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PSICOLOGIA EM PENITENCIÁRIAS

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Introdução
A atuação da Psicologia e dos psicólogos nas prisões acontece há décadas, e vem sendo problematizada, desconstruída e reconstruída já a algum tempo. 
Pacheco (2010) acredita que a Psicologia deve ocupar lugar de resistência a esse modelo penal, do questionamento direto a essa dicotomia bom e mal, do normal e do patológico, interno e externo, sujeito e objeto. Tudo isso deve ser problematizado, tem de ser complexificado porque isso não é tão simples e natural como sempre se disse que é. 
A atuação do psicólogo jurídico é determinada, em grande parte, por legislações específicas da área. Em relação à atuação do psicólogo em penitenciárias, fica restrita ao cumprimento da legislação, na qual está prevista a realização de entrevistas com pessoas requisições de dados e informações a respeito do reeducando, cumprimento de diligências e exames que se julgar necessário, como forma de complementar as avaliações. 
O presente artigo tem por escopo, compreender a atuação do Psicólogo nas redes privativas de liberdade, apontando as maiores dificuldades enfrentadas neste contexto, através dos significados atribuídos por esses profissionais às práticas desenvolvidas nesse contexto. 
Assis (2007) enfatiza que enquanto o Estado e a própria sociedade continuarem negligenciando a situação do preso e tratando as prisões como um depósito de lixo humano e de seres inservíveis para o convívio em sociedade, não apenas a situação carcerária, mas o problema da segurança pública e da criminalidade como um todo tende apenas a agravar-se.
Destaca-se também a possibilidade de se conhecer os limites de atuação desses profissionais e ainda contribuir para as reflexões sobre o papel desempenhado pelo psicólogo em contexto diferenciado. 
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia (2009) os psicólogos desse campo também atuam diretamente com os funcionários dos presídios realizando orientações, avaliações, entrevistas e encaminhamentos para os serviços especializados. As demandas são oriundas dos próprios funcionários ou dos demais profissionais da equipe.
OBJETIVOS
GERAL
Apontar os principais desafios e contribuições do Psicólogo nas redes privativas de liberdade.
ESPECÍFICOS
Descrever a evolução histórica da profissão das redes privativas de liberdade.
Abordar o papel do Psicólogo junto a promoção da saúde psíquica do reeducando, bem como sua reiserção ao convívio social.
Demonstrar formas de intervenção, afim de promover a saúde psiquica e emocional dos reeducandos.
Revisão de literatura
Evolução histórica da atuação do Psicólogo no sistema prisional
LAGO, 2009, salienta que:
No tocante à área acadêmica, deve ser mencionado o pioneirismo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, pois desde a década de 80, tem em suas disciplinas seja na forma de graduação ou de especialização um ramo focado em Psicologia Jurídica, ainda que tenha nomenclatura diferente, como foi o caso da especialização “Psicodiagnóstico para fins jurídicos.
Essa inserção deu-se de forma gradual, em certas vezes, de maneira informal por meio de trabalhos voluntários. As primeiras atuações ocorreram na área criminal, enfocando estudos acerca de adultos criminosos e adolescentes infratores da lei.
Pode-se observar que nesse histórico inicial reforça-se a aproximação da Psicologia e do Direito que foi através da área criminal e a importância dada à avaliação psicológica, mas, não era apenas no campo do Direito Penal que existia a demanda pelo trabalho dos psicólogos. Com o decorrer das atividades percebeu-se que os diagnósticos de Psicologia Forense podiam ser melhores que os dos psiquiatras, a entrada oficial se deu em 1985, quando ocorreu o primeiro concurso público para admissão de psicólogos na área forense.
Como diz LAGO, 2009:
A implantação do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), fez com que a atuação dos psicólogos jurídicos fosse vista de uma outra maneira, no sentido de que houve uma maior abertura a debates sobre o comportamento humano, fez surgir uma interdisplinariedade que fez com que o campo de atuação dos psicólogos fosse aumentado, pois não estariam mais limitados aos laudos, relatórios e perícias.
Destaca-se o Direito da Infância e Juventude, área em que o psicólogo iniciou sua atuação no então chamado Juizado de Menores. Apesar das particularidades de cada estado brasileiro a tarefa dos setores de psicologia era, basicamente, a perícia psicológica nos processos cíveis, criminais, e eventualmente, nos processos de adoção.
A classificação dos criminosos é comumente usada para fins de aplicação nos exames psicológicos, com intuito de facilitar o estudo do delinquente. (HABERMANN, 2010, p. 32).
Os Psicólogos Jurídicos têm um trabalho fundamental na participação da construção da interdisciplinaridade, apresentando para os novos profissionais da área a Psicologia aplicada ao sistema prisional.
O programa de tratamento está elencado no resultado do exame criminológico, pois o seu objetivo é juntar a personalidade do delinquente e seu meio circundante, atingindo dessa forma a sua ressocialização, este programa está previsto em nossa legislação nos artigos 6º e 113 da Lei de Execução Penal.
O Papel do Psicologo na promoção à saúde psíquica dos usuários do sistema prisional
Os profissionais psicólogos no campo do Sistema Prisional, em sua maioria, realizam suas ações individualmente, às vezes em duplas com assistentes sociais, e discutem casos, fazem avaliações, pareceres e laudos psicológicos em equipes multidisciplinares.
A área mais desenvolvida pelos psicólogos é a de elaborar laudos, pareceres e relatórios técnicos com avaliações psicológicas/periciais dos usuários, no momento em que ingressam nos presídios ou durante o cumprimento de suas penas, para terem acesso aos benefícios.
Algo que dificulta a atuação dos psicólogos no campo, é na realização deses laudos e os pareceres, que acabam sendo rotulados como os únicos responsáveis pela progressão ou não de suas penas.
Segundo BARATTA 2009, (p. 270):
O que parece dificultar ainda mais os processos de reinserção social é a própria contraditoriedade de sua natureza. Se, de um lado, há uma sociedade que exclui (o preso), como esperar que essa sociedade vá interessar-se pela reinserção desse mesmo individuo? As ações pedagógicas que objetivam a reinserção vão de encontro às ações e atitudes de exclusão. Enfim, é incompatível pretender, ao mesmo tempo, excluir e incluir.
Atualmente, o psicólogo utiliza de estratégias de avaliação psicológica, com objetivos bem definidos. O teste pode ser um passo importante do processo, mas constitui apenas um dos recursos de avaliação.
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia (2009):
a discussão sobre o papel do psicólogo direcionou-se para a compreensão das contradições existentes na realidade do campo. Foi apontado como tarefa do profissional psicólogo, o compromisso de melhorar as condições de vida no presídio, bem como transformar a cultura institucional e garantir os direitos das pessoas presas.
O papel do Psicólogo no acompanhamento do usuário do sistema prisional, com o intuito de evitar surgimento de qualquer quadro clínico de ordem psíquica e para tratar os que os adquiriram, tornando suas vidas o mais normal possível, dentro de uma estabilidade, para que a tentativa de ressocialização se efetive da forma mais natural que possa ser.
Na medida em que os psicólogos questionam a função da sua prática na instituição prisional, o seu fazer, o seu saber e a própria função da prisão na sociedade, deflagra-se a possibilidade de construção de um novo posicionamento.
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia, 2009(p.19):
Os atendimentos individuais podem ser solicitados não só pelo próprio reeducando como também pelos funcionários da instituição prisional ou até mesmo pelos familiares. Este tem como objetivo compreender as pessoas em cumprimento de pena privativa de liberdade, avaliar sua saúde mental, dar acolhimento, escutar suasdemandas, promover saúde e defender os direitos humanos.
Muitos estudos destacam que os modelos de prisão existentes são desfavoráveis para a aprendizagem de comportamentos úteis à vida na sociedade livre, ao contrário, rotulam e estigmatizam determinado grupo social, o que tende a aumentar as oportunidades de encarceramento e exclusão social.
O objetivo do profissional da psicologia é auxiliar os reeducandos a compreender suas histórias na tentativa de reconstruírem possibilidades de vida fora do crime e de transformar suas condições materiais de existência através do trabalho, nessa linha, busca conhecer e compreender as trajetórias dessas pessoas e analisar as atividades que são oferecidas no sistema prisional.
O psicólogo deve priorizar de forma segura os direitos humanos dos indivíduos em cumprimento de pena, objetivando à construção da cidadania através de práticas psicológicas para a sua reinserção na vida social.
Ao que pertine o tema, CARVALHO, 2009 (p. 203) salienta que:
Nesta aproximação em direção ao contexto do Direito se percebem espaços, nos quais a entrada da Psicologia se torna possível como uma das ciências parceiras, que podem tornar viáveis práticas institucionais mais coerentes à complexidade dos fenômenos humanos que ali se apresentam e com isto colaborar com o desempenho de um papel social mais ativo e pontual por parte da Justiça.
O Psicólogo ainda depara-se com magistrados que indicam o instrumento à modalidade de saber penal, onde, não deve impor uma relação de predominância e subordinação sobre a Psicologia, a ser utilizado numa avaliação psicológica, mesmo diante da alteração da Lei de Execução Penal.
Segundo ROVINSKI E CRUZ , 2009 :
São dois os objetivos que estão previstos em lei, que são a custódia e a reabilitação. No primeiro deles, que é determinado pelo Estado, o delinquente deve ficar sob custódia o tempo que lhe foi imposto legalmente, visando que pague pelo seu ato delinquente. Já o segundo, reabilitação, acaba indo em desencontro com o primeiro, pois é falha a ideia de reabilitação dentre de um plano de custódia, que já se consagrou falho dentro de nosso sistema. Ocorre que esses dois objetivos não apresentam uma convivência harmônica entre si, pois a busca de um parece mitigar o outro, na prática.
 
A atuação do psicólogo dentro do sistema prisional é amplo, participando das Comissões Técnicas de Classificação, o profissional pode executar outros trabalhos junto aos sujeitos que estão cumprindo pena privativa de liberdade e os próprios profissionais que atuam dentro da instituição.
O ambiente de trabalho que se encontra na instituição prisional é bastante conturbado, de modo que a atuação do agente penitenciário e dos demais profissionais fica de modo comprometido, sendo difícil a efetiva ressocialização do apenado, sendo necessário que o Psicólogo atue também direcionado aos profissionais da instituição.
É importante que o Psicólogo em sua atuação seja capaz de compreender como o Sistema Prisional enxerga o reeducando, No sentido da readequação psíquica do usuário do sistema prisional, o psicólogo desempenha parte fundamental no trabalho realizado, investindo projetos para que o apenado seja reinserido ao âmbito social.
Metodologia
Tratará de uma pesquisa qualitativa, sendo uma revisão bibliográfica integrativa, de caráter exploratório acerca da atuação do psicólogo junto as redes privativas de liberdade.
Serão levantados artigos científicos, bem como livros, dissertações e teses, incluindo informações obtidas em sites oficiais e especializadas na área da Psicologia. Durante a construção da pesquisa, enfatizará, a importância da atuação do psicólogo nas redes de privação de liberdade, meios de acompanhamento e orientação do reeducando. A busca dos estudos será realizada de forma ampla através da Biblioteca da Universidade, que hospeda bases de dados reconhecidas. Os critérios de inclusão foram: artigos originais; disponibilizados na íntegra; no idioma português, com definição do método, cenário do estudo, população estudada, apresentação consistente dos resultados encontrados; e perfil dos autores (preferencialmente profissão e/ou titulação). 
Serão utilizadas as seguintes palavras chaves: Reeducando; Psicólogos; Resocialização. 
Com a identificação das informações relevantes para a pesquisa, foram inclusos artigos entre os anos 2007 a 2017 e preferencialmente artigos em que o idioma fosse o Português, para o êxito no entendimento e na explicação do que discursa a pesquisa.

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