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AULA 02 
PERSPECTIVA HISTÓRICA DA LOUCURA NO MUNDO E NO 
BRASIL 
Prof.Enf.Esp. Tailma S. Lino 
Ao longo de toda a modernidade, o espaço da loucura e dos loucos 
foi, por excelência, o da exclusão. Considerados inaptos, 
desrazoados, imorais, indisciplinados ou loucos. 
 
A história e a cultura, sobretudo a popular, nos trazem referências 
ora positivas, ora negativas sobre a loucura e isso nos leva a pensar 
sobre a linha tênue que separa a saúde da doença. 
 
Em outro momento, entretanto, a figura do louco aparece como a 
de alguém desajustado, descontrolado e perigoso, capaz de 
cometer atos violentos e “insanos”. 
 
Foi essa idéia que deu origem à psiquiatria como ciência, no século 
XIX. 
INTRODUÇÃO 
O caminho histórico da loucura perpassa desde a Grécia, por 
volta de 2.550 anos atrás em que os indivíduos loucos expressariam tal 
aspecto através de manifestações demoníacas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Somente no século XVII que se iniciam as primeiras ligações 
entre loucura e internamento, em que se tinha uma forma de loucura 
segredada na sociedade. 
Na Renascença os indivíduos 
portadores de algum transtorno mental não 
eram entendidos nessa condição, então, 
eram inseridos na Nau dos Loucos, que eram 
navios que transportavam esses tipos sociais 
e que ficavam no mar à deriva em busca da 
razão. 
Em História da loucura, Michel Foucault nos conduz por uma 
viagem em torno do que ele chama de “estrutura de exclusão” do 
fenômeno da loucura. 
 
Essa exclusão começa com o esvaziamento dos leprosários ao final 
da Idade Média, tidos como “lugares obscuros” e de segregação. 
 
Com a lepra controlada, esses espaços começam a ser utilizados 
para tratamento das doenças venéreas no fim do século XV. Logo, 
os leprosários também passam a ser usados para tratar todo tipo 
de doentes, inclusive loucos. 
Foucault observa que a loucura, antes de ter sido “dominada” por 
volta da metade do século XVII, estava “ligada, obstinadamente, a 
todas as experiências maiores da Renascença” (Foucault, 2010, p. 8). 
 
 Naquele período, a loucura circulava livremente pelas ruas e era tema 
recorrente de diversas expressões artísticas, como peças de teatro e 
romances. Os loucos “conhecidos” eram tolerados, mas os loucos 
“estranhos”, com comportamentos desviantes e bizarros, incluindo os 
bêbados e os devassos, eram confinados em navios numa espécie de 
exílio ritualístico. 
 
Com o internamento nos antigos leprosários, os portadores de 
doenças venéreas e os loucos passam a compartilhar um “espaço 
moral de exclusão”. 
 Em um dado momento, ocorre uma ruptura entre a razão e a 
loucura, pela qual a razão, cerca de 150 anos antes do surgimento 
da psiquiatria. 
 
Essa separação dará origem à “estrutura de exclusão” teriam sido 
dois os seus estopins: 
• fundação do Hospital Geral de Paris por decreto (1656), 
inaugurando a “grande internação dos pobres” 
• libertação dos acorrentados de Bicêtre (1794). 
 
O Hospital Geral tinha como objetivo recolher e “hospedar” os 
pobres de Paris. Pessoas de qualquer sexo, de qualquer idade, 
válidas ou inválidas, “doentes ou convalescentes, curáveis ou 
incuráveis”, todos eram forçados a trabalhar como forma de 
“purificação”. 
 
O hospital era uma instituição sem caráter médico, apenas “uma 
espécie de entidade administrativa” 
 
Essas casas de internamento se espalharam por toda a Europa, 
muitas delas estabelecidas dentro dos muros dos antigos 
leprosários, e eram mantidas com dinheiro público. 
 Chega um tempo em que a pobreza não precisa mais ser 
encarcerada, mas a loucura sim. 
 
 Até que, em fins do século XVIII e no século XIX, surgem os asilos 
com valor terapêutico, e a loucura passa a ser definida como 
“alienação mental”, como proposto por Philippe Pinel, sendo 
integrada ao campo da Medicina. 
 
Na França, Pinel liberta os loucos de Bicêtre dos grilhões e defende 
sua reeducação através do controle social e, sobretudo, moral. 
Ao estudar a mania intermitente, Pinel concluiria que é possível ter 
acesso ao alienado mental e reintegrá-lo à sociedade. 
Dessa forma, tanto para Pinel quanto para seu aluno Jean-Étienne 
Esquirol, o asilo era o melhor meio de garantir a segurança pessoal dos 
loucos e sua família, ao libertá-los de influências externas. 
 
Esse modelo pineliano, sustentado no tripé isolar/conhecer/tratar, 
onde o hospital representa o principal espaço do saber-poder médico, 
até hoje tem seus críticos e defensores. 
As idéias de Pinel foram publicadas 
no seu Tratado médico-filosófico 
sobre a alienação mental, 
considerado um dos primeiros 
livros antipsiquiátrico. Foi dele a 
primeira tentativa séria de 
classificação das doenças mentais, 
que agrupou em 4 categorias: 
“manias” ou delírios gerais, 
“melancolias” ou delírios 
exclusivos, “demências” e 
“idiotias”. 
Na passagem do século XIX para o XX, no entanto, as formas 
de classificação e tratamento dos doentes mentais foram objeto de 
duras críticas por parte de médicos, psiquiatras, filósofos, 
historiadores, sociólogos, entre outros profissionais. 
 
Nesta mesmo época alguns autores que contribuíram para a 
sistematização e divulgação de conceitos psicanalíticos tais como: 
Adler, Jung, Melane Kein e Freud. 
 
Na Segunda metade do século XX trouxe a reemergência da 
psiquiatria biológica. A Psicofarmacologia tornou-se parte integral da 
psiquiatria, iniciando-se com a descoberta da Acetilcolina 
(neurotransmissor). 
No Brasil, a loucura fazia parte do convívio social desde o século XVI 
até o início do século XIX. A partir desse ponto, começou a ser 
reconhecida como desordem e perturbação da paz social, passando 
a ser apropriada pelo discurso religioso. 
 
Progressivamente, os loucos foram sendo retirados do contexto 
social e isolados nos porões das Santas Casas de Misericórdia e nas 
prisões públicas. 
 
Para os médicos da época, entretanto, essa situação não resolvia o 
problema da loucura. A segregação, a falta de higiene e de um 
tratamento físico e moral adequado tornavam a cura impossível. 
A loucura, os loucos e o hospício 
no Brasil 
O Hospício de Pedro II é criado por 
decreto imperial em 1841, 
inspirado no modelo francês 
elaborado por Pinel e Esquirol, 
fundado, de fato, em 1852. 
Somente na República é que a loucura é retirada do discurso religioso 
e encampada pelo discurso científico médico-psiquiátrico, propondo 
substituir o tratamento desumano e primitivo por valores 
humanitários. Viabiliza-se, assim, a implantação do projeto de 
medicalização da loucura e sua transformação efetiva em doença 
mental. 
 
Em 1903, Juliano Moreira foi nomeado diretor do hospício, já então 
intitulado Hospital Nacional dos Alienados, humanizou o tratamento e 
acabou com o aprisionamento dos pacientes. 
Movimentos de contestação e a 
reforma psiquiátrica 
Os hospitais psiquiátricos, caracterizados pelas internações em tempo 
integral e de longa duração, chegam à década de 50 do século XX 
superlotados, com funcionários insuficientes para atender à demanda 
e como alvos de denúncias de maus tratos. 
 
A partir do final da década de 70, tomou forma, no Brasil, um 
movimento social que milita pela desinstitucionalização do paciente 
psiquiátrico. Chamado de Reforma Psiquiátrica, apresentava um 
questionamento incisivo das políticas públicas de saúde mental e do 
modelo assistencial centrado nos hospitais psiquiátricos e em 
estratégias de exclusão. 
 
Esse movimento ganhou força com a Reforma Sanitária e, 
posteriormente, com a implantação do SUS (Sistema Único de Saúde). 
A Reforma Psiquiátrica se organizou, em linhas gerais, a partir de dois 
vetores: 
 
• crítica e reforma do modelo hospitalocêncrico; 
• desconstrução dos espaços asilares e efetivação de modelos 
assistenciais alternativos. 
 
Atualmente se tem conhecimento que a doença mental, explicada 
por causas biológicas, psicológicas e sociais, necessita de assistência 
adequada, com a finalidade de ressocialização do doente e de apoio 
adequado para este e para a família. 
 
A ressocialização ainda apresenta-se difícil, pois a doença mental em 
alguns casos, ainda é vista como transgressões de normas sociais, 
considerada uma desordem, não é tolerada e, portanto, segregada 
(SPADINI,2006). 
Em 1978 é identificado com o de início efetivo do movimento social 
pelos direitos dos pacientes psiquiátricos em nosso país. 
 
Na década de 80 passam a surgir as primeiras propostas e ações para a 
reorientação da assistência. 
 
Em 1987 é realizada a I Conferência Nacional de Saúde Mental e de 
especial importância o surgimento do primeiro CAPS no Brasil (SP). 
O Movimento dos Trabalhadores 
em Saúde Mental (MTSM) é 
através desse movimento que 
ocorre a denúncia de violência dos 
manicômios, mercantilização da 
loucura, uma crítica ao chamado 
saber psiquiátrico e ao modelo 
hospitalocêntrico na assistência às 
pessoas com transtornos mentais. 
Neste período, são implantados os Núcleos de Atenção Psicossocial 
(NAPS), em Santos, que funcionavam 24 horas e também a criação de 
cooperativas, residências para os egressos do hospital e associações. 
 
Essa experiência passa a ser um marco no processo da Reforma 
Psiquiátrica Brasileira. 
 
Em 1989 dá entrada no Congresso Nacional um projeto de lei (Paulo 
Delgado), que propõe a regulamentação dos direitos da pessoa com 
transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no 
país. 
 
A partir do ano 1992, os movimentos sociais, seguem aprovar em 
vários estados as primeiras leis relacionadas á saúde mental 
PORTARIA/LEI ASSUNTO 
PORTARIA SAS 224 – 29/1992 Estabelece diretrizes e normas de 
atendimento em Saúde Mental 
PORTARIA 1.220/GM/2000 
PORTARIA 106/GM/2000 
PORTARIA 246/2005 
PORTARIA 3.090/GM/2011 
Serviços de Residência Terapêutica e 
Incentivos Financeiros 
LEI 10.216 – 06/04/2001 Dispões sobre a proteção e os direitos das 
pessoas portadoras de transtornos mentais 
e redireciona o modelo assistencial em 
saúde mental. 
PORTARIA 44 – 10/01/2001 Aprovar no âmbito do Sistema Único de 
Saúde a modalidade de assistência – 
Hospital Dia 
PORTARIA 336/GM – 19/02/2002 Estabelecer os Centros de Atenção 
Psicossocial e suas modalidades em 
assistência ambulatorial 
PORTARIA/LEI ASSUNTO 
PORTARIA 255/GM – 31/01/2002 Estabelece diretrizes e normas para a 
assistência hospitalar psiquiatrica, 
reclassifica os hospitais psiquiátricos, define 
estrutura, porta de entrada para internações 
psiquiátricas na rede do SUS e dá outras 
providências. 
PORTARIA 816/GM – 30/04/2002 Cria o programa Nacional de Atenção 
Comunitária Integrada a Usuários de Álcool 
e Outras Drogas 
LEI 10.708 – 31/ 07/2003 Institui o auxílio-reabilitação para pacientes 
acometidos de transtornos mentais egressos 
de internação 
PORTARIA 52 – 20/01/2004 Institui o Programa Anual de Reestruturação 
de Assistência Psiquátrica Hospitalar no SUS 
PORTARIA/LEI ASSUSNTO 
PORTARIA 2.197/GM – 14/10/2004 Redefine e amplia Atenção Integral aos 
usuários de Álcool e outras drogas, no 
âmbito do SUS. 
PORTARIA 1.612/GM – 09/09/2005 Aprova as Normas de Funcionamento e 
Credenciamento/ Habilitação dos Serviços 
Hospitalares de Referência para a Atenção 
Integral aos usuários de Álcool e outras 
drogas 
PORTARIA n° 1.899 – 11/09/2008 Institui o Grupo de Trabalho sobre Saúde 
Mental em hospitais gerais e suas portas de 
entrada 
PORTARIA n° 3.088 – 23/12/2011 Institui a Rede de Atenção Psicossocial para 
pessoas com sofrimento ou transtorno 
mental e com necessidades decorrentes do 
uso de crack, álcool e outras drogas, no 
âmbito do SUS 
No campo da saúde 
mental, um grande avanço nas 
políticas públicas procedeu da 
aprovação e sanção pelo 
Presidente da República, no dia 6 
de abril de 2001, da Lei de número 
3.657/89, que proíbe a construção 
ou contratação de novos leitos 
psiquiátricos pelo poder público e 
prevê o redirecionamento dos 
recursos públicos para a criação de 
recursos alternativos (KYRLLOS 
NETO,2003). 
DIMENSÕES DA REFORMA PSIQUIÁTRICA 
1. DIMENSÃO TEÓRICO-CONCEITUAL 
 
Os hospitais psiquiátricos terminaram se transformando ao longo do 
tempo em grandes “depósitos”, lugares de isolamento e abandono de 
indivíduos considerados loucos, que não são respeitadas na sua 
diferença como sujeitos. 
Eram questionados os conceitos: 
• de doença mental; 
• de normalidade; 
• de cura; 
• de periculosidade; 
• função terapêutica do hospital 
psiquiátrico; 
• a relação entre os profissionais de 
saúde, a sociedade e as pessoas 
consideradas loucas. 
Principais pontos: 
• desconstrução das teorias e 
conceitos da psiquiatria 
tradicional; 
• revisão dos conceitos acerca da 
loucura; 
• o louco é considerado sujeito, e 
não somente como alienado 
• a doença mental deixa de ser o 
foco central; 
•A cura não se torna o único fim a 
ser atingido com o tratamento 
2. DIMENSÃO TÉCNICO-ASSISTENCIAL 
 
Um dos objetivos da Reforma psiquiátrica é a substituição do modelo 
de atendimento centrado na hospitalização e no isolamento por uma 
atenção integrada ao indivíduo no seu local de domicílio, em seu 
território. 
Principais pontos: 
• novas práticas assistenciais; 
• modelo de reabilitação psicossocial; 
• planejamento de novas estruturas assistenciais; 
• recursos financeiros e humanos; 
• novos serviços de atenção psicossocial; 
• atendimentos a diferentes demandas e tratamentos; 
• psicoterapias; 
• sociabilidade. 
3. DIMENSÃO JURÍDICO-POLÍTICA 
 
No campo das políticas públicas já foram aproadas várias portarias, 
resoluções e leis voltadas para implantação do projeto da Reforma 
Psiquiátrica, em instâncias municipais, estatuais e federais. 
Historicamente o louco foi considerado inimputável, incapaz de 
responder sobre sue atos, não tendo condições de gerir seus bens nem 
a sua própria vida. Está imagem é um legado da psiquiatria tradicional. 
Principais pontos: 
• questionar o saber produzido pela psiquiatria tradicional, que visava verdades 
absolutas; 
• a incapacidade atribuída pela psiquiatria tradicional gerou a tutela e a curatela; 
• diversas leis estaduais de saúde mental e a Lei 10.216/2001 
4. DIMENSÃO SOCIOCULTURAL 
 
A Reforma Psiquiátrica ao produzir um novo espaço social para os 
indivíduos considerados loucos, objetiva transformar o imaginário 
social, isto é, as representações, os pré- conceitos que a sociedade 
tem sobre a loucura,para tanto é preciso transportar a loucura para 
fora dos muros institucionais, promovendo mudanças no interior da 
sociedade, revendo valores e crenças excludentes e estigmatizantes. 
Principais pontos: 
• esse é uma das dimensões mais complexas, pois nela espera-se 
uma mudança paradigmática e cultural. 
É somente no ano de 2001, após 12 anos de tramitação no 
Congresso Nacional que a Lei Paulo Delgado (Lei. 10.216) é 
sancionada no país. 
 
A lei 10.216 redireciona a assistência em saúde mental, privilegiando 
o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária, 
dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos 
mentais, mas não institui mecanismos claros para a progressiva 
extinção dos manicômios. 
 
O Ministério da Saúde cria linhas de financiamento para serviços 
substitutivos ao hospital psiquiátrico e novos mecanismos de 
fiscalização, gestão e redução programada de leitos psiquiátricos no 
país. 
A REFORMA PSIQUIÁTRICA DEPOIS DA 
LEI 10.216 
A partir desse ponto, a rede de atenção diária à saúde mental 
experimenta uma importante expansão, passando a alcançar regiões de 
grande tradição hospitalar, onde a assistência comunitáriaem saúde 
mental era praticamente inexistente. 
 
Nesse mesmo período, ocorre a desinstitucionalização de pessoas 
longamente internadas é impulsionado, com a criação do Programa “De 
Volta para Casa”. 
 
Atualmente caracteriza-se assim por dois movimentos simultâneos: 
• Construção de uma rede de atenção à saúde mental substitutiva ao 
modelo centrado na internação hospitalar. 
• E fiscalização e redução progressiva e programada dos leitos 
psiquiátricas existente. 
É nesse período que a Reforma Psiquiátrica se consolida como política 
A doença mental permanece 
até hoje obscura perante a 
medicina, ou seja, não há uma 
causa que realmente explique 
esta doença tão 
estigmatizante. No entanto, o 
adoecer psíquico é facilmente 
percebido, pois em geral, são 
apresentados pelos indivíduos 
que adoecem comportamentos 
fora daqueles normalmente 
aceitos pela sociedade. 
Assim, não sendo entendida pela comunidade como uma 
doença de causa já bem conhecida, tem sua definição pela 
determinação cultural e de valores, e não apenas por fatores biológicos. 
Existindo assim, o paradigma da exclusão social que se resume em 
isolamento dos doentes que não são aceitos dentro dos padrões 
habituais (SPADINI, 2006).

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