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Alunos: Bruno Carvalho, Bruno Malinski, Matheus Cuman, Matheus Kley, Kevin Abi, Rafaela, Rodrigo, Ruan Ricardo, Thiago Uhlig Pereira, Yuri Geremia. 1. CONSIDERAÇÕES GERAIS Miologia é o estudo do sistema muscular, incluindo o estudo da estrutura, e funções dos músculos. O músculo estriado esquelético é constituído de fibras musculares diferenciadas e voltado especificamente para a função motora. Os músculos são estruturas anatômicas que apresentam a capacidade de se contrair, sob estímulos. A Miologia estuda os diferentes tipos de fibras musculares, a forma de músculos saudáveis, os nervos que inervam diversos músculos, as funções de músculos específicos, e as conexões entre os diferentes grupos musculares. Na miologia, os músculos são também classificados quanto a sua localização: músculos superficiais ou cutâneos e músculos profundos. Os músculos são classificados também quanto ao seu aspecto exterior, podendo ser considerado: Músculos longos Músculos largos Músculos curtos Músculos anulares ou orbiculares Músculos mistos 2. TECIDOS MUSCULARES O tecido muscular é um tecido bastante especializado na função de contratilidade, propriedade que suas células têm de se contraírem. As células do tecido muscular são denominadas de fibras musculares, sendo geralmente alongadas, fusiformes ou cilíndricas, e apresentam no seu interior um grande número de filamentos protéicos como pode ser visto na Figura 1 responsáveis pelo processo de contração da fibra muscular. Tanto as fibras como todo o músculo são envolvidos por tecido conjuntivo denso, o qual contém vasos sanguíneos que levam nutrientes e oxigênio para as células musculares e retiram o gás carbônico e as substâncias tóxicas, resultantes do catabolismo celular, além de dissiparem o calor. Figura 1 – Estrutura do Tecido Muscular. O tecido muscular é o responsável pelas funções de movimentação, locomoção e sustentação do corpo, junto com o tecido ósseo. Existes três tipos de tecido muscular, o tecido muscular liso , tecido muscular estriado e o tecido muscular estriado cardíaco. 2.1 VARIEDADE DOS MÚSCULOS, LISOS, ESQUELÉTICOS E CARDÍACOS 2.1.1 Tecido Muscular Liso As células do músculo liso são de aspecto fusiforme, isto é, são volumosas na região central e afiladas nas extremidades. Apresentam apenas um núcleo central e são visíveis somente em microscopia. Essas fibras são capazes de sofrer multiplicação por mitoses e, portanto, repor células perdidas. O músculo do tipo liso pode ser encontrado na parede do tubo digestório, das vias respiratórias, geniturinárias, vasos sanguíneos e no útero. Apresentam contração involuntária (independente da vontade), lenta e fraca. Figura 2 – Tecido Muscular Liso 2.1.2 Tecido Muscular Esquelético Este tecido apresenta células de aspecto cilíndrico e podem medir alguns centímetros de comprimento, podendo ser observadas até mesmo a olho nu. Os músculos estriados, tanto esqueléticos como o cardíaco, apresentam faixas transversais claras e escuras ao longo de suas células, o que lhes dá o aspecto estriado. As fibras musculares estriadas esqueléticas são plurinucleadas com vários núcleos periféricos. São produzidas quase que exclusivamente na vida embrionária, não sofrendo divisões por mitose, mesmo quando há lesão e morte celular. Existem no tecido muscular adulto os mio blastos, que são células-tronco ou embrionárias do tecido muscular que, quando ocorre a morte celular, se transformam em células adultas para suprir a falta das células perdidas. A musculatura estriada esquelética corresponde a 40 % da massa total de um homem e 25 % da massa de uma mulher. Na verdade, são mais de 500 músculos diferentes, localizados nos membros inferiores e superiores, nas costas, e na parede abdominal, na face, no pescoço, etc. Essa musculatura, diferentemente do músculo liso, apresenta uma contração rápida, forte e voluntária, isto é, depende da vontade do organismo. Figura 3 – Esquema do tecido muscular estriado esquelético 2.1.3 Tecido Muscular Cardíaco As fibras musculares do tipo estriadas cardíacas são encontradas exclusivamente no músculo do coração, o miocárdio. São microscópicas, de aspecto cilíndrico e possuem geralmente um único núcleo central. Suas fibras são estriadas como a musculatura esquelética e apresentam-se ramificadas, como se existisse interconexões entre as células, os chamados discos intercalares. Essa musculatura não sofre divisão por mitose e apresenta um tipo de contração parecida com a da musculatura estriada esquelética: rápida e forte, só que nesse caso involuntária. Figura 4 – Esquema do tecido muscular estriado cardíaco 3. TIPOS DE CÉLULAS/FIBRAS MUSCULARES As diferentes terminologias usadas para a classificação das fibras musculares são o resultado da grande variedade de procedimentos existentes para sua classificação. A terminologia adotada deverá depender do método empregado para sua análise. A utilização criteriosa da terminologia utilizada é importante, uma vez que nem sempre há correlação entre as classificações das fibras musculares por diferentes técnicas. Ou seja, fibras musculares que são agrupadas em uma mesma categoria por determinada técnica podem ser colocadas em outra categoria quando utilizado um outro procedimento de classificação. Um dos primeiros relatos documentados sobre a classificação das fibras musculares foi produzido em 1873, quando foi utilizada a coloração do músculo: as fibras foram classificadas como brancas ou vermelhas. A coloração vermelha do músculo está ligada à alta concentração de enzimas de metabolismo aeróbio, de mioglobina, e com a densidade de vascularização. Posteriormente, outros métodos foram utilizados para a identificação das fibras musculares. Pela análise da reação para a enzima succinato dehidrogenase (SDH) as fibras foram classificadas como oxidativas ou glicolíticas, de acordo com o metabolismo apresentado. A atividade da SDH indica o metabolismo aeróbio, uma vez que está se encontra na mitocôndria, tendo um importante papel no ciclo de Krebs. O limiar de fadiga apresentado pela fibra muscular também foi objeto de estudo. Em 1968 foi utilizado um método de depleção de glicogênio em determinada unidade motora e foi demonstrado que as fibras podem ser altamente fatigáveis, ou apresentar moderada ou grande resistência à fadiga. Uma outra maneira de agrupar os tipos de fibras é pelo método histoquímico, que permite classificá-las nos tipos I ou II, com seus diversos subtipos (MA, IIB, IIX). Essa classificação depende das diferentes intensidades de coloração das fibras, devido a suas diferenças próprias na sensitividade ao pH. De um modo geral, as fibras do tipo I apresentam grande atividade quando colocadas em meio ácido, sendo que as fibras do tipo II são ativadas quando colocadas em meio básico. A Figura 5 sintetiza os diferentes métodos utilizados para a classificação das fibras musculares, com as respectivas terminologias. É importante ressaltar que as fibras musculares só poderão ser classificadas de acordo com o método utilizado para tal classificação. Por exemplo: através do método de coloração, podemos classificar as fibras somente como vermelhas ou brancas, e não como de contração lenta ou rápida, mesmo sabendo-se que existe, uma alta correlação entre fibras vermelhas e velocidade lenta de contração, de um lado, e fibras brancas e velocidade rápida de contração, de outro. Figura 5 – Classificação das Fibras Musculares A porcentagemdas fibras musculares que compõem um músculo é a mesma durante toda a vida do indivíduo? O tecido muscular esquelético tem a capacidade de adaptar-se frente aos estímulos recebidos, e essa adaptação também é observada em relação aos tipos de fibras musculares. Assim, um músculo pode tornar-se mais lento ou mais rápido conforme sua demanda funcional, ou seja, o fenótipo da fibra muscular pode ser alterado conforme o estímulo recebido. Os exercícios podem ser divididos entre os que aumentam a resistência à fadiga, aumentam a velocidade e aqueles que aumentam a força muscular. É bem documentado na literatura que o treinamento que exige uma alta demanda metabólica aumentará a capacidade oxidativa de todos os tipos de fibras do músculo, havendo uma transformação de fibras no sentido rápida ara lenta. É importante ressaltar que essas alterações de fibras de rápida para lenta ocorrem, preferencialmente, dentro da população de fibras rápidas: mudanças de fibras do tipo IIB para tipo IIA. Entretanto, a intensidade aumentada de treinamento pode promover mudanças além da população de fibras rápidas, isto é, promove a transição de fibras tipo II para I. 4. MUSCULATURA ESTRIADA ESQUELÉTICA E RELAÇÃO COM O SISTEMA NERVOSO O tecido muscular estriado é formado por fibras musculares cilíndricas, finas e que podem medir vários centímetros de comprimento. Possui células alongadas; encontramos presos aos ossos; suas células são chamadas de miócitos ou fibras musculares; suas fibras apresentam estrias transversais e latitudinais; contração rápida e voluntária, isto é, podem se contrair ou relaxar, dependendo da vontade (consciente), contração rápida; suas células são multinucleadas. Ex: rosto, braço, língua, perna 4.1 COMPONENTES ANATÔMICOS DOS MÚSCULOS ESTRIADOS ESQUELÉTICOS Todos os músculos esqueléticos, em geral chamados apenas de “músculos”, têm porções carnosas, avermelhadas e contráteis (um ou mais ventres musculares ou cabeças) formadas por músculo estriado esquelético. Alguns músculos são carnosos em toda a sua extensão, mas a maioria também tem porções brancas não contráteis (tendões), compostas principalmente de feixes colágenos que garantem um meio de inserção. Ao se referir ao comprimento muscular, são incluído o ventre e os tendões. Um músculo esquelético típico possui uma porção média ou central e extremidades. A porção média é o ventre muscular (vulgarmente chamado carne) onde há predomínio de fibras musculares, sendo a parte ativa ou contrátil do músculo. As extremidades são cilíndricas ou em forma de fita, chamadas de tendões. Quando as extremidades são laminares recebem o nome de aponeurose. Os tendões e a aponeurose são esbranquiçados e brilhantes, resistentes e inelásticos, constituído de tecido conjuntivo denso rico em fibras colágenas. Estas estruturas servem para prender o músculo ao esqueleto. 5. PLACA MOTORA E REFLEXOS DE PROTEÇÃO DOS MÚSCULOS A célula muscular está normalmente sob o controle do sistema nervoso. Cada músculo possui o seu nervo motor, o qual se divide em muitos ramos para poder controlar todas as células dos músculos. As divisões mais delicadas deste ramos (microscopia) terminaram num mecanismo especializado conhecido como placa motora. Quando o impulso nervoso passa através do nervo, a placa motora transmite ás células musculares determinadas a sua contratação resulta de um ato de vontade, diz-se que os músculos é voluntário; se o impulso parte de uma porção do sistema nervoso sobre o qual o indivíduo não tem controle consciente diz-se que o músculo é involuntário. Os músculos voluntários distinguem-se histologicamente, dos involuntários denominam-se lisos. O Músculos cardíacos, por sua vez, assemelham-se ao músculo involuntário, além de se diferenciar dos dois tipos por uma série de característica que lhe são própria. 6. PRINCIPAIS MÚSCULOS DO CORPO COM SUAS ORIGENS INSERÇÕES E FUNÇÕES 6.1 ORIGEM E INSERÇÃO DOS MÚSCULOS Origem (ponto fixo) é a extremidade do musculo presa à peça óssea que não se desloca. Inserção (ponto móvel) é a extremidade do musculo presa a peça óssea que se desloca. Exemplo: O musculo branquial prende-se na face anterior do úmero (proximal) e da ulna (distal), atravessando a articulação do cotovelo. Ao contrair-se executa a flexão do antebraço. Geralmente a origem de um musculo é proximal e a inserção distal. Porém, convém ressalvar que um musculo pode alterar seus pontos de origem e inserção em determinados movimentos. Exemplo: Quando um atleta eleva seu corpo numa barra, é o braço que se flete sobre o antebraço e a peça óssea em deslocamento é o úmero, fazendo com que o úmero seja a extremidade de inserção e a ulna seja a extremidade de origem. 7.1.1 Origem Quando os músculos se originam por mais de um tendão, dizem que se apresentam mais de uma cabeça de origem. Exemplo: Bíceps, tríceps, quadríceps 7.1.2 Inserção Do mesmo modo, os músculos podem inserir-se por mais de um tendão. Quando há dois tendões se chama bicaudados e três ou mais policaudados. Exemplo: Flexor longo dos dedos do pé e músculos flexores e extensores dos dedos da mão. 7.1.3 Ventre muscular Alguns músculos apresentam mais de um ventre muscular, com tendões intermediários situados entre eles. São os digastricos que apresentam dois ventres e poligastricos que apresentam um número maior. Exemplo: Digástrico – digastrico Poligástrico – musculo reto do abdome 7.1.4 Ação Dependendo da ação principal resultante de contração do musculo, o mesmo pode ser classificado como flexor, extensor, adutor, abdutor, rotador medial, rotador lateral, pronador, supinador, flexor plantar, flexor dorsal, etc. 7.1.5 Classificação funcional dos músculos Quando um musculo é o agente principal na execução de um movimento ele é um agonista. Quando um musculo se opõe ao trabalho do agonista, seja para regular a rapidez ou a potência de ação deste agonista, chama-se antagonista. Quando um musculo atua no sentido de eliminar algum movimento indesejado que poderia ser produzido pelo agonista, ele é dito sinergista. Exemplo: O musculo branquial quando se contrai é o agente ativo na flexão do antebraço, sendo o agonista. No momento em que o tríceps branquial se contrai para fazer a extensão do antebraço, o musculo branquial se opõe a este movimento retardando-o, a fim de que ele não execute bruscamente e neste caso, atua como antagonista. Na flexão dos dedos, os músculos flexores dos dedos são os agonistas. Como os tendões de inserção destes músculos cruzam a articulação do punho, a tendência natural é provocar também a flexão da mão. Tal fato não ocorre porque outros músculos, como os extensores do carpo, se contraem e desta forma estabilizam a articulação do punho, impedindo assim aquele movimento indesejado e neste caso atuam como sinergistas. 6.2 FUNÇÕES DOS MÚSCULOS a) Produção dos Movimentos Corporais: Movimentos globais do corpo, como andar e correr. b) Estabilização das Posições Corporais: A contração dos músculos esqueléticos estabilizam as articulações e participam da manutenção das posições corporais, como a de ficar em pé ou sentar. c) Regulação do Volume dos Órgãos: A contração sustentada das faixas anelares dos músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco. d) Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos músculos lisos das paredes vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover alimentos, urina e gametasdo sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração. e) Produção de Calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse calor liberado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura corporal. 7.2.1 Grupos Musculares Em número de nove. São eles: a) Cabeça b) Pescoço c) Tórax d) Abdome e) Região Posterior do Tronco f) Membros Superiores g) Membros Inferiores h) Órgãos dos Sentidos i) Períneo 7.2.2 Quanto à Origem e Inserção a) Origem: Quando se originam de mais de um tendão. Ex. Bíceps, Quadríceps. b) Inserção: Quando se inserem em mais de um tendão. Ex: Flexor Longo dos Dedos. 7.2.3 Quanto à Função a) Agonistas: São os músculos principais que ativam um movimento específico do corpo, eles se contraem ativamente para produzir um movimento desejado. Ex: Pegar uma chave sobre a mesa, agonistas são os flexores dos dedos. b) Antagonistas: Músculos que se opõem à ação dos agonistas, quando o agonista se contrai, o antagonista relaxa progressivamente, produzindo um movimento suave. Ex: idem anterior, porém os antagonistas são os extensores dos dedos. c) Sinergistas: São aqueles que participam estabilizando as articulações para que não ocorram movimentos indesejáveis durante a ação principal. Ex: idem anterior, os sinergistas são estabilizadores do punho, cotovelo e ombro. d) Fixadores: Estabilizam a origem do agonista de modo que ele possa agir mais eficientemente. Estabilizam a parte proximal do membro quando move-se a parte distal.
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