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A assistência de enfermagem no envelhecimento populacional (1)

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
AO CLIENTE IDOSO
Professora Michele Nakahara
Mestra em Enfermagem - UFJF
Enfermeira e licenciada em Enfermagem – UFJF
Especialista em Urgência e Emergência 
Pós-Graduanda em Saúde Mental e Atenção 
Psicossocial
Especialização de Formação de Educadores em 
Saúde/UFMG
Envelhecimento individual é um processo sequencial, individual, acumulativo, 
irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, 
próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos 
capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua 
possibilidade de morte (OPAS, 2005)
O processo de envelhecimento não é homogêneo. Ele é influenciado por fatores 
genéticos, hábitos de vida, condições sociais e econômicas, aspectos 
culturais, entre outros. 
O processo natural de envelhecimento, ou senescência, em condições normais, não 
costuma provocar qualquer problema. 
No entanto, em condições de sobrecarga, como, a presença de doenças, o 
envelhecimento pode ocasionar uma condição patológica que requer assistência –
situação denominada senilidade. 
NO BRASIL, ATÉ A DÉCADA DE 1960, HOUVE UM CRESCIMENTO 
POPULACIONAL HOMOGÊNEO. A PARTIR DA DÉCADA DE 1970, 
OBSERVOU-SE QUE A PROPORÇÃO ENTRE CRIANÇAS E PESSOAS 
COM 60 ANOS OU MAIS COMEÇOU A DIMINUIR, DANDO INÍCIO À 
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA .
A PARTIR DESSA DÉCADA, 
OBSERVOU-SE O 
ENVELHECIMENTO 
CONTÍNUO DA ESTRUTURA 
ETÁRIA, COM PERSPECTIVAS 
DE AUMENTO AINDA 
MAIOR DA POPULAÇÃO 
IDOSA NAS PRÓXIMAS 
DÉCADAS (PEREIRA, 2008).
EM 2014, OS IDOSOS JÁ REPRESENTAVAM 13,7% DA 
POPULAÇÃO BRASILEIRA – 27,8 MILHÕES DE PESSOAS COM 
60 ANOS OU MAIS. 
EM 2050, CALCULA-SE QUE ESSE NÚMERO CHEGUE A 64 
MILHÕES – QUASE 30% DA POPULAÇÃO (IBGE, 2016).
POR QUE ESSA MUDANÇA DA FAIXA 
ETÁRIA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA 
É ALVO DE INTERESSE DE 
ENFERMEIRO???
CONSEQUÊNCIAS DO PROCESSO 
DE ENVELHECIMENTO
Alterações relevantes nos indicadores de morbimortalidade. 
Pode-se dizer que temos, atualmente, uma superposição das 
doenças crônico-degerativas, dos acidentes e das violências 
sobre as doenças transmissíveis (CHAIMOWICZ, 2009). 
DCNT
CAUSAS 
EXTERNAS 
DOENÇAS 
TRANSMISSI
VEIS 
TRIPLA 
CARGA 
DOENÇAS
FEMINIZAÇÃO DA VELHICE
2004
2009
Outra característica do nosso envelhecimento populacional é o aumento da 
proporção de idosos com mais de 80 anos entre os próprios idosos. Esses 
idosos constituem uma população bastante distinta dos idosos jovens devido à 
maior prevalência de doenças e ao grau de dependência funcional 
(CHAIMOWICZ, 2009).
AS DIMENSÕES DO CONCEITO DE ENVELHECIMENTO ATIVO
DOENÇA E CURA X CAPACIDADE FUNCIONAL
ATIVIDADES DA 
VIDA DIÁRIA 
AUTONOMIA INDEPENDÊNCIA 
A Política Nacional de Saúde da 
Pessoa Idosa (PNSPI) aborda a 
saúde do indivíduo idoso como 
algo que se traduz pela sua 
condição de autonomia e 
independência, e não pela presença 
ou ausência de doença orgânica.
AS DIMENSÕES DO CONCEITO DE ENVELHECIMENTO ATIVO
DOENÇA E CURA X CAPACIDADE FUNCIONAL
ATIVIDADES DA 
VIDA DIÁRIA 
AUTONOMIA INDEPENDÊNCIA 
As causas de declínio funcional, 
normalmente, são múltiplas e multifatoriais
↓
A presença de declínio funcional não 
pode ser atribuída ao envelhecimento 
normal, mas sim à presença de 
incapacidade funcional. 
O declínio funcional representa o principal 
determinante de desfechos negativos, 
como o desenvolvimento de outras 
incapacidades e piora funcional, 
institucionalização, hospitalização e morte.
POLÍTICAS VOLTADAS À POPULAÇÃO IDOSA
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) tem como finalidade recuperar, 
manter e promover a autonomia e a independência dos indivíduos idosos, 
direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, em consonância 
com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. 
As diretrizes da Política são:
POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO 
(Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994)
Dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, 
cria o Conselho Nacional do Idoso e dá 
outras providências. A Política Nacional do 
Idoso tem por objetivo assegurar os 
direitos sociais do idoso (pessoas maiores 
de 60 anos de idade), criando condições 
para promover sua autonomia, 
integração e participação efetiva na 
sociedade. 
A Lei dispõe sobre os princípios, diretrizes, 
organização, ações governamentais e 
disposições gerais que deverão orientar a 
Política.
CONSTRUÇÃO E CONSOLIDAÇÃO POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO 
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO IDOSO 
(Portaria nº 1395, de 10 de dezembro de 1999)
Foi a primeira política brasileira expressamente 
relacionada à saúde do idoso. 
Em 2006, foi revogada pela Portaria MS/GM 
n° 2528, de 20 de outubro de 2006, que instituiu a 
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA 
(Portaria MS/GM n° 2528, de 20 de outubro de 2006)
Direciona medidas coletivas e individuais de saúde para 
população idosa em consonância com os princípios e 
diretrizes do Sistema Único de Saúde, a fim de promover 
a recuperação, a autonomia e a independência dos 
idosos.
ESTATUTO DO IDOSO
LEI NO 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003.
Proteção integral
Preservação de saúde física 
e mental
Liberdade e dignidade
Direito à vida, saúde, 
alimentação, educação, 
cultura, esporte, lazer, 
trabalho, cidadania, 
liberdade, dignidade, 
respeito e convivência 
familiar
Atendimento preferencial 
imediato e individualizado
Priorização do atendimento 
do idoso por sua própria 
família (em detrimento asilar)
Capacitação e reciclagem dos 
recursos humanos nas áreas 
de geriatria e gerontologia
Formas de negligência, 
discriminação, violência, 
crueldade ou opressão, e todo 
atentado aos seus direitos, 
por ação ou omissão, será 
punido na forma da lei
É assegurada a atenção 
integral à saúde do idoso, por 
intermédio do SUS
atendimento domiciliar, 
incluindo a internação, para a 
população que dele necessitar 
e esteja impossibilitada de se 
locomover
Os idosos portadores de 
deficiência ou com limitação 
incapacitante terão 
atendimento especializado
Ao idoso internado ou em 
observação é assegurado o 
direito a acompanhante
PECULIARIDADES DA SAÚDE E DOENÇA DE IDOSOS
A consulta clínica de pessoas idosas deve sempre contemplar esta diversidade, que 
se apresenta como mais complexa do que a consulta de adultos ou crianças. 
Assim, o próprio modo de raciocinar e exercer a clínica deve ser diferente diante de 
idosos mais velhos, pois a redução da reserva de sistemas fisiológicos (é contínua) e 
múltiplos problemas concomitantes modificam a apresentação das doenças.
NÃO HÁ OUTRA FAIXA ETÁRIA, NA QUAL SEJA MAIOR A VARIABILIDADE DE 
CONDIÇÕES CLÍNICAS ENTRE OS PACIENTES; 
SEJA AOS 60, SEJA AOS 90 ANOS , O ESTADO FUNCIONAL E DE SAÚDE DOS IDOSOS 
SERÁ A RESULTANTE DA INTERAÇÃO ENTRE ALGUNS FATORES, COMO:
O declínio funcional de órgãos e sistemas ao longo do 
envelhecimento não é homogêneo e varia amplamente de 
acordo com os hábitos de vida e a incidência e controle de 
doenças, especialmente as doenças crônico-degenerativas
REDUÇÃO DA RESERVA FISIOLÓGICA
Dessa forma, não é incomum encontrar pessoas com demência 
moderada, mas que apresentam completa independência 
funcional (para deambular, se vestir e alimentar). Por outro lado, 
há pacientes com cognição e autonomia intactas, mas 
fisicamente dependentes para realizar a maioria das atividades 
cotidianas (por osteoartrose grave, por exemplo).
A partir de certo limite de declínio da reserva fisiológica, 
especialmente renal,pulmonar, cardíaca e cerebral, o organismo 
perde a capacidade de suportar agravos; e as descompensações
de um sistema ou de todo o organismo passam a se manifestar. 
Esse limite, entretanto, também não é homogêneo.
REDUÇÃO DA RESERVA FISIOLÓGICA
A redução da reserva de um sistema fisiológico também 
contribuirá para a maior gravidade das doenças que o 
acometem. Este é o motivo da elevada letalidade das pneumonias 
em idosos e também da maior proporção de casos de úlcera 
péptica desencadeada por anti-inflamatórios, nesta faixa etária.
A partir de certo limite de declínio da reserva fisiológica, especialmente renal, pulmonar, 
cardíaca e cerebral, o organismo perde a capacidade de suportar agravos; 
e as descompensações de um sistema ou de todo o organismo passam a se manifestar. 
Esse limite, entretanto, também não é homogêneo e varia de pessoa para pessoa
MANIFESTAÇÕES DE UMA DOENÇA
Sintomas e sinais por vezes são peculiares de idosos
ALÉM DAS CONSEQUÊNCIAS DA REDUÇÃO DA RESERVA DOS SISTEMAS 
FISIOLÓGICOS, A FRAGILIDADE DE UM IDOSO SERÁ TANTO MAIS IMPORTANTE 
QUANTO MAIOR FOR O NÚMERO DE PROBLEMAS CLÍNICOS. 
MÚLTIPLOS PROBLEMAS - POLIPATOLOGIA
A saúde do idoso é a resultante de diversos fatores que interagem ao longo das décadas de vida. 
Por este motivo, frequentemente os idosos apresentam múltiplas doenças ou condições clínicas 
ao mesmo tempo, condição denominada polipatologia.
Em algumas situações é difícil diferenciar o envelhecimento habitual de condições 
patológicas, como no caso da redução do condicionamento físico X osteoporose ou das queixas 
de memória X demência. 
Esta diferenciação, no entanto, nem sempre será imprescindível para tomada de decisões 
FISIOLÓGICO X PATOLÓGICO 
A existência de múltiplos e simultâneos problemas não impede o curso bem sucedido do 
envelhecimento, que preserve níveis razoáveis de autonomia e independência.
Com o aumento da proporção de idosos dentre os usuários do Sistema Único de Saúde, o próprio modo 
de desenvolver o raciocínio clínico deverá mudar. 
Em adultos, a presença de múltiplos sinais e sintomas leva ao diagnóstico de uma única síndrome 
ou doença, como insuficiência cardíaca, tuberculose, depressão. 
Entre idosos, no entanto, há múltiplas causas provocando os 
múltiplos sintomas e sinais.
A complexidade do raciocínio clínico necessário para avaliar 
idosos tende a atrasar o diagnóstico e favorecer a evolução 
da doença, bem como piorar o prognóstico. 
Esta tendência é agravada pela própria interação entre as 
manifestações clínicas das múltiplas doenças. 
Com o aumento da proporção de idosos dentre os usuários do 
SUS, o próprio modo de desenvolver o raciocínio clínico deverá 
mudar com o tempo. 
EFEITO CASCATA E CASCATA IATROGÊNICA
A presença de múltiplos 
problemas e a ↓ da 
reserva fisiológica 
Polifarmácia
Sucessão de 
problemas 
clínicos 
desencadeados 
progressivamente
Efeitos adversos de 
medicamentos 
FENÔMENO DO ICEBERG
Alguns problemas 
comuns em idosos não 
geram queixas durante um 
longo período de sua 
evolução, podendo 
permanecer ocultos, 
“submersos”, como a 
parte principal de um 
iceberg.
FENÔMENO DO ICEBERG
Outros são evidentes, mas 
podem não ser reconhecidos 
por uma equipe sem 
treinamento. E acabam 
piorando a qualidade de vida 
(como a incontinência urinária), 
oferecendo risco (como fraturas 
por osteoporose), podendo 
trazer consequências muito 
significativas no médio prazo 
(como a perda de visão 
provocada pelo glaucoma)
AS PRINCIPAIS QUEIXAS DAS PESSOAS 
IDOSAS POR VEZES NÃO CORRESPONDEM 
AOS SEUS PRINCIPAIS PROBLEMAS DE 
SAÚDE, COMO SERIA O CASO DE UM IDOSO 
QUE SE CONSULTOU PARA RENOVAR A 
PRESCRIÇÃO DE UM ANTIDEPRESSIVO, MAS 
CUJO EXAME FÍSICO REVELOU A PRESENÇA 
DE ANEMIA.
ABORDAGEM CLÍNICA DE PESSOAS IDOSAS
ABORDAGEM CLÍNICA DE PESSOAS IDOSAS
Imagine uma idosa que sofreu duas quedas em casa quando 
andava rapidamente pelo corredor, no meio da noite, para ir ao 
banheiro urinar.
Imagine uma idosa que sofreu duas quedas em casa quando 
andava rapidamente pelo corredor, no meio da noite, para ir ao 
banheiro urinar.
Considere que ela tem baixa acuidade visual por causa de 
catarata, é dependente de clonazepam para dormir, apresenta 
hipotensão ortostática pela dose excessiva de anti-hipertensivos 
(que incluem nifedipina de dia - que tem provocado edema das 
pernas - e hidrocolorotiazida à noite) e tem osteoartrose dos 
joelhos com indicação para fisioterapia e uso de bengala.
ABORDAGEM CLÍNICA DE PESSOAS IDOSAS
Imagine uma idosa que sofreu duas quedas em casa quando 
andava rapidamente pelo corredor, no meio da noite, para ir ao 
banheiro urinar.
Além disso, ela usa um chinelo que às vezes sai do pé e, na sua 
casa, no corredor mal iluminado que leva ao banheiro, há um 
tapete escorregadio
ABORDAGEM CLÍNICA DE PESSOAS IDOSAS
Diversas ações devem ser avaliadas e tomadas em conjunto pela 
equipe, como: a avaliação do benzodiazepínico, a retirada do 
diurético noturno, a redução da dose total de anti-hipertensivos com 
substituição da nifedipina, a fisioterapia para treino de marcha, de 
equilíbrio e de utilização de bengala. 
Manejo da redução da ingestão de líquidos após as 18h, a 
recomendação de urinar logo antes de dormir e mesmo colocar uma 
comadre para que a idosa possa urinar no quarto sem ir ao banheiro. 
Outras ações simples seriam a recomendação para utilizar calçados 
mais firmes, o aumento da iluminação do corredor e a retirada ou 
fixação dos tapetes escorregadios.
Com o intuito de reduzir no médio prazo o risco de quedas e fraturas 
seria importante programar a cirurgia de catarata e avaliação de 
ostoporose. 
É imprescindível uma equipe multidisciplinar bem treinada, pois 
somente um conjunto de intervenções – incluindo modificações no 
domicílio – será capaz de reduzir o risco de fraturas. 
PECULIARIDADES DAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS EM 
PESSOAS IDOSAS
Embora a maioria das doenças em idosos se apresente de forma habitual, muitas 
vezes as manifestações serão atípicas:
Sinais e sintomas 
Comuns podem ser 
menos intensos/não 
existirem
Sinais e sintomas 
incomuns podem ser a 
primeira ou a principal 
manifestação
Doenças que 
acometem um sistema 
podem manifestar-se 
em outro sistema 
E
X
E
M
P
L
O
S
 .
..
• Ausência de leucocitose em um quadro infeccioso agudo pode ser consequência da 
resposta inflamatória atenuada pelo envelhecimento;
• Na radiografia de tórax do idoso com pneumonia, a consolidação do parênquima 
pulmonar por vezes só torna-se evidente após a correção da desidratação;
• Na densitometria óssea, a densidade mineral óssea pode estar falsamente elevada 
em pacientes com osteoartrose.
Em idosos com “baixa reserva cognitiva”, o estado de delirium (confusão mental 
aguda) pode ser indicativo de agravos tão diversos como constipação intestinal, 
erisipela, insuficiência cardíaca ou efeitos adversos de medicamentos.
“Desânimo, falta de energia e dores no corpo” podem ser manifestações de doenças 
tão diversas quanto hipertireoidismo, osteomalácia ou depressão.
Insônia pode ser a expressão clínica da ortopnéia ou da nictúria na insuficiência 
cardíaca inicial.
- Perda de peso pode sugerir neoplasias ou ser provocada por próteses dentárias mal 
ajustadas. 
HISTÓRIA CLÍNICA E EXAME FÍSICO 
. 
O profissional de saúde deverá conhecer tanto os sintomas
que geralmente estão ausentes, quanto os sintomas que
invariavelmente estão presentes
Em virtude da redução da reserva fisiológica do sistema
respiratório, por exemplo, é raro observar pneumonia sem
taquipnéia. Sintomas sistêmicos como astenia e hiporexia
podemser a manifestação de inúmeras doenças diferentes e,
por vezes, os familiares e o próprio idoso podem
erroneamente atribuir estes sintomas ao “envelhecimento”.
Embora as queixas mais recentes 
sejam especialmente importantes, 
é uma tarefa árdua determinar a 
época provável do início dos 
sintomas; 
descobrir que o início do quadro 
coincidiu com a retirada de um 
medicamento ou com eventos 
sociais (por exemplo, um neto que 
se divorciou) pode orientar a 
investigação.
OS GIGANTES DA GERIATRIA
Por serem tão comuns e de diagnóstico e manejo 
tão complexo, algumas síndromes geriátricas são 
denominadas gigantes da geriatria. Praticamente 
qualquer agravo à saúde do idoso podendo se 
manifestar através de:
Depressão, 
demência e 
delirium
Incontinências
Instabilidades 
postural
Quedas
“INSUFICIÊNCIA COGNITIVA”: DEPRESSÃO, 
DEMÊNCIA E DELIRIUM
DEPRESSÃO
Muito 
prevalente
Quadro clínico 
peculiar
Causas: viuvez, 
aposentadoria 
doenças
Irritabilidade, 
sono, fadiga 
AS DEMÊNCIAS ACOMETEM MAIS DE UM TERÇO 
DOS IDOSOS COM 85 ANOS NO BRASIL.
Prejuízo da 
memória 
recente
Distúrbios 
da 
Linguagem 
Prejuízo das 
habilidades 
diárias 
Doença 
de 
Alzheimer
Isolamento 
Social
Demandas de 
cuidado
Irritabilidade
A DA é um distúrbio cerebral 
complexo,
causado por uma combinação 
de diversos fatores que podem 
incluir genética (pré-senil), 
alterações
de neurotransmissores, 
anormalidades vasculares, 
hormônios do estresse,
alterações circadianas, 
traumatismo 
cranioencefálico e presença 
de transtornos
convulsivos.
AS DEMÊNCIAS ACOMETEM MAIS DE UM TERÇO 
DOS IDOSOS COM 85 ANOS NO BRASIL.
Prejuízo da 
memória 
recente
Distúrbios 
da 
Linguagem 
Prejuízo das 
habilidades 
diárias 
Doença 
de 
Alzheimer
Isolamento 
Social
Demandas de 
cuidado
Irritabilidade
DOENÇA DE ALZHEIMER (DA)
Quinta causa principal de morte de indivíduos idosos;
É um dos tipos mais comuns de demência (50%), e trata-se de uma doença neurológica 
degenerativa progressiva e irreversível;
Tem início de modo insidioso e que se caracteriza por perdas graduais da função 
cognitiva e por distúrbios no comportamento e afeto;
Embora a maior situação de risco para a DA seja a idade crescente, muitos fatores 
ambientais, nutricionais e inflamatórios podem influenciar;
Lesão neuronal principalmente no córtex cerebral, resultando em ↓ tamanho do encéfalo e
enzima ativa na produção de acetilcolina, que está especificamente envolvida no
processamento da memória;
ALZHEIMER
Acúmulos de 
proteínas amilóide
Córtex cerebral 
(hipocampo)
Degeneração 
sináptica intensa e 
morte neuronal
Neuropatológica Bioquímica 
Mudança estrutural: 
enovelados neurofibrilares, 
as placas neuríticas e a 
alteração da amiloide não 
funcionantes
Alteração dos 
neurotransmissores
↓ enzima ativa na 
produção de 
acetilcolina 
aa da proteína 
precursora B-amiloide e 
proteína tau 
hiperfosforilada e a 
ubiquitina
A porcentagem de indivíduos com DA duplica aproximadamente em cada 5 anos de idade a 
partir dos 60 anos, representando 1% aos 60 anos e em torno de 30% aos 85 anos
↓ RACIOCÍNIO, COMPRENSÃO, 
MÉMORIA, LINGUAGEM E APTIDÃO
PARA APRENDIZAGEM E DAS 
ATIVIDADES COTIDIANAS
ATUALMENTE NÃO EXISTE CURA 
PARA A DOENÇA.
OS TRATAMENTOS SÃO PARA 
RETARDAR AO MÁXIMO A EVOLUÇÃO 
DA DOENÇA E DE GARANTIR 
QUALIDADE DE VIDA SATISFATÓRIA 
TANTO PARA O PACIENTE COMO 
PARA SUA FAMÍLIA.
TRATAMENTO E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
O tratamento da DA deve ser multidisciplinar, envolvendo os diversos sinais e sintomas 
da doença; Diagnóstico: exames laboratorias p/ demência, RM crânio e avaliação clínica;
No momento, o diagnóstico é por exclusão e confirmado na necropsia. 
O objetivo do tratamento medicamentoso é propiciar a estabilização do
comprometimento cognitivo, do comportamento e da realização das atividades da
vida diária, com um mínimo de efeitos adversos.
Desde a introdução do primeiro inibidor da acetilcolinesterase, os fármacos
colinérgicos donepezila, galantamina e rivastigmina sendo recomendados para o
tratamento da DA leve a moderada.
As donepezila, rivastigmina e galantamina têm propriedades farmacológicas
levemente diferentes,mas todas inibem a degradação da molécula de acetilcolina,
o neurotransmissor classicamente associado à função de memória, por bloquear a enzima 
acetilcolinesterase.
A EVOLUÇÃO DA DOENÇA DE ALZHEIMER, TEM PROGRESSÃO 
VARIADA: DE 2 A 20 ANOS. 
NA MAIORIA DOS CASOS LEVA DE OITO A DEZ ANOS. 
A EVOLUÇÃO DA DOENÇA PODE VARIAR BASTANTE DE PESSOA PARA 
PESSOA. 
DE UM MODO GERAL, OS PACIENTES PASSAM PELOS ESTÁGIOS:
1º - Estágio (2 a 4 anos): Nesta fase, o que mais chama a atenção são as
alterações da memória que se manifestam, inicialmente, como esquecimento
frequente por parte do idoso em saber onde estão as coisas que ele costuma
guardar; a verificação repetidas vezes de uma tarefa feita; a demora, mais
do que o tempo normal, para executar uma atividade rotineira (como vestir-
se, ir ao banheiro, comer entre outras). Ocorrem também episódios de
desorientação no tempo e no espaço (data, ano, lugar onde mora, hora, dia
ou noite).
2º - Estágio (Fase intermediária entre 3 a 5 anos): há o agravamento da fase inicial e, além disso, há
o aparecimento de novas dificuldades como de expressão na fala e na escrita, na compreensão do que
está escrito ou do que é dito. Há também a perda da capacidade de executar movimentos adequados
para realizar tarefas simples como sentar-se e depois deitar-se, levantar e começar a andar.
Acentua-se o esquecimento e o idoso começa a perder a capacidade de reconhecer nomes e funções
de objetos (como garfo, lápis, toalha, pente).Começa a não reconhecer as pessoas, repete frases ou
palavras sem interrupção. Faz coisas sem sentido aparente. Tem dificuldade para dizer o que quer, o
que sente, e não consegue entender direto o que lhe é pedido ou explicado. O nível de dependência
do idoso para realizar suas atividades de vida diária começa, portanto, a aumentar e passa a ficar
dependente de outra pessoa para realizar hábitos rotineiros.
3º Estágio (Fase Final de 1 a 3 anos após a fase anterior): Agravamento acentuado, o idoso não
reconhece mais as pessoas do seu convívio diário e, às vezes, não reconhece mais a sua própria
imagem refletida no espelho. Quase não tem mais iniciativa. Tem dificuldade de movimentar-se, de
caminhar. Pode não conseguir mais controlar a eliminação de urina ou de fezes, tendo que usar fraldas.
Neste estágio, acaba ficando acamado, incapaz de comunicar-se e não consegue mais, mastigar ou
engolir, sendo necessário, em alguns casos o uso de sonda nasogástrica ou mesmo de
gastrostomia sob avaliação de uma junta interdisciplinar de profissionais.
AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM
Avaliação das atividades da vida diária;
Avaliação das atividades instrumentais da vida diária;
Avaliação dos déficits sensoriais;
Avaliação das condições psico-comportamentais;
Avaliação da situação familiar e suportes sociais.
-Prover suporte da função cognitiva;
-Promover a segurança física;
-Reduzir a ansiedade e agitação;
-Melhorar a comunicação;
-Promover a independência nas atividades de autocuidado;
-Providenciar a socialização e as necessidades de privacidade;
-Providenciar a nutrição adequada;
-Providenciar o equilíbrio entre a atividade e o repouso;
-Prover apoio e orientação aos familiares.
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PORTANTO É IMPORTANTE ATENTAR E PROMOVER...
conhecer e levar em consideração a história da pessoa;
mesmo que custe três vezesmais o tempo para auxiliar o paciente a vestir-se,
deve-se estimular cada oportunidade para o autocuidado;
atentar para que, em nome da eficiência e segurança, não 
sejam impostas restrições muito severas à liberdade a ponto da qualidade de 
vida tornar-se minima;
estes pacientes devem ser respeitados como um adulto, incluindo o cuidado
com a roupa, penteado, uso do nome, privacidade e confidencialidade.
Individualidade
Independência
Liberdade
Dignidade
TERAPIA MEDICAMENTOSA 
Há grande variação na absorção, distribuição, metabolismo e excreção de medicamentos
nos pacientes idosos. Isso se deve em parte a menor capacidade hepática e renal de
metabolizarem e excretarem as drogas e a níveis reduzidos de eficiência dos sistemas
circulatório e nervoso para superar o efeito de certas drogas. Muitos medicamentos e seus
metabólitos têm excreção renal.
As funções glomerular e tubular estão diminuídas em muitas pessoas idosas. O peso
corporal, a água total do organismo, a massa corporal magra e a albumina plasmática
(proteína) diminuem e a gordura do organismo aumenta na idade avançada.
Os idosos utilizam mais 
medicações do que 
qualquer outro grupo etário
Interações medicamentosas, 
efeitos de várias drogas e o 
uso de múltiplas drogas e a 
falta de adesão 
medicamento
Medicamentos: 
tranquilizantes, sedativos, 
hipnóticos e antipsicóticos, 
cardíacos e 
gastrointestinais
É preciso lembrar, em qualquer esquema de medicação ao 
idoso, que as drogas são capazes de alterar o estado 
nutricional do paciente, que já pode estar comprometido por 
dietas inadequadas, pela doença crônica e seu tratamento. 
↓ Apetite
Náusea e 
Vômito
Irritação 
gástrica
Constipação/
Diarreia 
↓ absorção 
nutrientes
Sonolência 
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HIPERDOSAGEM
EFEITOS ADVERSOS
TOXICIDADE MEDICAMENTOSA
↑ INTERAÇÃO MEDICAMENTOS
AUTOMEDICAÇÃO (educação do uso medicamentoso)
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Embora algum grau de incontinência urinária acometa muito idosos residentes na
comunidade, ela não será relatada pelos pacientes em uma consulta de rotina
(assunto velado), a menos que seja investigada com alguma insistência.
Os dois tipos mais comuns de incontinência urinária são:
. 
A instabilidade do m. detrusor, que se manifesta como um desejo 
imperioso de urinar e perda de um grande volume de urina;
A incontinência de esforço, que se manifesta pela perda de
pequenos volumes de urina provocada por situações que
aumentam a pressão intra-abdominal, como a tosse, espirros ou
levantar-se da cama
EM ALGUMAS SITUAÇÕES A INCONTINÊNCIA URINÁRIA É 
TRANSITÓRIA E REMITE APÓS A REMOÇÃO DA CAUSA....
- Tratamento de sinusite que provocava tosse;
- Substituição de um diurético por anti-hipertensivo que não aumenta a diurese;
- Tratamento de osteoartrose facilitando a deambulação até o banheiro. 
INSTABILIDADE POSTURAL, QUEDAS E FRATURAS
A mortalidade alcança 25% nos primeiros 
seis meses e, dentre os sobreviventes, a 
maioria deixará definitivamente de deambular 
com independência se não receber 
assistência adequada (OMS, 2007). 
Cerca de 1/3 dos idosos sofrem quedas a cada ano e 
2% delas provocam fraturas proximais do fêmur; 
Apesar destas estatísticas, observa-se que a 
indagação sobre a ocorrência de quedas não faz 
parte de uma anamnese habitual….
PREVENÇÃO DE QUEDAS
IMOBILIDADE
1. Síndrome de Imobilidade é o desfecho de um longo processo de perda de
independência. Esta situação clínica é muito comum em instituições de longa
permanência.
2. A síndrome nunca se instala subitamente.
3. Ela reflete, muitas vezes, a assistência insuficiente ao idoso.
4. Seu protótipo é o idoso acamado, desnutrido, incontinente, com fecaloma,
contraturas irreversíveis nos membros, úlceras de pressão e déficit cognitivo,
que falece por pneumonia de aspiração ou trombose venosa profunda.
IATROGENIA
Males causados ao paciente por ações dos profissionais de saúde. 
Estes podem resultar inclusive de procedimentos bem indicados e necessários
Iatrogenia em geriatria resulta de imprudência, imperícia e falta de 
moderação ou crítica ao se prescrever medicamentos, ou uma intervenção 
não medicamentosa. 
Os diagnósticos da 
NANDA-I podem me 
auxiliar com os 
clientes idosos?
QUAIS PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM????

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