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VIDEO:
No curso de Pedagogia, você tem a oportunidade de refletir sobre o processo de investigação científica e compreender que a mesma decorre de uma forma rigorosa de organização de estudo. Além disso, procuramos diferenciar os tipos de conhecimento e entender que o conhecimento científico é um tipo de conhecimento lógico e sistemático. Estudaremos as três fases de desenvolvimento de um projeto científico e as fontes bibliográficas que compõem o mesmo. Evidenciamos, também, que faz parte de nosso Projeto Político Pedagógico à formação com base na pesquisa, pois um dos nortes é a formação do pedagogo como pesquisador-reflexivo. Contudo, ao entrarmos na Universidade, nos deparamos com um “universo” que nos é totalmente desconhecido, começamos a estudar áreas ou disciplinas de conhecimento que constituem a nossa formação político-pedagógica, pois a prática educativa é uma prática social e política.
Com o decorrer das aulas e dos estudos, começamos a conhecer novos referenciais teóricos de análise advindos das ciências humanas e sociais, como parte da área de fundamentação teórica, como também, as disciplinas de fundamentação da prática pedagógica a partir de uma realidade social concreta. Além disso, o currículo apresenta a disciplina de Pesquisa e Prática em Educação (PPE), como uma disciplina que perpassa toda a estrutura curricular visando uma formação de base teórica-metodológica e investigativa. Aos poucos, vamos percebendo que o viés teórico do curso é marcado pela análise ou reflexão crítica dos conteúdos, estes, por sua vez, são problematizados a partir dos contextos históricos e sociais em que foram produzidos. Tal perspectiva é essencial para o desenvolvimento do espírito de problematização e investigação da realidade educacional - ou seja, do fenômeno educativo como um fenômeno humano - de nossos tempos e em todas as suas formas de organização e expressão.
Com o passar do tempo, das aulas on-line e tele-transmitida, das leituras, dos diálogos em nossos fóruns temáticos e do Projeto Integrador, fica evidente que uma formação de ensino superior exige de nós uma forma de organização de estudo, principalmente das leituras realizadas, para compreendermos as principais temáticas que perpassam a nossa área de formação profissional e político-social, pois, geralmente, é na universidade que descobrimos as duas grandes dimensões da prática educativa: a pedagógica e a político-social. Para além dessas descobertas, passamos a conhecer um novo universo para a prática do(a) pedagogo(a) em nossa sociedade, ou seja, descobrimos que o sistema educacional brasileiro organiza a educação da seguinte forma: Educação Básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio), Educação Superior (Graduação e Pós-Graduação), Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos, Educação Indígena, Educação Corporativa, Educação Presencial e a Distância, Educação de Jovens e Adultos, Educação de Formação Profissional etc. Além disso, tal organização estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação que vai oferecer as bases da Educação Nacional.
Além deste universo, descobrimos outros para a prática pedagógica em nossa sociedade, espaços educativos tais como: organizações não governamentais, empresas, associação de moradores, comunidades carentes e religiosas. Todo este universo nos dá a certeza de que a prática educativa não pode e não deve ser espontânea, mas deve ser planejada a partir de referenciais teórico-metodológicos, como também, da clareza das finalidades (objetivos) a serem atingidas. Por fim, fica evidente para todos nós (professores e alunos) uma questão essencial: Como organizar de forma sistemática os meus estudos e leituras? Preocupados como esta questão, estudaremos nesta aula as técnicas de registro de nossos estudos. 
Método de Estudo: Ao iniciarmos o período, nos deparamos com uma infinidade de livros e textos das disciplinas que estamos cursando para fazermos uma leitura rigorosa. Se não tivemos uma base educacional que nos permite a leitura atenta de um texto, ou seja, de compreendermos o tema ou problema abordado, bem como o desenvolvimento das principais ideias de análise e das considerações finais do autor, nos sentimos perdidos e com a sensação de que não conseguiremos caminhar durante o curso. Além disso, é claro, a sensação de não entendermos determinados termos e/ou palavras que nos aparecem pela primeira vez. Aos poucos, vamos percebendo que se não organizarmos os nossos hábitos quanto à organização de nosso tempo para os estudos, temos o sentimento de estarmos perdidos e confusos e, consequentemente, não sabemos por onde começar. Tal apreensão é nítida nos relatos dos alunos através da Central de Mensagens e de alguns fóruns temáticos que são realizados nas disciplinas. Assim, os professores do curso estão disponibilizando para os alunos algumas orientações de métodos de estudo para se organizarem ao longo de sua formação. É fundamental esclarecer que a utilização da terminologia Método de Estudo decorre de duas questões fundamentais:
Primeiro, por se tratar de uma formação de Ensino Superior de base científico-tecnológica e;
Segundo, que tal formação é sistemática e, portanto, deve ser organizada tanto na dimensão do ensino quanto da aprendizagem.
Mediante esta realidade, iremos destacar alguns instrumentos de estudo que possibilitarão tanto a organização de seus estudos como o domínio dos referenciais teórico-metodológicos dos autores estudados. Portanto, destacaremos: o fichamento, o resumo, a resenha crítica e o glossário. 
Fichamento: Uma das técnicas de registro de estudos na formação acadêmica, em especial na Universidade, é a técnica do fichamento. Esta é uma forma de investigação do conteúdo e da forma de um texto ou livro pelo ato de fichar (registrar) o material necessário em seus estudos, seja em uma disciplina do curso ou na pesquisa de uma determinada temática ou autor. Até o momento da popularização do computador, os registros de fichamento eram feitos de forma manuscrita ou datilografada em fichas. Como estamos num curso da modalidade de Educação a Distância, podemos organizar pastas temáticas para guardarmos os nossos registros. Sendo assim, sugerimos um passo a passo importante para você organizar, em seu computador, os registros de suas leituras. Vejamos os mesmos:
Em Meus Documentos, abra uma pasta com o nome do curso: PEDAGOGIA.
Em seguida, clique na pasta PEDAGOGIA e abra novas pastas com os nomes das disciplinas que você estiver cursando.
Logo após, clique na pasta da disciplina e abra novas pastas tais como: Fichamento, Resumo, Resenha Crítica, Textos da Disciplina, Textos da Internet, Trabalhos, Glossário, Autores e etc.
Em outras palavras, crie quantas pastas forem necessárias para a organização de seus estudos. Tais passos indicam uma forma de arquivar o material da disciplina, como também, o registro de suas leituras e pesquisas. Sendo assim, retornemos ao fichamento. Em nosso caso, usuários de computadores, faremos os nossos fichamentos em um Arquivo do Word obedecendo às seguintes formas de organização:
CABEÇALHO: coloque o título genérico ou específico do texto ou da obra (livro). Em seguida, registre as Referências Bibliográficas, tais como: o sobrenome do autor em caixa alta e, depois da vírgula, o nome do autor, título da obra, subtítulo se houver, edição, local de publicação, editora, ano de publicação, coleção (se fizer parte).
barra de ferramentas: Na barra de ferramentas, clique em Inserir e, em seguida, em Número de páginas. Abrirá uma telinha. Escolha a opção Posição e, logo após, escolha a opção Início da página (cabeçalho) e clique em OK. Tal procedimento é fundamental, pois, ao final do registro de sua leitura, o seu fichamento poderá conter mais de uma página. Organizado os dados básicos, você estará pronto(a) para registrar as suas leituras de textos, artigos e obras. Passemos ao próximo passo, o passo do registro de nossos estudos. No corpo da folha, procure redigir um texto com uma linguagem clara, objetiva, direta, semcomentários pessoais tais como: eu penso que, eu acho que, eu concordo com, eu discordo de etc. Entenda que um fichamento é uma técnica de registro que deve privilegiar dois aspectos: as principais ideias que perpassam a análise desenvolvida por um autor e seus comentários e reflexões que afloraram na leitura de entendimento de um texto ou livro. Em outras palavras, registre o assunto abordado pelo autor, ou seja, qual o tema, como é desenvolvido (identifique as principais ideias de análise) e qual ou quais as considerações finais do autor. Sendo assim, é importante salientarmos que seu texto poderá ser estruturado de duas formas diferentes, tais como:
Registro das principais partes, ou seja, o essencial e fundamental, com as palavras do próprio texto ou da obra estudada. Caso opte por este recurso, não se esqueça de fazer os registros dos trechos retirados da fonte entre aspas e, ao final, coloque entre parênteses o número da(s) página(s) da citação que compõe a síntese da obra.
Registro das principais partes, ou seja, o essencial e fundamental, com as suas próprias palavras intercaladas de passagens (entre aspas e com a numeração da página) do próprio texto ou da obra. Portanto, você poderá enriquecer o seu fichamento utilizando-se de dois outros elementos de registros. São eles: Comentários e Ideação.
Comentários: expressando a compreensão crítica do texto, baseando-se ou não em outros autores e outras obras.
Ideação (Reflexões): colocando em destaque as novas ideias que surgiram durante a leitura reflexiva. 
Texto PDF não abre: Por fim, Clique Aqui e leia o texto acadêmico “Produção Acadêmica”.  
Resumo: Segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, Resumo é o ato ou efeito de resumir (-se), ou seja, é uma exposição abreviada de uma sucessão de ideias, princípios, normas, regras, acontecimentos, características gerais de uma determinada coisa e assim por diante. Tal recurso tem por finalidade favorecer uma visão global de forma sintética. Caso você tenha organizado as pastas das disciplinas, como também de seus arquivos, como indicamos anteriormente, cabe a você anotar as referências bibliográficas e iniciar o registro de seu resumo. Da mesma forma como acontece no fichamento, você poderá realizar um Resumo Crítico, ou seja, de um registro de análise (reflexão) e ideação. Contudo, fazemos o mesmo quando temos um certo domínio da temática abordada pelo autor.
Resenha Crítica: O primeiro aspecto a ser destacado sobre a Resenha Crítica é que a mesma é um recurso muito utilizado nos meios acadêmicos. Contudo, deve ser um recurso a ser utilizado quando já se tem um bom domínio de conhecimento sobre a temática em questão. A Resenha Crítica é um recurso utilizado com a finalidade de se relatar qualquer acontecimento da realidade (um filme, uma peça teatral, um evento esportivo, um congresso acerca de uma determinada temática, um acontecimento histórico, etc.), como também, o registro da forma e do conteúdo de obras como livros e textos diversos.
Glossário: Conforme você for realizando as leituras e pesquisas das disciplinas que você estiver cursando, procure ter uma pasta denominada Glossário para que você possa fazer o registro das palavras que não são de seu domínio, principalmente, dos principais conceitos ou categorias de análise de uma área de conhecimento. Tais conceitos ou categorias podem estar presentes nos conteúdos das aulas on-line e teletransmitidas, como também, nos textos e livros-estudos ao longo do curso. O Glossário é um recurso de registro, estudo e entendimento dos diferentes significados de uma palavra, conceito ou categoria de uma determinada área de conhecimento ou saber. Sendo assim, deve-se organizar o mesmo em ordem alfabética com os significados e a fonte na qual o mesmo foi retirado. Tal recurso é fundamental para que você amplie o seu vocabulário. Portanto, sua forma de compreensão e análise será também uma excelente fonte de consulta quando você tiver que elaborar seus trabalhos acadêmicos, tais como: texto científico, relatório de estágio, projeto de pesquisa, monografia e outros.
EXERCICIO:
1. Uma das questões fundamentais no processo de formação acadêmica é o registro organizado de nossas leituras. Um dos instrumentos utilizados é a técnica do fichamento. Sobre essa técnica recomenda-se:
I Redigir um texto com uma linguagem clara, objetiva, direta e sem comentários pessoais;
II Registrar as principais ideias do (a) autor (a);
III Fazer considerações reflexivas sobre o texto e/ou livro que está sendo fichado.
( ) Somente o enunciado I está correto.
( ) Somente o enunciado II está correto
( ) Somente o enunciado III está correto
(x) Todos os enunciados estão corretos
2. Ao nos propormos elaborar um fichamento, devemos organizar o cabeçalho da seguinte forma:
I Colocar o título genérico ou especifico do texto ou da obra (livro) e registrar as Referências Bibliográficas, tais como: o sobrenome do autor em caixa alta e, depois da virgula, o nome do autor, titulo da obra, subtítulo se houver, edição, local da publicação, editora, ano de publicação, coleção (se fizer parte).
II Registrar apenas o sobrenome e o nome do autor, como também, o local da publicação;
III Colocar o título genérico ou especifico, bem como o local da publicação.
( ) Somente o enunciado III está correto
( ) Somente o enunciado II está correto
(x) Somente o enunciado I está correto.
( ) Todos os enunciados estão corretos
Por fim, explicitaremos o advento dos métodos qualitativos orientados por uma abordagem crítico-dialética, como também, das novas possibilidades de compreensão dos fenômenos educativos trazidos pela pesquisa participante, pela pesquisa etnográfica e pelos estudos de caso. Sendo assim, convidamos você a ler o texto: Educação, Ciência e Tecnologia no Brasil – um breve histórico das políticas de Estado na segunda metade do século XX, que se encontra disponível na Biblioteca Virtual de nossa disciplina.
Segundo o Dicionário Michaellis, pesquisa significa: sf (cast pesquisa) 1 Ação ou efeito de pesquisar; busca, indagação, inquirição, investigação. 2 Exames de laboratório. P. de audiência: aquela que é levada a efeito entre o público exposto às transmissões de uma emissora de rádio ou televisão ou a um determinado programa, para saber a frequência e a intensidade com que a emissora ou o programa é ouvido; enquete. P. de mercado: coleta e análise interpretativa de fatos relativos a um produto ou serviço capazes de influir na sua comercialização e na planificação de sua propaganda. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=pesquisa, Acesso em: 24 jan. 2011. 
Da definição acima, podemos compreender que a pesquisa é uma prática humana. Enquanto prática decorreu e decorre da necessidade do homem compreender a existência das coisas e de si mesmo, com a finalidade de dominá-las e produzir a sua própria existência. O modelo das ciências naturais será aplicado ao campo das ciências humanas e sociais, a partir do século XIX, através da corrente do positivismo desenvolvida pelo filósofo francês Augusto Comte. Esta vertente desenvolveu a perspectiva quantitativa que esteve presente no nascimento e desenvolvimento da pesquisa em nosso país. Desta forma, estaremos enfatizando tanto as contribuições quanto os limites deste modelo de pesquisa. Portanto, tal prática possibilita dois elementos centrais para o homem. São elas: A da necessidade de produzir a sua existência; Desta a necessidade de conhecer; Por fim, a produção de saberes que expressam os resultados de sua investigação. Partindo da compreensão de que a pesquisa é uma prática histórico-social e, portanto, humana, é fundamental entendermos como a mesma se desenvolveu na cultura ocidental. Sendo assim, faça uma leitura atenta do texto “Visão Histórica da Pesquisa Científica”, de Dante Marcello Claramonte Gallian, que se encontra na Biblioteca Virtual. Neste texto, você terá a oportunidade de compreender que:
Nos mitos cosmogônicos mais importantesdas grandes civilizações, a ciência ou conhecimento aparece como elemento definidor por excelência do homem.
Nos relatos mais antigos, como na Bíblia e nos livros mesopotâmicos, nos poemas épicos e gestas das mais diversas civilizações, identifica-se a distinção entre o conhecimento revelado e o adquirido, a ciência humana.
Nascidos num contexto histórico muito peculiar, no entrecruzamento de diversas etnias, culturas e sociedades, os pensadores gregos foram talvez os primeiros homens a empreenderem uma confrontação sistemática de saberes e tradições cosmogônicas que acabou por gerar um método de análise e, ao mesmo tempo - com consequências mais revolucionárias - uma perspectiva fundamentalmente nova de olhar o universo: a crítica.
Os grandes tratados científicos da Alta Idade Média são, em sua maioria, sumárias compilações do conhecimento antigo, sem nenhuma pretensão crítica.
Mais tarde, entretanto, principalmente depois de Descartes, a ciência moderna começou a firmar sua autonomia, reivindicando a tarefa de redefinir o cosmos a partir de uma metodologia própria, inteiramente assentada na lógica racional. Entramos assim na aurora do Iluminismo, momento em que se começa a acreditar na possibilidade de alcançar a verdadeira verdade através das luzes da razão científica, banindo para sempre as trevas do misticismo religioso e mítico.
A matemática não euclidiana ou a física não newtoniana, que vão eclodir no fechamento do século XIX e início do século XX, determinam uma mudança de mentalidade, tanto em nível filosófico - abalando a crença religiosa na ciência - quanto em nível metodológico - relativizando o império do quantitativo, do empírico e do mensurável.
O século XX se encarregaria, portanto, do difícil trabalho de desconstrução e reconstrução da herança do XIX, trilhando novos caminhos, encontrando novas encruzilhadas. Às vezes, de maneira cética ou niilista, às vezes de maneira esperançosa e entusiasta. De qualquer forma, os novos problemas colocados pela ciência na passagem do século se apresentaram como um vasto programa que, gradativamente, vai sendo assumido por todas as ciências, tanto as novas como as mais antigas.
O problema fundamental que se apresenta na pesquisa científica, ao despontar o século XXI, é, sem dúvida, a necessidade de se redefinir o conceito de razão que herdamos do iluminismo e do positivismo dos séculos XVIII e XIX. Passadas e esgotadas as tentativas resistematizadoras do século passado - os neo empirismo, positivismo, racionalismo, etc – cabe agora o desafio de resgatar outras tradições, para além da herança cientificista. A consideração de outras percepções da inteligência humana, além do universo racional matemático, na construção da nova teoria do conhecimento tem sido um dos dados mais significativos deste processo de transformação que já estamos vivendo.
Diante do exposto, até o momento, podemos sinalizar que a pesquisa, por decorrer de uma prática humana, tem o seu caráter histórico-social, como também, político-ideológico. Em outras palavras, os resultados de uma pesquisa e a demonstração dos mesmos obedecem a critérios definidos pela própria razão e expressam uma determinada forma de compreensão da relação do homem com a natureza, consigo mesmo e com os demais seres humanos. Isto nos permite postular que a pesquisa científica não é neutra, mas intencional, por ser datada historicamente e por atender a determinadas necessidades construídas por grupos ou classes sociais em um contexto específico. Desta forma, estaremos procurando identificar o caráter ideológico de uma pesquisa. Para tanto, faz-se necessário compreendermos o que vem a ser ideologia. Compreendido o conceito de ideologia, podemos afirmar que uma pesquisa científica pode assumir um caráter ideológico, portanto, de falseamento da realidade. Isto se deve às bases em que se sustentam um projeto de pesquisa, bem como a que e a quem o mesmo atende. Em outras palavras, estamos afirmando que todo projeto de pesquisa, portanto, de investigação, está alicerçado em uma determinada visão de mundo, de homem e de sociedade. Para que possamos compreender a relação existente entre ciência e ideologia, vejamos o que nos tem a dizer a filosofa Marilena Chauí sobre a ideologia cientifica:[1: Reveja o texto: “Marx e a Crítica da Ideologia” de Danilo Marcondes (Livro do aluno: História da Filosofia – dos pré-socráticos à Wittgenstein da disciplina de Filosofia da Educação).]
O senso comum: O senso comum, ignorando as complexas relações entre as teorias científicas e as técnicas, entre ciência pura e ciência aplicada, entre teoria e prática e entre verdade e utilidade, tende a identificar as ciências com os resultados de suas aplicações. Essa identificação desemboca numa atitude conhecida como cientificismo, isto é, a fusão entre ciência e técnica e a ilusão da neutralidade científica (...).
O Cientificismo: O cientificismo é a crença infundada de que a ciência pode e deve conhecer tudo; que, de fato, conhece tudo e é a explicação causal das leis da realidade tal como esta é em si mesma. Ao contrário dos cientistas, que não cessam de enfrentar obstáculos epistemológicos, problemas e enigmas, o senso comum cientificista redunda numa ideologia e numa mitologia da ciência.
Ideologia da ciência: crença no progresso e na evolução dos conhecimentos científicos, que, um dia, explicarão totalmente a realidade e permitirão manipulá-la tecnicamente, sem limites para a ação humana.
Mitologia da Ciência: crença na ciência como se fosse magia e poderio limitado sobre as coisas e os homens, dando-lhe o lugar que muitos costumam dar às religiões, isto é, um conjunto doutrinário de verdades intemporais, absolutas e inquestionáveis.
A ideologia e a mitologia cientificistas encaram a ciência não pelo prisma do trabalho do conhecimento, mas pelo prisma dos resultados (apresentados como espetaculares e miraculosos) e sobretudo como forma de poder social e de controle do pensamento humano. Por esse motivo, aceitam a ideologia da competência, isto é, a ideia de que há, na sociedade, os que sabem e os que não sabem, que os primeiros são competentes e tem o direito de mandar e exercer poderes, enquanto os demais são incompetentes, devendo obedecer e ser mandados. Em resumo, a sociedade deve ser regida e comandada pelos que “sabem” e os demais devem executar as tarefas que lhe são ordenadas.
A ilusão da neutralidade científica: Como a ciência se caracteriza pela separação e pela distinção entre o sujeito do conhecimento e o objeto e por retirar dos objetos do conhecimento os elementos subjetivos; como os procedimentos científicos de observação, experimentação e interpretação procuram alcançar o objeto real; e, enfim, como os resultados obtidos por uma ciência não dependem da boa ou má vontade do cientista nem de suas paixões, estamos convencidos de que a ciência é neutra ou imparcial. Diz à razão o que as coisas são em si mesmas. Desinteressadamente. No entanto, essa imagem da neutralidade científica é ilusória. Quando o cientista escolhe uma certa definição de seu objeto, decide usar um determinado método e espera obter certos resultados, sua atividade não é neutral e nem imparcial, mas feita por escolhas precisas. Vamos tomar três exemplos que nos ajudarão a esclarecer este ponto. 
O racismo não é apenas uma ideologia social e política; é também uma teoria que se pretende científica, apoiada em observações, dados e leis conseguidos com a biologia, a psicologia, a sociologia. É uma certa maneira de apresentar tais dados de modo a transformar as diferenças étnicas e culturais em diferenças naturais imutáveis e separar os seres humanos em superiores e inferiores, dando aos primeiros justificativas para a explorar, dominar e mesmo exterminar os segundos.
Por que Copérnico teve que esconder os resultados de suas pesquisas e Galileu foi forçado a comparecer perante a Inquisição e negar que a Terra se movia em redor do sol? Porque a concepção astronômica geocêntrica (elaborada na Antiguidade) permitia que a Igreja Romanamantivesse a ideia de que a realidade é constituída por um hierarquia de seres, que vão dos mais perfeitos – os celestes – aos mais imperfeitos – os infernais –, tendo a Terra como ponto intermediário entre o celeste e o infernal. Essa posição da terra como ponto intermediário servia de base para a afirmação de que a mesma função pertencia à Igreja e que esta, portanto, estava mais próxima de Deus de que as outras religiões e que, no mundo cristão, ela ocupava um lugar mais alto do que os reis e os imperadores. Estes, por sua vez, na hierarquia da perfeição dos seres, estavam acima dos barões e estes acima dos camponeses e servos. Se a astronomia demonstrasse que a Terra não é o centro do Universo e se a mecânica galilaica demonstrasse que todos os seres estão submetidos às mesmas leis do movimento, então as hierarquias celestes, naturais e humanas perderiam legitimidade e fundamento, não precisando ser respeitadas. Uma sociedade e uma concepção do poder viram-se ameaçados por uma nova concepção científica.
Nosso terceiro exemplo pode ser dado com a antropologia. Durante muito tempo os antropólogos afirmaram que havia duas formas de pensamento cientificamente observáveis e com leis diferentes: o pensamento lógico-racional dos civilizados (homens europeus brancos adultos) e o pensamento pré-lógico e pré-racional dos selvagens e primitivos (africanos, índios, tribos australianas). O primeiro era considerado superior, verdadeiro e evoluído; o segundo, inferior, falso, supersticioso e atrasado, cabendo aos brancos europeus “auxiliar” os selvagens “primitivos” a abandonar sua cultura e adquirir uma cultura “evoluída” dos colonizadores. Em outras palavras, uma ciência como a antropologia simplesmente exprimia com conceitos e teorias o poder dos dominantes e legitimava a dominação colonial.[2: (Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2003, p. 234-5).]
Os estudos quantitativos e qualitativos nas ciências humanas e sociais: Duas são as abordagens teórico-metodológicas que perpassam o desenvolvimento da pesquisa e do conhecimento na área das ciências humanas e sociais. São elas:
perspectiva quantitativa: tem suas bases firmadas nas ciências naturais e foi transposta para o campo das ciências humanas e sociais no século XIX através da matriz filosófica do positivismo de Augusto Comte.
perspectiva qualitativa: decorre de uma perspectiva crítica e emancipatória que procura compreender o objeto de estudo e/ou análise a partir das condições concretas da realidade, portanto, pretende compreender a forma e o conteúdo do mesmo.
Tanto a abordagem quantitativa quanto a qualitativa possibilitaram formas diferenciadas de compreensão de um mesmo fenômeno. Sendo assim, convidamos você a conhecer as bases, os limites e as possibilidades de cada uma através do texto: Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão? de Hartmut Günter disponível na Biblioteca Virtual
Quadro Comparativo – Perspectiva Quantitativa e Qualitativa: 
Abordagem Quantitativa:
O quantitativo, conforme o próprio termo indica, significa quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações, assim como também com o emprego de recursos e técnicas estatísticas desde as mais simples, como percentagem, média, moda, mediana e desvio padrão, até as de uso mais complexo, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc., normalmente usadas em defesas de teses. 
O método quantitativo também é empregado no desenvolvimento das pesquisas de âmbito social, econômico, de comunicação, mercadológicas, de opinião, de administração, representando, em linhas gerais, uma forma de garantir a precisão dos resultados, e evitando com isso distorções de análise e interpretações.
Supõe uma população de objetos de observação comparável entre si.
A pesquisa quantitativa enfatiza os indicadores numéricos e percentuais sobre determinado fenômeno pesquisado.
A pesquisa quantitativa apresenta gráficos e tabelas, comparativas ou não, sobre determinado objeto/fenômenos pesquisados.
A pesquisa quantitativa pode ser aplicada juntamente com a pesquisa qualitativa.
Abordagem Qualitativa:
“O termo qualitativo implica uma partilha densa com pessoas, fatos e locais que constituem objetos de pesquisa, para extrair desse convívio os significados visíveis e latentes que somente são perceptíveis a uma atenção sensível” (CHIZZOTTI, 2006).
“Na pesquisa qualitativa questões e problemas para a pesquisa advêm de observações no mundo real, dilemas e questões. Elas são formuladas como hipóteses - então [se variável independente, então variável dependente] derivadas da teoria” (MARSCHALL; ROSSMAN, 1989).
Trata-se de “uma metodologia geral para desenvolver a teoria que está inserida em dados sistematicamente coletados e analisados. A teoria surge durante a própria pesquisa e isso ocorre através da interação contínua entre a coleta e a análise de dados” (STRAUSS; CORBIN, 1994).
A pesquisa qualitativa fornece uma compreensão profunda de certos fenômenos sociais, apoiados no pressuposto da maior relevância do aspecto subjetivo da ação social, visto que foca fenômenos complexos e/ou fenômenos únicos.
A pesquisa qualitativa pode ser aplicada em três diferentes situações:
A evidência qualitativa substitui a simples informação estatística relacionada a épocas atuais e/ou passadas;
A evidência qualitativa é usada para captar dados psicológicos que são reprimidos ou não facilmente articulados como atitudes, motivos, pressupostos, quadros de referência etc.;
A evidência qualitativa foca, por meio da observação, indicadores do funcionamento de estruturas e organizações complexas que são difíceis de mensurar quantitativamente.
EXERCICIOS:
1. Uma de nossas preocupações foi compreender a problemática da ideologia. Desta forma, pergunta-se: Qual dos pensadores abaixo defendeu a tese: “Não é a consciência que determina a vida, mas é a vida que determina a consciência”? Assinale a alternativa correta:
() Platão
() Hengel
(x) Marx
() Paulo Freire
2. A perspectiva quantitativa da pesquisa no campo das ciências humanas e sociais prevaleceu a partir da matriz teórica do:
(x) Positivismo august Comte
( ) do materialismo dialético de Karl Marx
( ) do criticismo Kantiano
( ) do racionalismo de René Descartes

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