discordância, que irá se expandir sob a influência da tensão de cisalhamento projetada aplicada. Multiplicação de discordâncias 25 25 http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html O anel de discordância mista (2) é livre para se movimentar e crescer sob a ação de tensão aplicada. Este anel irá encontrar outras discordâncias e nós de discordâncias, dando origem a uma complexa rede tridimensional de discordâncias (floresta de discordâncias e depois a formação do emaranhado de discordâncias). Multiplicação de discordâncias 26 (2) 26 http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html O próximo anel de discordância mista gerado a partir da linha de discordância ancorada (1) irá seguir o mesmo caminho– desde que haja tensão de cisalhamento suficiente para criar e movimentar cada anel. Haverá a criação de vários anéis de discordâncias a partir de cada linha de discordância ancorada. Multiplicação de discordâncias 27 (1) 27 http://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/def_en/kap_5/backbone/r5_3_1.html Multiplicação de discordâncias 28 28 Endurecimento por deformação plástica a frio de monocristais CFC (encruamento) Curva modelo de tensão de cisalhamento versus deformação plástica a frio (início com um sistema de escorregamento ativo). 29 Reação entre discordâncias: formação do emaranhado de discordâncias (etapas 1 ao 3) https://www.llnl.gov/news/newsreleases/2006/NR-06-04-08.html 30 30 Tutorial de multiplicação discordâncias Ver filme de endurecimento do cobre e o modelo de multiplicação e reação entre discordâncias Ver animações 4 e 5 da Universidade de Cambridge (fonte de Frank Read) Ver os filmes 12 a 16 da Universidade de Concordia, Canada. Mecanismo de Frank Read. Achar outros dois mecanismos de multiplicação de discordâncias. 31 31
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