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Petição Inicial de Trabalho

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
 
FRANCISCO DAS CHAGAS GOMES – Matrícula nº 201202199216 
 
PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) 
 
Tema: Articulação Teoria e Prática. Os elementos da Petição Inicial de Trabalho; Estrutura de 
Petição Inicial. 
 
SEMANA 3 
 
 Suzana trabalhou na residência da família Moraes de 15/06/2016 a 15/09/2016, data na qual 
teve baixa em sua CTPS. A família do ex-empregador vive em Natal/RN. Suzana foi contratada a tí
tulo de experiência por 45 dias, findos os quais nada foi tratado e Suzana continuou trabalhando 
normalmente. Suzana realizava todas as atividades do lar, iniciando o trabalho às 7h e saindo às 16 h, 
de segunda à sexta-feira, com trinta minutos de intervalo. Suzana tinha descontado do seu salário 10% 
referente ao vale-transporte, al ém de sua cota-parte do INSS e 25% do valor da alimentação 
consumida no emprego. Suzana fazia a limpeza dos 3 banheiros existentes na residência mas não 
recebia qualquer adicional. Em determinada ocasião, Suzana viajou com a família por 4 dias úteis para 
Gramado/RS. Nessa ocasião, trabalhou como babá das 8h às 17h, desfrutando de uma hora de almoço. 
Na data da dispensa, Suzana recebeu as seguintes verbas: férias proporcionais de 3/12 avos acrescidas 
de 1/3 e 13º salário proporcional de 3/12 avos. Você foi procurado por Suzana para, na condição de 
advogado(a), redigir a peça prático-profissional pertinente em defesa dos interesses da trabalhadora, 
sem criar dados ou fatos não informados. 
 
Petição Inicial 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO D E NATAL/RN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 SUZANA, (nacionalidade), (estado civil), empregada doméstica, identidade nº___, CPF 
nº___, residente na Rua ___, São Gonçalo, RJ, por seu advogado com endereço profissional 
__, vem perante Vossa Excelência propor: 
 
 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
 
 Pelo rito ordinário em face de NOME MORAES, inscrita no CPF sob o nº___, com 
sede na Rua ___, Natal, RN, com base nos fatos e fundamentos que passa a expor: 
 
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
 Inicialmente requer, a concessão da gratuidade de justiça, visto que o Reclamante não 
possui condições de arcar com as custas do processo, sem prejuízo de seu sustento e da sua 
família nos termos do art. 2º, § único, da Lei 1.060/50 c/c 790,§ 3º, da CLT. 
 
DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA 
 Deixou o Reclamante de submeter sua lide à C omissão de Conciliação Prévia visto que 
em decisão das ADIs 2.139 e 2.160 e até mesmo do art. 5º, XXXV, da CRFB/88 suspendeu a 
obrigatoriedade da mesma. 
 
DOS FATOS 
 A Reclamante foi contratada no dia 15/06/2016 pela família Moraes como empregada 
doméstica. No ato da contratação foi celebrado contrato de experiência com prazo de 45 (qua-
renta e cinco) dias por tempo indeterminado. Ao termo dos 45 dias a Reclamante continuou la-
borando normalmente à família sem que tenha havido qualquer prorrogação contratual. 
A jornada de trabalho da Reclamante era de segunda a sexta - feira, das 7h às 16h com 30 (trinta) 
minutos de intervalo intrajornada. 
Por 4 (quatro) dias em viagem com a família à Gramado – RS, realizando serviço de babá a jorna-
da de trabalho da Reclamante foi das 8h às 17h com uma hora de intervalo intrajornada. 
A Reclamante sofreu descontos no salário, sendo 10% a título de vale transporte e 25% a 
título de alimentação consumida no emprego. 
O contrato de trabalho da Reclamante foi extinto em 15/09/2016 e na ocasião foram pagas as ver-
bas rescisórias, quais sejam: férias proporcionais de 3/12 avos acrescidas de 1/3 e 13º salário propor-
cional de 4/12 avos. 
 
DOS FUNDAMENTOS 
DO CONTRATO – INEXISTÊNCIA DE PRORROGAÇÃO – CONVERSÃO DO 
CONTRATO POR TEMPO INDETERMINADO 
 
 No ato da contratação da Reclamante foi estabelecido o prazo de experiência de 45 
dias, contudo ao término do prazo a Reclamada não realizou a prorrogação do prazo do contrato, o 
que fez com que o mesmo se convertesse automaticamente em contrato por prazo indeterminado, 
tudo nos termos do art. 5º, §2º, da Lei Complementar – LC nº 150/2015. 
A Reclamada desconsiderou a indeterminação do contrato de trabalho e realizou o pagamento das 
verbas rescisórias como se o contrato efetivamente estivesse regimentado por termo. Portanto, consi-
derando que a Reclamada não realizou a prorrogação do contrato de trabalho da Reclamante, 
requer que o contrato seja considerado por tempo indeterminado, bem como que a Reclamada 
seja condenada ao pagamento das verbas inerentes a essa espécie de contrato, isto é, aviso 
prévio (30 dias) indenizado nos termos do art. 23, §1º , da LC 150/2015 e seus reflexos nas 
férias acrescidas do terço constitucional (1/12 avos) e 13º salário (1/12 avos). 
 
DAS VERBAS RESCISÓRIAS 
 Na rescisão contratual a Reclamada não efetuou o pagamento do saldo de salário de 15 
dias, razão pela qual requer a sua condenação. 
 
DOS DESCONTOS INDEVIDOS 
 A Reclamada realizava dois descontos indevidos no salário da Reclamante. O primeiro 
desconto contraria expressamente o previsto no art. 18, da LC 150/2015, isto é, mesmo com a 
vedação legal de descontos no salário da empregada doméstica a título de alimentação, a Re-
clamada procedia aos descontos de 25% no salário mensal. 
O outro desconto referia -se ao vale-transporte que em vez de se limitar a 6% legalmente pre-
visto , a Reclamada descontava 10%, ou seja, a Reclamada violou o art. 4º, Lei 7.418/85 e 
descontou indevidamente 4%. Desta feita, requer a condenação da Reclamada à devolução 
da alimentação equivalente a 25% d o salário mensal da Reclamante, bem como a devolução 
de 4% referente ao excesso do vale-transporte descontado ilegalmente. 
 
NÃO CONCESSÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA 
 À exceção de 4 (quatro) dias em que a Reclamante viajou com a família empregadora e que 
o intervalo intrajornada foi de 1h/dia, todos os demais dias de prestação de serviços houve 
violação ao gozo de no mínimo uma hora de intervalo intrajornada (art. 13, da LC nº 150/2015). 
 Portanto, considerando que o intervalo intrajornada da Reclamante era de somente 30 minutos 
por dia, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de uma hora de intervalo intrajorna-
da acrescido do adicional legal, tudo nos termos do dispositivo lega l citado e da Súmula 437, 
I, do TST, bem como o reflexo dessa rubrica no aviso prévio, férias acrescidas do 
terço constitucional, 13º salário proporcional e FGTS. 
 
HORAS EXTRAORDINÁRIAS 
 A jornada de trabalho da reclamante era das 7h às 16h com trinta minutos de intervalo 
para alimentação e descanso de segunda a sexta-feira. Pois bem, considerando a jornada efetiva-
mente laborava diariamente, conclui-se que a Reclamante tem direito a 30 minutos extras, afinal 
laborava 8h30min por dia (art. 2º, caput, da LC nº 150/2015). Desse modo, pugna pela condenação da 
Reclamada ao pagamento de 30 minutos extras por dia e que haja o reflexo dessa rubrica 
no aviso prévio, férias acrescidas do terço constitucional e 13º salário proporcional. 
 
ADICIONAL DE 25% DURANTE O PERÍODO DE VIAGEM 
 A Reclamante realizou viagem de 4 (quatro) dias com a Reclamada, contudo durante o 
período não recebeu o adicionalde 25% previstos no art. 11, §2º, da LC nº 150/2015. Requer, 
pois, a condenação da Reclamada ao pagamento do respectivo acional que deverá incidir sobre 
as 32 horas de efetivo labor no período da viagem. 
 
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
 Deve ainda considerar-se que o art. 133, da CRFB/88 preceitua que o advogado é in-
dispensável à administração da justiça. Ainda o art. 84, do CPC estabelece que a sentença condenará 
o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Por sua 
vez o art. 22, da Lei 8.906/94 que disciplina o Estatuto da Advocacia, dispõe que a prestação 
de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, 
aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência. 
 
DOS PEDIDOS 
 Diante do exposto, requer a Vossa Excelência: 
1) A concessão da gratuidade de justiça; 
2) A procedência do pedido de condenação da Reclamada ao pagamento das seguintes verbas: 
2.1) Que o contrato seja considerado por tempo indeterminado, bem como que a Reclamada 
seja condenada ao pagamento das verbas inerentes a essa espécie de contrato, isto é, aviso pré-
vio (30 dias) indenizado nos termos do art. 23, §1º, da LC 150/2015 e seu reflexo nas férias 
acrescidas do terço constitucional (1/12 avos) e 13º salário (1/12 avos); 
2.2) Que seja a Reclamada condenada ao pagamento do saldo de salário de 15 dias; 
2.3) A condenação da Reclamada ao pagamento de 30 minutos extras por dia acrescido de 50% e 
que haja o reflexo dessa rubrica no aviso prévio, férias acrescidas do terço constitucional e 
13º salário proporcional, como disposto no art. 2º, § 1º, da LC 150/15; 
2.4) Uma hora extra pe la supressão do intervalo intrajornada acrescido de 50%; 
2.5) A condenação da Reclamada ao pagamento do adicional de 25% previsto na art. 11, §2º, 
LC nº 150/2015 que deverá incidir sobre as 32 horas de efetivo labor no período da viagem; 
3) A condenação da Reclamada à devolução do valor descontado a título de alimentação equi-
valente a 25% do salário mensal da Reclamante, bem como a devolução de 4% referente ao 
excesso do vale-transporte descontado ilegalmente; 
4) A procedência do pedido de condenação ao pagamento de honorários advocatícios; 
5) A notificação da Reclamada. 
DAS PROVAS 
 Requer a produção de prova: documental, documental superveniente e o depoimento 
pessoal da Reclamada, sob pena de confissão, na amplitude do art. 369 do CPC. 
 
VALOR DA CAUSA 
 Dá à causa o valor superior a 40 salários mínimos. 
 
Pede Deferimento, 
 
Natal/RN e data 
 
Advogado 
OAB/UF

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