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Caderno Neuroanatomia

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AULA 1 – BULBO OCULAR E ANEXOS
1. ANEXOS
- Arco superciliar
- Pálpebras (pregas)
- Conjuntiva (revestimento)
- Aparelho lacrimal produção, circulação e drenagem de lágrima.
1.1. Arco Superciliar
Conjunto de pêlos na região inferior da fronte (e na região superior da órbita). Função de evitar o escorrimento de suor nos olhos, evitando conseqüentemente conjuntivites e lesões de córnea.
1.2. Pálpebra
Prega fibromuscular (músculo e tecido fibroso) localizada por diante do olho. Funções de proteção, reflexo (uma reação involuntária), circulação da lágrima, além de garantir o sono com o seu fechamento. OBS: é dificílimo dormir de olho aberto.
Possuem uma borda cada, de forma que se encontram lateral e medialmente, formando os ângulos lateral e medial do olho. O ângulo medial é maior e mais profundo que o ângulo lateral. Seu assoalho, somado ao seu conteúdo e ao próprio ângulo recebe o nome de lago lacrimal. Neste lago começa a drenagem da lágrima.
A borda livre da pálpebra possui vários “furinhos”, havendo também uma pequena elevação em sua parte medial: a papila lacrimal. Esta mergulha no lago lacrimal quando piscamos, succionando a lágrima. O espaço situado frontalmente aos furinhos é ocupado por cílios palpebrais, que protegem a abertura entre as pálpebras. Esta abertura entre as pálpebras é chamada de rima palpebral.
A pele da região medial da pálpebra faz uma dobra, a carúncula lacrimal.
Assim, temos as diversas camadas da pálpebra:
Pele (muito fina)
Camada subcutânea (muito fina)
Feixes musculares (porção palpebral do músculo orbicular do olho)
Parede de tecido fibroso (o chamado tarso): é cheia de espaços no seu interior, as glândulas társicas, cuja secreção “cola” uma pálpebra à outra, fechando a rima palpebral por completo. Estas glândulas possuem pequenos ductos, que desembocam num ducto maior.
Músculo tarsal: pequenas lâminas de músculo liso que têm inervação simpática
Conjuntiva
OBS1: ptose palpebral total (ipsilateral) ocorre quando há falha do músculo levantador da pálpebra superior (e falha parcial do músculo tarsal)
OBS2: há um tendão entre o músculo orbicular do olho e o tarso, que emite fibras para a glândula tarsal. É o músculo levantador da pálpebra superior.
1.3. Conjuntiva
Um epitélio extremamente inervado, com terminações livres (para recolher a dor). Reveste a pálpebra, reflete-se e reveste por diante o olho. É altamente vascularizada.
OBS: na conjuntivite, há hiperemia da conjuntiva. A conjuntivite crônica se dá graças a migrações de bactérias situadas em regiões próximas (rinites crônicas, sinusites, entre outros).
A conjuntiva começa onde termina a córnea, estando em contato direto com o ambiente. A porção que reveste a pálpebra é a porção palpebral, enquanto a que reveste o olho é a bulbar. Entre ambas, há fórnices superior e inferior da conjuntiva. O saco conjuntival é um espaço que contém a rima palpebral e o espaço entre as pálpebras anteriormente, tendo o olho posteriormente.
1.4. Aparelho Lacrimal
Produz, circula e drena a lágrima. Possui três funções básicas:
Umidificar o olho
Limpar a superfície externa do olho
Promover assepsia, por uso de substâncias bactericidas
A lágrima é uma solução aquosa, rica em sais minerais. Produzida nas glândulas lacrimais: há uma em cada órbita, imediatamente abaixo do teto, lateral e anteriormente. Sua circulação se dá por vários ductos que desembocam na porção lateral do fórnice superior. Quando piscamos, a lágrima é distribuída pela superfície anterior do olho. Chegando ao lago lacrimal, é sugada pelos pontos lacrimais, passa pelos canalículos lacrimais (um em cada pálpebra) e deságua nos sacos lacrimais. De lá, desce à cavidade nasal via ductos nasolacrimais, que se abrem nos meatos nasais inferiores.
2. OLHO
Possui três camadas concêntricas. De fora para dentro, são elas:
- Camada fibrosa (rica em colágeno)
- Camada vascular (rica em vasos sanguíneos e em melanina)
- Camada nervosa (também chamada de túnica nervosa)
Camada Fibrosa
Possui segmentos diferentes: a esclera, situada posteriormente, e a córnea, situada anteriormente. Estão dispostas como duas esferas de diâmetros diferentes.
Esclera: tecido conjuntivo fibroso, sendo totalmente opaca (sua parte visível forma o “branco do olho”). Mantém a conformação do olho, funcionando como uma espécie de esqueleto fibroso. Serve de inserção para os músculos extrínsecos do olho.
É revestida pela fáscia peribulbar, que se transforma em fáscia muscular. Entre elas e o olho há um espaço virtual.
Córnea: possui a propriedade fundamental da transparência. É também formada por tecido conjuntivo fibroso, porém com uma disposição diferenciada das fibras colágenas.
A junção conjuntivoesclerocorneana é também chamada de limbo da córnea. Além disso, há na córnea um túnel revestido por endotélio, o seio venoso da esclera, que exerce uma função de vaso, em um trajeto circular pela periferia da córnea.
A esclera possui uma projeção sobre a córnea, o esporão esclerótico. 
OBS1: uma ferida na córnea pode regenerar sem prejuízo algum; pode também cicatrizar, deixando marcas e atrapalhando a visão, opacizando a região lesada.
OBS2: as lentes de contato podem provocar ressecamento da córnea, se usadas de modo indevido.
Camada Vascular
Também chamada de úvea, é dividida em três partes: coróide, corpo ciliar e íris. Possui muitos vasos e muitos melanócitos.
Coróide: parece possuir três camadas. De fora para dentro, são elas:
- Camada supracorióidea (rica em melanina)
- Camada vascular (rica em capilares, para nutrir a camada nervosa)
- Camada coriocapilar (os capilares presentes vão se afinando)
Corpo ciliar: dele nascem processos na forma de dedos. Das pontas desses “dedos’ nascem filamento, que se prendem à grande lente do olho (o cristalino). São os processos ciliares, que juntos são chamados de Ligamento Suspensor da Lente, ou zônula de de Zimn.
OBS: o cristalino é uma lente bicôncava, com uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso. Há células em seu interior, que crescem e se diferenciam á medida que caminham para a cápsula, tornando-se fibras. Quando fica opaco, é caracterizado o quadro de catarata: o citoplasma dessas células produz substâncias que geram opacidade. A catarata pode ser causada também por mau uso de óculos escuros ou por exposição excessiva dos olhos ao sol. A cirurgia de correção da catarata substitui o interior da cápsula fibrosa.
Representação esquemática do processo de acomodação do olho (um reflexo que ajusta o foco dos objetos)
 
Foco no infinito 
 
Foco em objeto próximo
Os músculos que movimentam o cristalino possuem fibras em dois sentidos. As longitudinais se prendem no cinturão esclerótico. Contraem-se frontal e lateralmente. O músculo ciliar, como é chamado, é liso e de inervação parassimpática (e é intrínseco do olho).
OBS2: a perda de elasticidade do cristalino vem com a idade. É chamada de presbiopia, que resulta em falta de foco para distâncias pequenas.
Íris: tem uma borda livre, que delimita a passagem da luz pela pupila (a “menina dos olhos”). Possui diferentes graus de melaninização, indo do verde ao castanho muito escuro (é rosada nos albinos).
Representação esquemática dos músculos da íris.
O músculo esfíncter da pupila, de inervação parassimpática, diminui o diâmetro da mesma (a chamada miose). Já o músculo dilatador da pupila, de inervação simpática, aumenta o seu diâmetro (a chamada midríase). Vale a pena lembrar que todo músculo intrínseco do olho é liso.
OBS1: o exame de fundo de olho exige que se pingue um colírio inibidor do sistema parassimpático, de forma que a pupila se dilate e o músculo ciliar relaxe. Daí a dificuldade em estabelecer o foco após o exame.
Camada Nervosa (Túnica Nervosa ou Retina)
Vão da corióide à borda livre da íris
 - Porção corióide (única que vê)
- Porção ciliar
- Porção irídica
Porção corióide
Região do pontocego, ou disco do nervo óptico. Próxima a ele está a fóvea central, que é o local de maior acuidade visual. Esta é margeada pela mácula lútea. O movimento no qual se joga a imagem para a fóvea central é chamado de visão central: o eixo imaginário desse trajeto é o eixo óptico.
Os fotorreceptores são receptores de luz. Quando um está ligado, outro está desligado: a quantidade de luz define qual deles estará em atividade. Assim, se houver pouca luz, a célula não capta o detalhe, e sim apenas tons claros e escuros (com bastonetes). Com muita luz, vemos detalhes (usando os cones).
Parte da luz é absorvida pela melanina do epitélio pigmentar. Outra parte é convertida em impulsos nervosos pelos fotorreceptores.
 São cegasPorção ciliar
Porção irídica
O ponto no qual o epitélio pigmentar perde a sua melanina é chamado de ora serrata.
OBS1: A descamação da retina se dá quando a porção nervosa se desprende da pigmentada. A paucivascularização provoca morte tecidual a longo prazo.
OBS2: o exame de fundo de olho detecta inflamações eproblemas sistêmicos. Afinal, pode-se ver uma artéria sem dissecá-la, no caso dos vasos centrais da retina (espalham-se no fundo do olho, após chegarem pelo nervo óptico). Assim, pode-se diagnosticar diabetes e hipertensão, por exemplo. Ambas aceleram bastante o processo de atersoclerose, podendo resultar na perda da visão. Nesse exame, podemos visualizar vasos centrais da retina, disco do nervo óptico, fóvea central, mácula lútea, retina.
Câmaras do olho:
- Anterior: espaço entre córnea (adiante) e íris (posteriormente)
- Posterior: espaço entre íris (adiante), processos ciliares e ligamento suspensor do cristalino (posteriormente).
- Vítrea: espaço entre o cristalino, processos ciliares e a retina.
OBS: o corpo vítreo é um líquido viscoso, rico em ácido hialurônico, que preenche essa cavidade. Não é renovado após o nascimento. O humor aquoso, por sua vez, é líquido e renovado, sendo produzido no corpo ciliar. Preenche as câmaras anterior e posterior.
O trajeto do corpo vítreo é: secretado na câmara posterior, atravessa e a pupila e preenche a câmara anterior. No ângulo iridocorneal, é absorvido por uma “esponja” e cai no seio venoso da esclera, sendo conduzido para a corrente sanguínea. Se houver falhas em sua absorção, pode haver problemas na pressão interna do olho (em função de seu acúmulo), o que caracteriza o glaucoma.
O arco senil observado na córnea é absolutamente normal, com o avançar da idade.
Síndrome de Claude-Bernard Horner
Caracterizada por três sinais clínicos: ptose palpebral, miose e vermelhidão dos olhos (em função da vasodilatação). Pode-se perceber que é uma lesão no sistema nervoso simpático, que gera os sintomas acima.
AULA 2 – ÓRBITA
É um espaço localizado na região anterior do crânio, mais superiormente. É forrada internamente por uma membrana, a periórbita (formada por tecido conjuntivo fibroso e colagenoso), que é admitida como uma extensão da dura-máter.
O septo orbital liga o tarso à órbita.
O conteúdo da órbita é:
Olho (ocupa um espaço frontal na órbita, muito menor que o espaço total)
Tecido gorduroso/adiposo retrobulbar: acumula água após a morte, causando projeção dos olhos para frente.
Músculos
Nervos
Artérias
Veias
Linfáticos
2.1. Relações anatômicas da órbita
- À frente: ambiente externo.
- Inferiormente: grande seio maxilar. Atentar para a fina parede que o separa da órbita.
- Superiores: fossa anterior do crânio, ocupada e preenchida pelo lobo frontal do cérebro.
- Laterais: fossa temporal, com o músculo temporal; seio frontal
- Mediais: seios etmoidal e esfenoidal; cavidade nasal, com o septo nasal
- Póstero-laterais: fossa média do crânio, ocupada pelo lobo/pólo temporal do cérebro
O encontro dos prolongamentos (virtuais) das paredes laterais forma um ângulo reto. As paredes mediais são aproximadamente paralelas.
OBS1: o osso etmóide é muito quebradiço. Por isso, recebe o nome de lâmina papirácea na região ínfero-medial da parede da órbita.
OBS2: a relação próxima entre a raiz do dente e o epitélio respiratório que reveste o seio maxilar pode trazer problemas em caso de abscessos e crescimento excessivo do dente.
2.2. Movimentos dos olhos
Realizados por uma musculatura localizada fora do olho, os músculos extrínsecos do olho. Todos são do tipo estriado esquelético, de controle voluntário. Isso, no entanto, não impede o reflexo. A precisão dos movimentos dessa musculatura é comparável à dos músculos intrínsecos da mão. Também é interessante a forma com que direcionamos nosso olhar a um som que foi captado.
Os movimentos realizados são os de rotação (intorção e extorção) e translação. As rotações geralmente são reflexas, enquanto as translações são voluntárias e reflexas.
*
Em relação ao 
 
reto lateral.A translação é dividida em movimentos paralelos e vergentes (dos tipos convergente e divergente). Esses movimentos são, via de regra, reflexos. De fato, toda vez que se olha um objeto em aproximação, faz-se convergência reflexamente. Já nos movimentos paralelos, um olho acompanha o movimento do outro, de forma que ambos se movam de forma harmônica.
Músculos intrínsecos do olho
- 4 retos: superior, inferior, medial e lateral
- 2 oblíquos: superior e inferior*
Acima e medialmente à fissura orbital inferior, há o forame óptico, por onde passa o nervo óptico. Este também passa pelo anel tendíneo comum, que serve de fixação para os músculos retos. Vale lembrar que a abertura do anel não cobre totalmente a abertura da fissura orbital inferior. Anteriormente, os músculos retos se inserem na esclera, na parte anterior do bulbo do olho.
O músculo obliquo inferior nasce medialmente, passa sob o olho e se insere lateralmente na esclera. Está intimamente relacionado ao reto lateral do olho (seu tendão fica sob o do reto lateral). O músculo oblíquo superior nasce na parte posterior da órbita, fora do anel tendíneo. Avança pela parede medial, quase tocando-a. Fica acima do reto medial. Depois, encontra uma argola osteofibrosa (a tróclea), fazendo uma curva brusca e se inserindo próximo ao tendão do músculo oblíquo inferior. Passa sob o tendão do reto superior nessa hora.
OBS: só é possível alinhar a córnea ao eixo do músculo reto superior se o olho estiver totalmente abduzido.
Ilustrações esquemáticas da musculatura extrínseca do olho
Os músculos retos medial e lateral só fazem um movimento, pois sua fixação é paralela ao eixo horizontal do olho
Os movimentos dos olhos são compostos, geralmente, pelo máximo de músculos que puderem atuaar. A exceção é o movimento dos músculos reto lateral e medial (pois só fazem um movimento)
Inervação das órbitas
- Sensitiva: do olho (para dor e pressão) e da pele (temperatura, dor, pressão e tato)
- Motora: movimentos do olho
a) Inervação motora
- O nervo oculomotor (NC III) inerva a maioria dos músculos do olho, menos dois. Entra na órbita via fissura orbital superior, dentro do anel tendíneo comum. Caminha pela superfície interna dos músculos. Num ponto variável, bifurca-se num ramo superior e noutro inferior. O ramo superior dá origem a nervos para os músculos reto superior e levantador da pálpebra superior. O ramo inferior dá origem a nervos para os músculos reto inferior, reto medial e oblíquo inferior.
Detalhe anatômico: o nervo grande que passa ao lado do reto inferior é, na verdade, para o oblíquo inferior.
- O nervo abducente (NC VI) inerva o músculo reto lateral, que faz abdução. Atravessa a fissura orbital superior, passando também por dentro do anel tendíneo comum.
- O nervo troclear (NC IV) inerva o músculo oblíquo superior do olho. O único nervo craniano que tem origem na parte posterior do tronco encefálico, margeando-o e saindo pela frente. Passa por fora do anel tendíneo comum, caminhando por cima do oblíquo inferior.
b) Inervação sensitiva:
- Depende apenas do nervo trigêmeo, especialmente da parte oftálmica (V1). O nervo oftálmico atravessa a fissura orbital superior e trifurca-se, dando origemaos ramos, de medial para lateral: lacrimal, frontal e nasociliar.
- Lacrimal: caminha em relação com o músculo reto lateral. Depois, passa porcima da glândula lacrimal (porém não a inerva!) e vai inervar a pele. Passa lateralmente ao levantador da pálpebra superior, e inerva a porção mais lateral da fronte e da pálpebra superior.
- Frontal: passa por cima do músculo levantador da pálpebra superior. Bifurca-se em um ramo menor que passa por cima da tróclea (supre-troclear) e em um ramo maior que segue em frente (supra-orbital). Inerva grande parte da fronte e pálpebra superior.
- Nasociliar: cruza superiormente o nervo óptico, fazendo um arco na direção medial. Emite alguns ramos nesse trajeto:
Ciliares curtos: têm origem na raiz sensitiva (superior) do gânglio ciliar, vinda do nervo nasociliar + raiz motora (inferior) do gânglio ciliar. Esta tem uma parte parassimpática vinda do nervo oculomotor e uma parte simpática vinda de um plexo carótico. Inerva os músculos ciliar e esfíncter da pupila.
Ciliares longos
Etmoidal posterior
Infratroclear (passa sob a tróclea): inerva a parte medial da pálpebra superior e o nariz externo.
OBS1: o nervo etmoidal anterior é a continuação do nervo nasociliar, após este emitir o nervo infratroclear. Geralmente, as fibras que formam o nervo etmoidal posterior estão caminhando no etmoidal anterior, de forma que o etmoidal posterior realmente não existe.
OBS2: o nervo etmoidal anterior envia ramos para o seio etmoidal e desce à cavidade nasal, contribuindo para sua inervação. Além disso, emite o ramo nasal externo, inervando o nariz externo.
AULA 3 – OUVIDO (ÓRGÃO VESTIBULOCOCLEAR)
Possui duas funções básicas: ouvir e equilibrar a posição da cabeça no espaço.
- Porção vestibular: relacionada ao equilíbrio da cabeça. É a única parte do ser humano voltada para o equilíbrio de maneira inata (lembrar de como recém-nascidos conseguem posicionar sua cabeça, com poucos dias de vida).
- Porção coclear: parte que escuta. OBS: por mais que se fale em volume muito baixo, em um só ouvido, escutamos nos dois hemisférios cerebrais.
“O mundo é um silêncio” O som é proveniente de uma fonte que desloca o ar por rarefação e condensação, e essa onda é captada pelo ouvido e interpretada pelo cérebro. Logo, o som é uma sensação e não algo que está no meio ambiente. O som, portanto, é algo subjetivo, diferentemente da luz.
O ouvido se encontra dentro do osso temporal, com uma pequena exceção que fica fora. Sobretudo, mas não exclusivamente, na porção mais dura do osso temporal, a porção petrosa. Está dividido em três partes:
- Ouvido externo
- Ouvido médio (muito conhecido como cavidade timpânica)
- Ouvido interno (muito conhecido como labirinto)
Os três são especializados para a audição, e o interno também é especializado para o equilíbrio da cabeça.
3.1. Ouvido externo
É a soma do pavilhão auricular com o meato acústico externo. O primeiro é uma prega músculo-cutâneo-cartilaginosa, localizada na entrada do segundo. Ambos estão fora do osso temporal, se considerarmos apenas a parte cartilaginosa do meato acústico externo.
Pavilhão auricular: direciona o som para dentro do meato acústico externo.
	A orelha tem um esqueleto de cartilagem, sendo que abaixo desta há músculo estriado esquelético (os músculos auriculares anterior, superior e posterior). São músculos importantes para os animais, mas vestigiais em seres humanos. Inervados pelo nervo facial (NC VII).
	A mínima diferença de tempo para que o som atinja um ouvido e depois o outro nos dá a capacidade de localizar sua origem. O pavilhão auricular nos dá capacidade de localizar sons no plano mediano, ou seja, acima, abaixo, adiante e atrás.
Meato acústico externo
É côncavo para a frente, sendo sua parte medial mais baixa que a lateral. Por isso, num exame otoscópico, o médico puxa a orelha posteriormente, a fim de reduzir essa diferença de altura. 
Sua estrutura é formada medialmente por osso, e lateralmente por cartilagem, formando um tubo que conduz o ar até a membrana do tímpano. Há algumas fileiras de pêlos em sua entrada. É forrado por pele, que produz uma secreção oleaginosa (cerume ou cera), que retira partículas em suspensão no ar que ali entra. Percebe-se, então, um duplo sistema de filtração do ar.
OBS1: a cera se acumula na inclinação mais medial do meato acústico externo, sendo absorvida ali por células fagocitárias. Pode se acumular, reduzindo a capacidade auditiva exige limpeza. Interessante o fato de o stress poder aumentar a quantidade de cera.
OBS2: a crista suprameática é importante na realização de cirurgias envolvendo o ouvido interno. Uma sonda é introduzida ali, e passa por fora do meato acústico externo, realizando assim cirurgias reparatórias, retirada de abscessos, entre outras ações.
3.2. Ouvido médio (cavidade timpânica)
Uma cavidade óssea, análoga a uma caixa, com uma membrana servindo de parede. Semelhante, em sua função, a um tambor, cujas baquetas são as ondas sonoras. O som é amplificado nessa cavidade, e depois entra na janela oval para se propagar num meio líquido. 
O tímpano, por sua vez, é uma membrana côncava lateralmente, tendo sua parte superior mais lateralizada que a inferior (como se estivesse tombando lateralmente). O martelo, primeiro dos três ossículos, tem seu manúbrio colado à membrana timpânica num local chamado umbigo. OBS: em caso de necessidade de incisão no tímpano, corta-se o quadrante inferior posterior, pois atrás dele há poucas estruturas.
A membrana timpânica possui duas camadas: pele externamente (não produz cera) e epitélio respiratório internamente. Não pode ser dura a ponto de não vibrar quando recebe o som, nem tão macia a ponto de absorvê-lo. As pressões do ar têm de ser as mesmas dentro e fora da membrana. Esta pode, em caso de patologias ou trauma, substituir sua membrana timpânica.
Relações anatômicas da cavidade timpânica:
Superiormente: fossa média do crânio, separada pelo osso temporal (tegme timpânica).
Frontalmente: artéria carótida interna (a parede anterior é chamada de parede carotídea) e tuba auditiva, mais medial que a artéria carótida interna.
Inferiormente: veia jugular interna (o assoalho é chamado de parede jugular)
Atrás: processo mastóideo.
 Possui diversas cavidades pequenas, as células mastóideas, que confluem para uma cavidade maior, o antro mastóideo. Desse antro, há um forame que faz a comunicação com a parte póstero-superior da cavidade timpânica: o ádito do antro.
Lateralmente: membrana timpânica e meato acústico externo.
Medialmente: a parede medial é empurrada pela cóclea, formando o promontório. Sobre ele, há um plexo nervoso, chamado de plexo timpânico (parte dele colhe a sensibilidade dolorosa da cavidade timpânica). É possível ver as janelas oval e timpânica.
OBS1: entre o processo mastóideo e o ouvido, há o canal do nervo facial, que sai no forame estilomastóideo.
As paredes da cavidade timpânica são revestidas por epitélio prismático ciliado com células caliciformes. O teto na parte posterior é mais alto que no resto da cavidade, a fim de acomodar o martelo, sendo essa região o chamado recesso epitimpânico.
A tuba auditiva é mais medial que a artéria carótida interna, passando juntamente ao músculo tensor do tímpano (que se insere no martelo), dentro do mesmo canal ósseo. A tuba auditiva então continua até a faringe, onde se abre no óstio faríngeo da tuba auditiva, que é circundado pelo toro tubário.
*Articulações sinoviaisConteúdo da cavidade timpânica:
*
*Ar
Cadeia de ossículos (martelo bigorna estribo). O tendão do músculo estapédio se prende ao estribo. Este está inserido na janela oval, de forma que há um vão entre ele e a borda da janela, preenchido por tecido conjuntivo fibroso.
Nervo corda do tímpano
Eminência piramidal: em seu interior fica o ventre do músculo estapédio. Este músculo é inervado pelo nervo facial (NC VII), e o tensor do tímpano é inervadopelo trigêmeo (NC V1). Ambos estabilizam a cadeia de ossículos, impedindo a entrada do estribo na janela oval, por exemplo. Impedem também que a membrana timpânica se rompa.
A tuba auditiva tem o propósito de estabilizar as pressões de dentro e de fora da membrana timpânica. Assim, mudanças de altitude podem causar diferenças nessas pressões: uma das soluções é mascar chicletes, provocando deglutições, que fazem sair ou entrar ar na tuba auditiva.
OBS2: a via de acesso mastóidea permite que se fure o processo mastóideo com uma broca, e se atinja a cavidade timpânica pelo antro mastóideo e ádito do antro. 
OBS3: a janela oval também é conhecida como janela do vestíbulo. A janela redonda, como janela da cóclea. Esta última é fechada pela membrana secundária do tímpano.
3.3. Ouvido interno
Atenção às analogias: o labirinto ósseo funciona como uma caixa de cimento (osso temporal), com água dentro (perilinfa). Dentro dessa água, há uma bexiga de látex (labirinto membranoso), com outro líquido qualquer dentro (endolinfa). Portanto, labirinto membranoso fica dentro do ósseo, e tem seu próprio líquido.
- O labirinto ósseo da audição é chamado de cóclea, ficando dentro da porção petrosa do osso temporal. Já o labirinto ósseo vestibular é formado por duas partes: vestíbulo e canais semicirculares.
- O labirinto membranoso da cóclea é o ducto coclear, que possui um fundo cego. No vestíbulo, o labirinto membranoso possui sáculo é utrículo, sendo este último mais alongado. Do utrículo partem os ductos semicirculares, que ficam dentro dos canais semicirculares. 
Vestíbulo
O sáculo e o utrículo informam a posição da cabeça no espaço, numa medição estática.
Se movimentarmos a cabeça, utilizaremos os ductos semicirculares. Estes possuem ampolas, em cuja parede interna há um conjunto de receptores, chamado de crista ampolar. No sáculo e no utrículo, o conjunto de receptores é chamado de mácula. Há três ductos semicirculares por ouvido: lateral, superior (ou anterior) e posterior.
Movimento de flexão lateral do pescoço: ducto semicircular superior
Movimento de flexão do pescoço: ducto semicircular posterior
Movimento de rotação do pescoço: ducto semicircular lateral
Cóclea
O túnel por onde passa o canal coclear dá duas voltas e meia. Analogamente a uma broca que deixa uma beirada de osso, o canal ósseo da cóclea possui uma lâmina espiral óssea. O eixo central desse giro é chamado de modíolo.
Saindo da lâmina espiral óssea, há uma membrana de epitélio pavimentoso duplo (com membrana basal), a membrana vestibular. Outra membrana, a basilar, tem fibras colágenas ao longo de sua extensão. A espessura dessas fibras e seu tamanho variam de região para região da membrana basilar. As duas membranas (basilar e vestibular) dividem o canal coclear (labirinto membranoso) em três ductos ou rampas: rampa vestibular, rampa timpânica e rampa média. As duas primeiras contém perilinfa, e a terceira contém endolinfa.
Sobra a membrana basilar, há uma estrutura muito complexa, que contém receptores para a audição: é o órgão coclear (ou de Corti), contínuo em toda a extensão da rampa média. As células de Corti são ciliadas, e são os receptores do órgão de Corti. Sobre elas, está a membrana tectória, que vibra e despolariza suas plasmalemas.
Portanto, o estribo cria uma onda dentro da rampa do vestíbulo. Essa onda faz com que o ducto coclear balance, mudando a posição dos estereocílios das células de Corti e gerando o impulso nervoso. É criada uma onda residual nas rampas vestibular e timpânica, que é absorvida pela membrana secundária do tímpano (aquela que fecha o forame redondo).
OBS1: a onda vai caminhando pela rampa média e atinge um determinado ponto de ressonância. Quanto mais grave a onda, mais longe está seu ponto de ressonância. Se não houver ponto de ressonância, ou seja, se a frequência da onda estiver fora da faixa audível para o ouvido humano, a onda passa pelo helicotrema. Essa estrutura comunica a rampa média com a timpânica. Com a idade, alguns receptores do órgão de Corti vão morrendo, e a faixa de freqüências audíveis diminui.
OBS2: deficiências na síntese de colágeno podem provocar surdez, haja vista a composição da membrana basilar.
OBS3: a transição de ar da perilinfa para a endolinfa, quando chega a onda sonora, reduz a sua intensidade. Assim, há mecanismos que amplificam o som, a fim de mantê-lo. Entre eles, o pavilhão auricular e a cavidade timpânica.
AULA 4 – SISTEMA NERVOSO (INTRODUÇÃO)
Há duas teorias que relacionam o sistema nervoso à mente humana:
Monista: a mente humana, a subjetividade, os sentimentos, tudo é fruto das ações e atividades cerebrais.
Dualista: o cérebro é uma coisa. O psiquismo é outra coisa. Este, no entanto, só consegue se desvelar se estiver de posse de um instrumento, que é o cérebro.
Qualia: tudo o que acontece com o indivíduo, mas que ninguém mais pode acessar. Alguns exemplos são os sonhos, o que se passa na mente de cada um, enfim. Nem a própria pessoa consegue explicar isso.
Qual a grande diferença entre as mentes animais e a mente humana? A resposta: nenhuma mente aprende ou raciocina como a nossa, nem olha para si mesma (autoconsciência).
4.1. Mentes animais
Possuem, basicamente, dois grandes objetivos:
Manter sua homeostasia (“saúde”, ou integridade morfofuncional). Para isso, possui vários sistemas que tornam seu funcionamento ideal. Garante, então, a sobrevivência do animal.
Reproduzir-se, a fim de manter a espécie viva (perpetuação).
Esses objetivos são perseguidos de maneira inata. Se forem somados, geram o que se conhece por imanência. Logo, podemos definir imanência como toda condição diretamente relacionada á sobrevivência e à reprodução da espécie do animal. O animal atualiza sua imanência a partir dos seus conhecimentos inatos.
4.2. Mentes humanas
Também têm imanência. Porém, esta não se encontra sozinha: está acompanhada pela transcendência. 
A transcendência é de difícil caracterização. Pode ser exemplificada como “ir além da imanência”, ou “voltar para quem nos criou”, ou mesmo “voltar para casa”. Outra grande diferença é o aprendizado. Para que o homem possa retornar de onde veio (imanência), precisa desenvolver sua transcendência a partir de cultura/aprendizado. Assim, ele passa a desenvolver funções imanentes de forma consciente, ou seja, baseado na cultura que lhe foi ensinada, e não de forma instintiva, como ocorre com os animais.
OBS1: meninos-lobos. Não sorriem, aprendem poucas palavras, vivendo realmente como lobos. Não tiveram o mesmo aprendizado dos outros seres humanos. O homem tem a capacidade de transcender, mas precisa do aprendizado (cultura) para tal, já que uma das funções da cultura é a transcendência. 
Até os sete anos de idade, somos completamente influenciáveis. Formam-se raízes fortes, que seguem conosco por toda a vida. Entretanto, somos capazes de mudá-las, havendo menores chances de sucesso à medida que o tempo passa.
O vazio que há dentro de nós se explica com base na busca incessante pela imanência a partir do desenvolvimento da transcendência. Assim, o homem busca cada vez mais dinheiro, cultura e relações interpessoais, por exemplo, para manter suas condições imanentes (homeostase e reprodução). Essa vontade de alcançar a imanência em sua plenitude que gera a ansiedade e o vazio do ser humano (busca pela sua origem).
O homem, se não aprender a ser humano, não o será. Mas... o que o homem aprende? A resposta: condições de imanência e transcendência. O homem aprende através de símbolos, que em conjunto formam uma linguagem. Essa linguagem é característica fundamental de uma cultura, incluindo então tecnologia, direitos e deveres, ética, moral e valores. Vive-se, então entre a imanência e a transcendência, numa relação que varia de pessoa para pessoa.
OBS2: a ansiedade revela a nossa falta de transcendência.
Estímulo
RespostaQuanto à relação homem/ambiente, podemos representá-la esquematicamente por:
InduzEstimulo é toda condição que induz uma resposta. A resposta, então,anula o estímulo. Traduzindo para uma condição mais humana:
Anula 
A partir desse esquema podemos montar um conceito de sistema nervoso: É um conjunto de estruturas (circuitos) que captam necessidades e deflagram comportamentos que anulam essas necessidades. 
Circuito: define-se como um conjunto de neurônios (unidades morfológicas do sistema nervoso) que se associam por sinapses (unidades funcionais do sistema nervoso) a fim de desempenhar uma função.
Doenças psíquicas:
Ansiedade
Fobias
Neuroses obssessivo-compulsivas
Síndrome do pânico
Loucuras
Autismo
Depressão (uma exacerbação da tristeza)Nos tempos de hoje, a quantidade de necessidades aumentou muito. Dessa forma, não conseguimos anulá-las por completo, gerando stress. Esse stress pode provocar diversas doenças:
Doenças Biológicas:
Úlcera estomacal
Alergias
Dor de cabeça
Dismenorréia
Menarca precoce
Câncer
Envelhecimento precoce
Doenças psíquicas
Psicopatias significam “doenças mentais”. São, em sua maioria, adquiridas, ou seja, desenvolvidas a partir de experiências ruins. Classificam-se as doenças psíquicas em neuroses e psicoses.
Neuroses podem expressar-se como:
-ansiedade anormal
-neurose obsessivo-compulsivo (TOC) – a pessoa precisa fazer algo e não consegue deixar de fazê-lo, senão morre de ansiedade.
-transtorno bipolar
-neurose fóbica – medo de coisas que geralmente as pessoas não têm. Ex.: medo de prato, de elevador, geralmente causados por algum trauma. 
Psicoses
São psicopatias que se caracterizam por delírios e/ou alucinações. São divididas em loucura e autismo. Alguns exemplos são:
- síndrome do pânico
-síndrome de Asperger – pessoas muito capazes em uma atividade, mas que não conseguem se relacionar com ninguém. 
- psicose medicamentosa – causada por drogas, como LSD. 
- esquizofrenia – é caracterizada pelos dois aspectos relacionados à psicose:
 1) delírio: criar um mundo que não existe. Ex.: A pessoa tem certeza de que é o presidente da república e assim se comporta como tal.
 2) Alucinação: relacionada a ver, sentir e escutar algo que não existe fisicamente. Pode ser persecutória, o que está relacionado à paranoia, à sensação de estar sendo perseguido.
O QUE TODOS ESSES DISTÚRBIOS DA MENTE TÊM EM COMUM? 
TODOS FORAM ADQUIRIDOS POR ALGO QUE OCORREU, O QUE SE CONFIGURA GERALMENTE COMO UM TRAUMA. 
Sociopatia
O sociopata é aquele que burla a lei e faz mal às pessoas a fim de alcançar um objetivo. Ou seja, é frio na hora de planejar e não se importa com o prejuízo que causará às pessoas para alcançar seu objetivo. Mas, comemora suas vitórias. Logo, é uma pessoa que finge ser legal, que usa uma máscara para conseguir o que deseja.
A melhor emoção possível é a motivação. A pior é a tristeza: devemos mantê-las afastada, pois pode chegar ao nível de depressão.
A depressão pós-parto é muito pontual. Provavelmente, ocorre por ser o momento em que a mãe pondera sobre vários fatores de sua vida e da vida de sua criança.
Existem três atitudes básicas contra a depressão:
Agressão
Fuga
Resolução racional (sublimação)
4.3. Definição de sistema nervoso
É um conjunto de estruturas que tem três funções:
- Receber estímulos (necessidades, desejos, etc)
- Processar os estímulos, ou seja, escolher as respostas
- Executar as respostas, para anular o estímulo
O sistema nervoso tem células inerentes a ele, de dois tipos: neurônios e células da glia. Também há muitos vasos sanguíneos, e ausência completa de vasos linfáticos. Quase não há espaço intercelular (o chamado neurópilo). Logo, não há difusão no sistema nervoso, o que o protege contra disseminação de substâncias.
A unidade básica é o neurônio. Este precisa se conectar a outros neurônios, criando um circuito. A unidade funcional do sistema nervoso é a sinapse, ou seja, o local de liberação de neurotransmissores.
4.4. Organização do sistema nervoso
a) Recepção
b)Processamento
c) Execução
O pensamento mais evoluído que existe é o pensamento.
OBS: pensamento e emoção foram feitos para se entenderem, o que geralmente não acontece.
4.5. Classificação
Dois tipos: morfológica e funcional
Morfológica
Sistema nervoso central (SNC)
Porção do sistema nervoso localizada no canal vertebral e na cavidade craniana, ou seja, no esqueleto axial. É formado por corpos de neurônios, axônios e neuroglia. No SNC, existem axônios mielínicos, que são fibras nervosas mielínicas, e axônios sem revestimento, que por esse motivo não podem ser chamados de fibras nervosas. 
A bainha de mielina aumenta o desempenho do axônio, fazendo-o consumir menos energia. Num determinado momento da vida, os axônios se mielinizam: até os três anos de idade (alguns casos chegando a sete anos). O suporte nutritivo é muito importante para a mielinização.
Os corpos de neurônios formam a substância cinzenta do córtex cerebral, do córtex cerebelar, dos núcleos do tronco encefálico, do cérebro e do cerebelo e do núcleo da medula.
As fibras nervosas mielínicas fazem parte da substância branca, que possui esta cor graças à mielina. Podem ser de três tipos de organização: PAREI AQUI
- Trato1: um conjunto de fibras de mesma origem, trajeto, destino e função.
- Fascículo2: um tipo de trato, cujas fibras estão muito próximas.
- Lemnisco3: forma de fita.
 1 2 3 Comissura Decussação 
Sistema nervoso periférico (SNP)
Nele, os corpos de neurônios formam gânglios, que podem ser tanto sensitivos quanto motores. Não há gânglios mistos!
 Receptor nervo sensitivo
Fibras 
 Motor nervo motor
O nervo pode ter origem (relação) na medula espinhal ou no encéfalo. A primeira é uma parte do SNC localizada no canal vertebral, enquanto o segundo é uma parte do SNC localizada na cavidade craniana. Abaixo, uma representação do SNC:
Esquema dos pares de nervos cranianos
	Par de Nervos Cranianos
	Sensitivo, Motor ou Misto
	Saída do Sistema Nervoso Central
	Funções
	Olfatório (NC I)
	Sensitivo
	Telencéfalo
	Olfação
	Óptico (NC II)
	Sensitivo
	Diencéfalo
	Visão
	Oculomotor (NC III)
	Motores
	Mesencéfalo
	Inervam músculos extrínsecos do olho
	Troclear (NC IV)
	
	
	
	Abducente (NC VI)
	
	Ponte
	
	Trigêmeo (NC V)
	Misto
	
	Sensibilidade da órbita, face, cavidades nasal e bucal;
Inervação de músculos da mastigação
	Facial (NC VII)
	Misto
	
	Sensibilidade dos 2/3 anteriores da língua (gustação, via nervo corda do tímpano); Inerva músculos da mímica
	Vestibulococlear (NC VIII)
	Sensitivo
	Parte na ponte, parte no bulbo
	Vestibular (equilíbrio da cabeça) e coclear (audição)
	Glossofaríngeo (NC IX)
	Misto
	Bulbo
	Sensibilidade do 1/3 posterior da língua (gustação) e da faringe; Inerva alguns músculos da faringe
	Vago (NC X)
	Misto
	
	Maior nervo parassimpático do corpo
	Acessório (NC XI)
	Misto
	
	Ramo externo: inervação do ECM e do trapézio
Ramo interno: sensibilidade da laringe
	Hipoglosso (NC XII)
	Motor
	
	Inerva músculos intrínsecos e extrínsecos da língua (exceto o estiloglosso)
OBS1: O trigêmeo inerva a face também a metade anterior do couro cabeludo. OBS2: Os NCs VI, VII e VIII saem do sulco bulbopontino. OBS3: o nervo acessório possui porções espinhal e craniana, que se juntam para sair do crânio via forame jugular. Depois, dão origem aos ramos interno e externo. O ramo interno pega carona com o vago, saindo como os nervos laríngeos.
Divisão funcional
Parte somática: também chamada de “vida de relação”, utiliza os músculos estriados esqueléticos como órgãos efetuadores. Cuida da imanência e da transcendência, através da aprendizagem (de forma superficial). 
Parte visceral: também chamada de “vida vegetativa” ou de “sistema nervoso autônomo”. Uma expressão mais nova e menos conhecida é “sistema nervoso autonômico”. Utiliza glândulas ,músculo liso e cardíaco como órgãos efetuadores. É responsável pela imanência (homeostasia + reprodução). Trabalha de uma maneira reflexa; é um sistema muito antigo, semelhante ao dos animais.
AULA 5 – MACROSCOPIA DA MEDULA ESPINHAL
5.1. A medula
É a porção do sistema nervoso central localizada no canal vertebral, sem ocupá-lo totalmente. A parte inferior deste canal não tem medula, pois esta ocupa apenas ¾ de seu espaço.
Continua-se acima com o bulbo, sendo limitada superiormente pelo forame magno. Abaixo, há uma parte afinada, o cone medular. No ser humano adulto, a ponta do cone fica entre os níveis das vértebras L1 e L2. Anestesias, portanto, têm de ser aplicadas mais abaixo, entre L3 e L4.
A medula acompanha as curvaturas cervical e torácica da coluna vertebral e, tal como esta, é dividida em segmentos. São oito cervicais, doze torácicos, cinco lombares ,cinco sacrais e um coccígeo. De cada segmento sai um par de nervos espinhais. Seus nomes são escritos, por exemplo, assim: C1, T1, L1, S1 e Co1. É muito importante que não se confunda estes segmentos com as vértebras homônimas. Por quê?
 Até o terceiro mês de vida intra-uterina, a medula ocupa todo o canal vertebral, crescendo no mesmo ritmo da coluna vertebral. Esta, depois, cresce mais rapidamente, o que altera a topografia vértebro-medular. 
A partir da vértebra T10, somam-se dois números ao número da vértebra para estimar o número do segmento medular adjacente.
A medula possui duas dilatações: uma na região do plexo braquial, e outra na região do plexo lombossacral. A medula, portanto, inerva a parte axial do corpo, sendo que nas dilatações inerva também os membros (daí a necessidade de mais tecido nervoso
Intumescência cervical (superior) Plexo Braquial (C5 a T1)
Intumescência lombar (inferior) Plexo Lombossacral (L2 a S3)
A medula possui diversos sulcos em sua superfície, que se continuam no bulbo (onde são mais visíveis). Dos segmentos C1 a T2, encontramos os sulcos intermédios posteriores (*). Os sulcos dividem a substância branca em funículos, da seguinte forma:
- Entre sulcos mediano posterior e lateral posterior: funículo posteriorA
- Entre sulcos lateral posterior e lateral anterior: funículo lateralB
- Entre sulco lateral anterior e fissura mediana anterior: funículo anteriorC
De C1 a T2, em função dos sulcos intermédios posteriores, o funículo posterior é dividido em fascículos grácil (medialmente, entre o SIP e o SMP) e cuneiforme (lateralmente, entre SIP e SLP). Logo, ambos também são porções de substância branca. Nesses segmentos de medula, há também prolongamentos dos sulcos mediano posterior e intermédios posteriores, criando septos: não são de tecido conjuntivo, mas de concentrações de células gliais.
Quanto à substância cinzenta, esta se divide, em cada hemimedula, em colunas anterior (curta e grossa) e posterior (fina e comprida). Ambas as colunas se unem pela comissura cinzenta, em cujo centro há o canal medular, preenchido por líquor. OBS: este canal pode estar aberto ou fechado, dependendo do segmento medular estudado. 
Dos segmentos T1 a L2, aparece uma terceira coluna, a lateral. Pertence ao sistema nervoso autônomo simpático. As comissuras, por sua vez, são locais de cruzamento de fibras. O fascículo póstero-marginal é formado por fibras nervosas que levam e tiram a dor (respectivamente, fibras de algesia e anagesia). Assim, quando passamos a mão sobre uma região dolorida, ou fazemos acupuntura, a dor passa.
5.2. As Meninges
São membranas de tecido fibroso que envolvem e protegem o sistema nervoso central. A externa é mais grossa, e a interna é mais fina (a espessura varia de forma gradual).
Sua organização: Dura-máter Aracnóide Pia-máter
O espaço extradural, ou epidural, é preenchido por gordura e por um plexo venoso vertebral interno, que é avalvular . Está ligado ao plexo venoso vertebral externo, que também é avalvular, de forma que se anastomosam em diversos pontos da medula. O externo se comunica com veias do tórax, do abdome e da pelve, enquanto o interno se comunica com os seios da dura-máter dentro do crânio. É um importante sistema de disseminação de doenças.
O espaço subdural é virtual, preenchido por líquido apenas para evitar aderência (é um filtrado sanguíneo).
O espaço subaracnóideo é o espaço preenchido por líquor. Quando a medula termina, esse espaço é chamado de cisterna lombar. Além do líquor, é preenchido por raízes nervosas dos nervos espinhais lombares e sacrais que saem da medula (a cauda eqüina) via forames intervertebrais e pelo filamento terminal. Este é uma continuação da pia-máter, a partir de onde termina a medula. Depois, fura a dura-máter, recebendo contribuições desta (principalmente) e da aracnóide para formar o ligamento da dura-máter, que se prende depois ao cóccix como o ligamento coccígeo. A dura máter termina no nível de S2 (saco dural).
Há dois ligamentos denticulados na pia-máter, cada um com 21 pontas que a fixam à medula. Eles são importantes cirurgicamente, pois ficam entre as raízes ventral e dorsal dos nervos espinhais.
Anestesias
Para anestesias, palpam-se as cristas ilíacas, e traça-se um plano até a coluna. É o plano supra-cristal, onde se insere a agulha para anestesia, ou para remoção de líquor (amarelado em caso de meningite). Anestesiam-se todos os filamentos da causa eqüina. O anestésico não sobe pela medula por ser mais denso que o líquor: logo, a cabeça deve estar sempre mais alta que o resto do corpo. A anestesia epidural requer muito mais anestésico, mas pode ser dada em qualquer nível o anestésico pega as raízes dos nervos espinhais fora da cauda eqüina.
O líquor não deve ser removido muito rapidamente, pois é gerada uma força de sucção que faz o encéfalo descer rapidamente. A tonsila do cerebelo comprime, então, o bulbo no forame magno.
AULA 6 – ESTRUTURA DA MEDULA (ÊNFASE NA SUBSTÂNCIA CINZENTA)
6.1. Substância branca
A substância branca é formada por uma série de tratos e fascículos altamente mielinizados, com três funções:
- Levar informações ao cérebro: sensitivas/ascendentes
- Trazem respostas do cérebro aos músculos: motoras/descendentes
- Associam segmentos diferentes da medula
6.2. Substância cinzenta
Dividida em colunas anterior, lateral e posterior, e comissura cinzenta. A coluna anterior possui cabeça e base; a coluna posterior possui base, pescoço e cabeça. OBS: da base da coluna anterior, sai a coluna lateral. Logo, na base da coluna anterior (de T1 a L2), os neurônios se dividem tanto que causam uma projeção, que é a coluna lateral.
Os neurônios não estão homogeneamente divididos. Agrupam-se, formando núcleos (ou lâminas de Rexed): cada hemimedula possui dez. São contadas em algarismos romanos, no seguinte sentido:
A lâmina X está na comissura cinzenta; até a lâmina VI, estão na coluna posterior; a lâmina VII está nas colunas anterior, lateral e posterior. As Lâminas VIII e IX, na coluna anterior.
A coluna anterior é motora, assim como a lateral. A coluna posterior é sensitiva. Quanto mais mediais os neurônios da coluna anterior, mais direcionados à musculatura axial. À medida que se caminha lateralmente nessa coluna, vai-se de proximal a distal no esqueleto apendicular. Além disso, os neurônios mais anteriores são extensores, enquanto os mais posteriores são flexores.
6.3. Classificação dos neurônios
São divididos em dois grandes grupos:
Neurônios de axônio longo (tipo I de Golgi). Deixa a substância cinzenta e entra na branca (o que não tem muito a ver com comprimento).
Neurônios de axônio curto (tipo II de Golgi)
a) Neurônios de axônio longo
Dividem-se em dois outros grupos: radiculares e cordonais.
Os radiculares fazem parte da raiz de um nervo espinhal. São motores.
Cada ramo enviado por um neurônio espinhal se associa a um dos neurônios da medula (3 neurônios para 3 ramos)
O ramo dorsal inerva a pele e os músculos do dorso. O ramo ventral forma plexo cervical, plexo braquial, plexo lombossacral e nervosintercostais.Seu axônio vai pela raiz ventral, nervo espinhal e depois um dos ramos. Se terminar em glândulas ou musculatura cardíaca/lisa, é chamado radicular visceral (lâmina VII de Rexed). Se terminar em musculatura estriada esquelética, é radicular somático (lâmina IX de Rexed).
OBS: em termos de filogênese, a medula resolve os problemas no arco reflexo (para o reflexo segmentar).
Os neurônios radiculares cordonais sobem e descem na medula. Podem ser de associação ou de projeção.
Um exemplo: queremos matar um mosquito que nos pica (*). Outro exemplo é matar um mosquito que nos pica usando um membro do lado oposto (visto que o membro ipsilateral à picada está ocupado segurando algo). A tendência do estímulo é ser ipsilateral, mas conscientemente “travamos” o estímulo. Depois, automaticamente, o impulso tem seu lado invertido. Se houver uma bandeja nas mãos, o reflexo acabará por ser segmentar, pois não haverá possibilidade viável de associação.
Os cordonais de projeção são exclusivos da coluna posterior. Seus axônios geralmente cruzam a comissura branca posterior, e sobem até o encéfalo.
b) Neurônios de axônio curto
Formam o centro processador da medula. Como regra geral, estão em qualquer sinapse. Diante de um estímulo, o centro processador escolhe uma resposta. Os neurônios da medula, mais rudimentares, não têm essa capacidade: o máximo que fazem é facilitar ou dificultar a transmissão do estímulo entre neurônios. O encéfalo regula a ação desses neurônios.
O sistema nervoso, portanto, foi construído para agir de acordo com a cultura.
AULA 7 – CLASSIFICAÇÃO DA SENSIBILIDADE E DA MOTRICIDADE
7.1. Sensibilidade
Pode ser dividida em três grandes grupos:
Exterocepção: é toda a informação do meio externo, tanto consciente quanto inconsciente (por exemplo, pressão arterial).
- Somestesia (temperatura, dor , tato e pressão). Colhida pela pele.
- Audição
- Visão: praticamente o mais importante. É também praticamente o único do qual conseguimos nos lembrar perfeitamente.
OBS: a olfação está associada ao sistema respiratório, e a gustação, ao digestório. O professor Sarmento, no entanto, acredita que estas deveriam ser inclusas na exterocepção.
Propriocepção: também pode ser consciente ou inconsciente.
- A consciente dá a capacidade de saber a localização de cada segmento do corpo. Detalhe: não só a localização, mas os movimentos que cada segmento faz. Logo, “propriocepção é toda informação sobre a posição e o movimento dos segmentos do corpo”. Os receptores para propriocepção consciente estão, em sua maioria, nas cápsulas articulares.
OBS2: dor fantasma é algo comum em casos de amputação. Nervos que levavam informações de dor ainda existem, e provocam sensações dolorosas em membros amputados.
- A inconsciente* é a informação do tônus muscular. Este é o grau de contração dos músculos do tipo estriado esquelético (o sistema nervoso central não considera musculatura lisa ou cardíaca). Assim, o tônus de repouso é o grau de contração para o qual um músculo foi geneticamente programado. A partir daí, pode-se aumentar ou diminuir o grau de contração, pois o tônus de repouso é apenas um ponto de partida. Quando o músculo sai do tônus de repouso, o sistema nervoso realiza um estímulo para o tônus ser retomado.
O tônus zero, que é diferente do de repouso, acontece por condições patológicas.
- Equilíbrio
Interocepção: muito conhecida como viscerocepção. Classificado como:
*É inconsciente. A propriocepção inconsciente termina no cerebelo. A interocepção geral termina no hipotálamo.- Geral*: colhe dois tipos de informação. Um é o estado do organismo (a osmolaridade do plasma, a glicemia, o pH sanguíneo, entre outros exemplos). Outro é o nível de atividade do organismo (como o movimento da musculatura lisa do trato digestivo).
- Olfação
- Gustação 
O hipotálamo é o grande centro coordenador das funções relacionadas à homeostasia e à perpetuação da espécie. Algumas ações hipotalâmicas são conscientes: fome, sede e libido sexual são exemplos. Essas sensações são tão primitivas que, por exemplo, apesar de termos fome, não sabemos de quê.
A viscerocepção é visceral. A propriocepção e a exterocepção são somáticas.
A exterocepção (e só ela) é considerada uma sensação superficial. As outras duas são consideradas profundas. OBS3: há um paradoxo no caso da olfação e da gustação.
Classificação 
	Exterocepção
	Propriocepção
	Interocepção
	Somestesia: ASG
	Consciente: ASG
	Geral: AVG
	Audição: ASE
	Inconsciente: ASG
	Olfação: AVE
	Visão: ASE 
	Equilíbrio: ASG
	Gustação: AVE
A Aferente
V Visceral
S Somático
E Especial (local específico)
G Geral
E Eferente (se estiver antes das duas primeiras letras)
Legenda: 
 
7.2. Motricidade
*O músculo cardíaco deveria ser EVE.Glândula
Músculo liso Visceral (EVG)* 
Músculo cardíaco
Da expressão facial
Da mastigação
Da faringe
Da laringe
Estilóideos (
bouquet de Rioland
)O músculo estriado esquelético: EVE (os de origem branquiomérica, ou seja, dos arcos faríngeos). Os originados pelos miótomos são ES (eferentes somáticos).
Na figura abaixo:
A dura-máter age como um endósteo no encéfalo (crânio).
O seio venoso da dura-máter é um desdobramento da dura-máter.
Todo segmento do sistema nervoso central tem uma cavidade. O conjunto de cavidades é chamado de sistema ventricular. Elas têm duas características:
- Produzem líquor
- São preenchidas por líquor
Todas as cavidades são forradas por um epitélio cúbico simples , chamado de epêndima. Este produz o líquor, porém apenas uma pequena parcela.
Todas as cavidades têm, no lugar de tecido nervoso, pia-máter (fora) e epêndima (dentro), que somados dão origem à tela corióide. Esta se enovela e se ramifica, enchendo-se de vasos sanguíneos. Daí surge o plexo corióide (o grande produtor de líquor).
Como a produção de líquor é continuada, ele sai dos ventrículos e vai para o espaço subaracnóideo. Se não sair, causa hidrocefalia.
Cavidades
Medula espinhal canal central da medula. Não há tela corióide ou plexo corióide. Há pouca produção de líquor (pelo epêndima) e alguma absorção (pelas próprias células ependimárias).
Bulbo canal central do bulbo. Ligado ao canal central da medula, com as mesmas características. Na metade superior do bulbo, da ponte e do cerebelo, fica bem amplo. Forma o famoso quarto ventrículo. A tela corióide do quarto ventrículo recebe o nome de véu medular inferior. 
Somente no quarto ventrículo há uma comunicação com o espaço subaracnóideo. São três aberturas, uma mediana (abertura mediana do quarto ventrículo, ou forame de Magendie) e duas laterais (aberturas laterais do quarto ventrículo, ou forames de Luschka). O espaço que recebe o líquor é chamado de cisterna cerebelo-medula, ou cisterna magna. OBS: é um local preferencial para punções em recém nascidos.
Mesencéfalo aqueduto cerebral. Não tem plexo ou tela corióide.
Diencéfalo o aqueduto cerebral forma uma fenda, o terceiro ventrículo. A tela e o plexo corióide ficam na porção superior.
Telencéfalo ventrículo lateral.
AULA 8 – ANATOMIA MACROSCÓPICA DO TRONCO ENCEFÁLICO
8.1. Vista ântero-posterior
Formado pelo bulbo, pela ponte e pelo mesencéfalo. Atrás do bulbo e da ponte, está o cerebelo. Frontalmente, os três (ponte, bulbo e mesencéfalo) são delimitados por dois sulcos:
Bulbopontino: encontra-se com a fissura mediana anterior da medula, onde se dilata e forma o forame cego.
Pontomesencefálico
Na altura acima da medula, há decussação motora, ou decussação das pirâmides (cruzamento oblíquo de fibras). Entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior está a pirâmide bulbar. Lateralmente, estão as olivas. Depois, o sulco pós-olivar. O sulco pré-olivar coincide com o sulco lateral anterior da medula.
O sulco basilar, sobre a ponte, não é produzido pela artéria basilar, e sim por um intumescimento das fibrasdo mesencéfalo: as pirâmides pontinas.
A saída do nervo trigêmeo (NC V) fica no pedúnculo cerebelar médio, e separa este da ponte. No mesencéfalo, há dois pedúnculos cerebrais, com uma fossa interpeduncular no meio deles. Essa fossa contém a substância perfurada posterior, por onde entram artérias que suprem o sistema nervoso central).
8.2. Vista póstero-anterior
Os forames de Luschka delimitam bulbo e ponte. Os sulcos mediano posterior, intermédios posteriores e laterais posteriores fazem parte do bulbo também. Há, em função dos sulcos intermédios posteriores, fascículos grácil e cuneiforme. Estes se dilatam, dando origem aos tubérculos do núcleo grácil e do núcleo cuneiforme.
Acima dos tubérculos, há um feixe de fibras que se dobra e se enverga em direção ao cerebelo: o pedúnculo cerebelar inferior. O pedúnculo cerebelar médio é formado por fibras aferentes também, enquanto o pedúnculo cerebelar superior é formado por fibras eferentes.
A porção do bulbo relacionada ao canal central do bulbo é a fechada. A relacionada ao quarto ventrículo é a aberta.
8.3. Ponte
Há três feixes: dois pedúnculos cerebelares superiores, entremeados pelo véu medular superior. 
“Cada pedúnculo cerebelar possui relação com uma parte do tronco encefálico, embora nem sempre essa associação funcione.”. Logo, os pedúnculos cerebelares inferior, médio e superior relacionam-se, respectivamente, com o bulbo, com a ponte e com o mesencéfalo.
8.4. Mesencéfalo
Quatro eminências: corpo quadrigêmeo. É formado por quatro colículos, sendo dois superiores e dois inferiores. Os colículos superiores têm importância por receberem ramificações de todas as informações que entram, e têm conexões com a musculatura do pescoço. Ele literalmente “vira a cabeça para ver o que está acontecendo”.
Separando os quatro colículos, temos um sulco em forma de cruz, o sulco cruciforme. Seu ramo longitudinal se dilata superiormente, abrigando a glândula pineal. Abaixo, junta-se ao freio do véu medular superior. O ramo horizontal se prolonga entre dois feixes, os braços dos colículos superiores e inferiores. Cada braço termina em uma eminência. O superior, no corpo geniculado lateral; o inferior, no corpo geniculado medial.
Os colículos inferiores fazem parte da via auditiva. Abaixo deles sai o nervo troclear.
8.5. De volta ao quarto ventrículo
Esta cavidade possui um assoalho e um teto.
Assoalho: também conhecido como fossa rombóide. Formado, na sequência, por:
- Sulco mediano (que é diferente do sulco mediano posterior da medula)
- Eminência medial
- Colículo facial
- Trígono do hipoglosso (NC XII). Mais medial.
- Trígono do vago (NC X). Mais lateral.
- Sulco limitante. Ainda mais lateral, fica alargado em dois locais, as fóveas superior e inferior. Os núcleos mediais a ele são motores; os laterais a ele, sensitivos.
*Nervo vestibulococlear (NC VIII).- Lateralmente a esse sulco, temos o recesso lateral do quarto ventrículo, onde encontramos os forames laterais do quarto ventrículo (forames de Luschka). O recesso é formado por três estruturas: área vestibular*, tubérculo coclear* e estrias medulares do quarto ventrículo.
Teto: possui metades superior e inferior.
- A metade superior é formada pelos pedúnculos cerebelares superiores e pelo véu medular superior.
- A metade inferior é formada pelo nódulo do cerebelo e pelo véu medular inferior.
8.6. Corte transversal do bulbo
Sulcos pré e pós-olivar. O sulco pré-olivar,conforme dito antes, é uma continuação do sulco lateral anterior da medula.
Dentro das pirâmides bulbares está o trato piramidal, formado por fibras que saem do córtex e fazem decussação.
Dentro das olivas, há o complexo olivar inferior, principalmente.
O lemnisco medial parece realmente uma fita.
8.7. Corte transversal da ponte
Sulco basilar
Pirâmide pontina
Véu medular superior
Quarto ventrículo
Corpo trapezóideo: feixe de fibras que leva som ao cérebro,é uma faixa trasversal larga. À sua frente, tudo se chama base da ponte. Para trás dele, tudo se chama tegmento (incluindo o próprio corpo trapezóide).
Lemniscos lateral, espinhal e medial.
8.8. Corte lateral do mesencéfalo
Aqueduto cerebral: para trás dele, está o tecto do mesencéfalo, onde estão localizados os colículos. À frente, estão os pedúnculos cerebrais. Em volta do aqueduto, está uma substância cinzenta periaquedutal.
A substância negra divide os pedúnculos cerebrais numa porção anterior (base) e posterior (tegmento). Os tegmentos estão unidos; as bases, separadas. A substância negra é marcada pelos sulcos laterais do mesencéfalo e pelos sulco mediais dos pedúnculos cerebrais. O nervo oculomotor (NC III) nasce na fossa interpeduncular.
Encontram-se dois núcleos rubros no tegmento (rosados em pessoas que já morreram).
8.9. Analogias entre tronco encefálico e medula espinhal
O tronco encefálico realiza as mesmas funções da medula. Esta dá origem a nervos espinhais, enquanto aquele dá origem a nervos cranianos. No entanto, no tronco encefálico há muitos feixes de fibras que picotam a substância cinzenta em núcleos de tamanho variável. É uma massa de substância branca onde foram enterrados vários núcleos.
A substância cinzenta do tronco pode ser classificada em:
Homóloga à da medula: diretamente relacionada à sensação ou á motricidade.
Própria do tronco encefálico: é um centro processador (ex: complexo olivar inferior).
O tronco encefálico, no entanto, realiza também funções especiais. Os centros processadores também possuem várias funções.
A formação reticular é um deles.
AULA 9 – REFLEXOS
Conceito: tipo de comportamento que tem duas características. Primeiro, é involuntário; segundo, possui algum grau de estererotipia.
9.1. Tipos de comportamento
É necessário que entendamos os tipos de comportamento, além dos reflexos:
Reflexo: mais antigo, mais originário, mais primitivo. Vai diminuindo ao longo do tempo, evoluindo até o dia em que deixa de ser reflexo.
Automático: é voluntário. Em outras palavras, é aquele que contém um certo nível de intencionalidade. OBS: a ação pode ficar tão automática a ponto de chegar ao limiar do reflexo.
- Fazemos do jeito que queremos. Exemplo: andar (mais rápido, mais devagar, linha reta, zigue-zague). Podemos também colocar fim neste comportamento quando quisermos.
- Enquanto este comportamento estiver acontecendo, não precisa ser monitorado: acontece por si mesmo, sob nossa influência. Assim, enquanto esse comportamento ocorre, podemos realizar outras atividades. Exemplo: caminhar e pensar.
- Enquanto estivermos aprendendo esse comportamento, ele exige atenção. Depois de aprendido, prestar atenção nele só vai atrapalhá-lo.
- Outros exemplos: passar marchas do carro, nadar, fazer tricô, pedalar bicicleta. O ato de levar comida à boca é considerado um automatismo mais evoluído. Não devemos confundir esse comportamento com transtornos obssessivo-compulsivos. 
Idiomotor: é totalmente voluntário, porém com o detalhe de precisar de retroalimentação. Isso significa que a pessoa precisa ver o que está acontecendo, a fim de manter o comportamento funcionando. Exemplos: uma pessoa enche um copo de água e sobe uma escada muito íngreme sem derramar uma gota; obras de arte (pintura, escultura).
Dos três, o reflexo é o único que não necessita de aprendizado. Alguns reflexos são aprendidos, enquanto outros não são. Os outros dois comportamentos são aprendidos.
Pensamento: é o comportamento mais evoluído, e típico do ser humano. É o único que não depende de músculo ou glândula (enquanto o reflexo não depende de pensamento).
Reflexo Pensamento
Os animais usam comportamentos reflexos e automáticos, aprendidos com base na experiência. Os seres humanos aprendem com uso da cognição (surgimento da autonomia).
O reflexo é involuntário, pois acontece sem interferência de nossa vontade. É consciente, apesar de involuntário. É estereotipado: uma resposta para um mesmo estímulo, de forma persistente.
9.2. Componentes do reflexo
Órgão receptorNeurônio aferente
Neurônio efetuador
Órgão efetuador
Apenas o reflexo de estiramento (miotático) é direto assim. Os outros reflexos possuem, entre B e C, um centro processador, que não escolhe mas modula a resposta a partir de um estímulo. 
9.3. Classificação do reflexo
Quanto aos segmentos medulares (ver aula de estrutura da medula)
- No mesmo segmento: segmentar
- Em segmentos diferentes: intersegmentar (com neurônio cordonal de associação)
Quanto ao número de sinapses centrais
*Quanto mais polissináptico o reflexo, mais evoluído ele é.- Monossinápticos
- Polissinápticos*
Quanto à localização do receptor e do órgão efetuador
- Extrínseco (em órgãos diferentes). Exemplo: prego na pele e movimentação da musculatura para levantar o pé.
- Intrínseco (no mesmo órgão)
9.4. Reflexo de inibição antagônica recíproca
Para fazer o movimento A, contrai-se o músculo A e relaxa-se o músculo B.
É o reflexo de inibição de um músculo antagonista durante a contração de um músculo agonista. As sinapses neurais serão assim: um neurônio executa duas funções. 
 Um dos neurônios é excitatório, enquanto o outro é inibitório. As outras contrações antagônicas recíprocas, a partir deste ponto, não serão representadas.
9.5. Reflexo flexor (ou de retirada)
É um reflexo que nos protege, por nos afastar de um potencial lesivo (como, ao encostarmos a mão numa chapa quente, a retiramos rapidamente. O antebraço é fletido para que isso aconteça).
Para retirarmos o pé, é um pouco diferente. Não se pode deixar a sustentação na perna a ser retirada: precisamos transferi-la à outra perna. Esse é próximo tipo de reflexo...
9.6. Reflexo cruzado de extensão
Nos seres humanos, ocorre apenas nos membros inferiores e, nos animais quadrúpedes, em todas as patas. Para inibir o reflexo, o cérebro manda uma ordem ao centro integrado, de forma que este iniba. Afinal, a função do centro integrador é a de facilitar ou dificultar o reflexo.
9.7. Reflexo tensor
É o reflexo de proteção da musculatura. Protege contra lesões, rupturas, estiramento, entre outros. Entra em ação, portanto, num determinado momento, em que seu limiar de disparo ou excitabilidade é alto. Senão, o reflexo é gerado sem sentido. O limiar é o nível de contração no qual esta já representa perigo de lesões. A partir daí, o organismo já relaxa o músculo.
Para não deixar o objeto pesado cair, o cérebro envia uma mensagem para inibir o relaxamento. A ação de cérebro é anulada se a força de contração chegar á iminência de rompimento: é o “reflexo da mola de canivete”, ou seja, o reflexo tensor numa situação limite.
OBS: o receptor que recebe a tensão é o fuso neurotendinoso. Fica nos tendões (são vários deles) na transição do tendão para as fibras musculares. Possuem uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso e, dentro dela, encontram-se fibras musculares modificadas (intrafusais), que se esticam diante da tensão, gerando impulsos nervosos. As fibras verdadeiras são chamadas de extrafusais.
9.8. Reflexo de estiramento
É o mais famoso dos reflexos, por ser o do “martelinho”. É por causa desse mecanismo de resposta que temos as síndromes extrapiramidais, como a doença de Parkinson. Recebe também o nome de reflexo miotático.
Mantém o tônus de repouso (geneticamente programado) da musculatura. Nos animais, esse tônus dá a postura ortostática. Os seres humanos não possuem uma postura inata.
É possível estar com uma contração qualquer, e o sistema nervoso considerá-la como tônus de repouso. Ao mesmo tempo, cada tamanho de músculo significa uma contração, e cada contração significa um tônus (o caminho inverso de raciocínio também é válido). Logo, cada músculo foi desenhado para ter um tamanho que, se for alterado, gerará um reflexo para que seja restaurado a seu valor original. Como é possível mexer com esse reflexo? A resposta: “enganando” a medula. 
Um receptor é o fuso neuromuscular. Outro é o órgão tendinoso de Golgi, ou neurotendinoso.
O neurônio radicular α é de movimento, enquanto o γ “engana”. Quando a “molinha” se estica, gera impulsos que “dizem a verdade”. O neurônio α, então, contrai o músculo até que a quantidade de impulsos nervosos retorne ao número anterior. Logo, o referencial para o reflexo é a quantidade de impulsos nervosos.
Tudo isso ocorre, no entanto, quando as alterações no músculo são realizadas por outra pessoa ou objeto, sem ação do próprio indivíduo.
Quando este age, não há o reflexo: o neurônio γ “relaxa” a “mola”, compensando o seu estiramento. Essa “mola”, por fim, não muda de tamanho, deixando o número de impulsos equivalente ao original. O indivíduo atua sobre os dois neurônios (α e γ), o que é conhecido como coativação αγ.
Em resumo:
AULA 10 – DIENCÉFALO E TELENCÉFALO
PARTE 1 – DIENCÉFALO
O diencéfalo é muito menor que o telencéfalo. Apesar do tamanho restrito, participa de todas as funções do sistema nervoso, sendo conhecido como o maior centro de comando da função visceral. Além disso, controla a homeostasia e a reprodução.
Possui uma cavidade em forma de fenda, o terceiro ventrículo. Ele se comunica com o quarto ventrículo pelo aqueduto cerebral, e com os dois ventrículos laterais pelos forames interventriculares (forames de Monro). O diencéfalo possui quatro divisões:
- Tálamo
- Epitálamo acima do tálamo
abaixo do tálamo- Hipotálamo
- Subtálamo Lateral ao hipotálamo, próximo à fossa interpeduncular.
Epitálamo
Possui a estria medular do tálamo, que parece um cordão sobre o mesmo. É também conhecida como estria habenular. As habênulas, por sua vez, são porções abauladas ao fim das estrias habenulares. Parte das estrias habenulares vai para a habênula contralateral, formando a comissura das habênulas ao atravessar o plano mediano. Mais abaixo, está a comissura posterior. Há também a presença da glândula pineal. O trígono das habênulas é uma área entre a glândula pineal e o tálamo, que contém o núcleo da habênula.
OBS.: o recesso pineal é um espaço projetado pelo 3º ventrículo, fazendo inclusive a divisão entre as comissuras das habênulas (acima) e posterior (abaixo). 
Na região septal (zona ligada ao prazer, localizada anteriormente ao fórnice), há neurônios que emitem os feixes de fibras conhecidos como estrias habenulares. A habênula, portanto, é um conjunto de núcleos. Desses núcleos, nasce um feixe de neurônios que desce pelo tronco encefálico para terminar na formação reticular do mesencéfalo. Seu nome é feixe retroflexo, e pertence ao sistema límbico antigo.
O sistema límbico possui uma porção muito antiga, responsável pela ativação de áreas do cérebro ligadas à memória (parte do processo mnêmico). A parte mais recente nos faz responder a estímulos, de forma que aumenta a nossa ansiedade se não respondermos. Logo, isso garante a nossa resposta, podendo inclusive trazer problemas, ao “agir fora de si”.
A comissura posterior faz com que um olho contralateral a um determinado estímulo também reaja. É, portanto, um substrato para que reflexos que ocorrem num olho possam ocorrer também no outro. Um exemplo é o reflexo consensual da miose no olho contralateral ao estímulo luminoso.
Miose no olho contralateral: reflexo fotomotor CONSENSUAL.
Miose no mesmo olho: reflexo fotomotor DIRETO.
A glândula pineal envolveu estudos antigos e muitas conotações místicas. É revestida por tecido conjuntivo denso, de onde saem septos que dividem a glândula em lojas. Essas lojas são preenchidas por neurônios exclusivos da glândula pineal, os PINEALÓCITOS. Eles secretam o hormônio melatonina, que possui diversas funções: 
- Uma delas é relaxar o organismo, para podermos dormir. É responsável, portanto, pela “moleza”, pelo relaxar na hora do sono. OBS.: quem comanda o sono em si é o hipotálamo. É interessante dizer que, se o sono chega a um organismo mais estressado, é mais difícil começar a dormir (insônia de início).
- A melatonina, cujos níveisaumentam à noite, é um hormônio relaxante. Nos países nórdicos, graças à escuridão, os níveis de melatonina são mais altos, o que pode explicar a grande taxa de depressão.
O epêndima se diferencia abaixo da comissura posterior, formando o órgão subcomissural. Junto aos rins, ele regula quantidades de áuga e eletrólitos, regulando a osmolaridade do sangue. Ele e os rins participam, portanto, do equilíbrio hidroeletrolítico. 
Tálamo
Possui um sulco hipotalâmico (ou de Monro), que vai da desembocadura do aqueduto cerebral até o forame interventricular, separando o tálamo do hipotálamo.
Possui também três projeções:
- Frontalmente, o tubérculo anterior do tálamo
- Medialmente, aderência intertalâmica
- Posteriormente, o pulvinar do tálamo
No corte frontal, devemos identificar a que nível ele ocorreu. Devemos identificar também o corpo caloso e duas faixas brancas, que formam um triângulo. As faixas brancas são enormes feixes de fibras mielinizadas telencefálicas, a cápsula interna.
Fazemos, depois, uma letra T para mostrar os ventrículos laterais e o terceiro ventrículo. Ao lado deste vemos tálamo, hipotálamo e subtálamo. Acima do tálamo está o núcleo caudado. Logo, as relações do tálamo são:
- Medialmente, o terceiro ventrículo
- Superiormente, o ventrículo lateral e o núcleo caudado
- Lateralmente, a cápsula interna
- Inferiormente, o hipotálamo e o subtálamo
Agora, vejamos alguns núcleos do tálamo e suas funções:
Anterior: chamado macroscopicamente de tubérculo anterior do tálamo. Faz parte do sistema límbico antigo. Recebe fibras do trato mamilo-talâmico, que integra o circuito de Papez.
Posterior: tem dois grandes grupos, que são o pulvinar do tálamo e o metatálamo. O pulvinar do tálamo é uma aquisição nova, que trabalha junto ao córtex responsável pelas funções nervosas superiores (córtex de associação), apoiando-o. O metatálamo é constituído pelos corpos geniculados lateral (relé da visão) e medial (relé da audição).
OBS.: algumas funções nervosas superiores são percepção, pensamento, praxia (todo comportamento aprendido e realizado de forma voluntária) e emoção.
Mediano: fica na aderência intertalâmica, além da superfície ventricular do tálamo. Esses neurônios funcionam em conjunto com o hipotálamo, constituindo uma parceria no comando da função visceral.
Medial: fica próximo à lâmina medular interna. Possui um grupo dorsomedial, que faz parte do sistema límbico recente (impedindo que “percamos a cabeça”) e é extralaminar. Possui também um grupo centromediano, que é intralaminar.
Dorsal: não tem função conhecida.
Ventral: dividido em anterior, intermédio (ou lateral) e posterior. Os dois primeiros fazem parte do extrapiramidal, uma parte da motricidade que dá precisão ao movimento (o intrapiramidal apenas faz o movimento). O posterior é dividido em porções lateral (núcleo ventral póstero-lateral) e medial (núcleo ventral póstero-medial).
O núcleo ventral póstero-lateral é responsável pela somestesia e propriocepção consciente do pescoço para baixo, sendo estas levadas por nervos espinhais. Já o núcleo ventral póstero-medial é responsável também pela somestesia e propriocepção consciente, porém apenas da cabeça, sendo levadas por nervos cranianos (sobretudo o trigêmeo). Este último também tem função gustativa.
A olfação não passa pelo tálamo, indo direto ao cérebro. O núcleo reticular do tálamo (uma lâmina posicionada lateralmente a ele) é parte da formação reticular.
Subtálamo
Está situado ao nível da fossa interpeduncular, mantendo algumas relações importantes:
- Medialmente, com o hipotálamo e o 3º ventrículo.
- Superiormente, com o tálamo
- Lateral e inferiormente, com a cápsula interna
Contém substância cinzenta e substância branca. A primeira inclui o núcleo subtalâmico, em forma de lente biconvexa (faz parte do extrapiramidal, atuando na precisão dos movimentos). Lesões no núcleo subtalâmico provocam movimentos involuntários das duas grandes articulações, o que é chamado de hemibalismo.
Hipotálamo
Temos dois tálamos, e um hipotálamo em forma de U. Uma porção fica nas paredes laterais do terceiro ventrículo, e a outra parte fica no assoalho do mesmo. Portanto, o hipotálamo forma três paredes do terceiro ventrículo. Podemos dizer que “é um monte de núcleos com um monte de fibras”.
Se pusermos um estilete na cavidade nasal, entre o teto e a parede posterior, passaremos pelo seio esfenoidal e chegaremos ao hipotálamo (na hipófise). Seu assoalho é formado por quiasma óptico, túber cinéreo e corpo mamilar (são estruturas hipotalâmicas). A sua parede anterior, no entanto, é totalmente telencefálica, com a comissura anterior e a lâmina terminal.
OBS.: o infundíbulo também faz parte do assoalho do hipotálamo, “pendurando” a hipófise. Possui uma projeção de terceiro ventrículo, o recesso infundibular.
Produzem ocitocina e ADHNúcleo supra-óptico Predomina a produção de ADH
Núcleo paraventricular Predomina a produção de ocitocina 
Núcleo arqueado: fica no túber cinéreo, junto a outros núcleos (é o maior e mais estudado deles). Juntos, são núcleos tuberais. Sua expressão anatômica é uma elevação posterior ao infundíbulo, a eminência mediana do túber cinéreo. Dispara a reação ao stress, estimulando a adeno-hipófise a produzir ACTH, que ativa a supra-renal. Daí, liberam-se produtos do córtex (corticóides) e da medula (adrenalina e noradrenalina). Temos aqui o grande eixo do stress, que é hipotálamo/hipófise/supra-renal. 
Núcleo supraquiasmático: representa o nosso relógio biológico (nossos biorritmos, sendo que apenas alguns poucos não são comandados por ele).
O corpo mamilar manda para o tálamo o fascículo mamilo-talâmico, que faz parte do circuito de Papez (sistema límbico antigo, ou seja, memória). OBS.: a memória tem duas fases, o engrama (registro) e a evocação (acesso).
Vejamos agora quatro das conexões do hipotálamo:
Ponta na área septal, indo à formação reticular do mesencéfalo. É um circuito de mão dupla que, quando passa dentro do hipotálamo, sofre término de algumas fibras e reincorporação de outras. É o feixe prosencefálico medial.
Vai do hipotálamo ao mesencéfalo (formação reticular), também de mão dupla, no mesmo caminho do circuito anterior. É o fascículo longitudinal dorsal.
A e B preparam o organismo para a ação, em termos de condicionamento metabólico. Agora, vamos às relações hipotálamo-hipofisárias:
Relação hipotálamo-neurohipofisária
Núcleos supra-óptico e paraventricular, com produção de ocitocina e vasopressina (ADH). Os axônios dos neurônios desses núcleos passam pelo infundíbulo (na verdade, são o infundíbulo) e chegam à neuro-hipófise. Predomina, no núcleo supra-óptico, a produção de vasopressina, e no núcleo paraventricular, a produção de ocitocina.
Estes dois hormônios ficam armazenados em vesículas sinápticas, nos terminais axônicos. Quando requisitados pelo organismo, são liberados na corrente sanguínea e chegam a seus órgãos de destino. São produzidos no corpo do neurônio, viajando pelo axônio dentro de vesículas, sendo estabilizados pelo peptídeo neurofisina quando estão dentro delas.
Relação hipotálamo-adenohipofisária
Hormônios produzidos por glândulas endócrinas periféricas influenciam o hipotálamo, conforme seu nível no sangue, a secretar mais ou menos hormônios. O hipotálamo, então, estimula a adeno-hipófise, que comanda a produção de glândulas endócrinas, com dois fatores reguladores, que são os ativadores e inibidores (também são hormônios). Esses fatores podem chegar à hipófise por dois caminhos, que trabalham juntos:
- Túbero-infundibular, indo dos núcleos à raiz do infundíbulo.
- Dois sistemas capilares (superiores e inferiores), na hipófise e infundíbulo, unidos por uma veia. É o sistema porta hipotalâmico-hipofisário.
Fazem parte dessa relação os núcleos arqueado e tuberais.
Algumas funções do hipotálamo são:
- Ser a central de comando das funções viscerais. Ele acerta

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