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Estágio Supervisionado em Serviço Social III - Aula 07-Online

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Aula 07 – Preocupações Investigativas – Produção de Conhecimento
Introdução
Esta aula é o prolongamento de uma reflexão realizada na disciplina anterior, visando oferecer subsídio para uma intervenção cada vez mais qualitativa, auxiliando na definição da ação em prol do preparo de um projeto de intervenção. Como já vimos, é fundamental que o assistente social busque estudar sobre a área de trabalho no qual atua, desenvolvendo ações respaldadas na observação, sistematização da prática e conhecimento sobre a área de trabalho. Bons estudos!
Vamos iniciar nosso estudo a partir da bibliografia de Cecília Minayo (organizadora), sob o título Pesquisa social: teoria, método e criatividade (vide referência bibliográfica).
O livro apresenta uma linguagem simples, clara e objetiva, discutindo o que é ciência, quais são os conceitos principais do campo científico e busca diferenciar ciências humanas e sociais de ciências naturais. 
O material é dividido em quatro capítulos e vamos dialogar um pouco com cada um deles.
Pesquisa social
O primeiro capítulo, sob o título “ciência, técnica e arte”, registra que a ciência é apenas uma forma de expressão da busca de conhecimento, não exclusiva, não conclusiva.
A pesquisa social trabalha investigando a situação histórica, em que os sujeitos são os autores de uma realidade dinâmica, e não existem receitas preestabelecidas. Ou seja, é a própria vivência cotidiana, a vida social que será estudada.
 O procedimento científico define o objeto de estudo, ou seja, a parte da realidade a ser estudada em busca de sua compreensão.
Ao estudarmos um assunto, lançamos mão de metodologias passíveis de modificação para melhor alcançar os objetivos. Essa modificação é que ocasiona o aperfeiçoamento de uma metodologia ou norma de pesquisa.
Aspectos do objeto das ciências sociais
Voltando à leitura do livro, verificamos que a autora apresenta cinco aspectos do objeto das ciências sociais. Estes são fundamentais para compreendermos a natureza do objeto de estudo das ciências sociais. Vamos conhecê-los agora.
- Primeiro aspecto – O objeto das ciências sociais é histórico.
As sociedades humanas existem em um determinado espaço cuja formação social e configuração são específicas.
Utilizando o exemplo de uma possível ação voltada para adolescentes grávidas, além de estudar sobre o assunto, como já vimos, é igualmente importante estudar sobre a realidade do campo de estágio com perguntas chaves.
Qual o perfil da população-alvo do projeto de intervenção?
O que pensam as adolescentes grávidas sobre a situação vivenciada?
Quais as suas preocupações?
Sendo assim, o objeto das ciências sociais possui consciência histórica. Isto é, não é apenas o investigador que dá sentido a seu trabalho intelectual.
- Segundo aspecto – São os seres humanos, os grupos e a sociedade que dão significado e intencionalidade a suas ações e a suas construções, na medida em que as estruturas sociais nada mais são que ações objetivas – considerando este como os segundo aspecto das ciências sociais.
Então, todo objeto de estudo possui uma história, por exemplo. Se vamos estudar sobre adolescentes grávidas, podemos identificar que, em certo momento da história, uma grávida solteira era motivo de vergonha; por isso, a jovem era levada para um local escondido para ter o bebê, e depois voltava a frequentar o círculo social, como se tivesse feito uma longa viagem.
 Em alguns casos, os bebês eram apresentados como seu irmão, filho da avó materna, no sentido de proteger a honra familiar – valores de uma determinada época histórica.
- Terceiro aspecto – É o fato de as ciências sociais apresentarem a existência de uma identidade entre sujeito e objeto.
 Este aspecto é interessante na medida em que coloca o pesquisador como parte da realidade estudada. Vejamos o seguinte exemplo: no momento em que o pesquisador está observando uma dada realidade, ou realizando uma entrevista, este também está sendo observado pela comunidade observada ou entrevistada.
Os observados ou entrevistados também estão observando sua forma de falar, movimentar e se relacionar no grupo social. Isto quer dizer que a conduta do pesquisador é algo que deve ser objeto de auto-observação, para que o mesmo não inviabilize alguma etapa da pesquisa.
Vamos a outro exemplo muito simples: se eu vou entrevistar um homem sobre condições de vida, e estou vestida com uma blusa de um time de futebol. E se este não torce pelo mesmo time, sendo fanática por futebol, uma simples camisa pode inviabilizar o alcance dos objetivos propostos, criando um conflito desnecessário.
- Quarto aspecto – O quarto aspecto das ciências sociais apontados nos estudos é o fato de que ela é intrínseca e extrinsecamente ideológica.
O que isso quer dizer?
 Todos nós temos nossa visão de mundo, pensamos sobre os assuntos, conversamos sobre os pontos de vista, temos opiniões idênticas, parecidas, ou diferentes, considerando a história de vida e as vivências individuais.
No campo científico, no entanto, é necessário identificar o que pertence ao campo do senso comum, ou seja, aquilo que achamos que conhecemos, mas ao realizar uma pesquisa científica, identificamos preconceitos e ampliamos nosso conhecimento sobre o assunto.
- Quinto aspecto – Finalmente, o quinto aspecto é afirmação de que o objeto das ciências sociais é qualitativo, ou seja, aborda o conjunto de expressões humanas constantes nas estruturas, nos processos, nos sujeitos, nos significados e nas representações.
Quantitativo x qualitativo
As expressões humanas que não podem ser quantificadas pertencem ao campo da subjetividade, dos sentimentos e pensamentos, ou seja, ao campo do qualitativo.
As ciências sociais apresentam uma metodologia apropriada para reconstruir teoricamente seu significado, entendendo metodologia como o caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade.
Exemplo
Como se sente grávida?
Quando perguntamos a uma adolescente como se sente grávida, a resposta certamente não será algo objetivo, e sim carregado de emoções e sentimentos. Estes precisam ser analisados e categorizados, mas nunca quantificados.
Antes de prosseguir para a próxima tela, saiba mais sobre pesquisa qualitativa. Este tema faz parte do quarto capítulo do livro que é objeto de estudo desta aula.
Vimos até aqui, a breve apresentação do primeiro capítulo, a seguir vamos entrar no segundo capítulo escrito pela socióloga Suely Ferreira Deslandes, sob o título A construção do projeto de pesquisa.
Fases da investigação
A autora destaca que a fase exploratória da pesquisa compreende várias fases da construção de uma trajetória de investigação.
Note que estamos falando aqui do projeto de pesquisa, ou seja, estudar/investigar um determinado assunto de forma organizada e profunda, para dar subsídios à elaboração de um projeto de intervenção que significa agir (ação) de forma organizada, visando alcançar a transformação da realidade, através de objetivos pré-determinados.
Fases
• A escolha do tópico de investigação;
• A delimitação do problema;
 • A definição do objeto e dos objetivos;
• A construção do marco teórico conceitual;
• A escolha dos instrumentos de coleta de dados;
 • A exploração do campo.
Este roteiro serve como exercício para auxiliar você na definição do objeto de intervenção. Ou seja, antes de intervir, ou desenvolver um projeto ou planejamento de trabalho, é importante estudar sobre a área. Então, escolha um tópico de investigação para estudar sobre o assunto, antes de planejar as ações.
Por exemplo: ainda no tema gravidez na adolescência, busque material bibliográfico a respeito para realizar uma pesquisa.
Elaboração de um projeto de pesquisa
Para a realização de uma pesquisa, é preciso se organizar. No meio acadêmico, a orientação é a elaboração de um projeto de pesquisa.
 Esse projeto deve, fundamentalmente, responder à algumas perguntas, de acordo com Deslandes (1994).
O que pesquisar?
Quando pesquisar?
Para que pesquisar?
Pesquisado por quem?
Porque pesquisar?
Como pesquisar?
Com que recursos?
Antes de dar continuidade aos seus estudos, saiba mais sobre a elaboração de projeto de pesquisa.
Acabamos de ver um roteiro valioso para realizarmos uma pesquisa sobre o objeto que desejamos estudar.
Sugerimos como exercício, concomitante à aula, que você defina um tema para estudo e responda aos questionamentos vistos.
O que pesquisar? 
Definição do problema, hipótese, base teórica e conceitual
 
O que pesquisar? 
Definição do problema, hipótese, base teórica e conceitual
 Por que pesquisar? 
Justificativa da escolha do problema  
Para que pesquisar? 
Propósitos do estudo, seus objetivos
 Como pesquisar?
Metodologia
Quando pesquisar?
Cronograma de execução
 Com que recursos?
Orçamento
 Pesquisado por quem?
Equipe de trabalho, pesquisadores, coordenadores e orientadores.
Trabalho de campo
Agora, conversaremos sobre o trabalho de campo, tema do terceiro capítulo do livro, escrito pelo sociólogo Octávio Cruz Neto.
O autor apresenta um material de orientação a partir de elementos a serem observados na realização da pesquisa quando da entrada no campo. Para ele, são vários os obstáculos que podem dificultar ou até mesmo inviabilizar essa etapa da pesquisa.
Para começar, o pesquisador deve explicar o projeto de pesquisa em seus propósitos para a pessoa que será entrevistada. Por exemplo: colocando-se à disposição para esclarecer dúvidas quanto à participação na pesquisa.
Trata-se de estabelecermos uma situação de troca. Os grupos devem ser esclarecidos sobre aquilo que pretendemos investigar e as possíveis repercussões favoráveis advindas do processo investigativo.
O IBGE, quando da realização do Censo, veicula os objetivos na mídia em geral e disponibiliza telefone e site para esclarecer dúvidas.
Outro aspecto que pode dificultar o processo de pesquisa é o pesquisador entrar em campo achando que sabe tudo sobre o assunto. Ele certamente não estará tão atento ao diferente ou aos diversos ângulos da situação a ser estudada.
 Esta postura limita a investigação, pois leva o pesquisador a considerar apenas aquilo que está presente na sua visão de mundo, não se desprendendo do senso comum.
O trabalho de campo pressupõe um cuidado teórico-metodológico com a temática a ser explorada, pois a teoria informa o significado dinâmico daquilo que ocorre e que buscamos captar no espaço de estudo.
 Por isso, precisamos ler muito sobre o assunto que estamos pesquisando antes de entrar em campo, para que possamos posteriormente realizar a relação entre teoria e prática. O resultado será certamente a construção do conhecimento sobre determinado assunto, novas descobertas úteis a soluções de problemas sociais.
Relatório de pesquisa
Ao final da realização da pesquisa, é preciso produzir um relatório de pesquisa. Neste, sugerimos alguns elementos norteadores.
Elementos Norteadores
- Registrar os resultados alcançados;
- Destacar as contribuições para o conhecimento do tema estudado, e os questionamentos que surgiram para investimentos em pesquisas futuras;
- Indicar conhecimentos relevantes a contribuir para uma prática profissional qualitativa, sublinhando possíveis ações necessárias;
- Realizar a devolução dos resultados ao participante da pesquisa, em especial aqueles considerados “pesquisados”, ou seja, pessoas que o pesquisador entrevistou para coletar material para análise – abrindo um canal de comunicação para que os mesmos possam avaliar os resultados, e contribuir para a análise dos dados;
- Divulgar os resultados, mas o mesmo material deve ser apresentado tanto pra o meio científico, como para a população em geral.
Conhecimento empírico
Vejamos agora sobre o conhecimento empírico.
O conhecimento empírico é aquele baseado em fatos, e a base empírica do conhecimento para os sociais reside na coleta das experiências de seus usuários.
É a inter-relação de experiências e exemplos de situações da prática de usuários de serviços é um meio para produzir conhecimento sobre a vida pessoal, as dificuldades e as situações de vida desses mesmos usuários.
O conhecimento produzido termina sendo fortemente marcado pelo conhecimento prático, o que não significa desconhecer ou isolar-se de teorias gerais, mas construir um campo de conhecimento fortemente demarcado pela experiência real de vida, de dadas situações, por segmentos e classes sociais.

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