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3 - Crimes contra a honra

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CRIMES CONTRA A HONRA
1. INTRODUÇÃO
A honra, consagrada no art. 5º, X, da CF/88, é o conjunto dos atributos de uma pessoa que lhe dão reputação social e estima própria. 
Euclides Custódio Silveira ensina que a honra “é o conjunto de dotes morais, intelectuais, físicos e todas as demais qualidades determinantes do apreço que cada cidadão desfruta no meio social em que vive.”
Como a honra é um bem jurídico disponível, o consentimento da vítima nos crimes contra a honra é causa supralegal de exclusão da ilicitude. 
A honra, dentre vários critérios, é dividida em:
I) objetiva (reputação social) e subjetiva (estima própria);
II) comum (qualquer pessoa) e profissional (determinadas pessoas ou grupo social); e
III) dignidade (atributos morais) e decoro (atributos físicos e intelectuais).
Há três crimes contra a honra previstos no Código Penal, norma de caráter geral, a saber: 
- calúnia (art. 138 do CP);
- difamação (art. 139 do CP) e
- injúria (art. 140 do CP).
Vale lembrar que também existem leis penais especiais que dispõem sobre os crimes contra a honra. Incide, pois, o princípio da especialidade, que determina a aplicação da norma especial em detrimento da norma geral. São os casos de: 
a) agente militar. Incide o Código Penal Militar (arts. 214 a 221);
b) crime praticado em propaganda eleitoral ou partidária. Aplica-se o Código Eleitoral (arts. 324 a 326);
c) vítima Presidente da República, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal e Presidente do Supremo Tribunal Federal, desde que exista motivação política. Tem incidência a Lei de Segurança Nacional – Lei nº 7.170/83 (art. 26), apenas nos casos de calúnia e difamação.
Finalmente, destaque-se que o STF, no julgamento da ADPF nº 130, declarou que os dispositivos referentes aos crimes contra a honra na Lei de Imprensa (Lei nº 5.250/67)� foram revogados pela CF/88, em razão de sua não recepção pela não compatibilidade com o direito à liberdade de imprensa. 
Por conseguinte, crimes contra a honra cometidos por meios jornalísticos amoldam-se à norma geral do CP. 
2. CALÚNIA (ART. 138)
2.1. Conceito
A calúnia é a imputação falsa de fato definido como crime, bem como sua propalação (relato verbal) ou divulgação (relato não verbal).
Dessume-se desse conceito três requisitos:
1) Imputação de fato determinado ou determinável
O primeiro requisito do crime concerne à imputação de fato determinado ou determinável. O fato dever ser individualizável no tempo e no espaço. 
Os detalhamentos do fato, contudo, são dispensáveis, porquanto, quem chama outrem de ladrão, traficante de drogas ou estuprador não comete calúnia, mas injúria, pois apenas atribui qualidade negativa à vítima.
2) Imputação de fato definido como crime
Já o segundo requisito diz respeito à imputação de fato definido como crime, porquanto quem imputa fato definido como contravenção penal a alguém (por exemplo, jogo do bicho), pratica crime de difamação e não calúnia. A analogia in malam partem para incluir a contravenção penal não é admitida no direito penal. 
Por outro lado, quem, além de imputar fato definido como crime (ou contravenção penal – forma privilegiada do crime), der causa à instauração de inquérito policial, processo administrativo ou judicial, sabendo falsa a imputação, comete Denunciação Caluniosa (art. 339 do Código Penal). Trata-se de crime contra a Administração da Justiça, com sanção penal bem mais severa.
3) Falsidade da imputação
O último requisito diz respeito à falsidade da imputação, que pode recair sobre a existência do crime ou mesmo sobre a identidade do autor.
2.2. Objeto jurídico
Tutela-se a honra objetiva, ou seja, a reputação que a pessoa goza perante a sociedade.
2.3. Sujeito ativo 
O crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
Os deputados federais, senadores e deputados estaduais gozam de imunidade material, nos termos do art. 53 e art. 27, § 1º, ambos da CF. Os vereadores possuem tal imunidade tão somente na circunscrição do Município, de acordo com o art. 29, VIII, da CF. É imprescindível, em qualquer caso, o nexo causal entre a ofensa e o exercício da função.
A autocalúnia, isto é, a pessoa que se autoacusa, perante a autoridade, de crime inexistente ou de que não foi autor, responde pelo crime de Autoacusação Falsa (art. 341 do CP), crime contra a administração da justiça, e não pelo crime de calúnia.
2.4. Sujeito passivo
A vítima é qualquer pessoa, inclusive, as já desonradas, pois a honra é um direito da personalidade irrenunciável.
A calúnia contra o morto é admitida, nos moldes da norma penal explicativa do art. 138, § 2º, do CP. Figura como vítima, entretanto, os familiares do finado e não o morto, pois este já não é mais pessoa.
Os inimputáveis (doentes mentais, menores de 18 anos) também podem ser vítimas de calúnia, pois o tipo penal menciona fato definido como crime, e não a prática de crime. 
A pessoa jurídica pode figurar como vítima de calúnia somente se a imputação falsa referir-se a crime ambiental. O art. 225, § 3º, da CF, c/c a Lei nº 9.605/98, consagra a responsabilidade penal da pessoa jurídica para crimes ambientais.
2.5.Ação nuclear
A conduta incriminada é caluniar, que significa imputar, falsamente, fato criminoso. Interessante notar que o legislador faz coincidir o nomem juris do crime com o seu núcleo do tipo.
O crime é comissivo praticado mediante um comportamento positivo, admitindo quaisquer meios de execução como palavras, escritos, gestos ou meios simbólicos (crime de forma livre).
Quanto à quantidade de atos que compõem a conduta, o crime de calúnia pode ser unissubsistente (único ato – forma verbal) ou plurissubsistente (vários atos – meio escrito). 
2.6. Elemento normativo do tipo
O elemento normativo do tipo recai sobre o termo “falsamente”. A falsidade da imputação pode recair sobre a existência do crime ou mesmo sobre a identidade do autor do crime.
2.7. Elemento subjetivo 	
	
É o dolo de dano, ou seja, a vontade livre e consciente de caluniar. Exige-se, ainda, o elemento subjetivo do tipo específico ou dolo específico consistente na vontade de magoar, ofender ou macular a honra objetiva.
O animus jocandi (intenção de brincar), animus narrandi (intenção de narrar), animus criticandi (intenção de criticar), animus consulendi (intenção de consultar), animus defendendi (intenção de defender) excluem o crime.
Os subtipos propalar (relato verbal) e divulgar (relatar por qualquer outro meio) somente se perfazem com o dolo direto.	
2.8. Consumação e tentativa
O crime se consuma quando o fato chega ao conhecimento de terceiro, tendo em vista que se protege a honra objetiva.
A calúnia é crime formal ou de resultado cortado, isto é, a sua consumação ocorre mesmo que a vítima não tenha sido, efetivamente, maculada em sua honra objetiva, bastando que o agente atue com tal finalidade.	
A tentativa somente é possível por escrito (crime plurissubsistente). Na forma verbal (crime unissubsistente), a tentativa não é admitida, já que a conduta não comporta divisão, ou seja, ou o agente realiza a imputação e o crime consuma-se, ou não a realiza e o fato é atípico.
2.9. Exceção da verdade
	
A exceção da verdade, questão prejudicial homogênea, é a faculdade conferida ao caluniador (querelado ou réu) de provar a veracidade do fato imputado, nos termos do art. 138, § 3º, do CP e art. 523 do CPP.
A defesa da verdade no crime de calúnia, em regra, é cabível, já que interessa ao Estado descobrir os autores de crimes, salvo:
I) quando o fato imputado estiver sujeito a ação penal privada e a vítima não foi condenada por sentença transitada em julgado�;
O objetivo da exceção é preservar o princípio da oportunidade ou conveniência da ação penal privada;
II) quando a vítima é o Presidente da República ou Chefe de Governo Estrangeiro ou de Estado�;
A ressalva tem comofinalidade proteger as autoridades máximas dos Estados; e
III) quando a vítima da calúnia foi absolvida por sentença irrecorrível.
Nesse caso, o não cabimento da exceção da verdade tem por escopo resguardar a garantia fundamental da coisa julgada, nos termos do art. 5º, XXXVI, da CF/88.
Estabelece, ainda, o art. 523 do CPP, a exceção da notoriedade, consistente na faculdade do caluniador demonstrar que suas imputações são de conhecimento geral, inviabilizando a ofensa à honra objetiva.
3. DIFAMAÇÃO (ART. 139)�
3.1. Conceito
A difamação é a imputação de fato ofensivo, verídico ou não, à reputação de alguém (exemplos: afirmar que fulano é adepto da prática de sexo com animais – bestialidade; que foi visto em local de ponto de prostituição etc).
Quanto aos requisitos configuradores do crime de difamação, imprescindível se faz:
I) Imputação de fato determinado ou determinável
Assim como ocorre com o crime de calúnia;
II) Imputação de fato não criminoso, verdadeiro ou não, ofensivo à reputação de alguém. 
A diferença com o crime de calúnia reside em que na difamação a imputação do fato pode ser verdadeira ou falsa e não se refere a fato criminoso.
3.2. Objeto jurídico
Protege-se a honra objetiva, ou seja, a reputação que a pessoa goza perante a sociedade.
3.3. Sujeito ativo 
É crime comum. O tipo penal não exige qualquer particularidade do sujeito ativo. 
As imunidades parlamentares também têm incidência no crime de difamação, conforme explanado no crime de calúnia.
3.4. Sujeito passivo
A vítima pode ser qualquer pessoa, inclusive, as desonradas (bem irrenunciável, inimputáveis (doentes mentais, menores de 18 anos), bem como a pessoa jurídica.
Quanto à pessoa jurídica, a Súmula 227 do Superior Tribunal de Justiça consagra entendimento de que “a pessoa jurídica pode sofrer dano moral.”
A difamação contra o morto, contrariamente do que ocorre com a calúnia, não é possível, haja vista a ausência de previsão legal.
3.5.Ação nuclear
A conduta incriminada é difamar, que significa imputar algo a alguém ofensivo à sua reputação. Mais uma vez o CP equipara o nomem juris do crime com o seu núcleo do tipo.
O crime é comissivo praticado mediante um comportamento positivo, admitindo quaisquer meios de execução como palavras, escritos, gestos ou meios simbólicos (crime de forma livre).
Em relação à conduta de propalar e divulgar, apesar da omissão do CP, entende-se que é admitida no crime de difamação, perfazendo-se com o dolo direto ou eventual, diferentemente do que ocorre com o crime de calúnia que exige o dolo direto.
Quanto à quantidade de atos que compõem a conduta, o crime de calúnia pode ser unissubsistente (único ato – forma verbal) ou plurissubsistente (vários atos – meio escrito). 
3.6. Elemento subjetivo 	
É a vontade livre e consciente de difamar (animus diffamandi), direta ou eventual, acrescida do elemento subjetivo do tipo específico ou dolo específico consistente na vontade de magoar, ofender ou macular a honra objetiva.
O animus jocandi (intenção de brincar), animus narrandi (intenção de narrar), animus criticandi (intenção de criticar), animus consulendi (intenção de consultar), animus defendendi (intenção de defender) excluem o crime.
3.7. Consumação e tentativa
A difamação consuma-se quando o fato chega ao conhecimento de pessoa distinta da vítima, tendo em vista que se protege a honra objetiva.
Quando a imputação dirige-se exclusivamente à vítima ou a vítima dá conhecimento ao terceiro o crime de difamação inexiste. Configura-se, porém, a injúria. 
No caso de carta interceptada pela vítima dirigida a terceiro configura-se o crime de difamação tentada.
Trata-se de crime formal. A consumação ocorre mesmo que a vítima não tenha sido, efetivamente, maculada em sua honra objetiva, bastando que o agente atue com tal finalidade.	
A tentativa somente é possível por escrito (crime plurissubsistente), já que na forma verbal (crime unissubsistente), a conduta não comporta divisão. 
3.8. Exceção da verdade
	
No crime de difamação, como regra, não cabe a exceção da verdade, já que a falsidade da imputação não é elementar do crime.
Excepcionalmente, quando o fato é imputado a funcionário público e diz respeito ao exercício das suas funções, permite-se a exceção da verdade. 
O fundamento é de que o Estado tem interesse no bom andamento do serviço público, consoante princípio da eficiência (art. 37, caput, CF/88).
Já a exceção da notoriedade é cabível na difamação, do mesmo modo que acontece com o crime de calúnia, para o qual se remete o leitor. 
4. INJÚRIA (ART. 140)
4.1. Conceito
A injúria é a atribuição, verídica ou não, de qualidade negativa a alguém. São os xingamentos em geral (imbecil, corno, corrupto, traficante, ladrão etc). 
Reitere-se que na injúria, diversamente do que ocorre na calúnia e na difamação, não se imputa qualquer fato.
4.2. Objeto jurídico 
Tutela-se a honra subjetiva da pessoa, ou seja, o que cada pessoa pensa de si mesmo acerca de suas qualidades.
4.3. Sujeito ativo 
Qualquer pessoa pode injuriar outrem (crime comum), relembrando que os parlamentares possuem imunidade material.
4.4. Sujeito passivo
	
Em regra, qualquer pessoa pode ser injuriada.
Os inimputáveis (doente mental e o menor de 18 anos), podem ser vítimas desde que tenham discernimento para compreender a ofensa.
A pessoa jurídica não pode ser vítima, pois não tem honra subjetiva.
Da mesma forma que ocorre na difamação, não é possível a injúria contra o morto, ante a ausência de previsão legal. 
Cumpre não confundir o crime de injúria contra funcionário público e o desacato (art. 331 do CP).
A ofensa feita na presença do funcionário público configura desacato (art. 331 do CP). Ausente o funcionário público - por exemplo, uma carta enviada a este - o crime é de injúria, incidindo causa de aumento de pena (art. 141, II, do CP).
4.5.Ação nuclear
O núcleo do tipo consiste em injuriar, que significa imputar ou atribuir qualidade negativa a alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou decoro. 
É crime comissivo, pois o tipo penal descreve um fazer.
Consoante o escólio de Flávio Augusto Monteiro de Barros, trata-se do único crime contra a honra que pode ser cometido mediante omissão quando o agente recusa-se a cumprimentar com as mãos a vítima.
Quantos aos meios de execução, o crime é de forma livre, admitindo a palavra oral, escrita, impressa, a imagem, a escultura, o desenho, o gesto, a pintura etc.
4.6 Consumação e tentativa
	
Como se protege a honra subjetiva o crime consuma-se quando o fato chega ao conhecimento da própria vítima, pouco importando se por intermédio do próprio autor ou de terceiro. 
O crime é formal, dispensando-se que a vítima se sinta efetivamente ofendida para a sua consumação.
A tentativa somente é possível somente na forma escrita, haja vista o crime tornar-se plurissubsistente, ou seja, a conduta ser composta por vários atos passíveis de interrupção.
4.7. Elemento subjetivo 	
É o dolo de dano, direto ou eventual, acrescido do elemento subjetivo do tipo específico consistente na finalidade de ofender a vítima.
O animus jocandi (intenção de brincar), animus narrandi (intenção de narrar), animus criticandi (intenção de criticar), animus consulendi (intenção de consultar), animus defendendi (intenção de defender) excluem o crime.
4.8. Perdão judicial
Como já consabido, o perdão judicial é causa extintiva da punibilidade nos casos previstos em lei (art. 107, IX, do CP).
O art. 140, § 2º, do CP, estabelece para a injúria o perdão judicial nos casos de: 
a) provocação direta e reprovável; e
b) retorsão imediata.
Nélson Hungria ensina acerca da diferença entre retorsão e provocação que “na retorsão, a injúria é contra-golpe de outra injúria, (...); na provocação, a injúria é revide contra qualquer condutareprovável (seja ou não antijurídica, criminosa ou não, intencional ou culposa)”
4.9. Qualificadoras
O legislador, agregando ao tipo penal simples circunstâncias que causam maior reprovação social, cria duas formas qualificadas, fazendo com que os patamares da pena sejam aumentados nos casos de injúria real e injúria racial.
I. Injúria Real (art. 140, § 2º)
A injúria real consiste no emprego de violência ou vias de fato, que, pela sua natureza ou meio empregado, se considerem aviltantes.
Como exemplo a conduta de cuspir na cara, arremessar catarro, puxar o cabelo, rasgar a camisa ou dar bofetada em alguém com a intenção de humilhar.
Em razão da ressalva contida no preceito secundário do art. 140, § 2º, caso exista o emprego de violência, o agente responde, além da injúria real, pelo crime de lesão corporal (art. 129 do CP), em concurso formal impróprio (art. 70, 2ª parte, do CP). Já se houver apenas o emprego da contravenção penal das vias de fato, a injúria real absorve a contravenção penal. 
II. Injúria Racial, Discriminatória ou Preconceituosa (art. 140, § 3º)
Com o advento da Lei nº 9.459/97�, instituiu-se a qualificadora da injúria racial com pena de reclusão de 01 a 03 anos e multa (art. 140 do CP, § 3º, do CP)..
A injúria racial ocorre quando o agente se utiliza de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência para atribuir qualidade negativa a alguém. 
Como exemplos xingar alguém de macaco, branquelo, múmia, aleijado etc.
A ofensa baseada em elementos referentes ao sexo (exemplo: loira burra) ou preferência sexual (exemplo: veado) configura injúria simples, já que o legislador não mencionou tais circunstâncias. 
Os crimes de injúria racial e racismo não se confundem.
O crime de racismo - Lei nº 7.716/89 -, é imprescritível, inafiançável (art. 5º, XLII, CF/88) e está sujeito à ação penal pública incondicionada.
O racismo pune o comportamento segregacionista motivados pela raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional nos casos de: 
I) impedir ou obstar o acesso de alguém a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos (art. 3º).
O Estatuto da Igualdade Racial – Lei nº 12.288/2010, que entrou em vigor no dia 20/07/2010, acrescentou o parágrafo único a esse artigo, incriminando também quem obsta a promoção funcional.
II) negar ou obstar emprego em empresa privada (art. 4º).
O Estatuto da Igualdade Racial acrescentou os §§ 1º e 2º ao art. 4º da Lei nº 7.716/89.
O § 1º criminaliza a conduta de quem deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições com os demais trabalhadores; impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício profissional e proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário.
Por fim, estabelece o § 2º que ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigências. 
III) recusar, negar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador (art. 5º);
IV) recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau (art. 6º);
V) impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem ou qualquer estabelecimento similar (art. 7º);
VI) impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias ou locais semelhantes abertos ao público (art. 8º)/
VII) impedir o acesso ou recusar o atendimento em estabelecimentos esportivos, casas de diversão ou clubes sociais abertos ao público (art. 9º);
VIII) impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou estabelecimentos com as mesmas finalidades (art. 10);
IX) impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos (art. 11);
X) impedir o acesso ou uso de transportes públicos (art. 12);
XI) impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço das Forças Armadas (art. 13);
XII) impedir ou obstar o casamento ou convivência familiar e social (art. 14).
Além desses comportamentos, pune-se como racismo a conduta de quem induz ou incita a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional (art. 20), ou fabrica, comercializa, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos, propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo (parágrafo único do art. 20).
	
4.10. Exceção da verdade
	
A exceção da verdade na injúria não é admitida, tendo em vista que a falsidade da atribuição da qualidade negativa não é elementar do crime.
Demais disso, seria mais ultrajante para a vítima ver o autor pretender provar sua qualidade negativa (por exemplo, que ela é imbecil). 
A exceção da notoriedade também não é admitida.
5. DISPOSIÇÕES GERAIS AOS CRIMES CONTRA A HONRA (ART. 141 A 145)
5.1. Causas de aumento da pena (art. 141)
A pena é aumentada no percentual fixo de 1/3 quando: 
I) a vítima é o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro
No caso de crime de calúnia ou difamação contra Presidente da República em que haja motivação política incide o art. 26 da Lei nº 7.170/83 (Lei de Segurança Nacional). Neste caso a pena não é majorada, eis que a lei penal especial é omissa. 
Assim sendo, o CP ganha aplicação no caso de injúria contra Presidente da República, independentemente do motivo do crime, com a incidência da majorante, haja vista que a a Lei de Segurança Nacional não faz menção à injúria.
II) a vítima é funcionário público e a ofensa está ligada ao exercício de sua função
Importante observar que a atribuição de qualidade negativa na presença do funcionário público configura crime de desacato (art. 331 do CP).
III) cometido na presença de várias pessoas ou por meio que facilite a divulgação do crime;
A expressão “várias pessoas” abrange, no mínimo, 03 (três) pessoas, não se computando a vítima, autor, coautores e partícipes.
A facilitação da divulgação refere-se ao uso de qualquer meio apto a dar maior publicidade ao fato, como pintar frases ofensivas no muro externo da casa da vítima, alto-falantes, meios de comunicação social etc.
IV) vítima maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, salvo no caso de injúria;
Referidas majorantes não incidem no crime de injúria racial pelo fato de já constituírem qualificadora deste crime, sob pena de bis in idem.
A pena é aplicada em dobro quando o crime é praticado:
I) mediante paga ou promessa de recompensa.
Como ocorre no homicídio, a paga ou promessa de recompensa constituem exemplos de torpeza. É a chamada de ofensa mercenária.
Relembre-se que as majorantes incidem na terceira fase do critério trifásico de aplicação da pena (art. 68 do CP) e podem extrapolar o máximo legal.
5.2. Causas especiais excludentes da ilicitude (art. 142)
Primeiramente, consigne-se que as justificantes em comento somente incidem nos crimes de difamação e injúria. A calúnia está excluída em razão do interesse do Estado de descobrir a prática de crimes. 
As causas de exclusão da ilicitude, também denominadas de imunidades no contexto dos crimes contra a honra, dividem-se em: 
Imunidade Judiciária
A imunidade judiciária existe na ofensa irrogada em juízo, na discussão de causa administrativa ou judicial, contenciosa ou voluntária, pela parte ou seu procurador. 
Está presente o animus defendendi, que, na verdade, exclui o elemento subjetivo do tipo específico.
Exige-serelação processual instaurada e nexo causal entre a ofensa e o desempenho da função para a incidência da imunidade.
Em relação ao advogado, a imunidade também está prevista no art. 7º, § 2º, da Lei nº 8.906/94 - Estatuto da OAB, e art. 133 da CF/88.
Oportuno frisar que o STF julgou procedente a ADI nº 1.127-8, para excluir o termo 'desacato' desse dispositivo, sob o fundamento de que tal previsão cria situação de desigualdade entre o juiz e o advogado, retirando do primeiro a autoridade necessária à condução do processo. 
O destinatário da ofensa não se limita à parte contrária, podendo se estender a terceiros. 
 Imunidade Artística ou Literária 
A imunidade artística ou literária surge na opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar. 
É caracterizada pelo animus criticandi, que, na verdade, exclui a tipicidade.
Imunidade Funcional 
A imunidade funcional ocorre quando o funcionário público emite conceito desfavorável em apreciação ou informação que presta no cumprimento do dever de ofício. 
É o animus narrandi, que, na verdade, exclui a tipicidade.
5.3. Retratação do agente (art. 143)
Na teoria geral do crime, a retratação do agente é causa extintiva da punibilidade (art. 107, inciso VI, do CP).
Assim como ocorre no crime de falso testemunho (art. 342, § 2º, CP), retratar-se significa voltar atrás, desdizer ou retirar uma afirmação.
Apenas vale para os crimes de calúnia e difamação sujeitos à ação penal privada, desde que feita por completo e antes da publicação da sentença.
A retratação do agente independe de aceitação da vítima.
	
5.4. Pedido de explicações (art. 144)
O pedido de explicações é procedimento processual de natureza cautelar ajuizado pelo suposto ofendido que tem por finalidade esclarecer o significado de frases, escritas ou verbais, de caráter dúbio, equívoco ou ambíguo feito por alguém. 
É cabível em quaisquer dos crimes contra a honra e não obriga aquele a quem se dirige, pois o interpelado não poderá ser constrangido a prestar os esclarecimentos solicitados.
É processável perante o mesmo órgão judiciário competente para o julgamento da causa penal principal. 
O procedimento aplicado é o da interpelação previsto nos arts. 867 a 873 do CPC c/c art. 3º do CPP. O interpelado é notificado para esclarecer o sentido das suas afirmações e, após as informações, os autos são restituídos ao interpelante para que adote as providências que entender cabíveis. 
O pedido de explicações não dispõe de eficácia interruptiva ou suspensiva da prescrição penal ou do prazo decadencial.
Por fim, inexiste no pedido de explicações qualquer julgamento da suposta ofensa. 
5.5. Ação Penal (art. 145)
Em regra, os crimes contra a honra estão sujeitos à ação penal privada. O prazo decadencial é de 06 (seis) meses para o ajuizamento da queixa-crime, contados da data em que a vítima toma conhecimento do autor do fato.
Excepcionalmente, a ação penal é pública:
1) vítima é funcionário público e a ofensa estiver ligada ao exercício de suas funções. 
De acordo com o art. 145, parágrafo único do CP, a ação penal é pública condicionada à representação da vítima.
Contudo, a Súmula 714 do STF� consubstancia entendimento de que a 
a legitimidade é concorrente entre a vítima, mediante ação penal privada, e o Ministério Público, mediante ação penal pública condicionada à representação. 
2) injúria racial
Desde a entrada em vigor da Lei nº 12.033/09, a ação penal é pública condicionada à representação da vítima.
3) vítima Presidente da República ou Chefe de Governo Estrangeiro.
A ação penal é pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça.
4) injúria real (injúria + lesões corporais ou vias de fato)
Aplica-se a regra da ação penal do crime complexo do art. 101 do CP (“Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmo, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público”), ou seja:
a) ação penal privada (se for praticado com vias de fato). A razão é que as vias de fato configuram contravenção penal, não se aplicando a regra do art. 101. Assim, segue a regra geral da ação penal dos crimes contra a honra, ou seja, ação penal privada;
b) ação penal pública condicionada à representação da vítima (se for praticado com lesão corporal leve, por força do art. 88 da Lei nº 9.099/95); e
c) ação penal pública incondicionada (se por praticado com lesão corporal grave ou gravíssima).
6. QUADRO COMPARATIVO 
	Características
	CALÚNIA
	DIFAMAÇÃO
	INJÚRIA
	
	
	
	
	Conceito
	È a imputação falsa de fato definido como crime
	É a imputação falsa ou verdadeira de fato ofensivo à reputação
	É a atribuição de qualidade negativa
	Objeto jurídico
	 Honra objetiva
	 Honra objetiva
	 Honra subjetiva
	Consumação
	Terceiro toma conhecimento
	Terceiro toma conhecimento
	Vítima toma conhecimento
	Tentativa
	 Só por escrito
	 Só por escrito
	 Só por escrito
	Sujeito ativo
	
	
	
	Sujeito passivo
- Morto
- Pessoa jurídica
- Inimputáveis
- Desonrados
	 
 sim 
só em crimes ambientais
 sim 
 sim 
	
 não
 sim
 sim 
 sim 
	 
 não
 não
depende da compreensão
 sim 
	Exceção da verdade
	 Em regra cabe (3 exceções)
	 Em regra não cabe (1 exceção)
	Incabível
	Perdão Judicial
	Não Incide
	Não Incide
	sim (art. 140, §1º)
	Causas de aumento da pena (art. 141)
	1) Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro; 
2) funcionário público no exercício de suas funções;
3) na presença de várias pessoas ou meio q facilite a divulgação; 
4) pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiência, salvo no caso de injúria
5) mediante paga ou promessa de recompensa
	1) Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro; 
2) funcionário público no exercício de suas funções;
3) na presença de várias pessoas ou meio q facilite a divulgação; 
4) pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiência, salvo no caso de injúria
5) mediante paga ou promessa de recompensa
	1) Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro; 
2) funcionário público no exercício de suas funções;
3) na presença de várias pessoas ou meio q facilite a divulgação; 
4) pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiência, salvo no caso de injúria
5) mediante paga ou promessa de recompensa
	Imunidade judiciária, funcional e artística ou literária (art. 142)
	Não Incide
	Incide
	Incide
	Retratação do agente (art. 143)
	Incide – só na ação penal privada e se for antes da sentença
	Incide – só na ação penal privada e se for antes da sentença
	Não Incide
10. QUESTÕES 
(TRF 3ª Região – I Concurso – Juiz Federal) 
65. Assinale a alternativa correta.
Admite-se a exceção da verdade no crime de:
a) calúnia, se o fato é imputado ao Presidente da República;
b) calúnia, se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por
sentença irrecorrível;
c) difamação, se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de
suas funções;
d) injúria contra funcionário público;
e) injúria contra órgão ou entidade de direito público.
Comentário:
O item correto é o “c”, nos termos do art. 139, § 1º, do CP, sendo a única hipótese em que se admite a exceção da verdade no crime de difamação.
 As alternativas “b” e “c” são falsas, haja vista que na calúnia a exceção da verdade não é admitida quando a vítima é o Presidente da República (acrescente-se o Chefe de Estado e Governo Estrangeiro) – art. 138, § 2º,I, do CP, e se a vítima foi absolvida por sentença transitada em julgado – art. 138, § 2º, II, do CP.
Estão incorretas, também, as alternativas “d” e “e”, pois na injúria a exceção da verdade nunca é admitida.
(TRF 3ª Região – II Concurso – Juiz Federal) 
35. Assinale a alternativa correta.
Nos crimes contra a honra (arts. 138, 139 e 140 do Código Penal), cometidos contra
funcionário público, em razão de suas funções, a ação penal é:
a) exclusivamente privada;
b) pública incondicionada;
c) pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça;
d) pública condicionada à representação do ofendido.
Comentário:
A alternativa verdadeira é a “d”, nos termos do art. 145, parágrafo único, do CP.
Registre-se, contudo, que a Súmula nº 714 do STF entende que a legitimidade nos crimes contra a honra praticados contra funcionário público, em razão de suas funções, é concorrente entre a vítima, mediante ação pena privada, e o Ministério Público, por meio de ação penal pública condicionada à representação.
(TRF 3ª Região – III Concurso – Juiz Federal) 
28. “A” conta, a um grupo de pessoas, numa reunião social, que “B” está ligado a uma organização de tráfico de cocaína, chegando a indicar fatos e circunstâncias. “A” sabe que “B” é inocente, e o intuito foi atingir-lhe a reputação, pois que é notório na cidade o interesse de “B” em candidatar-se à Prefeitura Municipal, cargo também ambicionado por “A”. A história veio a ser noticiada em jornais, uma vez divulgada por um dos seus ouvintes, provocando também instauração de inquérito policial para apuração dos fatos atribuídos a “B”. A conduta de “A” caracteriza, em tese, crime de:
a) calúnia previsto na lei de imprensa;
b) calúnia previsto no Código Penal;
c) calúnia previsto no Código Eleitoral;
d) denunciação caluniosa.
Comentário:
A resposta correta consta do item “b”. O STF, por meio da ADPF nº 130, declarou que a Lei de Imprensa – Lei nº 5.210/67, não foi recepcionada pela CF/88. Dessa forma, atualmente, o agente que comete contra a honra por meio de jornal incide na norma geral do CP.
O item “d” é falso, já que o agente não tinha consciência e vontade de realizar os elementos constantes do crime de denunciação caluniosa.
(TRF 3ª Região – IV Concurso – Juiz Federal) 
44. Nos crimes de calúnia, difamação e injúria, se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções:
a) admite-se, em qualquer caso, a exceção da verdade;
b) admite-se a exceção da verdade apenas no crime de calúnia;
c) admite-se a exceção da verdade nos crimes de calúnia e difamação;
d) admite-se a exceção da verdade no crime de injúria real, se o funcionário público, de
forma reprovável, provocou diretamente a ofensa.
Comentário:
A alternativa “c”, está de acordo com a regra geral do cabimento da exceção da verdade no crime de calúnia, bem como com a única hipótese de seu cabimento no crime de difamação.
O item “a” está incorreto, eis que nem sempre a exceção da verdade é possível nos crimes contra a honra. 
O item “b” é falso, pois a exceção da verdade também é admitida no crime de difamação quando a vítima é funcionário público e a ofensa é praticada em razão de suas funções.
A alternativa “d” é falsa, tendo em vista que não se admite a exceção da verdade no crime de injúria.
�	 A revogada Lei de Imprensa previa as seguintes especificidades: admissão dos crimes de calúnia, difamação e injúria contra morto (art. 24); retratação no crime de injúria, além da calúnia e difamação (art. 26); e prazo decadencial de 03 (três) meses, a contar da publicação ou do último dia do mês.
�	 Rogério Greco, minoritariamente, sustenta que tal dispositivo deve ser reinterpretado de acordo com o princípio constitucional da ampla defesa.
�	 Segundo Cezar Roberto Bitencourt estende-se o mesmo tratamento ao Chefe de Estado.
�	 O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a competência para julgamento dos crimes de difamação contra menores por meio do site de relacionamento Orkut é da Justiça Federal. Os ministros da Terceira Seção consideraram que esse tipo de crime fere direitos assegurados em convenção internacional e que os conteúdos publicados no site podem ser acessados de qualquer país, cumprindo o requisito da transnacionalidade exigido para atrair a competência do Juízo Federal (CC 112616).
�	 O Estatuto do Idoso – Lei nº 10.741/03 -, alterou a redação do art. 140, § 3º, do CP, ao acrescentar a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência para a caracterização do crime.
�	 “É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções”.

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