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Analise das Demonstrações Financeiras – Aulas 4 e 5 – pag.1 Aula 4: Análise da estrutura de capitais Toda empresa necessita de financiamentos para manter suas atividades, seja de curto ou de longo prazo. Financiamentos de curto prazo >> passivo circulante, devem, preferencialmente, estar relacionados >> Ativos de curto Financiamentos de longo prazo >> financiam ativos de longo prazo. Esta relação permite que a empresa controle seus recebimentos com prazos de pagamentos. Os financiamentos podem ser de origem própria (PL) ou de créditos obtidos junto a terceiros. O departamento financeiro de uma organização deve estar sempre atento ao montante requerido, observando o benefício gerado por conta de um empréstimo e qual o endividamento da empresa no encerramento de suas atividades. Outro fator importante sobre o retorno gerado por todo o investimento realizado na empresa. Este retorno pode medir o resultado referente ao ativo investido ou o capital injetado na empresa pelos sócios, ambos por meio dos lucros obtidos. Nesta aula, serão conhecidos os índices de endividamento e de rentabilidade das organizações. ESTRUTURAS DE CAPITAIS Conforme já visto em estudo, sabemos que o do Balanço Patrimonial representa o montante de recursos que circula na empresa, ou seja: ATIVO >> (Aplicações de Recursos) >> Bens + Direitos PASSIVO >> (Origens de Recursos) >> Recursos de Terceiros + PL (Recursos Próprios) Como a empresa financia seu ativo? Quanto de recursos de terceiros a empresa necessita para manter sua operacionalidade? Qual o retorno obtido sobre o capital investido pela empresa? Para responder a essas e outras perguntas, nesta aula, vamos trabalhar os índices de endividamento e de rentabilidade. Continue acompanhando os demonstrativos contábeis da Natura Cosméticos S.A. ENDIVIDAMENTO Na estrutura de capitais disponíveis da empresa é preciso que se conheça a proporcionalidade entre recursos próprios e de terceiros, a dependência da empresa no curto prazo e como se compõe sua exigibilidade. O primeiro ÍNDICE RELATIVO AO ENDIVIDAMENTO a ser analisado mede, em percentual, a participação do capital de terceiros, financiando o ativo da empresa. Onde: Exigível Total = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante. Em nossa empresa-exemplo, na Controladora, no ano de 2010, concluímos que a Natura está financiando suas atividades contando com 52% de credores externos à empresa (para cada real aplicado no ativo, R$ 0,52 são provenientes de terceiros). Comparativamente, a empresa aumentou em 2% o percentual participativo de capital externo em sua estrutura financiamentos. Este índice mostra o grau de dependência financeira da empresa, ou seja, o quanto do ativo é financiado por dívidas (obrigações). Quanto maior o percentual, mais cuidados requer da área financeira da empresa, pois os juros decorrentes de empréstimos, por exemplo, podem comprometer a capacidade da empresa em saldar essas dívidas. Cabe analisar o retorno obtido com a utilização destes recursos obtidos externos. Outro índice referente ao montante de capitas que circulam na empresa é o chamando GRAU DE ENDIVIDAMENTO. Analise das Demonstrações Financeiras – Aulas 4 e 5 – pag.2 Na Natura Controladora, em 2010, encontramos 1,07 dizemos, então, que para cada real de investimento próprio, a empresa necessitou de R$ 1,07 de capital externo. Comparativamente, a empresa começou a utilizar um pouco mais de capitais de terceiros com relação os recursos próprios: Neste índice, um valor acima 1 indica o montante de investimentos captados de terceiros com relação ao investimento próprio da empresa. Cabe ressaltar novamente a importância da relação custo/benefício da utilização dos investimentos. Na Natura Controladora, em 2010, o ÍNDICE DE CAPITAL DE CURTO PRAZO foi de 55%. Comparativamente, a empresa passou a adquirir mais empréstimos de longo prazo em relação ao ano anterior, cujo percentual era de 17%, em 2009, e passou para 45%, em 2010. Este índice varia de 0 a 1, e quanto mais próximo de 1 significa maior comprometimento das disponibilidades de curto prazo para saldar essas dívidas. Segundo, Ching, Marques e Prado (2010), devem ser considerados os seguintes quesitos para análise dos resultados do endividamento de uma empresa: Os itens do ativo circulante, basicamente, estoques e contas a receber, devem ser financiados por endividamento de curto prazo, isto é, fornecedores, contas a pagar e empréstimos. As aplicações de recursos em ativo permanente, em se tratando, por exemplo, de uma expansão ou modernização do parque fabril, ou aumento do número de lojas de uma rede de fast-food, devem ser financiadas por recursos de longo prazo (empréstimo e capital) de forma a propiciar uma perfeita sincronia entre geração de caixa e pagamento de recursos (empréstimos e dividendos). A empresa deve ter sempre como meta o alongamento de suas dívidas, visando aliviar a pressão no caixa em honrar compromissos de curto prazo. Nada conta a participação de capital de terceiros na estrutura de capital da empresa, desde que o retorno alcançado pelo negócio seja superior ao custo financeiro dos financiamentos. Deve-se sempre ter em mente que uma participação de capital de terceiros muito elevada em relação ao capital próprio pode tornar a empresa vulnerável a qualquer imprevisto, pois, em um momento de revés, ela pode ser forçada a se desfazer de estoques a qualquer preço, a fim de quitar encargos financeiros e o valor do principal dos empréstimos em aberto, garantindo, dessa maneira, sua sobrevivência. RENTABILIDADE Os ÍNDICES DE RENTABILIDADE medem o retorno (lucro) de uma empresa com relação aos investimentos realizados. Quanto maior este retorno, melhor para a empresa em termos de geração de valor. Todavia, é necessário avaliar os riscos envolvidos, pois, em geral, são proporcionais às rentabilidades oferecidas. De maneira genérica, a rentabilidade de um negócio é dada pela expressão: E, de lucro e capital podemos utilizar para análises: Vamos conhecer e aprender, então, sobre os índices de rentabilidade. Analise das Demonstrações Financeiras – Aulas 4 e 5 – pag.3 Na fase de aprendizado do endividamento, vemos que a empresa contrai dívidas para financiar o ativo. Desta forma, para que os juros sobre os financiamentos se justifiquem, este ativo deve gerar um retorno satisfatório para a empresa. Neste contexto, vamos estudar o ÍNDICE DE RETORNO SOBRE O ATIVO (ROA – Return On Assets). Continuando com a Natura Cosméticos, Controladora, ano 2010, encontramos um ROA de 30%, ou seja, cada R$1 de ativo investido gerou R$ 0,30 de retorno. O ROA indica a eficiência no gerenciamento dos ativos, por meio do retorno obtido após as operações da empresa. Ressalta-se que, ao utilizarmos o lucro líquido como parâmetro, extraímos o imposto de renda e a contribuição social, por serem despesas que devem ser pagas e seus valores não dependerem da administração da organização. Outro índice que mede a rentabilidade é o RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO (ROI – Return On Investment). O Ativo Operacional é representado pelo Total do Ativo deduzido do Passivo Circulante, que representam os gastos de funcionamento da empresa. Na Natura Controladora, ano 2010, encontramos um retorno de 66%. O ROI indica o retorno para investimentos feitos em médios e longos prazos e, consequentemente, a capacidade gerencial da alta administração confrontando com o aprendizado de que se devem priorizar as dívidas de longo prazo. Falamos do retorno sobre o ativo financiando por terceiros. Vamos, então, mostrar o retorno obtidopelos sócios por meio de seus financiamentos, ou seja, pelo PL. Este é o ÍNDICE DE RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO (ROE – Return on Equity). Na Natura Controladora, ano 2010, o retorno dos investimentos feitos pelos sócios foi em torno de 62%. Acabamos de ver o retorno obtido pela nossa empresa- exemplo, gerado por suas atividades e obtido pelos sócios. Próximo Passo: Verificar a capacidade da Natura em saldar suas dívidas. AULA 5: ANÁLISE DE LIQUIDEZ E LUCRATIVIDADE Introdução Desde que uma empresa inicia suas atividades, seus sócios e acionistas trabalham para, além de perpetuar as atividades da empresa, gerar lucros. Tais atividades têm dois polos: necessitam de recursos para acontecerem e são responsáveis pelas vendas de mercadorias, produtos ou serviços. Com relação às necessidades de financiamentos a serem adquiridos pela empresa, também é necessário que a organização apresente credibilidade juntos aos agentes financiadores e conheça sua disponibilidade financeira. Com essa finalidade, são feitas análises por meio dos índices de liquidez que relacionam recursos adquiridos com os recursos disponíveis em curto e longo prazos. Analise das Demonstrações Financeiras – Aulas 4 e 5 – pag.4 As vendas são responsáveis pela geração de lucro, uma vez que a empresa consiga administrar os custos e as despesas relacionados a estas. Neste contexto, os índices de lucratividade medem o retorno obtido com as vendas com relação à produção, aos valores operacionais e não operacionais. Índice de liquidez Como já vimos, as empresas contam com recursos de terceiros para seus investimentos. Para obter esses montantes, seus credores precisam confiar em sua capacidade de pagamento. Esta análise é obtida por meio dos índices de liquidez: corrente, seca, imediata e geral. A análise da Liquidez Corrente enfatiza a capacidade da empresa em saldar suas dívidas de curto prazo, por meio da composição: Dando continuidade às análises da Natura Controladora, ano de 2010, encontramos o índice de 1,34, significando que para cada R$1,34 disponível ou a receber no curto prazo a empresa tem R$1,00 a pagar, também no curto prazo. Um Índice de Liquidez Corrente encontrado maior que 1 revela a suficiência da empresa em saldar suas dívidas de curto prazo. Ao analisarmos o Índice de Liquidez Corrente, alguns pontos devem ser levados em conta, de acordo com Ching, Marques e Prado (2010). O ativo circulante engloba itens como disponibilidades, contas a receber, estoques e despesas pagas antecipadamente, cujo grau de conversão em caixa pode ser muito variado. A presença de estoques no numerador pode diminuir a validade do quociente como indicador de liquidez caso os estoques levem, por exemplo, em média, 90 dias para serem vendidos. É preciso verificar se os estoques não estão superavaliados ou, até mesmo, obsoletos. No caso de contas a receber, a empresa pode demorar 60 dias para receber suas vendas a prazo, além de se considerar o risco associado à ocorrência de inadimplência. É preciso tomar cuidado com o possível descasamento dos vencimentos do contas a receber, do lado do ativo circulante, com os vencimentos do contas a pagar, do lado do passivo circulante, uma vez que o índice de liquidez corrente em si não evidencia a sincronização entre recebimentos e pagamentos. Uma empresa com um índice aparentemente bom, igual a 3,0, pode apresentar problemas de liquidez caso a maior parte de suas obrigações vençam nos primeiros 30 dias, ao passo que os recebimentos estejam concentrados nos próximos 70 dias. A diminuição do índice de liquidez corrente não representa, necessariamente, perda da capacidade de a emprea pagar suas dívidas de curto prazo, pois pode significar um gerenciamento mais eficiente dos itens de estoques, do contas a receber e do contas a pagar. Outro índice relacionado à solvência é o Índice de Liquidez Seca. Este índice resolve alguma inadequação por parte da liquidez corrente, uma vez que desconta do numerador os efeitos de um estoque que, por ventura, demore, ou não tenha condições de ser vendido. Além de descontar os estoques e com o intuito de indicar as disponibilidades imediatas de solvência da empresa, temos o Índice de Liquidez Imediata. Na natura Controladora, ano de 2010, este índice foi de 0,28, significando que para cada R$ 1,00 de passivo circulante a empresa dispõe, imediatamente, de R$ 0,28 centavos. Analise das Demonstrações Financeiras – Aulas 4 e 5 – pag.5 Um índice pequeno de liquidez imediata faz com que o departamento financeiro tenha mais atenção na geração de recursos para quitar as dívidas de curto prazo. Falamos dos índices de liquidez relacionados ao curto prazo. Vamos, então, relacionar as disponibilidades e obrigações, incluindo o longo prazo: o Índice de Liquidez Geral. Em nossa empresa-exemplo, Natura Controladora, ano 2010, encontramos 1,04, ou seja, para cada R$1,00 de obrigações de curto e longo prazos, temos R$ 1,04 de disponibilidades de curto e longo prazos. É importante que este índice seja analisado em conjunto com a liquidez corrente, pois aquisição de empréstimo, por exemplo, favorece a liquidez corrente, mas o comprometimento das disponibilidades por conta desta operação estará registrado no longo prazo. Nas primeiras aulas, falamos dos objetivos da empresa em produzir riquezas para seus sócios/acionistas e mencionamos o lucro, ou seja, o resultado positivo entre receitas, custos e despesas. Para medir essa eficiência, são utilizados os índices de lucratividade: Margem Bruta, Margem Operacional e Margem Líquida. Para medir o retorno da produção (ou vendas comerciais e serviços prestados), relacionamos as vendas líquidas com o lucro bruto (vendas – custos). Este é o Índice da Margem Bruta. Índice de liquidez geral No resultado comparativo da Natura Controladora, em 2010, encontramos um retorno de produção, na ordem de 59% e um aumento de 2% em relação ao ano anterior. Falamos dos índices de liquidez relacionados ao curto prazo. Vamos, então, relacionar as disponibilidades e obrigações, incluindo o longo prazo: o Índice de Liquidez Geral. Em nossa empresa-exemplo, Natura Controladora, ano 2010, encontramos 1,04, ou seja, para cada R$1,00 de obrigações de curto e longo prazos, temos R$ 1,04 de disponibilidades de curto e longo prazos. É importante que este índice seja analisado em conjunto com a liquidez corrente, pois aquisição de empréstimo, por exemplo, favorece a liquidez corrente, mas o comprometimento das disponibilidades por conta desta operação estará registrado no longo prazo. Nas primeiras aulas, falamos dos objetivos da empresa em produzir riquezas para seus sócios/acionistas e mencionamos o lucro, ou seja, o resultado positivo entre receitas, custos e despesas. Para medir essa eficiência, são utilizados os índices de lucratividade: Margem Bruta, Margem Operacional e Margem Líquida. Para medir o retorno da produção (ou vendas comerciais e serviços prestados), relacionamos as vendas líquidas com o lucro bruto (vendas – custos). Analise das Demonstrações Financeiras – Aulas 4 e 5 – pag.6 Este é o Índice da Margem Bruta. No resultado comparativo da Natura Controladora, em 2010, encontramos um retorno de produção, na ordem de 59% e um aumento de 2% em relação ao ano anterior. Já tratamos dos custos. Agora, vamos falar da lucratividade das atividades operacionais, ou seja, o lucro gerado com as vendas após as despesas e possíveis outras receitas operacionais. É o Índice de Margem Operacional. Índices de lucratividade No resultado comparativo da Natura Controladora, ano 2010,encontramos 19%, e observamos um aumento de 1% em relação ao ano anterior. No resultado comparativo da Natura Controladora, ano 2010, encontramos 19%, e observamos um aumento de 1% em relação ao ano anterior. Outro índice de lucratividade que é calculado após os resultados não operacionais e impostos sobre o lucro é o Índice de Margem Líquida. No resultado comparativo da Natura Controladora, ano 2010, encontramos 13%, e observamos um aumento de 2% em relação ao ano anterior. Lucratividade e rentabilidade O nosso próximo passo será analisar a operacionalidade de uma empresa.
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