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Prof. Roberto Maciel - ZOO 138 
Evolução da nutrição e do uso de alimentos e nutrientes 
1 
 
EVOLUÇÃO DA NUTRIÇÃO E DO USO DE ALIMENTOS E NUTRIENTESEVOLUÇÃO DA NUTRIÇÃO E DO USO DE ALIMENTOS E NUTRIENTESEVOLUÇÃO DA NUTRIÇÃO E DO USO DE ALIMENTOS E NUTRIENTESEVOLUÇÃO DA NUTRIÇÃO E DO USO DE ALIMENTOS E NUTRIENTES 
1.1 HISTÓRICO 
 
Nestes últimos anos, a eficiência da produção dos rebanhos foi decididamente aumentada, devido às novas 
descobertas realizadas no campo da alimentação e da nutrição dos animais. Foram o importantes essas 
descobertas que revolucionaram muitos conhecimentos e teorias do passado. Rações que eram consideradas 
ideais há alguns anos podem agora ser radicalmente melhoradas pela aplicação dos resultados delas. 
A nutrição teve seu início como uma arte, cujos fundamentos foram uma mescla de instintos, hábitos, 
experiências, conjecturas e folclores. Define-se como instinto os atributos congênitos, que não são hábitos e 
que levam o animal a atuar de uma forma determinada, sem prévia experiência. Segundo a teoria de Darwin, 
alguns instintos foramdesaparecendo devido a uma menor utilização. Outros foram sendo fixados 
porhereditariedade e outros ainda foram mudados por dispositivo genético, permitindo aos animais a se 
adaptarem às condições do meio. A fome é um instinto que nasce com o animal e permite a ele distinguir o 
comestível do não comestível. A nutrição vai ensiná-lo a separar o que deve e pode usar. 
Para atender às necessidades alimentares do homem, houve necessidade de domesticar e criar os animais, 
atualmente em grande parte em confinamento, gerando problemas de nutrição. Esses fatos, aliados à 
produtividade objetivada pelos criadores, representaram um estresse para os animais, fazendo com que as 
exigências nutritivas fossem revisadas pelos pesquisadores e, a partir daí, a nutrição deixou de ser apenas uma 
arte para se transformar numa ciência. 
Isso começou com os químicos estudando a composição dos alimentos, os quais eram formados de entidades 
químicas com características nutritivas, denominadas nutrientes. Os alimentos não são completos em 
nutrientes e estes, na maioria dos alimentos, não estão balanceados. Isto conduziu à conclusão de que seria 
recomendável a mistura de alimentos para balancear adequadamente os nutrientes. Em seguida, os 
fisiologistas começaram a se interessar pelo conhecimento de como funciona a máquina biológica. O 
desenvolvimento dessa área de conhecimento permitiu estabelecer as necessidades do organismo em 
nutrientes. Funções como digestão, trabalho muscular, reprodução e lactação passaram a ser bem 
interpretadas, levando ao estabelecimento de relações como dieta-saúde e dieta-produção animal. 
Posteriormente, foi observado que as reações são catalizadas por enzimas e o seu controle é endócrino, o que 
trouxe apoio para os enzimologistas e endocrinologistas. Os estudos para estabelecer a digestão dos carnívoros 
e herbívoros mostraram que a fibra é digerida pelos microorganismos, tornando importante o papel do 
bacteriologista. Animais de uma mesma categoria, recebendo um dado alimento, apresentavam respostas 
diferentes na produção, o que foi explicado mais tarde pelos geneticistas. Ao mesmo tempo, surgiram dúvidas 
quanto à interpretação e à quantificação das diferenças no desempenho de animais semelhantes que recebem 
a mesma dieta, que foram explicadas pelos estatísticos com o uso da matemática. 
A nutrição como ciência se baseia em várias disciplinas e qualquer técnico que tiver bom conhecimento de uma 
delas, aliado ao conhecimento geral das outras, poderá ser um bom nutricionista. Observe-se que o interesse 
do nutricionista não é nos alimentos e sim nos nutrientes que constituem o alimento. A Figura 1.1 mostra a 
área ocupada pela nutrição dentro das principais disciplinas. 
 
 
 
 
 
 
Prof. Roberto Maciel - ZOO 138 
Evolução da nutrição e do uso de alimentos e nutrientes 
2 
 
Área ocupada pela nutrição animal: 
 
FIGURA 1.1 Espaço ocupado pela nutrição dentro de cada disciplina conforme suas necessidades. 
1.2 EVOLUÇÃO DO USO DE ALIMENTOS E NUTRIENTES 
A evolução do uso de alimentos para as principais espécies de valor econômico pode ser vista no Quadro 1.1 
Observa-se que em 1900, era dada uma melhor alimentação para os animais monogástricos, havendo também 
uma certa preocupação com o bovino de leite, pois este proporcionava resposta imediata para o criador. O 
bovino de corte recebeu alimentação mais pobre e o estudo de sua nutrição evoluiu mais lentamente. 
Em uma série de experimentos realizados e publicados em 1969, a Universidade de Purdue (USA) demonstrou 
os resultados dos progressos obtidos na nutrição animal naqueles últimos 50 anos, alguns dos quais serão 
vistos a seguir: 
QUADRO 1.1 Evolução do uso de alimentos para bovinos, suínos e aves. 
 
Observa-se que quando foi comparada a ração recomendada em 1908 com a de 1958, esta produziu um ganho 
de peso 42% maior que aquela, com reduções de 30% na conversão alimentar e de 33% no custo por kg de 
ganho. 
Dentre vários pontos fundamentais no progresso obtido nos últimos anos, destacam-se três: 
ZOOTECNIA 
Prof. Roberto Maciel - ZOO 138 
Evolução da nutrição e do uso de alimentos e nutrientes 
3 
 
• identificação e determinação dos requerimentos de minerais, vitaminas e aminoácidos essenciais; 
utilização de promotores de crescimento e enzimas nas rações; 
• reconhecimento da importância do equilíbrio entre o nível de energia e os demais nutrientes da dieta; 
• relacionamento do custo da alimentação para produção de 1 quilo de carne. 
Junto com o melhoramento e a sanidade, a nutrição constitui o sustentáculo mais importante da produção 
animal e o principal responsável pelo sucesso dessa exploração. Atualmente, as pesquisas são dirigidas para 
determinar requerimentos nutricionais em níveis mais econômicos e procurar alimentos alternativos, de moda 
a alimentar os animais e produzir a custos economicamente viáveis. 
Embora a nutrição animal seja considerada uma das ciências mais desenvolvidas no campo da zootecnia, ainda 
existem muitos fatores de produção para serem pesquisados. Segundo Scott et al., muitos nutrientes 
requeridos pelos frangos de corte já foram isolados e identificados, mas ainda existem fatores de crescimento 
não identificados. Segundo eles, os solúveis secos de destilarias, o soro em pó de leite, a levedura seca de 
cerveja, a farinha de miscélia de antibiótico, outros solúveis de fermentação e certos alimentos naturais têm 
sido mencionados como boas fontes de fatores de crescimento não identificados. 
Com o aumento da comercialização dos produtos animais, procuraram-se novas abordagens que atendessem 
os padrões de qualidade exigidos pelos países importadores. Dentre as diversas ferramentas de gestão de 
segurança alimentar pode-se citar o sistema APPCC. 
O sistema Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC - HACCP) relaciona-se completamente com a 
produção de alimentos inócuos e procura identificar os perigos relacionados à inocuidade para o consumidor 
que podem ocorrer em uma linha de produção, estabelecendo os processos de controle. 
Os perigos são classificados de acordo com sua natureza e podem ser biológicos, químicos ou físicos. 
� Perigos biológicos: bactérias, vírus e parasitas patogênicos e toxinas microbianas. 
� Perigos químicos: pesticidas, herbicidas, contaminantes tóxicos inorgânicos, antibióticos, promotores de 
crescimento, aditivos alimentares tóxicos, lubrificantes, tintas, desinfetantes, toxinas naturais. 
� Perigos físicos: fragmentos de vidro, metal e madeira ou outros objetos que possam causar dano físico 
ao consumidor (feridas na boca, dentes quebrados ou outro tipo de lesão que necessite de intervenção 
médica para retirar o agente do organismo do consumidor). 
 
Assim, a “Análise de Perigos”é a designação atualmente empregada para a atividade de pesquisa que se 
destina a revelar, por meio do exame de matérias-primas, processos, práticas, pessoal, produtos, 
equipamentos e instalações, a presença propriamente dita ou a possibilidade de ocorrência (ou presença) de 
perigos. O Ponto Críticos significa todos os locais ou situações onde podem estar presentes os perigos, ou uma 
série destes (contaminação, sobrevivência e reprodução de microrganismos; contaminação e/ou presença de 
substâncias tóxicas). Assim o Controle dos Pontos Críticos determina uma operação (prática, procedimento ou 
processo) ou um passo na operação, na qual uma medida do controle preventivo poderia ser exercida para 
eliminar ou minimizar o risco (ex. Controle do binômio tempo X temperatura de um pasteurizador). 
Glossário 
� Alimento: é toda a matéria susceptível de ser transformada e aproveitada pelos animais, sustentando-
lhe a vida, a saúde e a produção. São constituídos de elementos chamados nutrientes ou princípios 
nutritivos que exercem um papel particular no organismo. 
� Nutriente: é o componente do alimento, representando uma entidade química, que entra no 
metabolismo celular e concorre para manutenção da vida. 
� Alimentação: estuda a composição dos alimentos e os padrões de exigência nutritiva, no sentido de 
alimentar os animais econômica e nutritivamente. Pode também referir-se à ingestão ou a 
administração de alimento. 
� Nutrição: é a associação dos processos físicos, químicos e biológicos pelos quais o animal assimila o 
alimento, forma e recupera os tecidos. Em outras palavras, é a utilização adequada dos princípios 
nutritivos para satisfação das necessidades animais. 
� Ração: é a quantidade total de alimento fornecido e consumido por um animal num período de 24 
horas. 
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Evolução da nutrição e do uso de alimentos e nutrientes 
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� Dieta: a dieta indica os componentes de uma ração, ou seja, é o ingrediente alimentício ou mistura de 
ingredientes, incluindo água, a qual é ingerida pelos animais. 
� Ração balanceada: é uma mistura de alimentos convenientemente equilibrada para fornecer todos os 
nutrientes exigidos pelos animais. 
� Ingredientes: componente de qualquer combinação ou mistura que constitui um alimento. 
� NDT: nutrientes digestíveis totais. 
� Alimento concentrado: alimento que contém um teor de fibras menor que 18% e rico em energia 
e/ou proteína. 
� Alimento volumoso: alimento com baixa concentração em nutrientes, tendo mais de 18% de fibras. 
� Aditivo: substância não nutritiva adicionada aos alimentos para melhorar suas propriedades ou seu 
aproveitamento. 
� Conversão alimentar: capacidade de um alimento se converter em uma unidade de produto animal. 
 
� Eficiência alimentar: quantidade de produto animal obtida por uma quantidade unitária de alimento. 
 
� Fórmula: seleção quantitativa dos componentes de uma raçao ou de um suplemento. 
� Deficiência nutritiva: inexistência ou insuficiência de um nutriente essencial. 
� Carência: quadro sintomatico apresentado pelo animal como conseqüência de deficiência nutritiva. 
� Exigência nutritiva: quantidade de cada nutriente, requerida por determinada espécie e categoria de 
animal, para sua boa manutenção, produção e reprodução eficientes. 
� NRC: sistema de exigencia nutritiva elaborada pela Academia Nacional de Ciências e Conselho 
Nacional de Pesquisa dos E.U.A. 
� Digestibilidade: proporção de um alimento que é digerido por uma determinada espécie animal. 
 
 
 
 
MEDIDAS DO VALOR NUTRITIVO DOS ALIMENTOSMEDIDAS DO VALOR NUTRITIVO DOS ALIMENTOSMEDIDAS DO VALOR NUTRITIVO DOS ALIMENTOSMEDIDAS DO VALOR NUTRITIVO DOS ALIMENTOS 
A alimentação atual já não se restringe ao uso de alimentos naturais que, cada vez mais vêm sendo 
substituídos por resíduos ou subprodutos das indústrias, havendo necessidade de conhecer os seus valores 
nutritivos. 
A análise dos alimentos é um dos principais pontos a serem observados na nutrição animal. O objetivo principal 
da análise é conhecer a composição química, além de verificar a identidade e pureza, sejam elas de natureza 
orgânica ou inorgânica. Permite ainda ao nutricionista o conhecimento das propriedades gerais (aspecto, 
aroma, sabor, alterações, estrutura microscópica) e, ainda, a determinação do teor das substâncias nutritivas, 
por intermédio das análises aproximativas. Além da análise aproximativa de um alimento, o nutricionista 
deseja conhecer também sua digestibilidade, isto é, a parte do alimento que estaria disponível para o animal. 
Uma determinada substância pode ser alimento para um animal ou para uma dada espécie, mas pode deixar 
de ser alimento para um outro animal ou outra espécie. 
Ressalta-se nesta definição o fator fundamental: “O valor nutritivo de um alimento determinado não é uma 
característica imutável em si, ela depende da composição da ração, quer dizer, dos outros alimentos que a 
constituem”. 
Assim, o conceito de alimento é muito amplo, pois engloba todas as substâncias que podem ser incluídas nas 
dietas dos animais por conterem nutrientes. Estas substâncias compreendem não somente os produtos 
vegetais e animais e seus subprodutos, mas também substâncias nutritivas puras, quimicamente sintetizadas 
ou produzidas por processos outros, como, por exemplo, as fermentações microbianas. 
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Evolução da nutrição e do uso de alimentos e nutrientes 
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O conceito acima estabelecido implica necessariamente outros aspectos: a substância considerada como 
alimento não pode portar substâncias tóxicas. Neste particular veremos, na continuidade, que sob o aspecto da 
toxicidade devemos considerar a toxicidade por espécie, pois a substância que é tóxica para uma determinada 
espécie pode não produzir efeitos negativos para outra espécie. Devemos considerar também a possibilidade 
de inativar o tóxico, o que, evidentemente, depende da resposta econômica à solução do problema. Outro 
aspecto a considerar em um alimento é a sua apetibilidade ou palatabilidade, ou seja, o seu grau de aceitação 
pelo animal. Também neste particular existem hoje substâncias cuja única função é tornar aceitável pelo 
animal alimentos que, no estado natural, seriam rejeitados, contribuindo assim para ampliar o campo dos 
alimentos. 
Afora os aspectos já mencionados, o valor de uma substância tida como alimento é baseado em seu teor de 
nutrientes. Merrison define nutriente como o constituente, ou grupo de constituentes dos alimentos, de igual 
composição química geral que ajuda a manter a vida animal. É importante considerar como se encontram os 
nutrientes no alimento, seus fatores de flutuação e aqueles que maior interesse representam para a nutrição 
animal. Submetendo-se um alimento a 105°C em uma estufa até peso constante, vamos verificar que a 
quantidade inicial diminui em seu peso e volume. A esta temperatura a perda sofrida pelo alimento foi seu teor 
em água. Assim, em uma primeira divisão podemos dizer que os alimentos são constituídos por água (umidade) 
e matéria seca. Agora, submetendo a matéria seca (M.S.) a 650°C, vamos verificar que parte do alimento se 
queima e se volatiliza, restando um resíduo que é chamado de resíduo mineral ou cinzas. A parte que entra em 
combustão é a matéria orgânica do alimento e a cinza seu conteúdo mineral. Entendemos, assim, que um 
alimento, além de certo teor em água, possui constituintes orgânicos e minerais, estes dois últimos contidos na 
chamada matéria seca do alimento. É importante enfatizar, desde já, que todo o equilíbrio nutricional de uma 
ração é feito com base em nutrientes referidos à matéria seca da mesma. Obviamente, nestes dois grandes 
grupos estão contidos os nutrientes orgânicos e os minerais e ambos estão contidos na matéria seca dos 
alimentos. O teor em água dos alimentos e consequentementesua matéria seca podem variar de 5 a 95%, 
variando, portanto, seu conteúdo em nutrientes. O valor nutritivo de um alimento depende, assim, em 
princípio, do seu teor em matéria seca. 
 
Interessa-nos conhecer a composição química dos alimentos para melhor avaliá-los em seu potencial em 
nutrientes. Posteriormente a avaliação se seguirá sob o aspecto biológico, isto é, do ponto de vista de sua 
utilização pelo animal, como sejam: a digestibilidade, a absorção e o metabolismo intermediário, bem como a 
inter-relação entre nutrientes. 
Continuando o estudo dos componentes químicos dos alimentos e fracionando as duas subdivisões do 
esquema acima, vamos verificar que, na matéria orgânica dos alimentos, encontramos quatro grupos de 
substâncias diferenciadas por suas propriedades químicas, físico-químicas e biológicas que são: os glicídios ou 
carboidratos, os lipídios, as proteínas e as vitaminas. Na matéria mineral, por sua vez, encontram-se todos os 
elementos minerais conhecidos, mas em quantidade e formas variáveis. Certos minerais estão presentes na 
forma de traços (oligoelementos minerais, microelementos minerais, ou minerais traços) sob forma mal 
definida e, algumas vezes, em estado livre. Outros minerais existem em quantidades significativas, constituindo 
os chamados macroelementos minerais, que podem ser encontrados em estado sólido cristalizado, ou em 
solução no meio celular ou nos líquidos intersticiais e circulantes, ora em estado ionizado, ora não ionizados. 
Outros, enfim, encontram-se combinados com a matéria orgânica perdendo, assim, temporariamente, suas 
características de matéria mineral. Quimicamente, entretanto, vamos considerá-los somente como minerais 
propriamente ditos, e dividi-los em grupos: os macroelementos e os microelementos minerais. Ao primeiro 
grupo pertencem o sódio, o fósforo, o cálcio, o cloro, o potássio, o magnésio, o enxofre, etc., e ao segundo 
grupo o ferro, o iodo, o cobre, o flúor, o manganês, o zinco, o cobalto, o selênio, o molibdênio, etc. 
Ampliando o esquema de composição química dos alimentos, teremos, portanto: 
 
 
2.1 O VALOR NUTRITIVO DOS ALIMENTOS
O conjunto de propriedades apresentadas por um alimento relaciona
constituintes químicos presentes no mesmo. 
ser agrupados em duas categorias, conforme mostra o Quadro 
Esses constituintes são responsáveis pelas 
modo diverso como pode ser visualizado no Quadro 2.2.
 
QUADRO 2.2 Atuação dos compostos químicos nas características nutritivas e sensoriais dos alimentos.
Algumas substâncias são chamad
conforme mostra o Quadro 2.3. 
 
QUADRO 2.3 Substâncias acessórios dos alimentos
 
 
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Evolução da nutrição e do uso de alimentos e 
 
2.1 O VALOR NUTRITIVO DOS ALIMENTOS 
O conjunto de propriedades apresentadas por um alimento relaciona-se diretamente com a qualidade dos 
s químicos presentes no mesmo. Nos alimentos, de modo geral: os constituintes químicos podem 
ser agrupados em duas categorias, conforme mostra o Quadro 2.1 a seguir. 
Esses constituintes são responsáveis pelas características nutritivas e/ou sensoriais dos alimentos atuando de 
de ser visualizado no Quadro 2.2. 
.2 Atuação dos compostos químicos nas características nutritivas e sensoriais dos alimentos.
Algumas substâncias são chamadas “acessórios” e são importantes na organização dos sistemas biológicos, 
 
.3 Substâncias acessórios dos alimentos 
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Evolução da nutrição e do uso de alimentos e nutrientes 
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diretamente com a qualidade dos 
Nos alimentos, de modo geral: os constituintes químicos podem 
 
características nutritivas e/ou sensoriais dos alimentos atuando de 
.2 Atuação dos compostos químicos nas características nutritivas e sensoriais dos alimentos. 
 
as “acessórios” e são importantes na organização dos sistemas biológicos, 
 
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Evolução da nutrição e do uso de alimentos e nutrientes 
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ÁGUAÁGUAÁGUAÁGUA 
3.1 INTRODUÇÃO 
A água é a fonte da matéria viva e o constituinte mais abundante dos seres vivos. Compreende 60% a 75% do 
organismo dos mamíferos adultos e 90% nos invertebrados marinhos. Seu teor varia pouco com a espécie; a 
variação maior ocorre no indivíduo em função da idade, indo, por exemplo, de 85% em um embrião de 
bovinos, baixando até 60% no bovino adulto. Um animal adulto pode perder quase toda sua gordura, cerca da 
metade da proteína do corpo, mas não pode perder 1/10 da água, porque sucumbe. Daí a água passou a ser 
encarada como um alimento com funções específicas. 
3.2 PROPRIEDADES E FUNÇÕES 
· É um constituinte ativo e estrutural e não meramente um solvente das substâncias presentes no corpo. 
· É o componente corporal com maior taxa de reciclagem; 
· Compreende cerca de 70% da carcaça desengordurada dos animais adultos, variando pouco dos 
mamíferos. 
· Veículo dos nutrientes na digestão, absorção, transporte para as células e excreção. 
· É o dispersante ideal, devido ao seu poder ionizante, o que facilita as reações tissulares. 
· Por causa do seu alto calor específico, é capaz de absorver o calor produzido nas reações, dissipando-as 
para a pele, pulmões e luz intestinal. 
· O calor latente de evaporação (540 cal/g) exerce importante papel na regulação da temperatura 
corporal. 
· A alta tensão superficial auxilia na coesão das células e a manutenção das articulações. 
· É o material com maior constante dielétrica (80) e é razão de ser a água um solvente universal. 
· Na solubilização, há formação de hidratos, o que facilita as reações químicas por dispor os íons em 
contato mais íntimo uns com os outros. 
· As propriedades de solvente, dispersante e dielétrica são ajudadas pela baixa viscosidade - menor que 
qualquer outro líquido comum, o que permite a sua passagem, e a das substâncias nela dissolvidas, 
pelos mais finos capilares do organismo, sem muito atrito e, portanto, baixa exigência do coração. 
· As reações enzimáticas que ocorrem na digestão e metabolismo, em grande parte, implicam em adição 
(hidrólise) ou de subtração de moléculas de água ao substrato. 
· Secreção de hormônios, enzimas e outras substâncias bioquímicas. 
· Manutenção da pressão osmótica intracelular. 
· Equilíbrio ácido-básico: homeostase orgânica. 
· É constituinte principal de líquidos orgânicos particulares (fluidos): sinovial, cerebroespinhal, auricular, 
intraocular e amniótico, onde exerce ação lubrificante e de proteção. 
3.3 FONTES DE ÁGUA 
A. Água livre - bebida como tal 
B. Água presa ou coloidal - contida nos alimentos 
C. Água metabólica - refere-se à água formada durante o processo de oxidação dos H2 contidos nas 
proteínas, carboidratos e gorduras em nível de metabolismo orgânico. As gorduras produzem maior 
quantidade de água metabólica do que os carboidratos e proteínas. No entanto, os carboidratos 
produzem maiores quantidades de água metabólica por Kcal de energia metabolizável (EM) produzida. 
Neste caso, em condições de privação de água, seria indicada a ingestão de carboidratos. Animais que 
hibernam metabolizam gorduras e carboidratos de reserva para o fornecimento de energia, e isto 
produz suficiente água metabólica para a sua mantença. 
= Água formada no metabolismo 
Ex: (180 g) C6H1206 + 6 02 → 6 CO2 + (108 g) 6 H20 
® Rendimento - em geral de 10 a 14 g/100 cal 
‾ Glicose → 60 % 
‾ Proteínas → 42 % 
‾ Gorduras → 100 % 
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Evolução da nutrição e do uso de alimentos e nutrientes 
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3.4 ABSORÇÃO DE ÁGUA 
É feita principalmente pelo intestino delgado, sendo precedida pelo estabelecimento de um relativo equilíbrio 
osmótico. 
A velocidade em que as substâncias absorvidas na água atravessam o intestino depende do grau de 
difusibilidade dessas substâncias. 
No aparelho digestivo, as glândulas salivares e os tecidos glandularesdo estômago e intestino secretam 
apreciáveis quantidades de soluções isotônicas e, assim, aumentam o conteúdo de água. Estas soluções são, na 
maior parte, reabsorvidas nos processos digestivos. Tal absorção pode alcançar 3 a 10 litros por dia. A maior 
parte da água é absorvida na porção proximal do túbulo renal, denominada reabsorção obrigatória. Na parte 
distal e no tubo coletor é reabsorvido o restante de água sob a ação do hormônio antidiurético (vasopresina), 
elaborado pelo núcleo supra-ótico do hipotálamo; é a reabsorção facultativa. 
3.5 PERDA DE ÁGUA 
• Fezes: varia com a espécie (150 - 200mL/dia). Em bovinos, chega a 80% das fezes. É crítica nas 
diarréias. 
• Urina: varia com a espécie (1.000 — 1.500 mL/dia). 
• Pulmões: o ar expelido é saturado (300 - 700 mL/dia). 
• Pele: através das glândulas sudoríparas (100 a 500 mL/dia). 
• Produtos animais: Ex.: leite, ovos, etc. 
3.6 EFEITOS DA RESTRIÇÃO DE ÁGUA 
• Aumento da pulsação 
• Elevação da temperatura retal 
• Entorpecimento e formigamento dos dedos dos pés 
• Aumento da freqüência respiratória 
• Aumento da viscosidade e redução do volume do sangue 
• Efeitos práticos 
� Redução no consumo de alimentos e metabolismo 
� Redução de 50% no consumo ad libitum 
 
3.7 FATORES QUE AFETAM A NECESSIDADE DE ÁGUA 
3.7.1 Tipo de dieta 
O tipo de dieta afeta as necessidades de água, conforme segue: 
� alimentos gordurosos → maior exigência 
� alimentos protéicos → média exigência 
� alimentos ricos em carboidratos → menor exigência. 
 
3.7.2 Espécie animal 
Os mamíferos eliminam o nitrogênio na forma de uréia que, sendo tóxica para o próprio organismo, precisa ser 
bem diluída, aumentando as necessidades de água. 
As aves têm necessidades de água menores do que os mamíferos, porque o nitrogênio é eliminado na forma de 
ácido úrico. 
3.7.3 Temperatura ambiente 
A necessidade de água aumenta com a elevação da temperatura e é mais acentuada quando a umidade 
relativa do ar é baixa. 
3.7.4 Ingestão de proteínas 
A ingestão de proteínas aumenta as necessidades de água, para poder eliminar os excessos de nitrogênio. 
 
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3.7.5 Ingestão de sal comum e minerais 
O consumo é aumentado com a ingestão de sal comum e também de minerais. 
3.7.6 Ingestão de matéria seca 
A ingestão de água depende do teor de matéria seca do alimento. De modo geral, o consumo de água chega a 
2,5 vezes o consumo de matéria seca. 
3.7.7 Idade do animal 
Animais mais jovens têm taxa de renovação de água mais rápida e necessitam de quantidades maiores do que 
os adultos. 
3.7.8 Atividade muscular 
A atividade muscular produz grandes quantidades de calor, que precisam ser eliminadas para manter a 
temperatura corporal, evitando-se o colapso. 
3.7.9 Produtos animais 
Os produtos como leite e ovos têm uma percentagem muito elevada de água. No leite esse teor está ao redor 
de 80% a 85%. 
3.7.10 Velocidade de crescimento 
As necessidades de água variam com a velocidade de crescimento do animal. Rações que produzem 
crescimento rápido naturalmente precisarão de maior quantidade de água.

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