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6 - Crimes contra organização do trabalho

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CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO (arts. 197 a 207)
INTRODUÇÃO
O art. 6º da Carta Magna elenca como direito social, dentre outros, o direito ao trabalho.	
Por sua vez, o art. 7º da CF/88 discrimina, em rol exemplificativo de trinta e três incisos�, os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais.
O art. 5º, XVII, e o art. 8º, ambos da CF/88, estatuem que é livre a associação profissional ou sindical. 
O direito de greve é assegurado no art. 9º da CF/88 (esfera privada), e art. 37, VI, da CF/88 (setor público).
Dessa forma, o CP, concretizando a ampla proteção constitucional ao direito do trabalho, define os crimes contra a organização do trabalho (Título IV da Parte Especial nos arts. 197 a 207). 
O art. 109, VI, da CF, estabelece que compete à Justiça Federal julgar os crimes contra a organização do trabalho, contudo, a jurisprudência é uníssona em exigir o interesse coletivo, sob pena do crime ser julgado pela Justiça Estadual. 
O art. 114, IV, da CF, afirma que compete à Justiça do Trabalho julgar habeas corpus, mas não as ações penais que são julgadas pela Justiça Federal ou Estadual, conforme exposto acima. � 	 	
2. ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE TRABALHO 
Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça:
I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência;
II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ou paralisação de atividade econômica:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
2.2. Objeto jurídico 
O art. 5º, XIII, da CF, norma de eficácia contida ou redutível, afirma que “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;”
Nélson Hungria leciona que o crime de atentado contra a liberdade de trabalho “é o crime de constrangimento ilegal especialmente considerado quando lesivo da liberdade de trabalho.”
O crime protege, assim, a liberdade de trabalho, isto é, a liberdade de escolher o trabalho ou profissão e de decidir onde, como e quando trabalhar. 
2.3. Objeto material
	
O objeto material é a pessoa humana constrangida.
2.4. Sujeito ativo 
		
O tipo penal não exige nenhuma particularidade do sujeito ativo, assim, o crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. 
O concurso de pessoas (participação e coautoria) é perfeitamente possível.
No caso de funcionário público que constrange a vítima no exercício da função ou em razão dela o crime é de abuso de autoridade (Lei nº 4.898/65).
2.5. Sujeito passivo
	
A vítima do crime pode ser qualquer pessoa, empregado, trabalhador ou patrão, contudo, no inciso II, 1ª parte - “abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho” -, somente o proprietário do estabelecimento.
Segundo Bitencourt “quando o constrangimento for praticado contra criança, poderá constituir, em concurso formal, o crime descrito no art. 232 da Lei n. 8.069/90 (ECA), desde que a criança se encontre “sob sua autoridade, guarda ou vigilância” do sujeito ativo”.�
É possível que a violência ou grave ameaça seja empregadas contra pessoa diversa daquela que se pretende constranger no caso de autoria mediata. O sujeito ativo será o autor mediato e o constrangido não será autor, mas mero executor, em razão da ausência de culpabilidade.
2.6. Núcleo do tipo
A ação incriminada é constranger, que significa obrigar, compelir, subjugar ou coagir, alguém, mediante violência ou grave ameaça, para:
I) exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria (art. 197, I, in limine, do CP);
II) trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias (art. 197, I, in fine, do CP); 
III) abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho (art. 197, inciso II, 1ª parte, do CP); e
IV) participar de parede (greve) ou paralisação de atividade coletiva (art. 197, II, 2ª parte, do CP).
Cezar Roberto Bitencourt�, Fernando Capez, Celso Delmanto e Rogério Sanches Cunham sustentam que art. 197, II, 2ª parte, do CP, foi revogado tacitamente pela Lei nº 4.330/64, que por sua vez, foi revogada pela Lei nº 7.783/89 – Lei de greve. 
O crime é comissivo (o tipo penal descreve um fazer), e, excepcionalmente, comissivo por omissão ou omissivo impróprio, quando o agente tem o dever jurídico de impedir o resultado e não o faz (art. 13, § 2, do CP). 
2.7. Meios de execução
	
É crime de forma livre, todavia, exige-se o emprego de violência ou grave ameaça.
2.8. Elemento subjetivo 	
O elemento subjetivo é o dolo direto ou eventual com a finalidade específica de constranger a vítima a ter um dos comportamentos descritos no art. 197 do CP.
O elemento subjetivo do tipo específico do art. 197 do CP é o ponto de distinção com o crime de constrangimento ilegal do art. 146 do CP.
Se o constrangimento for praticado para satisfazer pretensão legítima o crime passa a ser de exercício arbitrário das próprias razões (art. 345 do CP).
2.9. Consumação
O crime é material, já que exige o resultado naturalístico que consiste no exercício, ou não exercício, do trabalho (inciso I, 1ª parte); no trabalho, ou não trabalho durante certo período ou dia (2ª parte do mesmo inciso); ou com a abertura ou fechamento do estabelecimento empresarial (inciso II, 1ª parte).
Exige-se, portanto, uma duplicidade comportamental: o constrangimento por parte do sujeito ativo e o fazer ou não fazer por parte do sujeito passivo.
	
2.10. Tentativa
A tentativa é admitida, haja vista o crime ser plurissubsistente.
Assim, enquanto o coagido não cede à vontade do sujeito ativo, isto é, enquanto não faz ou deixa de fazer, a mera violência ou grave ameaça configuram crime tentado.
2.10. Ação penal 
O crime constitui infração penal de pequeno potencial ofensivo, eis que a pena máxima é inferior a 02 anos (art. 61 da Lei nº 9.099/95). Por conseguinte, está sujeito ao procedimento sumaríssimo.
A ação penal é pública incondicionada. 
Ressalte-se que o agente responde também pela pena correspondente a violência empregada, nos termos do preceito secundário dos incisos I e II do art. 197 do CP, haja vista a adoção do sistema do cúmulo material de aplicação de pena.
3. ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE CONTRATO DE TRABALHO E BOICOTAGEM VIOLENTA 
Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
3.2. Objeto jurídico 
Na primeira parte do dispositivo o crime tutela a liberdade do trabalho, especialmente, no que tange à celebração do contrato de trabalho e na segunda parte a normalidade das relações de trabalho.
2.3. Objeto material
	
O objeto material é a pessoa humana constrangida.
2.4. Sujeito ativo 
		
O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, seja empregador, preposto ou terceira pessoa (crime comum). 
2.5. Sujeito passivo
	
A vítima pode ser qualquer pessoa. O constrangimento exercido, em uma mesma circunstância, contra mais de uma pessoa constitui crime único.
Na boicotagem violenta, sujeito passivo é quem sofre o constrangimento, bem como quem sofre a boicotagem.
2.6. Núcleo do tipo
A ação incriminada, a exemplo do crime de constrangimento ilegal, é constranger, que significa obrigar, compelir, subjugar ou coagir, alguém para:
I) celebrar contrato de trabalho (art. 198, 1ª parte, do CP); 
O constrangimento para não celebrar contrato de trabalho configura o crime subsidiário de constrangimento ilegal, sob pena de analogia in malam partem.�
II) não fornecer a outrem ou não adquirir deoutrem matéria-prima (substância bruta) ou produto industrial ou agrícola (art. 198, 2ª parte, do CP).
Essa modalidade do crime é chamada de boicotagem violenta. 
Acerca da origem do termo, pontifica Hungria que “boicotagem vem do nome de um administrador agrícola, na Irlanda, James Boycott, com quem os camponeses e fornecedores da região romperam relações (forçando-o a emigrar para a América), em represália à sua atuação vexatória. Trata-se de uma espécie de ostracismo econômico: a pessoa atingida pela boicotagem é posta à margem do círculo econômico a que pertence, vendo-se na contingência de cessar sua atividade, porque ninguém lhe fornece os elementos indispensáveis a ela, nem lhe adquire os produtos.” (n. g.)
O crime é comissivo, e, excepcionalmente, comissivo por omissão ou omissivo impróprio (art. 13, § 2, do CP). 
2.7. Meios de execução
	
É crime de forma livre, todavia, exige-se a violência ou grave ameaça para a sua caracterização.
2.8. Elemento subjetivo 	
O elemento subjetivo é o dolo direto ou eventual, com a finalidade especial de realizar um dos comportamentos descritos no art. 198 do CP. Aliás, o elemento subjetivo específico é a nota distintiva com o crime de constrangimento ilegal.
2.9. Consumação
O crime é material. Na primeira parte do dispositivo, consuma-se com a assinatura do contrato ou início do trabalho. Já na segunda parte, quando a vítima é obrigada a não fornecer ou adquirir de outrem matéria prima ou produto industrial ou agrícola.
Exige-se, portanto, uma duplicidade comportamental: o constrangimento por parte do sujeito ativo e o fazer ou não fazer por parte do sujeito passivo.
	
2.10. Tentativa
É possível a tentativa, haja vista o crime ser plurissubsistente.
Assim, enquanto o coagido não cede à vontade do sujeito ativo, isto é, enquanto não faz ou deixa de fazer, a mera violência ou grave ameaça configuram crime tentado.
3.10. Ação penal 
É infração penal de pequeno potencial ofensivo e a ação penal é pública incondicionada. 
O preceito penal secundário admite o bis in idem em relação à violência, ou seja, o agente responde pelo crime ora analisado e por lesão corporal no sistema do acúmulo das penas.
4. ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO 
Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação profissional:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
3.2. Objeto jurídico 
O crime em comento protege a liberdade sindical e a liberdade de associação.
Na seara constitucional, o art. 5º, XVIII, elenca como cláusula pétrea o direito fundamental de que “é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;” e o inciso XX, do mesmo artigo determina que “ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;”. 
Na esfera privada, o art. 8º da CF preceitua que “é livre a associação profissional ou sindical (...)”, e no setor público o art. 37, VI, da CF, determina no mesmo diapasão que “é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;”�
2.3. Objeto material
	
Assim como nos crimes anteriores, o objeto material é a pessoa humana constrangida.
2.4. Sujeito ativo 
		
O crime é comum, isto é, pode ser cometido por qualquer pessoa, contudo, se o agente for funcionário público incide o art. 3º, “f”, da Lei nº 4.898/65 – Lei de Abuso de Autoridade�.
2.5. Sujeito passivo
	
Qualquer pessoa pode ser constrangida a participar ou deixar de participar de sindicato ou associação profissional.
Na conduta “deixar de participar”, o sujeito passivo somente pode ser o membro de associação ou sindicato.
2.6. Núcleo do tipo
A ação incriminada é constranger, que significa obrigar, compelir, subjugar ou coagir alguém para que participe ou deixe de participar de determinado sindicato ou associação profissional.
O sindicato ou associação profissional deve ser certo, pois caso o constrangimento recaia sobre a participação em qualquer sindicato ou associação profissional o crime passa a ser de constrangimento ilegal (art. 146 do CP).
É crime comissivo, e, excepcionalmente, comissivo por omissão ou omissivo impróprio (art. 13, § 2, do CP). 
2.7. Meios de execução
	
É crime de forma livre, todavia, exige-se o emprego de força física (violência) ou coação moral (grave ameaça) para a sua caracterização.
2.8. Elemento subjetivo 	
O elemento subjetivo é o dolo direto ou eventual. A forma culposa não é admitida ante a ausência de previsão legal.
2.9. Consumação
O crime é material e se consuma com a participação ou não participação em sindicato ou associação profissional. 
	
2.10. Tentativa
É possível a tentativa, haja vista o crime ser plurissubsistente.
3.10. Ação penal 
Nos moldes do art. 61 da Lei nº 9.099/95, está-se diante de uma infração penal de pequeno potencial ofensivo.
A ação penal é pública incondicionada, haja vista a falta de disposição em contrário (art. 100 do CP). 
O preceito penal secundário permite o bis in idem em relação à violência, ou seja, o agente responde pelo crime ora analisado e por lesão corporal no sistema do acúmulo de penas.
5. PARALISAÇÃO DE TRABALHO SEGUIDA DE VIOLÊNCIA OU PERTURBAÇÃO DA ORDEM 
Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados.
3.2. Objeto jurídico 
Protege-se a liberdade de trabalho.�
Cezar Roberto Bitencourt afirma, entretanto, que o bem jurídico tutelado é a “regularidade e moralidade das relações trabalhistas, é a correção e a moralidade que devem orientar os contratos de trabalho, que venia concessa, não se confunde com a liberdade de trabalho.”
O direito de greve é assegurado no art. 9º da CF, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
O que se reprime, portanto, não é a realização da greve em si, mas o emprego de violência contra a pessoa ou coisa durante o movimento. 
2.3. Objeto material
	
O objeto material é a pessoa humana ou a coisa contra qual a violência é empregada.
2.4. Sujeito ativo 
		
Pode ser cometido por qualquer trabalhador em relação ao abandono coletivo de trabalho, desde que reunidos, no mínimo, 03 pessoas. 
Já no caso de suspensão do trabalho (lockout), o sujeito ativo é o empregador, sendo desnecessária a multiplicidade de empregadores.
2.5. Sujeito passivo
	
Como a violência pode ser empregada contra pessoa ou coisa, a vítima do crime pode ser qualquer pessoa humana ou jurídica, neste último caso titular da coisa violentada.
2.6. Núcleo do tipo
O núcleo do tipo é participar (aderir, tomar parte) de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou coisa, exigindo-se, no mínimo, a existência de três pessoas reunidas..
A suspensão do trabalho (lockout) é oriunda da conduta do empregador/patrão e o abandono coletivo de trabalho (greve) é de iniciativa dos trabalhadores.
O crime é comissivo, e, excepcionalmente, comissivo por omissão ou omissivo impróprio (art. 13, § 2, do CP). 
2.7. Meios de execução
	
É crime de forma livre, exigindo, todavia, o emprego de violência. 
O emprego de grave ameaça no decurso da greve ou lockout pode configurar o crime de ameaça (art. 147 do CP).
2.8. Elemento subjetivo 	
O elemento subjetivo é o dolo direto ou eventual. Inexiste forma culposa, tampouco se exige elemento subjetivo do tipo específico. 
2.9. Consumação
A consumação ocorre com o emprego da violênciacontra pessoa ou coisa (crime material). 
	
2.10. Tentativa
É possível a tentativa, haja vista a possibilidade de fracionamento da conduta. 
3.10. Ação penal 
É infração penal de pequeno potencial ofensivo (art. 61 da Lei nº 9.099/95), sujeita ao procedimento sumaríssimo. 
A ação penal é pública incondicionada, haja vista a falta de disposição em contrário (art. 100 do CP). 
O agente responde pela pena do crime correspondente a violência empregada (lesão corporal ou dano), além do crime em tela, por força da previsão contida no preceito secundário do tipo penal incriminador.
6. PARALISAÇÃO DE TRABALHO DE INTERESSE COLETIVO
Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
3.2. Objeto jurídico 
Protege-se o funcionamento regular das obras públicas e serviços de interesse coletivo.
Consoante doutrina majoritária, o crime de paralisação de trabalho de interesse coletivo foi revogado pela CF/88�.
O art. 9º da CF/88 assegura o direito de greve, dispondo seu § 2º que os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
A Lei nº 7.783/89, que dispõe sobre o direito à greve, prevê o direito à greve, inclusive em serviços essenciais (art. 13 c/c art. 10) e não estabelece qualquer responsabilidade penal, mas apenas a necessidade de comunicação prévia aos empregadores e usuários, e a prestação de serviços inadiáveis.
Assim, se a próprio diploma legal que disciplina o direito de greve permite que recaia sobre serviço essencial, não é possível que o CP incrimine tal conduta.
Aponta Rogério Sanches Cunha que “para aqueles que o consideram revogado, o argumento para tanto reside no fato de que o mencionado diploma legal permite greve em serviços essenciais e, além disso, a própria norma constitucional, ao garantir esse direito, não excepcionou.”
2.3. Objeto material
	
A conduta criminosa recai sobre obra pública ou serviço de interesse coletivo interrompido. 
2.4. Sujeito ativo 
		
Pode ser cometido por qualquer empregador (suspensão do trabalho) ou trabalhador (abandono coletivo de trabalho) responsável pela obra pública ou serviço de interesse coletivo.
Há divergência quanto ao crime ser de concurso necessário ou plurissubjetivo. Bitencourt ensina que no abandono coletivo de trabalho é necessário, no mínimo, 03 pessoas para sua caracterização, o que não ocorre na suspensão do trabalho.
2.5. Sujeito passivo
	
É a coletividade. O crime é vago, de vítimas difusas ou multivitimário, ou seja, tem como sujeito passivo um ente sem personalidade jurídica.
2.6. Núcleo do tipo
O núcleo do tipo é participar (aderir, tomar parte) de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo.
Forçoso registrar que a suspensão do trabalho (greve patronal ou lockout) é oriunda da conduta do empregador/patrão e o abandono coletivo de trabalho (greve) é de iniciativa dos trabalhadores.
O crime é comissivo, e, excepcionalmente, comissivo por omissão ou omissivo impróprio (art. 13, § 2, do CP). 
2.7. Meios de execução
	
O crime é de forma livre, admitindo quaisquer meios de execução.
2.8. Elemento subjetivo 	
O elemento subjetivo é o dolo direto ou eventual. Inexiste forma culposa, tampouco se exige elemento subjetivo do tipo específico. 
2.9. Consumação
A consumação ocorre com a interrupção da obra pública ou serviço de interesse coletivo (crime material). 
	
2.10. Tentativa
É possível a tentativa, haja vista a possibilidade de fracionamento da conduta. 
3.10. Ação penal 
É infração penal de pequeno potencial ofensivo (art. 61 da Lei nº 9.099/95), sujeita ao procedimento sumaríssimo. 
A ação penal é pública incondicionada, haja vista a falta de disposição em contrário (art. 100 do CP). 
7. INVASÃO DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL, COMERCIAL OU AGRÍCOLA. SABOTAGEM 
Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
3.2. Objeto jurídico 
Protege-se a liberdade de trabalho e o patrimônio do proprietário do estabelecimento industrial, comercial ou agrícola.
2.3. Objeto material
	
A conduta criminosa recai sobre estabelecimento industrial, comercial ou agrícola e/ou as coisas danificadas ou postas à disposição nele existentes.
2.4. Sujeito ativo 
		
Qualquer pessoa pode figurar como sujeito ativo (crime comum), seja empregado ou não.
2.5. Sujeito passivo
	
Primordialmente, é o proprietário do estabelecimento e, remotamente, a coletividade.
2.6. Núcleo do tipo
O tipo penal é composto, alternativamente, pelas condutas de:
I) invadir (entrar sem permissão) ou ocupar (entrar na posse) estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o fim de impedir (evitar o início) ou embaraçar (perturbar, atrapalhar) o curso normal do trabalho;
II) sabotagem: invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o fim de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, com a danificação do estabelecimento ou das coisas nele existentes ou delas dispondo.
A sabotagem existe apenas na hipótese em que o agente danifica o estabelecimento, as coisas nele existentes ou delas dispõe.
O crime é comissivo, e, excepcionalmente, comissivo por omissão ou omissivo impróprio (art. 13, § 2, do CP). 
2.7. Meios de execução
	
É crime de forma livre, admitindo quaisquer meios de execução.
Não há previsão da violência, nem como elementar, qualificadora ou causa de aumento de pena.
2.8. Elemento subjetivo 	
O elemento subjetivo é o dolo, direto ou eventual, de invadir ou ocupar o estabelecimento, exigindo-se, ainda, a finalidade especial de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho.
A ausência do elemento subjetivo do tipo específico caracteriza o crime de invasão de domicílio (art. 150 do CP), dano (art. 163 do CP) ou furto (art. 155 do CP), dependendo do dolo do agente.
2.9. Consumação
O crime é formal (dispensa a ocorrência do resultado naturalístico). Assim, a consumação ocorre com a invasão ou ocupação, pouco importando se houve o impedimento ou embaraço do curso normal de trabalho, bem como a danificação do estabelecimento ou de suas coisas, ou a disposição destas.
Saliente-se que o crime é permanente, haja vista que a consumação se prorroga no tempo quando o agente invade ou ocupa o estabelecimento empresarial.
	
2.10. Tentativa
É possível a tentativa, haja vista a possibilidade de fracionamento da conduta. 
3.10. Ação penal 
É o primeiro crime contra a organização do trabalho que não se amolda ao conceito de infração penal de pequeno potencial ofensivo (art. 61 da Lei nº 9.099/95), pois a pena máxima abstrata é superior a dois anos.
A ação penal é pública incondicionada, haja vista a falta de disposição em contrário (art. 100 do CP). 
O procedimento a ser seguido é o sumário, tendo em vista que a pena máxima cominada é de 3 anos, portanto, inferior a 4 anos (art. 394, § 1º, II, do CPP).
7. FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI TRABALHISTA 
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho:
Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
§ 1º Na mesma pena incorre quem: 
I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida; 
II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais.2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. 
3.2. Objeto jurídico 
O bem juridicamente tutelado são os direitos dos trabalhadores e dos empregadores.
2.3. Objeto material
	
Para Guilherme Nucci são os direitos trabalhistas. Já para Rogério Greco é a pessoa que vê frustrada seus direitos trabalhistas.
2.4. Sujeito ativo 
		
Qualquer pessoa pode figurar como sujeito ativo (crime comum), seja empregador, empregado ou mesmo terceiro estranho à relação de trabalho.
2.5. Sujeito passivo
	
A vítima pode ser trabalhador ou empregador que tem os direitos trabalhistas assegurados violados.
2.6. Núcleo do tipo
O tipo penal é frustrar (enganar, iludir, afastar, privar), mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação trabalhista.
Contempla-se no caso norma penal em branco em sentido amplo ou homogêneo, ou seja, exige complementação por outra fonte legislativa para se saber quais são os direitos assegurados pela legislação do trabalho.
Com efeito, o rol dos direitos trabalhistas estão discriminados na Constituição Federal, Consolidação das Leis do Trabalho e em legislação trabalhista especial.
O crime é comissivo, e, excepcionalmente, comissivo por omissão ou omissivo impróprio (art. 13, § 2, do CP). 
2.7. Meios de execução
	
É crime de forma livre, admitindo quaisquer meios de execução, contudo, é imprescindível que o agente se utilize da fraude ou violência.
Fraude é qualquer meio enganoso que visa a ludibriar a vítima e violência é o emprego de força física contra a vítima
A grave ameaça por não ter sido mencionada no dispositivo penal caracteriza o crime de ameaça (art. 147 do CP). 
2.8. Elemento subjetivo 	
O elemento subjetivo é o dolo, na forma direta ou eventual. Inexiste a forma culposa e não se exige o elemento subjetivo do tipo específico. 
2.9. Consumação
Consuma-se quando o direito trabalhista é efetivamente frustrado (crime material).
	
2.10. Tentativa
É possível a tentativa, haja vista a possibilidade de fracionamento da conduta. 
2.10. Figuras equiparadas
Há duas figuras equiparadas ao crime de frustração de direito assegurado por lei trabalhista (art. 203, § 1º, do CP):
I) obrigar ou coagir alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida;
É delito subsidiário em relação ao crime de redução a condição análoga à de escravo (art. 149, caput, do CP�). Caso haja a restrição da liberdade da vítima o agente responde pelo crime contra a liberdade pessoal.
II) impedir alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais.
Da mesma forma que ocorre no inciso anterior, se houver restrição da liberdade da vítima o crime é de redução a condição análoga à de escravo (art. 149, § 1, II, parte final, do CP�)
2.10. Causas de aumento de pena
A pena é aumentada de 1/6 a 1/3 se a vítima é:
I) menor de 18 anos;
II) gestante;
III) indígena; ou
IV) portadora de deficiência física ou mental
3.10. Ação penal 
É infração penal de pequeno potencial ofensivo (art. 61 da Lei nº 9.099/95) e a ação penal é pública incondicionada.
Na hipótese do emprego de violência, o agente responde também pela pena correspondente à violência, as quais devem ser somadas, por força do preceito secundário do art. 203 do CP. 
7. FRUSTRAÇÃO DE LEI SOBRE A NACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO
Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência
3.2. Objeto jurídico 
Lembra Rogério Sanches que “à época da elaboração do Código Penal de 1940, a Constituição de 1937 previa regra que vedada a contratação de estrangeiros em maior número do que brasileiros em empresas nacionais. Essa previsão foi repetida nos textos constitucionais subseqüentes, até a Emenda Constitucional 1 de 1969.”
Contudo, o art. 5º, caput, da CF/88 estabelece que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito (...) à igualdade, (...)”.
Diante disso, a doutrina majoritária, dentre outros, Mirabete, partilha do entendimento de que o art. 204 do CP não foi recepcionado pelo texto constitucional atual em razão do direito de igualdade entre brasileiros e estrangeiros previsto no art. 5º, caput, da CF/88.
Tutela-se, assim, as normas relativas à nacionalização do trabalho. 
2.3. Objeto material
	
A conduta criminosa recai sobre o contrato de trabalho indevidamente celebrado.
2.4. Sujeito ativo 
		
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (crime comum), seja empregador, trabalhador ou terceiro estranho à relação laboral.
2.5. Sujeito passivo
	
É o Estado.
2.6. Núcleo do tipo
O tipo penal é frustrar (enganar, iludir, afastar, privar), mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho.
Consagra-se, como no artigo anterior, uma norma penal em branco em sentido amplo ou homogêneo, ou seja, é imprescindível verificar o disposto nos arts. 352 a 371 da CLT, que dispõem sobre as normas de nacionalização do trabalho, para uma compreensão perfeita do crime em questão.
O crime é comissivo, e, excepcionalmente, comissivo por omissão ou omissivo impróprio (art. 13, § 2, do CP). 
2.7. Meios de execução
	
É crime de forma livre, admitindo quaisquer meios de execução, contudo, é imprescindível que o agente se utilize da fraude ou violência.
Fraude é qualquer meio enganoso que visa a ludibriar a vítima e violência é o emprego de força física contra a vítima
A grave ameaça por não ter sido mencionada no dispositivo penal pode caracterizar o crime de ameaça (art. 147 do CP). 
2.8. Elemento subjetivo 	
O elemento subjetivo é o dolo, na forma direta ou eventual. Inexiste a forma culposa e tampouco se exige o elemento subjetivo do tipo específico. 
2.9. Consumação
Consuma-se quando ocorre a frustração do direito relativo à nacionalização do trabalho (crime material).
	
2.10. Tentativa
É possível a tentativa, haja vista a possibilidade de fracionamento da conduta. 
3.10. Ação penal 
É infração penal de pequeno potencial ofensivo (art. 61 da Lei nº 9.099/95) e a ação penal é pública incondicionada.
Na hipótese do emprego de violência, o agente responde também pela pena correspondente à violência, as quais devem ser somadas (parte final do preceito secundário do art. 204 do CP). 
7. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE DECISÃO ADMINISTRATIVA
Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
3.2. Objeto jurídico 
O objeto de proteção da norma penal é o interesse do Estado no cumprimento de suas decisões administrativas relativas ao exercício das atividades. 
2.3. Objeto material
	
A conduta criminosa recai sobre a atividade desempenhada pelo agente. 
2.4. Sujeito ativo 
		
O sujeito ativo é a pessoa que se encontra impedida de exercer a atividade (crime próprio). 
No caso do funcionário público suspenso de suas atividades, o crime existente é de exercício funcional ilegalmente prolongado (art. 324 do CP).
2.5. Sujeito passivo
	
A vítima é o Estado.
2.6. Núcleo do tipo
A ação incriminada é exercer (exercitar, desempenhar, atuar com frequência) atividade que está impedido por decisão administrativa.
O crime é habitual, pois o verbo exercer pressupõe a prática reiterada de atos que demonstrem ser um estilo de vida do agente. 
É imprescindível a existência de uma decisão administrativaque impeça o agente de exercer sua atividade. 
Como exemplo, o advogado que foi suspenso pela Ordem dos Advogados do Brasil em razão de infração disciplinar.
O STF entende que o médico que, após ter cancelada a sua inscrição pelo Conselho Federal de Medicina, continuar a exercer a medicina responde pelo art. 205 do CP, e não art. 282 do CP – exercício ilegal da medicina (STF, RT 748/544).
No caso de desrespeito à decisão judicial, o crime é de desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito (crime contra a administração da justiça - art. 359 do CP).
O crime é comissivo, e, excepcionalmente, comissivo por omissão ou omissivo impróprio (art. 13, § 2, do CP). 
2.7. Meios de execução
	
É crime de forma livre, admitindo quaisquer meios de execução. 
2.8. Elemento subjetivo 	
O elemento subjetivo é o dolo, na forma direta ou eventual. Inexiste a forma culposa e tampouco se exige o elemento subjetivo do tipo específico. 
2.9. Consumação
O crime se consuma com o efetivo exercício da atividade (crime material e habitual).
	
2.10. Tentativa
É inadmissível a tentativa, haja vista que o crime é habitual. 
3.10. Ação penal 
É infração penal de pequeno potencial ofensivo (art. 61 da Lei nº 9.099/95) e a ação penal é pública incondicionada.
7. ALICIAMENTO PARA O FIM DE EMIGRAÇÃO 
Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro. 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
3.2. Objeto jurídico 
O objeto de proteção é o interesse do Estado na permanência dos seus trabalhadores no país.
Entende-se por emigração o ato de deixar um país para se estabelecer em outro. O que se pune é o aliciamento de trabalhadores para o fim de emigração.
2.3. Objeto material
	
O objeto da ação são os trabalhadores ludibriados. 
2.4. Sujeito ativo 
		
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (crime comum). 
2.5. Sujeito passivo
	
A vítima é o Estado, bem como os trabalhadores recrutados.
É indispensável a existência de pelo menos 2 pessoas, haja vista que o tipo penal menciona trabalhadores no plural.
2.6. Núcleo do tipo
A ação incriminada é recrutar (angariar, aliciar) trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro.
O crime é comissivo, e, excepcionalmente, comissivo por omissão ou omissivo impróprio (art. 13, § 2, do CP). 
2.7. Meios de execução
	
É crime de forma livre, admitindo quaisquer meios de execução. É imprescindível, contudo, o emprego de fraude (meio enganoso).
2.8. Elemento subjetivo 	
O elemento subjetivo é o dolo, na forma direta ou eventual, exigindo-se, ainda, a finalidade específica de levar as pessoas para trabalharem em solo estrangeiro.
Se a finalidade do agente for a saída de pessoa para exercer a prostituição no estrangeiro o crime é de tráfico internacional de pessoas (art. 231 do CP).
2.9. Consumação
O crime se consuma com o recrutamento (crime formal), independentemente do ingresso dos trabalhadores no território estrangeiro, que constitui mero exaurimento do crime.
	
2.10. Tentativa
É possível a tentativa. 
3.10. Ação penal 
O crime não se amolda ao conceito de infração penal de pequeno potencial ofensivo (art. 61 da Lei nº 9.099/95), pois a pena máxima abstrata é superior a dois anos.
A ação penal é pública incondicionada, haja vista a falta de disposição em contrário (art. 100 do CP). 
O procedimento a ser seguido é o sumário, tendo em vista que a pena máxima cominada é de 3 anos, portanto, inferior a 4 anos (art. 394, § 1º, II, do CPP).
7. ALICIAMENTO DE TRABALHADORES DE UM LOCAL PARA OUTRO DO TERRITÓRIO NACIONAL
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional:
Pena - detenção de um a três anos, e multa. 
§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local de origem.  
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. 
3.2. Objeto jurídico 
O objeto de proteção da norma penal é o interesse do Estado na permanência dos trabalhadores na sua região. Visa-se a evitar o êxodo dos trabalhadores dentro do país.
2.3. Objeto material
	
O objeto de ação são os trabalhadores aliciados. 
2.4. Sujeito ativo 
		
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (crime comum). 
2.5. Sujeito passivo
	
A vítima é o Estado e, em segundo plano, os trabalhadores aliciados.
Como o tipo penal menciona trabalhadores é indispensável a existência de pelo menos 02 pessoas.
2.6. Núcleo do tipo
A ação incriminada é aliciar (angariar, atrair) trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional.
O crime é comissivo, e, excepcionalmente, comissivo por omissão ou omissivo impróprio (art. 13, § 2, do CP). 
2.7. Meios de execução
	
É crime de forma livre, admitindo quaisquer meios de execução.
A fraude não é elementar do tipo penal, diferentemente do que ocorre no crime de aliciamento para emigração (art. 206 do CP). 
2.8. Elemento subjetivo 	
O elemento subjetivo é o dolo, na forma direta ou eventual, exigindo-se, ainda, a finalidade específica de levar os trabalhadores uma para outra localidade do território nacional.
2.9. Consumação
O crime se consuma com o aliciamento (crime formal), independentemente do envio dos trabalhadores para outra região do território nacional.
	
2.10. Tentativa
A tentativa é admissível.
2.10. Figura equiparada
É figura equiparada ao crime (art. 207, § 1º, do CP):
I) recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador;
II) não assegurar condições do seu retorno ao lugar de origem.
2.10. Causas de aumento de pena
A pena é aumentada de 1/6 a 1/3 se a vítima é (art. 207, § 2º, do CP):
I) menor de 18 anos;
II) gestante;
III) indígena; ou
IV) portadora de deficiência física ou mental
3.10. Ação penal 
O crime não se amolda ao conceito de infração penal de pequeno potencial ofensivo (art. 61 da Lei nº 9.099/95), pois a pena máxima abstrata é superior a dois anos.
A ação penal é pública incondicionada, haja vista a falta de disposição em contrário (art. 100 do CP). 
O procedimento a ser seguido é o sumário, tendo em vista que a pena máxima cominada é de 3 anos, portanto, inferior a 4 anos (art. 394, § 1º, II, do CPP).
7. EXERCÍCIOS
40. (Concurso - TRF 3ª) No delito de frustração de direito assegurado por lei trabalhista:
a) o sujeito ativo é sempre o empregador;
b) o tipo configura norma penal em branco;
c) um dos meios de execução é a grave ameaça;
d) não se admite a tentativa.
9. (TRT/15-2005) Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a não trabalhar em determinados dias, caracteriza crime de: 
a) Atentado contra a liberdade de trabalho;
b) Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho;
c) Frustração de direito assegurado por lei;
d) Constrangimento ilegal;
e) Concussão.
14. (TRT/15-2008) Nos crimes contra a organização do trabalho é certo afirmar:
a) O sujeito ativo do crime de paralisação do trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem, pode ser qualquer pessoa sem nenhuma condição especial; FALSO APENAS O EMPREGADO OU EMPREGADOR!
b) Para que se considere coletivo o abandono de trabalho, é indispensável o concurso de, pelo menos 2 (dois) empregados;
c) O crime de invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola consuma-secom a invasão ou ocupação, com a danificação ou disposição, sem dependência da obtenção da finalidade proposta;
d) O delito de paralisação de trabalho de interesse coletivo não admite tentativa;
e) Todas as alternativas estão incorretas.
RESUMO
Normas constitucionais:	arts. 7º, 8º e 9º;
			 	art. 109, VI – competência da Justiça Federal para processar e julgar crimes contra a organização do trabalho (somente quando envolver interesse coletivo);
			 	art. 114, IV – competência da Justiça do Trabalho para julgar habeas corpus (Informativo 315 do STJ)	 	
ART. 197 ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE TRABALHO
ART. 198 ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE CONTRATO DE TRABALHO E BOICOTAGEM VIOLENTA
ART. 199 ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO
+ PENA CORRESPONDENTE À VIOLÊNCIA
	Constranger alguém mediante violência ou grave ameaça:
	1) a exercer ou não exercer profissão ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias;
	2) a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho ou a participar de parede (greve) ou paralisação de atividade econômica.
	3) a celebrar contrato de trabalho ou a não fornecer/adquirir a/de outrem matéria prima, produto industrial ou agrícola
		Quem constrange outrem a não celebrar contrato de trabalho responde pelo art. 197, I, ou constrangimento ilegal.
	4) a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação profissional
		Quem constrange outrem a participar genericamente de qualquer sindicato ou associação profissional responde por constrangimento ilegal.
ART. 200 PARALISAÇÃO DE TRABALHO SEGUIDA DE VIOLÊNCIA OU PERTURBAÇÃO DA ORDEM
	1) praticando violência contra pessoa ou coisa + PENA CORRESPONDE À VIOLÊNCIA
	Abandono coletivo de trabalho – mínimo de 3 pessoas
	Emprego de ameaça de causar mal injusto e grave caracteriza o crime de ameaça do art. 147 do CP.	
ART. 201. PARALISAÇÃO DE TRABALHO DE INTERESSE COLETIVO
	Há divergência quanto à revogação.
	O direito de greve no setor não essencial é ilimitado.
	Sujeito passivo: Coletividade (crime vago).
ART. 202 INVASÃO DE ESTABELECIMENTO. SABOTAGEM
	Invadir ou ocupar com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor
	Objeto jurídico: liberdade de trabalho e patrimônio do proprietário
	Sujeito ativo: qualquer pessoa
	Sujeito passivo: Proprietário do estabelecimento
	Exige-se elemento subjetivo do tipo específico, o que o diferencia do crime de invasão de domicílio.
	O crime é formal, não depende da existência da finalidade proposta.
ART. 203. FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI TRABALHISTA
	Frustrar mediante fraude ou violência direito assegurado pela legislação do trabalho + PENA CORRESPONDENTE À VIOLÊNCIA
	Ameaça = crime de ameaça
	Sujeito ativo: qualquer pessoa (empregador, empregado ou terceira pessoa)
	Sujeito passivo: empregado ou empregador
	Norma penal em branco
	Figuras equiparadas:
	1) Obriga alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida. É delito subsidiário ao art. 149 do CP - FAZER RELAÇÃO COM O CRIME DE CONDIÇÃO ANÁLOGA À CONDIÇÃO DE ESCRAVO. AQUI há restrição da liberdade
	2) impede alguém de se desligar do trabalho mediante coação ou retenção dos documentos pessoais ou contratuais. – IDEM ACIMA – SE IMPLICAR CERCEAMENTO DE LIBERDADE – ART. 149
ART. 205- EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO À DECISÃO ADMINISTRATIVA
	Fazer relação com o art. 359 do CP – Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão do direito
	Crime habitual
	Ex. advogado com OAB suspensa, médico com inscrição cancelada pelo Conselho Federal de Medicina
ART. 206 ALICIAMENTO PARA O FIM DE EMIGRAÇÃO (fraude; crime formal)
ART. 207 ALICIAMENTO DE TRABALHADORES DE UM LOCAL PARA OUTRO DO TERRITÓRIO NACIONAL (crime formal)
� O art. 7º, parágrafo único, da CF, elenca os direitos dos trabalhadores domésticos.
� “É certo que a EC n. 45/2004 ampliou sobremaneira a competência da Justiça do Trabalho, ao possibilitar-lhe processar e julgar todas as ações decorrentes da relação de trabalho. Consabido, também, que a nova redação do art. 114 da CF/1988 permitiu-lhe processar e julgar certos habeas corpus. Porém disso não se pode concluir que lhe atribuiu competência para processar e julgar ações penais, tais como as do delito previsto no art. 203 do CP, pois se estaria a violar o princípio do juiz natural, tal como já apregoado pelo STF. Precedente citado do STF: ADI 3.684-DF, DJ 1º/2/2007. � HYPERLINK "http://www.stj.gov.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=CC%2059978" �CC 59.978-RS�, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 28/3/2007. Informativo 315 do STJ.
� BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Especial: dos crimes contra o patrimônio até dos crimes contra o sentimento religioso e o respeito aos mortos. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. v.3, p. 360.
� ,BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Especial: dos crimes contra o patrimônio até dos crimes contra o sentimento religioso e o respeito aos mortos. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. v.3, p. 359.
� BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Especial: dos crimes contra o patrimônio até dos crimes contra o sentimento religioso e o respeito aos mortos. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. v.3, p. 368.
� O art. 142, § 3º, IV, da CF/88 afirma que “ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;”
� “Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: (...) f) à liberdade de associação;”
� Damásio, Celso Delmanto.
� Mirabete em sentido contrário.
� “Reduzir alguém a condição análoga à de escravo (...) restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto” (n. g.)
� “(...) se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;”

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